Você está na página 1de 10

O DIÁLOGO DA RESISTÊNCIA: UMA ANÁLISE DA CIRANDA “ROSA TÁ

DIZENDO” DE AUTORIA DA MESTRA ODETE DE PILAR

Joan Saulo Ramos do Monte


Orientador: Prof.º Dr. º Sávio Roberto de Freitas

Campina Grande-PB
2022
ODETE DE PILAR: A MESTRA

Nascida em 15 de abril de 1953,


Odete Josefa da Conceição Souza, mais
conhecida como Odete de Pilar, nasceu
em Pilar (PB) e cresceu em meio às
manifestações culturais da região de
Sapé, Paraíba, entre elas, a Ciranda e o
Coco de Roda. Aprendeu a cantar
ainda criança, com seu pai, também
coquista. Hoje, ela é uma das
principais vozes da música popular
paraibana.
A CIRANDA

Em suas classificações e inferências, Jaime


Diniz (1960) considerou a ciranda como sendo
uma roda composta por adultos, ainda que
dela as crianças também participem, que tem
suas raízes em Portugal, mas que depois de ter
chegado ao Brasil no século XVIII ganhou força
expressiva em Pernambuco e também na Mata
Norte, além do litoral.
A ORALIDADE

Palavras ditas ao vento são inúteis, ensina a


sabedoria popular, já que a voz que ressoa
precisa ser ouvida para cumprir seu destino.
Assim sendo, uma cultura marcada pela
oralidade é também uma cultura que preza a
experiência coletiva, enquanto que a escrita
tende a criar uma situação de maior
isolamento entre os indivíduos. (MEDEIROS,
2007, p. 2)
ORALIDADE x ESCRITA

Trata-se de algo inverso ao que ocorre


no processo escrito, visto que a escrita
em sua prática não demanda
coincidência temporal entre quem
produz e quem recebe o texto, até
porque a escrita é utilizada para que a
comunicação aconteça sem que os
interlocutores estejam frente a frente
(MEDEIROS, 2007).
METODOLOGIA

Do ponto de vista denotativo, a etnografia é sinônimo de descrição


cultural de um povo. Vale salientar que ela não deixa de ser um tipo de
análise de cunho qualitativo, visto que representa um enfoque dotado
de técnicas diversas à luz das intenções promovidas pelo pesquisador.
Por ser um tipo de pesquisa qualitativa, a etnografia visa entender,
compreender, bem como também conseguir explicar os diferentes
fenômenos de natureza social e também cultural protagonizados pelos
indivíduos e pelos os grupos sociais dos quais eles fazem parte e sobre
os quais eles atuam. (ANGROSINO, 2009)
ROSA TÁ DIZENDO
ROSA TÁ DIZENDO

Meu coração pegou a chorar


Rosa tá dizendo que você
Só de alegria quando eu te vi.
Não vai deixar de cantar ciranda (2x).
Meu coração pegou a chorar,
Pois aquilo que eu te entreguei
Só de Alegria quando eu te vi.
Sei que você não vai ter revolta.
Mas aquilo que eu te entreguei,
Saudade tenho de dançar contigo
Sei que você não vai ter revolta.
Ó, minha amada, minha companheira. (2x)
Siga o caminho que vou com você,
Você não quer, mas meu coração quer
Tomando conta do teu coração,
Te abraçar, parte de mim também.
Fica comigo que eu vou com você
Tomando conta de você também.
Letra: Odete de Pilar
Música: Odete de Pilar
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANGROSINO, Michael. Etnografia e observação participante. Porto Alegre: Artmed, 2009. 138 p. 
AYALA, Marcos; NOVAIS, Maria Ignez (Orgs.). Cocos: alegria e devoção. Natal:
EDUFRN, 2015.
BARBOSA, Lucia Maria de Assunção. “O personagem negro na literatura brasileira: uma abordagem crítica”. In:
Educação como prática da diferença (org. A. ABRAMOWICZ, L.M. BARBOSA e V.R. SILVEIRO). Campinas: Armazém
do Ipê, 2006.

BERND, Zilá. Introdução à literatura negra. São Paulo: Editora Brasiliense, 1988.
CALLENDER, Déborah. Histórias da ciranda. Textos Escolhidos de Cultura e Arte Populares, v. 10. n. 1, mai. 2013.

CANDIDO, Antonio. Literatura e Sociedade. 9ª ed. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2006.

DINIZ, Jaime. Ciranda: roda de adultos no folclore pernambucano. Revista do Departamento de Extensão Cultural e Artística.
Recife, 1960.

PILAR, Odete de. Serena Serená: cocos e cirandas de Odete de Pilar. Coletivo de Cultura e Educação Meio do Mundo Programa BNB
de Cultura Edição 200. Pilar, 2008.

Você também pode gostar