O documento compara os poetas brasileiro Manoel de Barros e angolano Ondjaki, destacando sua herança cultural compartilhada e habilidade de usar a poesia para espantar tristezas. Ele também resume um poema de Ondjaki sobre um pescador chamado Juju, notando sua doçura e habilidade de contar histórias.
O documento compara os poetas brasileiro Manoel de Barros e angolano Ondjaki, destacando sua herança cultural compartilhada e habilidade de usar a poesia para espantar tristezas. Ele também resume um poema de Ondjaki sobre um pescador chamado Juju, notando sua doçura e habilidade de contar histórias.
O documento compara os poetas brasileiro Manoel de Barros e angolano Ondjaki, destacando sua herança cultural compartilhada e habilidade de usar a poesia para espantar tristezas. Ele também resume um poema de Ondjaki sobre um pescador chamado Juju, notando sua doçura e habilidade de contar histórias.
◦ Manoel de Barros (1917-2014) e Ondjaki (1975): porque compará-los?
▪ Brasil e Angola, uma irmandade que tentaram apagar;
▪ Nossa escolha é de poetas atinados com este tempo! ▪ Espanar tristezas, virar bocó... Para quê!? ▪ Inservíveis homens lúcidos num tempo de loucura... PESCADOR DE ÁGUAS LIMPAS [27/8/02] o juju gosta muito de ir à pesca. o juju gosta de ir à pesca. eu gosto de ir à pesca com ele. de contar estórias também. ele é meio pescador tem um sorriso doce meio pessoa doce. (ONDJAKI, 2021, p. 24) disfarçado de barba branca tem nos olhos um reservatório de brilho que também usa ternura. Eu gosto de chatear o juju dessa forma: “pai, conta-me outra vez uma coisa que já me contaste. conta-me aquela estória do pescador.” os dedos do juju são muito amigados com o tabaco. ele fuma o tempo às vezes. “conheces aquela do gajo que tava sentado a pescar?” faço fingimento que não. “tava sentado a pescar. alguém perguntou: você está a pescar o quê?, e ele respondeu: xuxuíla! o outro perguntou: xuxuíla?!, que peixe é esse? o gajo respondeu: não sei, ainda não pesquei nenhum!” Referências ◦ AGOSTINHO. Confissões.Trad. Beatriz S. S. Cunha. Jandira, SP: Principis, 2019. ◦ BACHELARD, Gaston. A Poética do Devaneio. Trad. Antônio de Pádua Danesi. 4. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2018. ◦ BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e estética: a teoria do romance. Tradução: Aurora Fornoni Bernadini et al. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 1990. ◦ BARROS, Manoel de. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2010. ◦ BAUDELAIRE, Charles. Sobre a modernidade: o pintor da vida moderna. Org. Teixeira Coelho. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. ◦ BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas (Magia e Técnica, Arte e Política): ensaios sobre a literatura e história da cultura. Trad. Sérgio Rouanet; 8. ed. rev. São Paulo: Brasiliense, 2012. ◦ BERARDINELLI, A. Da poesia à prosa. São Paulo: Cosac Naify, 2007. ◦ BORGES, Jorge Luís. Esse ofício do verso. Org. Calin-Andrei Mihailescu. Trad. José Carlos Macedo. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. ◦ BOSI, Alfredo. O Ser e o Tempo da Poesia. São Paulo: Cultrix, 1977 ◦ CHEVALIER, Jean. Dicionário de Símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. Trad. Vera da Costa e Silva [et al.]. 33. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2019. ◦ ELIOT, T. S. Ensaios. Trad. Ivan Junqueira. São Paulo: Art Editora, 1989. ◦ HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 27. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2014. ◦ ONDJAKI. Materiais Para Confecção de um Espanador de Tristezas. Rio de Janeiro: Pallas, 2021. ◦ PFEIFFER, Johannes. La poesía: hacía la comprensión de lo poético. Trad. Margit Frenk Alatorre. Mexico: Fondo de Cultura Económica, 1951. ◦ ZUMTHOR, Paul. Tradição e Esquecimento. Trad. Jerusa Pires Ferreira & amp; Suely Fenerich. São Paulo: Hucitec, 1997.