Cada verso pode classificar-se em função do número de sílabas
métricas que contém.
Versos de uma ou duas sílabas – geralmente intercalados
noutros versos mais longos: Ex. “Aí o teu corpo renasce à flor da terra. Tudo principia.”
Versos de três sílabas – trissílabos ou quebrados de
redondilha menor: Ex. “Grito vão sem remorso nem perdão, (…)”
Versos de quatro sílabas – tetrassílabos ou quebrados de
redondilha maior: Ex. “Talvez te leve O vento em breve, Flor! A vida foge, Amor!”
Versos de cinco sílabas – pentassílabos ou de redondilha
menor: Ex. “Poeta é ser nada! - espanto suspenso sobre um labirinto sem porta de entrada”
Versos de seis sílabas – hexassílabos ou heróicos quadrados:
Ex. “Das metades mordidas na vertente das fugas, tão-somente ficaram: remorsos, raivas, rugas.”
Versos de sete sílabas – heptassílabos ou de redondilha
maior: Ex. “Farto de sol e de areia, que é o mais que a terra dá, Tomasinho Cara-feia vai prà pesca da baleia, Quem sabe se tornará?”
Versos de oito sílabas – octossílabos:
Ex. “Escrevo meu livro à beira mágoa Meu coração não tem que ter. Tenho meus olhos quentes de água Só tu, Senhor, me dás viver.”
Versos de nove sílabas – eneassílabos:
Ex. “Eu queria apanhar uma rosa De um rosal que já tive no céu…”
Versos de dez sílabas – decassílabos (heróicos ou sáficos):
Ex. “Um pouco mais de sol – eu era brasa, Um pouco mais de azul – eu era além. Para atingir faltou-me um golpe da asa… Se ao menos eu permanecesse aquém…”
Versos de onze sílabas – hendecassílabos ou de arte maior:
Ex. “Depois à costura, sentada a meu lado. Tu hás-de contar-me, bem junto de mim, Aquelas histórias de um rei encantado, De fadas e mouras, dalgum querubim.”
Versos de doze sílabas – dodecassílabos ou alexandrinos.
Ex. “Súbito ergue-se o rei, e para o leito avança, E uma lágrima, então, embalde reprimida, Das barbas lhe caiu no rosto de criança…”
Os versos mais frequentes contêm entre quatro e doze sílabas
métricas, embora a poesia moderna possa apresentar versos mais extensos.