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3a

SÉRIE

2024_EM_V1
Língua Portuguesa

Texto e contexto – Segunda geração


modernista/Geração de 30

2o bimestre – Aula 2
Ensino Médio
Conteúdo Objetivos

2024_EM_V1
• Poema; • Reconhecer características
poéticas da segunda geração
• Segunda geração
modernista;
modernista/poesia de 1930;

• Intertextualidade.
• Analisar intertextualidade em
produções poéticas.
Para começar

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De surpresa 3 MINUTOS
Amar, desamar, amar?
Carlos Drummond de Andrade

● Em tempos de redes
sociais, o Amar, desamar,
amar tornou-se mais
rápido?
● É possível amar a
distância?
Foco no conteúdo

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3 MINUTOS
Amar
Carlos Drummond de Andrade

Que pode uma criatura senão,


Entre criaturas, amar?
Amar e esquecer, amar e malamar,
Amar, desamar, amar?
Sempre, e até de olhos vidrados, amar?
[...]
Este o nosso destino: Amor sem conta,
Distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
Doação ilimitada a uma completa ingratidão,
E na concha vazia do amor à procura medrosa,
Paciente, de mais e mais amor.
Na prática

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Todo mundo escreve 8 MINUTOS

Reflita sobre as questões:


1. Que reflexões o eu lírico faz sobre o amor?
2. Relacione cada poema à maneira como o amor é apresentado; em
seguida, justifique sua resposta.
1. O amor é sentimento dual, alenta e destrói.
2. O amor é um prazer que não se deseja abandonar.
3. O amor é um sentimento ao qual estamos condenados.
( ) “Amar” – Carlos Drummond de Andrade
( ) “Esse inferno de amar” – Almeida Garrett
( ) “Tercetos” – Olavo Bilac
Na prática

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Correção
1. Que reflexões o eu lírico faz sobre o amor?

Ele reflete que o amor é um sentimento sempre presente, mas que


jamais sacia quem ama, marcado sempre pela doação intensa,
mas que sempre recebe a ingratidão e a desilusão como resposta.
Na prática

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Correção
2. 1. O amor é sentimento dual, alenta e destrói.
2. O amor é um prazer que não se deseja abandonar.
3. O amor é um sentimento ao qual estamos condenados.
(3) “Amar” – Carlos Drummond de Andrade
(1) “Esse inferno de amar” – Almeida Garrett
(2) “Tercetos” – Olavo Bilac

O amor é apresentado de forma totalmente distinta nos três textos:


como um sentimento que causa sofrimento no texto romântico “Esse
inferno de amar”, de Almeida Garrett; como um momento de prazer no
poema “Tercetos”, do parnasiano Olavo Bilac; e de forma mais
reflexiva sobre as dores do amor e sua forma cíclica de ocorrer, com
amores que vem e vão ao longo da vida no texto “Amar”, de Carlos
Drummond de Andrade.
Foco no conteúdo

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6 MINUTOS

As visões do amor
Nesta aula, analisamos o poema “Amar”, do modernista Carlos Drummond
de Andrade, e verificamos como o tema amor é explorado na poesia a
partir de diferentes experiências, de diferentes perspectivas. Mas...
será que apenas o “amor” é tema de poesia?
O sentimento amoroso sempre foi objeto de poesias, mas outras temáticas
também são abordadas nesse tipo de produção. Carlos Drummond de
Andrade, um dos principais representantes da Geração de 1930,
destacou-se por trazer uma abordagem mais universal à literatura
brasileira, explorando a efervescência social e política da época, além de
promover reflexões amorosas, religiosas, filosóficas e existenciais.
Foco no conteúdo

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Segunda geração modernista – A poesia de 1930
A poesia da segunda geração modernista, também conhecida como Geração
de 1930, representa um momento crucial na literatura brasileira, marcando
uma ruptura com os moldes literários anteriores e abraçando a busca por
uma identidade nacional mais autêntica.
Esses poetas emergiram em um contexto de profundas transformações
sociais e políticas, refletindo as inquietações de uma nação em transição.
Com uma linguagem mais depurada e simbólica, autores como Carlos
Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Vinicius de Moraes foram figuras-
chave desse movimento, contribuindo para a construção de um panorama
poético multifacetado que refletia as complexidades e as ambiguidades do
Brasil daquela época.
Foco no conteúdo

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Por meio da poesia da
segunda geração
modernista, os escritores
buscaram não apenas
renovar a expressão
literária, mas também
abordar as profundezas
da alma brasileira e
capturar a essência de
um país em processo de
transformação.
Na prática

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Mostre-me 15 MINUTOS
(Enem 2014)
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
Na prática

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O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os
homens presentes,
a vida presente.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do mundo. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.)

1. Escrito em 1940, o poema “Mãos dadas” revela um eu lírico marcado


pelo contexto de opressão política no Brasil e da Segunda Guerra
Mundial. Em face dessa realidade, o eu lírico:
a. considera que em sua época o mais importante é a independência dos
indivíduos.
b. desvaloriza a importância dos planos pessoais na vida em sociedade.
c. reconhece a tendência à autodestruição em uma sociedade oprimida.
d. escolhe a realidade social e seu alcance individual como matéria poética.
e. critica o individualismo comum aos românticos e aos excêntricos.
Na prática

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Correção
1. Escrito em 1940, o poema “Mãos dadas” revela um eu lírico marcado
pelo contexto de opressão política no Brasil e da Segunda Guerra
Mundial. Em face dessa realidade, o eu lírico:
a. considera que em sua época o mais importante é a independência dos
indivíduos.
b. desvaloriza a importância dos planos pessoais na vida em sociedade.
c. reconhece a tendência à autodestruição em uma sociedade oprimida.
d. escolhe a realidade social e seu alcance individual como matéria
poética.
e. critica o individualismo comum aos românticos e aos excêntricos.

Comentando: A poeticidade da obra está em apresentar a realidade


opressora do momento e como ela aflige, pessoalmente, o eu lírico.
Na prática

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Sem escapatória

Ainda sobre o poema “Mãos dadas”:

2. Quais são as atitudes e perspectivas do autor em relação ao


passado, ao futuro e ao presente de acordo com o poema?

3. Como o autor descreve sua relação com a vida e seus


companheiros no poema?
Na prática

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Correção
2. Quais são as atitudes e perspectivas do autor em relação ao passado, ao
futuro e ao presente de acordo com o poema?

O autor expressa uma postura de distanciamento tanto em relação ao


passado quanto ao futuro. Ele declara que não será o poeta de um
“mundo caduco” nem cantará o “mundo futuro”. Isso sugere uma
rejeição à idealização do passado e à especulação excessiva sobre o
futuro. Em vez disso, o autor enfatiza sua conexão com o presente e
sua preocupação com a realidade imediata.

Continua...
Continua...
Na prática

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Correção

O tempo é retratado como a matéria principal do autor. Ele enfatiza o


“tempo presente” e os “homens presentes”. Isso reflete a importância
da vivência no momento presente e da conexão com as pessoas que
compartilham esse tempo. O autor parece reconhecer que a vida
acontece no agora e que as experiências e os relacionamentos atuais
são valiosos.
Na prática

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Correção
3. Como o autor descreve sua relação com a vida e seus companheiros
no poema?
O autor descreve sua relação com a vida e com seus companheiros
como uma ligação sólida e profunda. Ele observa seus
companheiros como “taciturnos mas nutrem grandes esperanças”.
Essa observação revela que, apesar das dificuldades ou
preocupações presentes, há um otimismo subjacente. A menção de
“não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas” sugere um
senso de união e solidariedade entre os indivíduos, simbolizando
uma abordagem colaborativa para enfrentar os desafios da vida.
Foco no conteúdo

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3 MINUTOS

Intertextualidade
A conexão “entre textos” é o que chamamos de intertextualidade, ou
seja, é o diálogo entre diversas formas de expressão textual, sejam poesias,
romances, notícias jornalísticas ou até mesmo imagens visuais, músicas e
filmes.
A intertextualidade se manifesta de forma direta ou indireta, por meio de
filmes que referenciam outros filmes ou romances, pinturas, que conversam
com obras prévias, anúncios que incorporam elementos artísticos, poemas
que utilizam versos de terceiros etc. Nesse contexto, o leitor também
desempenha um papel crucial, ao inserir no texto que está lendo sua
bagagem de leituras passadas de diversas linguagens e gêneros.
Aplicando

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Puxe mais

(Enem 1999) Quem não passou pela experiência de estar lendo um


texto e defrontar-se com passagens já lidas em outros? Os textos
conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a
denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos:

I. Quando nasci, um anjo torto


Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964.)
Aplicando

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II. Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim.

(BUARQUE, Chico. Letra e música. São Paulo: Cia. das Letras, 1989.)
Aplicando

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III. Quando nasci um anjo esbelto
Desses que tocam trombeta, anunciou:
Vai carregar bandeira.
Carga muito pesada pra mulher
Esta espécie ainda envergonhada.

(PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.)


Aplicando

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Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade em
relação a Carlos Drummond de Andrade por meio de:
a. reiteração de imagens.
b. oposição de ideias.
c. falta de criatividade.
d. negação dos versos.
e. ausência de recursos.
Aplicando

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Correção
Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade em
relação a Carlos Drummond de Andrade por meio de:
a. reiteração de imagens.
b. oposição de ideias.
c. falta de criatividade.
d. negação dos versos.
e. ausência de recursos.
Discutam como essa reiteração de imagens apresenta os três
eu líricos, ou seja, como os três se veem socialmente.
O que aprendemos hoje?

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● Reconhecemos características poéticas
da segunda geração modernista;

● Identificamos características da obra de


Carlos Drummond de Andrade;

● Analisamos intertextualidade em
produções poéticas.
Referências

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BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 34. ed. São Paulo: Cultrix, 1996.

ENEM 1999. Caderno Amarelo. Disponível em:


https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/enem/provas-e-gab
aritos
. Acesso em: 17 ago. 2023.

ENEM 2014. LC – 2º dia | Caderno 6 – CINZA: página 12. Disponível em:


https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/ppl/2014/prova_caderno_cinza_6_2014.pdf.
Acesso em: 17 ago. 2023.

INTERTEXTUALIDADE. In: Glossário CEALE. UFMG. Disponível em: https://www.ceale.fae.ufmg.br/


glossarioceale/verbetes/intertextualidade. Acesso em: 21 ago. 2023.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Aprender Sempre, 2024. Caderno do


Aluno, Língua Portuguesa, 3a série EM, v. 1, p. 70.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo Paulista do Ensino Médio. São Paulo: SEE,
2020.
Referências

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Lista de imagens e vídeos

Slide 3 – Freepik. Disponível em: Deslize para o aplicativo de namoro | Vetor Grátis (freepik.com).
Acesso em: 09 fev. 2024.

Slide 10 – Getty Images. Disponível em:


https://www.gettyimages.com.br/detail/ilustra%C3%A7%C3%A3o/womens-mens-childrens-portraits-lin
e-drawing-ilustra%C3%A7%C3%A3o-royalty-free/1210064308?phrase=multiplo&adppopup=
true. Acesso em: 09 fev. 2024.
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