Gênero lírico

ou
poesia
Poesia: uma possível definição

Originalmente, entre os gregos, a poesia era destinada a ser

cantada com a lira (instrumento musical de cordas).
O termo poético refere-se ao termo grego póiesis, que,
etimologicamente, significa um produzir que dá forma, uma criação
que organiza e instaura uma realidade nova. Nesse sentido, o poeta é
um criador de imagens.
O poema é a forma literária que a poesia lírica assume.
Lição de música com liras. cerâmica do século VI a.C. Disponível em: https://www.wikiwand.com/pt
/M%C3%BAsica_da_Gr%C3%A9cia_Antiga. Acesso em: 19 jan. 2022.
 Estrutura do poema

O tempo que eu hei sonhado verso ou linha poética

Quanto tempo foi de vida!
Estrofe Ah, quanto do meu passado
Foi só a vida mentida
De um futuro imaginado!

“O andaime”, de Fernando Pessoa

Poema de forma fixa: soneto

Soneto de fidelidade
Vinicius de Moraes
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento dois quartetos
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive): dois tercetos
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Ritmo e musicalidade: som, acento e pausas
“Vai peregrino do caminho santo, “Por água brava ou serena
Faz da tu’alma lâmpada do cego, Deixamos nosso cantar,
Iluminando, pego sobre pego, Vendo a voz como é pequena
As invisíveis amplidões do Pranto” Sobre o comprimento do ar.
Se alguém ouvir temos pena:
Só cantamos para o mar...”
“Supremo verbo”, de Cruz e Sousa
“O rei do mar”, de Cecília Meireles
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!

“Poeminho do contra”, de Mario Quintana

 Colar de Carolina
Cecília Meireles
Com seu colar de coral,
Carolina
corre por entre as colunas
da colina.

O calor de Carolina
colore o colo de cal,
torna corada a menina.

E o sol, vendo aquela cor

do colar de Carolina,
põe coroas de coral

nas colunas da colina.

“O amor bate na porta
o amor bate na aorta”

“O amor bate na porta”, de Carlos Drummond de Andrade

“Onda e amor, onde amor, ando indagando

ao largo vento e à rocha imperativa,
E a tudo me arremesso, nesse quando
Amanhece frescor de coisa viva”

“Entre os seres e as coisas”, de Carlos Drummond de Andrade

Pontuação
Cidadezinha qualquer

Carlos Drummond de Andrade

Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.

Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.

Eta vida besta, meu Deus.

Poema concreta