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Capítulo 4

As responsabilidades dos auditores

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versus

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Responsabilidade Social

• Social/Sociedade/Conjunto de pessoas e instituições com


relações entre si

• Responsabilidade com o conjunto da sociedade

• Interesse público, serviço público com transcendência


social

• Função social da auditoria: os conceitos de accountability e


de stewardship

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Responsabilidade Social

• As falhas ou a não satisfação do destinatário origina a


exigência de responsabilidades

• A auditoria implica riscos que têm de ser assumidos

• O âmbito da auditoria marca o limite da responsabilidade

• A problemática da responsabilidade ilimitada

• Terms of audit engagements

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As Responsabilidades dos Auditores
na União Europeia
• O papel, o estatuto e a responsabilidade do auditor na
União Europeia (Livro Verde, 1996)

• O futuro da auditoria na União Europeia (Comunicação da


Comissão, 1998)

• Estudo sobre a responsabilidade civil do auditor, no


contexto do mercado interno dos serviços de auditoria na
União Europeia (Comissão, 2001)

• Directiva 2006/43/CE, de 17 de Maio de 2006 (artº 31º)

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As Responsabilidades do ROC
na Legislação Portuguesa

• Código Civil
Artºs 483º; 497º

• Código das Sociedades Comerciais


Artº 82º (remete para os artºs 73º e 78º)

• Código dos Valores Mobiliários


Artº 10º

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As Responsabilidades do ROC
na Legislação Portuguesa
• Código Civil

• Responsabilidade por actos ilícitos


Artigo 483º - Princípio geral
1. Aquele que, com dolo ou mera culpa, violar ilicitamente
o direito de outrem ou qualquer disposição legal
destinada a proteger interesses alheios fica obrigado a
indemnizar o lesado pelos danos resultantes da
violação.
2. Só existe obrigação de indemnizar independentemente
de culpa nos casos especificados na lei.

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As Responsabilidades do ROC
na Legislação Portuguesa
• Código Civil

• Responsabilidade por actos ilícitos


Artigo 497º - Responsabilidade solidária
1. Se forem várias as pessoas responsáveis pelos danos é
solidária a sua responsabilidade.
2. O direito de regresso entre os responsáveis existe na
medida das respectivas culpas e das consequências que
delas advierem, presumindo-se iguais as culpas das
pessoas responsáveis.

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As Responsabilidades do ROC
na Legislação Portuguesa
• Código das Sociedades Comerciais

Artigo 82º - Responsabilidade dos ROC


1. Os ROC respondem para com a sociedade e os sócios
pelos danos que lhes causarem com a sua conduta
culposa, sendo-lhes aplicável o artigo 73º.

2. Os ROC respondem para com os credores da sociedade


nos termos prescritos no artigo 78º.

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As Responsabilidades do ROC
na Legislação Portuguesa
• Código das Sociedades Comerciais

Artigo 73º - Solidariedade da responsabilidade


1. A responsabilidade dos fundadores, gerentes ou
administradores é solidária.

2. O direito de regresso existe na medida das respectivas


culpas e das consequências que delas
advierem, presumindo-se iguais as culpas
das pessoas responsáveis.

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As Responsabilidades do ROC
na Legislação Portuguesa
• Código das Sociedades Comerciais

Artigo 420º-A – Dever de vigilância


……
5. O ROC que não cumpra o disposto nos números 1, 3 e
4 é solidariamente responsável com os membros do
Conselho de Administração ou do Conselho de
administração executivo pelos prejuízos decorrentes
para a sociedade.

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As Responsabilidades do ROC
na Legislação Portuguesa
• Código dos Valores Mobiliários
Artigo 10º - Responsabilidade dos auditores
1. Pelos danos causados aos emitentes ou a terceiros por
deficiência do relatório ou de parecer elaborado por
auditor respondem solidária e ilimitadamente
a) Os ROC e outras pessoas que tenham assinado o
relatório;
b) As SROC e outras sociedades de auditoria desde que
os documentos auditados tenham sido
assinados pelos seus sócios.
2. Os auditores devem manter seguro de responsabilidade
civil adequado e garantir o cumprimento
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das suas obrigações
As Responsabilidades do ROC
no seu Estatuto Jurídico

Lei nº 140/2015, Artigos 115º, 136º e


Civil 137º (87º: Seguro)
de 07 de setembro

Lei nº 140/2015, Artigos


Disciplinar
de 07 de setembro 92º a 112º

Lei nº 140/2015, Artigos


Penal
de 07 de setembro 113º e 114º

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Responsabilidade civil
Artigo 115º - Responsabilidade civil dos ROC
Artigo 137º Responsabilidade civil das SROC

1.No exercício das funções de interesse público, os


ROC/SROC respondem perante as entidades às quais
prestem serviços ou perante terceiros, nos termos previstos
no CSC e em idênticas disposições legais relativas às
demais empresas ou outras entidades, pelos danos que
culposamente lhes causem

2.Fora do âmbito previsto anteriormente os ROC/SROC


podem limitar a respetiva responsabilidade nos termos e
condições previstos na lei civil.
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Responsabilidade civil
Artigo 136º - Responsabilidade civil dos sócios de SROC

1.Independentemente da natureza que revista a SROC, os


sócios que assinam os documentos produzidos no exercício
de funções de interesse público respondem civil e
solidariamente com a SROC a que pertençam pelos danos
culposamente causados a entidades às quais prestem
serviços ou a terceiros.

2.A referida responsabilidade deve ser garantida por seguro


nos termos previstos no artigo 87º.

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Responsabilidade civil
Artigo 87º Seguro de responsabilidade civil profissional

1.ROC: limite mínimo de 500.000 Euros por cada facto


ilícito.

2.SROC: limite mínimo de 500.000 Euros * n.º de revisores


(sócios e contratados) por cada facto ilícito;

3.Nas SROC o valor de cobertura não pode, em caso


algum, ser inferior a 1.000.000 por cada facto ilícito, não
sendo exigível um valor de cobertura superior a 10.000.000
por cada facto ilícito.

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Responsabilidade disciplinar
Artigo 92º - Pressupostos da responsabilidade disciplinar

Comete infração disciplinar o membro da Ordem que, por


ação ou omissão, violar, dolosa ou culposamente, algum
dos deveres estabelecidos no presente Estatuto ou em
outros normativos aplicáveis, bem como os decorrentes das
suas funções.

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Responsabilidade disciplinar

Artigo 93º - Penas

Advertência;
Advertência registada;
Multa de 1000 EUR a 10.000 EUR;
Censura;
Suspensão de 30 dias até 5 anos;
Expulsão.

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Responsabilidade penal

Artigo 92º - Factos passíveis de serem considerados


infração penal

Quando os factos forem passíveis de serem considerados


infração penal, dar-se-á obrigatoriamente parte dela ao
agente do Ministério Público que for competente para a
promoção da ação legal

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Responsabilidade penal

Artigo 113º - Dever de participação ao Ministério Público


quanto a indícios de crime

Tendo o ROC conhecimento de factos que possam vir a ser


qualificados como crime, deve comunicá-los imediatamente
ao Ministério Público competente, para efeitos de promoção
da ação penal.

Artigo 114º Publicidade das decisões


O Tribunal pode ordenar a publicação das decisões
absolutórias, nos termos previstos no Código do Processo
Penal.
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Decreto-Lei nº 225/2008, de 20 de Novembro
Capítulo VI - Ilícitos de mera ordenação social

Contra-ordenação grave por violação de:


a) deveres de independência ou de sigilo;
b) normas de auditoria;
c) ordens ou mandados legítimos do CNSA;
d) arquivo/conservação dos documentos de trabalho;
e) dever de prestação de declarações ou prestação;
de informações falsas ao CNSA;
f) regime de interdição temporária de actividade

Coima: 10.000 a 50.000 EUR

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Decreto-Lei nº 225/2008, de 20 de Novembro
Capítulo VI - Ilícitos de mera ordenação social

Contraordenação simples: violação de deveres de

a) comunicação previstos na lei;


b) publicação de relatórios anuais de transparência;

Coima: 12 500 a 15.000 EUR

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Decreto-Lei nº 225/2008, de 20 de Novembro
Capítulo VI - Ilícitos de mera ordenação social

As contra-ordenações são imputáveis a título de:

- Dolo

- Negligência (coima reduzida para metade do seu


valor máximo)

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Decreto-Lei nº 225/2008, de 20 de Novembro
Capítulo VI - Ilícitos de mera ordenação social

Sanções acessórias possíveis (cumulativas):

- Apreensão e perda do objecto da infracção,


incluindo o produto do benefício obtido pelo
infractor através da prática da contra-ordenação;

- Interdição temporária do exercício da actividade


(máximo de três anos);

- Revogação da aprovação ou cancelamento do


registo.
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Lei nº 148/2015, de 07 de setembro
Regme jurídico da Supervisão de Auditorial

Artigo 45º - Tipos contraordenacionais

- Contraordenação grave (coima de 25.000 EUR a


5.000.000 EUR);

-Contraordenação muito grave (coima de 10.000 EUR a


2.500.000 EUR);

- Contraordenação leve (coima de 2.500 EUR a 500.000


EUR);
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Lei nº 148/2015, de 07 de setembro
Regime jurídico da Supervisão de Auditoria

Contraordenação muito grave


a) Do dever de emissão, na CLC, de reservas e ou escusas
de opinião;
b) Do dever de suportar adequadamente a opinião emitida,
designadamente em áreas relevantes das DF através da
obtenção de prova apropriada e suficiente e de
documentação das respetivas conclusões.
c) Do dever de registo junto da CMVM ou da OROC para o
exercício da atividade de auditoria;
d) De deveres de independênciaou de segredo dos
auditores.

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Lei nº 148/2015, de 07 de setembro
Regime jurídico da Supervisão de Auditoria

Constitui contraordenação grave a violação


a) De normas de auditoria aplicáveis e outras;
b) De deveres consagrados no âmbito do processo do
controlo de qualidade por entidade pública.
c) De ordens ou mandatos legítimos da CMVM;
d) Do dever de arquivo e documentação da documentação
de auditoria;
e) Do dever de prestação de declarações ou a prestação de
declarações falsas à CMVM;
f) Do regime de interdição temporária de atividade cominado
como sanção acessória;
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Lei nº 148/2015, de 07 de setembro
Regime jurídico da Supervisão de Auditoria

Constitui contraordenação grave a violação

g) De deveres de informação, fiscalização,


acompanhamento, verificação do cumprimento dos
requisitos da independência e de seleção de ROC/SROC
ou de outros deveres imputáveis ao órgão de fiscalização
ou seus membros.

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Lei nº 148/2015, de 07 de setembro
Regime jurídico da Supervisão de Auditoria

Constitui contraordenação leve:

a) Deveres de comunicação previstos na Lei;


b) Deveres de publicação de relatórios anuais de
transparência;
c) Outros deveres não previstos nas normas anteriores.

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Lei nº 148/2015, de 07 de setembro
Regime jurídico da Supervisão de Auditoria

Artigo 48º: Sanções acessórias


Podem ser aplicadas cumulativamente com as coimas:
a) Apreensão e perda do objeto da infração (perda do
produto do benefício obtido por efeito da
contraordenação);
b) Interdição temporária do exercício da profissão ou da
atividade pelo infrator (máximo 3 anos);
c) Revogação da aprovação ou cancelamento do Registo
necessário ao exercício de funções.

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