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ENSAIO DE PALHETA OU

VANE TEST
HISTÓRIA
 O ensaio de palheta foi criado e utilizado pela primeira vez na Suécia, no ano de
1919, criado por John Olsson. Desde então, tem sido largamente empregado para
a obtenção da resistência não drenada (Su), de solos moles/médios, resistência à
qual é utilizada, principalmente, em projetos de aterros sobre solos moles.

VANTAGENS
 As grandes vantagens do ensaio da palheta são sua simplicidade, praticidade e
economia na determinação do valor da resistência ao cisalhamento não
drenada de argilas moles.

OBJETIVO
 O ensaio da palheta apresenta como principal objetivo a determinação em
campo da resistência ao cisalhamento não drenada. O ensaio consiste na
cravação de uma palheta de seção cruciforme no solo, com a aplicação do torque
necessário para cisalhar o solo por rotação, de forma a permitir a determinação
da resistência não drenada do solo em campo (Su).
APARELHAGEM

 Dois tipos básicos de equipamentos são empregados:

 tipo A: os que realizam ensaios sem necessidade de perfuração prévia;

 tipo B: os que realizam ensaios com perfuração prévia;

Características comuns aos tipos de equipamento A e B


 Palheta, com quatro pás, preferencialmente de aço de alta resistência, com diâmetro
de 65 mm e altura de 130 mm e demais dimensões constantes da Figura 3, do Anexo.
Quando o ensaio é executado em argila rija com resistência não drenada superior a 50
kPa, tolera-se o uso de palheta retangular com diâmetro de 50 mm e altura de 100 mm.

 Haste fina, com diâmetro de (13 ± 1) mm, conforme Figura 3, do Anexo, e


comprimento capaz de cravar a palheta 0,5 m no solo. É constituída de aço
capaz de suportar os torques aplicados à palheta
APARELHAGEM
Características comuns aos tipos de equipamento A e B
 Tubo de proteção da haste fina, com diâmetro externo de (20 ± 1) mm, para
eliminar o atrito solo-haste fina, sendo mantido estacionário durante o
ensaio. O espaço entre a haste fina e a parede do tubo de proteção deve ser
preenchido com graxa para evitar o ingresso de solo e atritos mecânicos.

 Hastes de extensão, de aço capaz de transmitir sem romper o torque à palheta,


compostas de segmentos acopláveis com 1 m de comprimento. Devem ser
capazes de suportar o peso próprio, durante o ensaio, sem desalinhamento
significativo. O acoplamento entre segmentos de hastes não deve permitir
deslizamento ou rotação entre hastes durante o ensaio.
 Equipamento de unidade de torque e medição, que imprima através de
engrenagens uma rotação às hastes 2 MB-3122/1989 de (6 ± 0,6)°/min e que
permita medição do torque aplicado às hastes. O mecanismo deve ser dotado de
coroa e pinhão e acionado por manivela. A relação de redução deve ser tal que
permita o acionamento manual e o controle da velocidade de rotação da palheta
dentro da tolerância especificada. As partes deslizantes são montadas sobre
rolamentos, de forma a reduzir o atrito a valores aceitáveis. Durante a execução
de um ensaio são desejáveis leituras de rotação a cada 2° para construção da
curva torque x rotação
APARELHAGEM

TIPO A TIPO B os que realizam


ensaios com
os que realizam necessidade de
ensaios sem perfuração prévia
necessidade de
perfuração prévia
APARELHAGEM

 O aparelho é constituído de um torquímetro acoplado a um conjunto de


hastes cilíndricas rígidas, tendo na sua outra extremidade uma palheta
formada por duas lâminas retangulares, delgadas, dispostas
perpendicularmente entre si (vide figura 1).
INTERPRETAÇÃO DO ENSAIO

 Quando não se consegue cravar o conjunto palheta-hastes no solo devido à


existência de camada superficial resistente é realizado um pré-furo e
utilizado um tubo de revestimento. A inserção do tubo provoca o
amolgamento do solo, por isso deve-se executar o ensaio a uma profundidade
mínima de 5 vezes o diâmetro do tubo, abaixo de sua ponta.
 A figura 2 apresenta um exemplo de um resultado típico do ensaio da palheta.
Ele fornece dois valores de resistência não drenada, a indeformada e a
amolgada.
INTERPRETAÇÃO DO ENSAIO

 A figura 3 apresenta um exemplo de um ensaio em que não houve ruptura do


solo, não sendo possível definir a resistência ao cisalhamento nesse ponto.
RESULTADOS OBTIDOS PELO ENSAIO
 Os parâmetros geotécnicos que podem ser determinados em um ensaio da
palheta são: resistência ao cisalhamento não drenada, a sensibilidade, que é
a relação entre a resistência não drenada e a resistência não drenada
amolgada, e a razão de sobre adensamento ou OCR. Os itens a seguir
apresentam um breve resumo de cada um e a forma de obtenção.
Resistência ao cisalhamento não
drenada – Su
 Para determinação da resistência não drenada pelo ensaio da palheta, utiliza-
se a equação 1 apresentada na NBR 10905.

 Em que: T – torque necessário para cisalhar o solo (kNm); D – diâmetro da


palheta (m).
 Nota: Esta equação é deduzida para palhetas retangulares para a relação de
altura e diâmetro de altura igual ao dobro do diâmetro (ABNT, 1989).

 O ensaio é comumente realizado em diversas profundidades de modo que se conheça a


variação da resistência ao longo da profundidade. Um parâmetro importante que é
determinado no do ensaio da palheta é o fator Nkt. Esse fator é importante, pois é
através dele que se determina a resistência não drenada a partir dos ensaios CPTu. (
clique aqui e veja post anterior sobre o método).
Sensibilidade – St
 A sensibilidade da argila é determinada pela razão entre a resistência não
drenada indeformada (Su) e resistência não drenada amolgada (Sur). A
equação 2 apresenta essa razão.

 O quadro apresenta as faixas de valores da sensibilidade de argilas.


Razão de sobreadensmento – OCR

 Para estimativa da razão de sobreadensamento (OCR), Mayne e Mitchell


(1988), propuseram uma equação a partir de banco de dados de 96 diferentes
argilas equação 3.

 Em que: Ip – o índice plasticidade; Su – resistência não drenada; ?’v0 – tensão efetiva


vertical.

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