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BIOLOGIA

3ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO

CICLOS BIOGEOQUIMICOS
• A biosfera é formada pela reunião de todos os ecossistemas do planeta. Todos os
seres vivos interagem nos ecossistemas e modificam o ambiente. No entanto, o
grau de interferência do ser humano tem se mostrado tão alto nos últimos dois
séculos que pode trazer consequências irreversíveis. Algumas das
transformações mais danosas do ser humano na Terra estão levando ao
esgotamento de recursos, como a água potável e o petróleo; e à poluição da água,
do ar e do solo.
RECURSOS HÍDRICOS

• A água é fundamental para os seres vivos, pois possibilita a ocorrência das


reações químicas, ajuda a regular a temperatura (absorve ou perde calor sem
que sua temperatura varie muito) e facilita o transporte de substâncias. O
acesso à água potável é também um dos direitos humanos. A garantia a esse
direito, no entanto, vem se tornando cada vez mais difícil, até mesmo em
regiões que não sofrem com a falta de água de forma recorrente, como o
Sudeste do Brasil.
• Como os elementos químicos encontrados nos seres vivos circulam pela
natureza?
• Que desequilíbrios o ser humano vem causando nos ciclos desses
elementos?
• O que é efeito estufa?
• Como o aquecimento global nos afeta?
CICLO DO OXIGÊNIO
• Os átomos de oxigênio estão nos mais variados compostos minerais e
orgânicos, mas sua presença na forma de moléculas de oxigênio livre (O2 ) –
como é usado na respiração e na combustão – depende da fotossíntese.
Nessa forma, compõe 21% da atmosfera.
•O gás oxigênio é produzido durante a construção de moléculas orgânicas
pela fotossíntese e consumido quando essas moléculas são oxidadas na
respiração ou na combustão. Por isso, o ciclo do oxigênio está muito
relacionado ao do carbono.
• Parte do gás oxigênio da atmosfera combina-se com metais do solo (como o
ferro) e forma óxidos.
• Na estratosfera, parte é transformada em ozônio (O3) pelos raios ultravioleta
do Sol com comprimento de onda menor que 200 nm (nanômetros). Na
reação inversa, o ozônio é transformado em oxigênio pelos raios ultravioleta
com comprimento de onda entre 200 nm e 300 nm. Essas duas reações
permitem que se mantenha na estratosfera uma camada de ozônio em
equilíbrio, que funciona como um filtro protetor, retendo cerca de 80% de
toda a radiação ultravioleta proveniente do Sol.
• A maior concentração de ozônio está entre 20 km e 25 km de altitude.
DESTRUIÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO
• A camada de ozônio vem sendo destruída por gases liberados por aviões
supersônicos (que voam acima de 20 km de altitude), cinzas de vulcões e,
principalmente, pelos clorofluorcarbonos (CFCs), grupo de gases usados na
indústria.
• Os CFCs são compostos muito estáveis e sobem lentamente até a
estratosfera, onde começam a destruir o ozônio. Além disso, também
colaboram para o aumento do efeito estufa, como vimos no ciclo do
carbono.
• Sob ação dos raios ultravioleta, os CFCs liberam átomos de cloro, que
reagem com o ozônio e o transformam em oxigênio. No fim da reação, os
átomos de cloro são regenerados e destroem outras moléculas de ozônio.
• O processo de formação de ozônio a partir do oxigênio não é interrompido, mas a
velocidade desse processo é inferior à do consumo do ozônio, o que leva a uma
redução da sua concentração.
• Nos anos 1930, os CFCs foram considerados extremamente práticos, pois eram
inertes, não inflamáveis nem tóxicos ou corrosivos, e podiam ser utilizados para dar
pressão em embalagens spray (aerossóis) de inseticidas, desodorantes, etc. Também
foram usados como gás de refrigeração em geladeiras e aparelhos de ar-
condicionado, na limpeza de circuitos eletrônicos e na fabricação de espuma de
plástico e isopor. Apenas nos anos 1970 ficou comprovada a ação danosa desses
gases sobre a camada de ozônio.
• Quando precisam de conserto ou viram sucata, esses gases escapam para a
atmosfera e o resultado é a formação de “buracos” na camada de ozônio, que
correspondem a regiões em que essa camada é mais fina, pelas quais os raios
ultravioleta passam em maior quantidade.
• O aumento da passagem de radiação ultravioleta provocado pela progressiva
destruição da camada de ozônio pode reduzir a fotossíntese –
comprometendo as colheitas – e destruir o fitoplâncton – provocando
desequilíbrios nos ecossistemas aquáticos.
• No ser humano, esse tipo de radiação aumenta a incidência de câncer de pele
(por causa do aumento da taxa de mutações), de catarata (por lesões no
cristalino) e de prejuízos ao sistema imunológico.
• Assim, dada a gravidade do problema, foram feitas várias reuniões internacionais
para decidir a redução da produção e do consumo de CFCs e sua substituição por
gases que não atacam a camada de ozônio. Em setembro de 1987 foi assinado o
Protocolo de Montreal e, desde que entrou em vigor, as emissões de CFCs
diminuíram 97% nos países industrializados e 84% nos demais.
• Além de não produzir mais CFCs, em 2007 o Brasil proibiu sua importação e o
uso do herbicida brometo de metila, que também destrói a camada de ozônio. Os
últimos estudos confirmam que a expansão do buraco na camada de ozônio está
contida. Espera-se que a camada de ozônio retorne, aos poucos, ao seu nível
normal. No entanto, alguns dos gases usados nessa substituição (HFC, HCFC -
22, etc.), assim como os CFCs, também intensificam o efeito estufa.
CICLO DA ÁGUA
• Cerca de 71% da superfície da Terra é coberta por água em estado líquido.
Do total desse volume, aproximadamente 97% está nos oceanos. Cerca de
2% da água do planeta está no estado sólido, nas grandes massas de gelo nas
regiões próximas aos polos e no topo de montanhas muito elevadas. A água
do mar possui cerca de 3,5% de sais minerais. Essa salinidade dificulta o
aproveitamento para o consumo humano. No caso da água na forma de gelo,
é a localização que dificulta esse aproveitamento.
•A água doce no estado líquido está nos rios, nos lagos, nas represas e
infiltrada no solo e nas rochas, e corresponde a cerca de 1% do total de água
do planeta. A água na atmosfera corresponde a cerca de 0,001% do total.
•A energia solar desempenha papel importante no ciclo da água ou ciclo
hidrológico. Graças a ela, a água em estado líquido sofre constante
evaporação e penetra na atmosfera em forma de vapor. Nas camadas mais
altas e mais frias da atmosfera, o vapor de água se condensa e forma as
nuvens. As gotas de água nas nuvens são tão pequenas que a turbulência e as
correntes de ar mantêm-nas flutuando. Quando várias gotas se juntam, elas
podem ficar muito pesadas para se manter no ar e se precipitam na forma de
chuva, neve ou granizo.
• Por escoamento superficial, a água pode formar rios e lagos e voltar para o
oceano. Pode também infiltrar-se no solo e formar os lençóis subterrâneos
ou freáticos, ou imensos reservatórios subterrâneos de água, os aquíferos.
Essa água passa aos poucos para rios, lagos e mares. Ela pode sair também
em alguns pontos da superfície do solo e formar as fontes de água, ou ser
retirada pelas raízes das plantas ou dos poços cavados pelo ser humano.
HÁ DOIS TIPOS DE CICLO DA ÁGUA:
• curto ou pequeno – que ocorre pela evaporação da água de oceanos, rios,
mares e lagos e sua volta à superfície da Terra na forma de chuva e neve;
• longo ou grande – aquele em que a água passa pelo corpo dos seres vivos antes
de voltar ao ambiente. Ela é retirada do solo pelas raízes dos vegetais e
utilizada na fotossíntese e pode, pela cadeia alimentar, ir para o corpo dos
animais. A água volta para a atmosfera por meio da transpiração ou da
respiração e retorna ao solo por meio da urina, das fezes ou da decomposição
das folhas e dos cadáveres. O conjunto de evaporação e transpiração é
chamado de evapotranspiração.
• O ser humano vem consumindo grandes quantidades de água doce de rios,
lagos e lençóis subterrâneos. Além disso, quando a vegetação natural é
removida, o escoamento da água e a erosão do solo aumentam, e eleva-se o
risco de inundações e deslizamentos de terra. O consumo excessivo e a
poluição aceleram a escassez de água limpa.
CICLO DO NITROGÊNIO

• O nitrogênio é um elemento químico fundamental para o ser vivo, pois entra


na constituição de substâncias importantes, como as proteínas e os ácidos
nucleicos. Entretanto, apesar de 78% da atmosfera ser constituída de gás
nitrogênio (N2 , muito estável), a maioria dos seres vivos não pode utilizá-lo
diretamente. Os vegetais só conseguem usá-lo na forma de amônia (NH3 )
ou de nitrato (NO– 3 ). Os animais aproveitam o nitrogênio na forma de
aminoácidos.
FIXAÇÃO DO NITROGÊNIO
•A transformação do gás nitrogênio em amônia é chamada fixação do
nitrogênio. Ela é feita por algumas bactérias que conseguem utilizar o
nitrogênio atmosférico na produção de amônia utilizando uma enzima
especial: a nitrogenase. A amônia pode, então, ser incorporada às substâncias
orgânicas ao combinar-se com o gás carbônico para formar aminoácidos.
• As bactérias fixadoras podem ser encontradas no solo e na água e incluem os
gêneros Nostoc, Anabaena (essas duas são cianobactérias), Azotobacter e
Clostridium.
• Há também as bactérias do gênero Rhizobium, que vivem nas raízes das
plantas leguminosas (feijão, soja, ervilha, amendoim, alfafa, etc.).
Examinando essas raízes, encontramos pequenos nódulos com milhões de
bactérias fixadoras. Uma parte do nitrogênio fixado é fornecida à
leguminosa e o excesso é liberado no solo na forma de amônia. Portanto,
essas bactérias funcionam como adubo vivo ao fornecer nitrogênio à planta,
que lhes dá alimento (essa troca de favores entre dois seres vivos de espécies
diferentes é chamada mutualismo). A associação entre essas bactérias e as
células das raízes de leguminosas é chamada bacteriorriza.
AMONIFICAÇÃO
• Uma parte da amônia do solo origina-se da fixação do nitrogênio. Outra
parte é formada a partir da decomposição das proteínas, dos ácidos nucleicos
e dos resíduos nitrogenados presentes em cadáveres e excretas. Realizado
por bactérias, fungos e outros decompositores, esse processo é chamado
amonificação. Essa decomposição é o processo pelo qual as bactérias e os
fungos obtêm energia, ou seja, é consequência da respiração celular desses
organismos
NITRIFICAÇÃO
• O fenômeno de transformação da amônia em nitrato é chamado nitrificação
e ocorre em duas etapas:
• nitrosação – a maior parte da amônia não é absorvida pelas plantas, mas é
oxidada em nitrito pelas bactérias nitrosas. Essas bactérias, que pertencem
aos gêneros Nitrosomonas, Nitrosococcus e Nitrosolobus, usam a energia
liberada nessa oxidação para produzir compostos orgânicos (ou seja, são
quimiossintéticas).
• nitratação – os nitritos formados pelas bactérias nitrosas são liberados no
solo e oxidados por outras bactérias quimiossintéticas chamadas nítricas (do
gênero Nitrobacter); nessa oxidação, formam- -se os nitratos.
• Os nitratos são absorvidos e utilizados pelas plantas na síntese de suas
proteínas e de seus ácidos nucleicos. Pela cadeia alimentar, passam para o
corpo dos animais.
• No solo, além das bactérias de nitrificação, existem outros tipos de bactérias,
como a Pseudomonas denitrificans. Na ausência de oxigênio atmosférico,
essas bactérias usam o nitrato para oxidar compostos orgânicos (respiração
anaeróbia) e produzir energia. Por esse processo, chamado desnitrificação,
uma parte dos nitratos do solo é transformada novamente em gás nitrogênio
e volta para a atmosfera; com isso, fecha-se o ciclo e estabiliza-se a taxa de
nitrato do solo.

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