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A formação do Islã: Maomé e o Corão

AULA 12
Bases para formação do Islã

Muhammad ibn
Abdallah (Maomé,
570-632d.C)

Submissão
incondicional a
Deus

Ummah
O significado dos termos

Islã – entrega, submissão ou resignação. Trata-se de um termo que


descreve o estado da alma em relação à divindade.
Islamismo assumiu a conotação de religião ancorada na plena
submissão a Deus (Allah)
Asloma, refere-se especificamente ao indivíduo que se submeteu à
vontade de Deus (Allah) e reconheceu Maomé como Seu Profeta.

Muçulmano – nome atribuído aos seguidores do Islã (SERVO)


Entre os muçulmanos MAOMÉ não é concebido como Deus (como
Jesus é para os cristãos), mas sim como um mensageiro de Deus
que atua na categoria de profeta (portador de revelações e
mensagens, condutor do povo)

Allah não é um nome de uma divindade específica. Trata-se


simplesmente da palavra ‘Deus’ em árabe.
O islamismo hoje: abrangência
Estereótipos do Ocidente Cristão sobre o Islã

O sentido de Jihad é aquele


 Em geral, aceita-se que mencionado no Corão que se
as práticas religiosas referia exclusivamente ao conjunto
de esforços espirituais e sociais que
islâmicas fomentam o deveriam ser movidos (individual
uso da violência e da ou coletivamente) pela Ummah
“guerra santa em para eliminar hábitos indesejados
apenas entre os seguidores de
nome de Deus”, Allah.
princípio hoje popular e
erroneamente conhecido  Jihad medieval: acatar as regras

como Jihad – tendência relativas às orações, à caridade, à


hospitalidade, combatendo
fundamentalista também o controle das pilhagens
intertribais e do uso de rituais
sangrentos em animais e humanos.
Tendências 1. Pregam a leitura, interpretação e
fundamentalistas obediência a um registro escrito,
(1 + 1 = 1) considerado pelos fiéis ‘sagrado’, já que
é concebido como produto da ‘revelação
divina’, sem a qual o indivíduo se torna
As crenças ignorante ou incapaz.
fundamentalistas
derivam da existência 2. Disseminam a ideia de que há ‘inimigos
de um livro sagrado, da fé’ que devem ser combatidos;
assim a maioria das
religiões, em maior ou 3. Em maior ou menor medida,
menor medida, apresentam uma visão de mundo
apresentam tendências
fundamentalistas.
pronta e acabada, são contrários à
diversidade e pluralidade de opiniões;
em vez do dissenso, estabelecem
(Responsável pela conflitos e podem praticar atos
reelaboração das ideias:
Dr. José Petrúcio de violentos;
Farias Júnior)
Estereótipos do Ocidente Cristão sobre o Islã

Representações da
mulher: submissas aos
maridos, reprimidas
socialmente (burca e véu
[Kijad]).
Estereótipos do Ocidente Cristão sobre o Islã
O Islã não pode (e não
deve) ser definido
simplesmente como um
modelo religioso,
Mazdaísmo Cristianismo
Persa monofisista antagônico aos
cristianismos da
Antiguidade Tardia ou
Judaísmo como eterno combatente
árabe dos regimes políticos
implantados por
governos cristãos.
É válido lembrar que
Allah, era um nome já
conhecido entre os
árabes e significa Deus.

Península Arábica, entre persas e


bizantinos séculos VI-VII
Contatos culturais
Império Bizantino
Império Persa (oriente)
(ocidente)

* Ideal de teocracia subordinacionismo


imperial - a forma de dos soberanos à
governo e as emanação divina
instituições assumem (governantes concebidos
caráter divino; apenas como instrumentos a
as ações são humanas e serviço a divindade)
* Reis justos, escolhidos
passíveis de crítica –
exclusivismo/subor pela divindade
dinacionismo
Consolidação do ideal islâmico do profeta Maomé

Mazdaísmo Cristianismo
Persa monofisista

Judaísmo
árabe
Mazdaísmo Persa (VI a.C – VII d.C)
Ahura Mazda
(guardião do asha (da
verdade e da justiça,
criador de todas as
coisas

Angra Mainyu
Spenta Maiunyu Drug – mentira,
Asha – ordem, justiça falsidade, maldade
Espírito benfeitor Espírito destruidor,
ignorante, malígno

Fogo:
Purificação do corpo e símbolo de pureza
da mente a luz de Ahura Mazda
Mente iluminada
Mazdaísmo Persa

Ahura Mazda

Zaratustra
(Zoroastro) – zaotar
= sacerdote
1500-1200 a.C

Visão de Zaratustra à
beira do rio

Bem O mundo vivia em Mal


meio a uma disputa
Luz de forças contrárias Escuridão

Livre-arbítrio
Os espíritos destruidores do mal e
promotores do bem

Vohu Manah
(bom
pensamento)

Haurvatat Asha Vahista


(saúde, (verdade
integridade) perfeita)

Visão de
Zaratustra
Spenta Armaiti
Ameretat
(devoção
(imortalidade)
sagrada)

Khshathra
Vairya
(senhoria
desejável)
O homem diante da morte

Após três Daena


Objetivo:
dias, o Tribunal (consciência
pesar a alma
espírito é presidido por conduz a
em uma
conduzido à Mithra alma ao
balança
ponte Cinvat paraíso)
A reprovação da alma

Inferno Angra Mainyu


• Almas condenadas, levadas pelos ‘demônios’ ao submundo
presidido por Angra Mainyu

Misvan Gatu Lugar dos misturados


• Almas daqueles que não eram nem bons nem maus
Livros ‘sagrados’

Gathas – primeiros ensinamentos de


Zaratustra
Avesta – compilação de livros (Yasna –
sacrifícios; Yasht – hinos à divindade;
Vendidad – regras de pureza; Visperad –
liturgia; Nyayishyu e Gâh – orações; Khorda
– orações cotidianas; Hadhokht Nask – livro
das Escrituras; Aogemadadecha – instruções
sobre a vida após a morte e o Nirangistan –
regras culturais
Distanciamentos E por terem dito “Matamos o
entre cristãos e
muçulmanos
Messias, Jesus, o filho de Maria,
Mensageiro de Deus”, quando, na
Para o Islã, ainda que os
descendentes de Abraão realidade, não o mataram nem o
tenham recebido e traído a
aliança com Deus, Cristo crucificaram: imaginaram apenas
não foi morto
crucificado pelos judeus.
ou
tê-lo feito. E aqueles que disputam
sobre ele estão na dúvida acerca de
sua morte, pois não possuem
conhecimento certo, mas apenas
conjeturas. Certamente, não o
mataram. (ALCORÃO, 4, 157; 170-
173, p. 80-81).
Leituras do Alcorão (suras corânicas): projetos de
poder
Negação da Trindade Cristã
Avaliação dos cristãos
por Maomé – postura
(sacerdotes) por Maomé idolátrica
 São descrentes aqueles que dizem que Deus é  Ó adeptos do Livro, não vos excedais
o Messias, o filho de Maria, quando o próprio em vossa religião, e não digais de Deus
Messias declarou: “Ó filhos de Israel, adorai
senão a verdade. O Messias, Jesus, o
Deus, meu Senhor e vosso Senhor. Em
verdade, quem atribuir associados a Deus, filho de Maria, nada mais era do que o
Deus lhes proibirá o Paraíso e lhe dará o Fogo Mensageiro de Deus e Sua palavra e
por morada. Os iníquos não têm aliados.” São um sopro de Seu espírito que Ele fez
descrentes aqueles que dizem que Deus é o descer sobre Maria. Acreditai, pois, em
terceiro de três. Não há deus senão o Deus Deus e em Seus Mensageiros e não
único. E se não desistirem do que dizem, um
castigo doloroso os açoitará. (...) O Messias, digais: “Trindade.” Abstende-vos
filho de Maria, nada mais é do que um disso. É melhor para vós. Deus é um
Mensageiro. Outros Mensageiros passaram Deus único. Glorificado seja! Teria um
antes dele. Sua mãe era uma justa. Ambos filho? Como? A Ele pertence tudo o
alimentavam-se como os demais humanos. Vê que está nos céus e tudo o que está na
como expomos as provas aos cristãos. E vê
terra. Basta-vos Deus por defensor
como se desviam! (ALCORÃO, 5 [A mesa
servida], 72-75, p. 88). (ALCORÃO, 4 [As mulheres], 157; 170-
173, p. 80-81).
Leituras do Alcorão (suras corânicas): crítica aos judeus e
aos cristãos
Maomé: cristãos e judeus
Dissensões entre as tribos
não compreenderam a
judaicas e Maomé
mensagem de Allah
 Disseram: ‘Só os judeus e os cristãos
entrarão no Paraíso.’ Tais são seus  A Moisés concedemos o Livro.
anseios. Dize-lhes: ‘Trazei vossas
provas se sois sinceros.’ Na verdade, E, depois dele, enviamos outros
quem se submeter a Deus e praticar Mensageiros; e a Jesus, filho de
o bem, Deus o recompensará. O Maria, demos as provas e
medo não se apoderará dele, e não fortificamo-lo com o Espírito
se entristecerá. Os judeus dizem: ‘Os Santo. Mas cada vez que um
cristãos não se baseiam em nada.’ E Mensageiro vinha a vós com o
os cristãos dizem: ‘Os judeus não se
baseiam em nada.’ Uns e outros,
que se opunha às inclinações de
porém, recitam as Escrituras vossas almas, tornáveis-vos
(ALCORÃO, 2 [A vaca], 111-112, p. arrogantes. E uns desmentíeis,
38-39). e outros matáveis.
Moisés, Jesus e Maomé: (des)entendimentos:
rompimento de Maomé com as tribos judaicas
 Disseram: “Nossos corações  E quando se lhes diz “Acreditai no que
são incircuncisos.” Não. Mas Deus revelou”, respondem: “Só
Deus os amaldiçoou pela sua acreditamos no que a nós revelou.” E
descrença. Quão pouco negam o que veio depois, embora a
acreditam! E quando Deus nova revelação confirme a revelação
enviou-lhes um Livro que anterior. Pergunta-lhes: “Por que,
confirma as Escrituras que já então, matáveis os Profetas de Deus se
possuíam, eles, que antes éreis crentes?” Moisés trouxe-vos as
clamavam por tal sinal para provas. Assim mesmo, quando se
confundir os descrentes, ausentou, adoraste o bezerro. E
desmentiram-no e renegaram- tornastes-vos prevaricadores. E quando
no. A maldição de Deus caia aceitamos vossa aliança e elevamos o
sobre os descrentes! Vil foi o Monte Sinai por cima de vós, dizendo:
preço pelo qual venderam suas “Aceitai o que vos damos com corações
almas. Negam o que Deus abertos e escutai Nossos
revelou, revoltados à ideia de mandamentos.” Responderam:
que Ele faça descer a revelação “Escutamos, mas desobedecemos.” Pois
sobre quem Lhe aprouver entre seus corações heréticos estavam
Seus servos. E mereceram de embriagados do bezerro. Dize-lhes:
Deus ira sobre ira. Um castigo “Sois mesmo crentes? Condenável é o
aviltante espera os que que vossa fé vos ordena!” (ALCORÃO,
2, 86-93, p. 37).
A construção de identidades
Qibla: orações
com corpo
voltado a
Meca (não
mais a
Jerusalém)

Haji:
peregrinação
Princípios
rumo a Meca disciplinadores

Jejum no mês
de Ramadã
Ruptura com o Judaísmo: o qibla

 Víamos teu rosto virado para o céu.  Aonde quer que te dirijas, volta a face
Doravante, orientá-lo-emos numa para a Mesquita Sagrada, e onde quer
direção que te agradará. Vira, pois, o que estejais todos vós, voltai a face na
rosto na direção da Mesquita mesma direção para que ninguém
Sagrada. E vós todos, crentes, onde possa criticar-vos, com a exceção dos
for que estiverdes, essa deverá ser prevaricadores: esses, não os temais.
vossa orientação. Os que receberam Temei somente a Mim para que Eu
o Livro sabem que tal é a verdade, complete em vós a obra de Minha
revelada pelo Senhor. Deus está graça. E possais seguir a senda da
atento ao que fazem. Não importa retidão. E enviamo-vos um
que provas apresentes àqueles que Mensageiro dentre vós para que vos
possuem as Escrituras, não seguirão transmita Nossas revelações, vos
tua qibla. Aonde quer que te dirijas, purifique de vossos pecados e vos
volta a face para a Mesquita Sagrada. ensine o Livro e a sabedoria e tudo o
Essa é a verdade que vem de teu que ignorais. Lembrai-vos de
Senhor. Deus está atento ao que Mim, lembrar-Me-ei de vós. E
fazeis. agradecei- Me, e não Me renegueis.
(ALCORÃO, 2 [A vaca], 143-152, p. 41
grifo nosso).
Peregrinação obrigatória a Meca (haji)
 E cumpri a peregrinação e a visitação.
Em caso de impedimento, enviai uma  E lembrai-vos de que Ele é
oferenda dentro de vossas
disponibilidades. E não raspeis a severo no castigo. Efetuai a
cabeça até que a oferenda tenha peregrinação nos meses
atingido seu destino. Se alguns de vós determinados. Quem a
estiverdes doentes ou sofrerem de
empreender deve abster-se da
moléstia na cabeça, que compensem
com jejum, esmolas ou oferendas. Em cópula, da depravação e das
tempos de paz, quem de vós cumprir brigas. O bem que fazeis, Deus
a peregrinação e a visitação ao mesmo o vê. Tomai provisões para a
tempo, que faça uma oferenda dentro viagem. E lembrai-vos de que
de seus recursos. Quem não puder
fazê-lo, que jejue durante três dias no
a melhor provisão é a piedade.
decorrer da peregrinação e sete dias E temei-Me, ó homens
após a sua volta, ou seja, ao todo dez sensatos! (ALCORÃO, 2 [A
dias. Isso para aqueles que não vaca)], 195-202, p. 45).
tiverem parentes entre os vizinhos da
Mesquita Sagrada. E temei a Deus.
Aspectos
inerentes ao
texto ‘sagrado’
Ideia de vigilância (vigiar e punir)
Desqualificação do ‘outro’ =
diferente = inimigo = inferior =
imerso no mundo de ilusão e
mentira;
Modo imperativo – tom de
intimidação ou ameaça
Normas para o mês de Ramadã
Ó vós que credes, foi-vos  Foi no mês de Ramadã que o
prescrito o jejum como o foi Alcorão foi revelado, um guia
aos que vos precederam. E para os homens, com provas
possais tornar-vos piedosos! manifestas para a orientação e o
Jejuareis dias contados. Mas discernimento. Quem, pois,
estiver presente durante este mês,
quem dentre vós estiver doente
que jejue; e quem estiver doente
ou viajando, que troque esses ou viajando, que jejue durante
dias por outros. Aos que não outros dias em substituição. Deus
desejam jejuar, mesmo deseja facilitar, e não dificultar. E
podendo-o, impõe-se uma Ele quer que jejueis durante todo
compensação: a alimentação o mês e proclameis Sua grandeza
de um indigente. Aquele que pela orientação que d’Ele
fizer mais receberá mais. recebestes. E possais ser
Contudo, é melhor para vós agradecidos! (ALCORÃO, 2 [A
que jejueis. Se soubésseis! vaca], 183-187, p. 44).
 Quem rejeitaria a religião de Abraão senão os insensatos?
Nós o elegemos neste mundo; e no Além, ele estará entre os
justos. Quando Deus lhe disse “Submete-te”, respondeu:
“Submeto-me ao Senhor dos mundos.” E Abraão
Haditth transmitiu sua crença a seus filhos, e Jacó, aos seus,
dizendo: “Sim, meus filhos, Deus escolheu esta religião
para vós.” Não deixeis esta vida senão submissos. Não
estáveis presentes quando, à chegada da morte, Jacó
Conjunto de tradições perguntou a seus filhos: “Quem adorareis depois de mim?”
orais sobre episódios da E eles responderam: “Adoraremos teu Deus e o Deus de
vida de Maomé e seus teus antepassados Abraão e Ismael e Isaac, um Deus único
pensamentos que não a quem nos submetemos.” Aquela nação já se foi. A ela o
constam do Corão, mas que mereceu. A vós o que merecestes. Ninguém vos pedirá
também são usados por contas do que eles faziam. Dizem: “Sede judeus ou cristãos,
seu conteúdo e estareis no caminho reto.”
moralizante.  Responde: “Não, segui antes a religião de Abraão, um
homem de fé pura, que não era um idólatra.” Dizei:
Maomé – mensageiro
“Cremos em Deus e no que nos foi revelado e no que foi
de Allah – revelação por
revelado a Abraão e a Ismael e a Isaac e a Jacó e às tribos, e
meio do Anjo Gabriel –
no que foi outorgado a Moisés e a Jesus e aos Profetas pelo
formação da Ummah. seu Senhor. Não fazemos distinção entre eles, e a Ele nos
submetemos.” Se crerem no que credes, estarão na senda
da retidão e se se afastarem, estarão no cisma. Deus te
sustentará contra eles. Ele ouve tudo e sabe tudo.
Aceitamos a marca de Deus. E que outra marca é melhor?
E só Ele adoramos (ALCORÃO, 2 [ A vaca], 130-137, p. 40).
Agora que situamos alguns aspectos das práticas
discursivas do islã, partamos para as circunstâncias
históricas que possibilitaram a emergência de tais
discursos.

OS SÉCULOS VI E VII D.C NA PENÍNSULA


ARÁBICA
Hégira

Maomé, quando iniciou sua


missão de expandir a
mensagem unitária de
Allah, tinha já 42 anos.
Mesmo em sua última
década de vida, a rejeição e
a perseguição das tribos de
Meca eram ainda tão fortes
que o obrigaram, em 622, a
se afastar da cidade
partindo rumo a Yahtrib
(cidade que depois seria
chamada de Medina), num
processo que ficou
conhecido como “a
Hégira”. Para muitos
grupos muçulmanos, com
a Hégira surgia o Islã.
De Meca a
Medina
A expulsão de Maomé e
de seus discípulos de
Meca girou em torno de
sérias motivações sociais.

Em face da forte opressão


do discurso islâmico
sobre as práticas
idolátricas, o Profeta e
seus seguidores muitas
vezes destruíam locais de
cultos pagãos, judeus e
cristãos.

Nesses rompantes de
“purificação religiosa”,
chegaram a atacar o
santuário da Kaaba,
eliminando todas as
divindades presentes e
transformando-o em
local de culto a Allah.
Haram
tolerância
religiosa
Para não perpetuar o
ambiente de conflitos de
Meca, em Yahtrib,
Maomé põe em prática
uma estratégia política
que tinha sido, até então,
incompreendida. O
Profeta e seus seguidores
(dissidentes de Meca)
estabelecem alianças
com as principais tribos
de Medina e tribos
judaicas da região,
garantindo a existência
de um espaço sagrado
onde prevaleceria o
livre-arbítrio religioso: o
Haram.
Historiografia

O historiador Leon Poliakov (1996, p. 24) observa


que é problemático descrever Maomé como pregador
do “ferro e fogo” contra todos os que a ele resistiam.
Os famosos versículos do Corão “Matar os infiéis
onde quer que os encontreis: tomai-os, cercai-os”
eram aplicáveis às tribos árabes pagãs e não aos
grupos que descendiam das Sagradas Escrituras.

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