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SISTEMA ENDÓCRINO

RENATA COELHO FREIRE BATISTA


QUEIROZ
ETS/ CCS/ UFPB
GLÂNDULAS DO SISTEMA ENDÓCRINO
 Os sistemas de comunicação hormonais
juntamente com o sistema nervoso proporcionam
o relacionamento entre os diversos órgãos e
sistemas do corpo humano. Eles diferem, no
entanto, na velocidade da resposta e na duração de
ação: os hormônios são mais vagarosos e seus efeitos
mantêm-se por um período mais longo de tempo.
HORMÔNIOS

 Os hormônios são moléculas químicas (peptídeos,


proteínas ou esteróides) produzidas em uma parte do
corpo que então viajam para fazer efeito em outra parte.
 Eles transferem informações e instruções entre as
células, em animais e plantas.
Também chamados de "mensageiros químicos do
corpo", os hormônios regulam o crescimento, o
desenvolvimento, controlam as funções de muitos
tecidos, auxiliam as funções reprodutivas e regulam o
metabolismo.
ÓRGÃOS DO SISTEMA ENDÓCRINO

As GLÂNDULAS são unidades funcionais formadas de


células que segregam hormônios, localizadas em várias regiões
do corpo e que compõem o sistema endócrino. Segundo o
mecanismo pelo qual liberam suas secreções, podem ser
ENDÓCRINAS
EXÓCRINAS
MISTAS
TIPOS DE GLÂNDULAS

- Glândulas exócrinas – lançam o produto de secreção no


meio externo. Exemplos: salivares, sebáceas, sudoríparas,
mamárias e lacrimais.
- Glândulas endócrinas – lançam o produto de secreção em
vasos sanguíneos. Exemplos: hipófise, tireóide, paratireóide,
supra-renais.
- Glândulas afícrinas ou mistas – associa os dois tipos de
secreção anterior. Ex.: pâncreas.
GLÁNDULA MAMÁRIA:
TIREÓIDE
Glândula Afícrina
(Pâncreas)

Ducto
excretor

(Parte Exócrina)

Ilhota
pancreática
(Parte Endócrina)

Martini (1989)
Glândulas Endócrinas
HIPÓFISE
Hipófise (Pituitária)
 A hipófise é dividida em três partes, denominadas lobos
anterior, posterior e intermédio, esse último pouco
desenvolvido no homem. O lobo anterior (maior) é
designado adeno-hipófise e o lobo posterior, neuro-
hipófise.
GH (Hormônio do Crescimento)
Adeno- Hipófise TSH (Hormônio Tireotrófico)
ACTH (Hormônio Adrenocorticotrófico)
FSH (Hormônio Folículo Estimulante)
LH (Hormônio Luteinizante)
LTH (Prolactina)
Hormônios produzidos no lobo anterior da
hipófise:
Somatotrofina (GH ou "growth hormone" ) -
Hormônio do crescimento.
Hormônio tireotrófico (TSH) - Estimula a
glândula tireóide.
Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) - Age
sobre o córtex das glândulas supra-renais.
Estimula a produção e liberação de esteróides
da supra-renal.
Hormônio folículo-estimulante (FSH)* - Age sobre a
maturação dos folículos ovarianos e dos espermatozóides.
Ele também estimula a produção de testosterona nos homens
e de estrogênio e progesterona nas mulheres.
Obs.: A produção pulsátil de FSH é sincronizada com a de LH. Na
ausência do LH, a produção de FSH cessa imediatamente, e quanto
mais LH é produzido, mais FSH é secretado.
Hormônio luteinizante (LH)* - Estimulante das células
intersticiais do ovário e do testículo; provoca a ovulação e
formação do corpo amarelo. Controla a produção de
testosterona.
Hormônio Lactogênico (LTH) ou Prolactina - Interfere no
desenvolvimento das mamas na mulher e na produção de
leite.
* = gonadotrofinas
Hormônios liberados pelo lobo posterior da
Hipófise
 Oxitocina (ocitocina) - Age particularmente na
musculatura lisa da parede do útero, facilitando,
assim, a expulsão do feto e da placenta. Este
hormônio também está ligado à lactação. Ele
causa a expulsão do leite agindo no músculo liso
que cerca as células produtoras de leite.
 Hormônio antidiurético (ADH) ou vasopressina -
Constitui-se em um mecanismo importante para a
regulação do equilíbrio hídrico do organismo.
O hormônio antidiurético (ADH ou vasopressina) atua
sobre os rins, aumentando a retenção de água pelo corpo e
a concentração de íons, e conseqüentemente elevando a
pressão arterial.
 O álcool é um inibidor da secreção de ADH.

 Diabetes insípido: Causada devido à falta de hormônio


antidiurético. O indivíduo afligido urina em excesso e
apresenta fraqueza corporal.
 Quando há aumento na concentração do plasma
sangüíneo (pouca água) receptores localizados no
hipotálamo “percebem” produção de ADH
sangue ADH atua sobre túbulos do néfron
túbulos ficam mais permeáveis à água e há mais
reabsorção de água urina ficará mais concentrada,
com menos água.
 Concentração do plasma sangüíneo baixa (muita
água) ou presença de álcool receptores no
hipotálamo “percebem” inibição da produção
de ADH menor reabsorção de água urina
mais diluída.
Disfunções Hormonais da Glândula
Hipófise

Nanismo: Falta de hormônio do


crescimento (somatotrofina)
produzido na adeno-hipófise.
Durante a infância.
Gigantismo: Excesso de hormônio
do crescimento (somatotrofina)
produzido na adeno-hipófise.
Durante a infância.
Disfunções Hormonais

 Acromegalia: Excesso de
hormônio do crescimento
(somatotrofina) produzido na
adeno-hipófise na fase adulta.
Esse excesso não produzirá
gigantismo, pois os tecidos
adultos em geral não
respondem mais à
somatotrofina. Haverá o
crescimento exagerado de
certas extremidades do corpo,
como a mandíbula, mãos e pés.
CIRCUITO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE
 Uma das mais importantes glândulas do nosso corpo
é a hipófise, pois ela comanda as demais glândulas.
 As funções da porção anterior desta glândula são
controladas por uma região do cérebro chamada de
hipotálamo, através da secreção de fatores
liberadores e inibidores. De acordo com a
necessidade, o hipotálamo irá estimular ou não a
hipófise, para que ela, por sua vez, estimule as
demais glândulas através de seus hormônios.
 Portanto, neurônios especializados do hipotálamo,
controlados por “feedback” e outros métodos de
informação dos fatores de liberação, causam a
secreção de hormônios da hipófise anterior.
CIRCUITO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE
FEEDBACK
TIREÓIDE
TIREÓIDE
A tireóide é um grande órgão endócrino que serve
principalmente para controlar o metabolismo.
 Está situada no pescoço entre a traquéia e a laringe,
tem dois lóbulos e um istmo fazendo a conexão.
 Hormônios tiroideanos: tiroxina (T4) e
triiodotironina (T3). Ambos (T4 e T3) entram nas
células e se combinam a receptores intracelulares
por meio dos quais aumentam as capacidades
metabólicas da célula.
TIREÓIDE
 Os hormônios tiroideanos são necessários
para o crescimento e o desenvolvimento
normais. Eles têm efeitos metabólicos na
síntese das proteínas, no metabolismo dos
lipídios e dos carboidratos.
 Também produzido na tireóide é a
calcitonina. Ele funciona na preservação do
cálcio, diminuindo os níveis de cálcio no
sangue. Quando os níveis de cálcio no
sangue forem excessivos, a calcitonina é
liberada.
 Ela se opõe à ação do hormônio da
paratiróide e tem sido clinicamente usada
para o tratamento de osteoporose.
ANORMALIDADES DA SECREÇÃO
TIREOIDEANA
 Hipertireoidismo: A tireóide produz muita
tiroxina, o metabolismo do indivíduo é
acelerado. Geralmente as pessoas afligidas têm
maior propensão a adquirir doenças
cardiovasculares. Um sintoma típico do
hipertireoidismo é a exoftalmia.
 Hipotireoidismo: Condição em que a tireóide produz
pouca tiroxina (pode ser devida à deficiência de iodo).
O metabolismo do indivíduo é desacelerado.
 As freqüências cardíaca e respiratória diminuem, a
queima de glicose também (promovendo a obesidade),
de forma que, em geral, o indivíduo funciona de forma
mais lenta.
 O hipotireoidismo na infância pode levar a uma
condição conhecida como cretinismo, cujos sintomas
são deficiência mental e nanismo.

Maria Aldenete
PARATIREÓIDES
PARATIRÓIDES

 As quatro glândulas paratiróides ficam sobre a


glândula tiróide, em nodos separados e espalhados
fora dos quatro quadrantes da tiróide.
 O hormônio da paratiróide (paratormônio) está sob o
controle direto por “feedback” dos níveis de cálcio na
circulação. Se os níveis de cálcio caem, então o
hormônio da paratiróide é liberado. Com a elevação
dos níveis de cálcio, a liberação do hormônio é
reduzida.
 O hormônio da paratiróide promove a reabsorção do
cálcio pelos ossos, rins e intestinos.
Tireóide x Paratireóide
GLÂNDULAS SUPRA-RENAIS
GLÂNDULA SUPRA-RENAL

 As glândulas supra-renais ficam situadas em cima de


cada rim.
 O córtex da supra-renal produz os corticosteróides: os
mineralcorticóides, glicocorticóides e os androgênios.
 A medula supra-renal é de fato uma extensão do
sistema nervoso. A medula supra-renal produz
epinefrina (adrenalina) que é liberada como reação à
tensão ou ao medo. A adrenalina é um dos mediadores
químicos das sinapses nervosas, que facilita a
passagem dos estímulos nervosos em nervos do
sistema simpático.
 O principal mineralcorticóide é a aldosterona.
 A secreção de aldosterona é principalmente controlada
pelos níveis de potássio e sódio no sangue. A principal
ação da aldosterona é a de aumentar a absorção ativa
de sódio e a secreção ativa de potássio nos rins. Onde
há sódio, estão associados íons e água. Portanto, a
aldosterona age profundamente no equilíbrio dos
líquidos, afetando o volume intracelular e extracelular
dos mesmos.
 Certos diuréticos agem neutralizando a aldosterona.
Glicocorticóides

O principal glicocorticóide é o cortisol. O cortisol tem


importante efeito no controle e no metabolismo dos
carboidratos, lipídios, proteínas e ajuda na reação
metabólica ao estresse, especialmente o estresse crônico.
 Ele causa a liberação de glicose pelo fígado através do
aumento da produção de glicose pelos ácidos graxos e
aminoácidos e também através da glicogenólise.
Glicocorticóides

O cortisol faz com que os tecidos absorvam menos glicose do


sangue e mobiliza a decomposição das gorduras. O efeito
líquido é o aumento das concentrações de glicose no sangue, as
quais protegem o cérebro, que não pode usar nenhuma outra
fonte de combustível que não a glicose.
ALTERAÇÕES NA FASE DE CHOQUE DA REAÇÃO DE ALARME
ALTERAÇÕES OBJETIVOS
a) aumento da frequência cardíaca e o sangue circulando mais rápido
pressão arterial melhora a atividade muscular
esquelética e cerebral, facilitando a
ação e o movimento
b) contração do baço levar mais glóbulos vermelhos à
corrente sanguínea e melhora a
oxigenação do organismo e de áreas
estratégicas
c) o fígado libera glicose para ser utilizado como alimento e
energia para os músculos e cérebro
d) redistribuição sanguínea diminui o sangue dirigido à pele e
vísceras, aumentando para músculos
e cérebro
e) aumento da frequência favorece a captação de mais oxigênio
respiratória e dilatação dos
brônquios
f) dilatação das pupilas para aumentar a eficiência visual

g) aumento do número de linfócitos preparar os tecidos para possíveis


na corrente sanguínea danos por agentes externos
agressores
 Em altas concentrações (maiores que as fisiológicas) os
glucocorticóides (como a hidrocortisona ou prednisona)
são úteis para o tratamento de alergias e inflamação. Cada
etapa do processo inflamatório é bloqueada pelos
glicocorticóides quando administrados sistemicamente
(injetável ou oral). A aplicação tópica de glicocorticóides
tem efeitos antiinflamatórios locais.
O terceiro grupo de hormônio do córtex das supra-
renais compreende os androgênios ou hormônios
sexuais masculinos. Uma vez produzidos e lançados
no sangue, eles são metabolizados em outros locais do
organismo originando a testosterona e alguns
hormônios femininos.
GLÂNDULAS MISTAS
Pâncreas
Porção Exócrina
 - glândula exócrina

Porção Endócrina

Ilhotas de Langerhans
 - glândula endócrina

 - glucagon
 - insulina
Secretina 
Hormônios que
controlam a secreção da
glândula exócrina

Colecistoquinina
PÂNCREAS
O pâncreas é uma glândula mista: exócrina e
endócrina.
 A porção exócrina produz muitas das enzimas
digestivas necessárias à função gastrointestinal.
 A porção endócrina compreende ilhas distintas de
células, chamadas ilhotas de Langerhans. Estas
células, situadas dentro das ilhotas, produzem dois
hormônios que regulam a concentração de glicose
no sangue: insulina e glucagon.
PÂNCREAS
 Insulina - Facilita a penetração da glicose, presente no
sangue circulante, nas células, em particular nas do
fígado, onde é convertida em glicogênio (reserva de
glicose).
 Glucagon - Responsável pelo desdobramento do
glicogênio em glicose e pela elevação de taxa desse
açúcar no sangue circulante.
Disfunção Hormonal
 Diabetes mellitus: Doença causada devido à
inaptidão que as células dos indivíduos afligidos têm
de absorver e armazenar a glicose.
 Diabetes TIPO I - 10% dos casos. Ocorre devido à
incapacidade das células do pâncreas sintetizarem a
insulina. Inicia-se na infância ou juventude,
caracteriza-se por uma deficiência insulínica absoluta
e atualmente classificada como diabetes insulino-
dependente.
Disfunção Hormonal
 Diabetes TIPO II - 90% dos casos. Iniciando na idade
adulta, caracteriza-se por uma diminuição da secreção
ou do número de receptores para a insulina, bem
como defeito nos mecanismos de ação pós-receptor. É
também chamada diabetes não insulino-dependente.
A Diabetes Mellitus é caracterizada por:
 Aumento na concentração de glicose do sangue.

 O indivíduo afligido perde bastante água, excretando esse


excesso de glicose (aumento da diurese).
 Como falta glicose nas células (combustível), elas passam
a obter energia a partir da queima de proteínas e lipídios.
O indivíduo então, emagrece.
 Aumento de apetite.
SINTOMAS DE DIABETES MELLITUS
MAIS SINTOMAS...
Células Beta = Insulina
Células Alfa = Glucagon
Célula Produto % das células Função
da ilhota
Beta Insulina e 50-80% reduz a taxa de
Amilina açúcar no
sangue
Alfa Glucagon 15-20% Aumenta a taxa
de açúcar no
sangue
Delta Somatostatina 3-10% inibe o
pâncreas
endócrino
PP Polipetídeo 1% inibe o
Pancreático pâncreas
exócrino
Testículos
TESTÍCULOS
o A secreção de testosterona está sob o controle do LH
da hipófise.
o A testosterona desenvolve e mantém as
características sexuais secundárias masculinas, é
anabólica, promove o crescimento e participa da
formação do esperma.
o Também causa comportamento agressivo e aumenta
a libido.
o Os andrógenos (hormônios masculinos) fazem
aumentar os pelos do corpo enquanto os cabelos do
couro cabeludo diminuem.
O hormônio folículo estimulante (FSH) ativa a espermatogênese e o
luteinizante (LH), a produção de testosterona. Algumas vezes, a quantidade
de FSH não é suficiente para estimular os testículos — isso se demonstra pelo
exame de sangue, que deve ser pedido pelo médico em caso de problemas
reprodutivos.
OVÁRIOS
OVÁRIOS
 Os ovários produzem os hormônios esteróides
(estrogênio e progesterona) responsáveis pelo
desenvolvimento de características sexuais secundárias.
Eles desenvolvem e mantêm a função reprodutiva
feminina.
 Os estrógenos são secretados pela mulher desde a fase
embrionária, atuando, neste último caso, no
desenvolvimento do útero e da vagina. A partir da
adolescência, suas secreções tornam-se aumentadas pela
ação dos hormônios hipofisários FSH/LH, atuando no
desenvolvimento da vulva, mamas, trompas e vagina.
 A progesterona atua no endométrio, no desenvolvimento das
glândulas mamárias e na inibição das contrações uterinas.
MENSTRUAÇÃO

É o fluxo sanguíneo durante 4-5 dias que se repete na


mulher geralmente a cada 28 dias durante seu período
fértil.
 No 1º dia do ciclo, sob o efeito do FSH começa no
ovário o desenvolvimento do folículo (fase
menstrual). O nível de estrógeno e progesterona é
baixo no sangue .
 Do 5º ao 14º dia o folículo em desenvolvimento libera
estrógenos. O endométrio (parede interna do útero)
começa a espessar-se.
 No 14º dia, o folículo desenvolvido rompe-se e o óvulo é
recolhido pelo pavilhão da “Trompa de Falópio” (tuba
uterina). É a ovulação. A formação do corpo lúteo e a sua
maturação dependem do LH.
 Após a ovulação, forma-se, portanto, no ovário, o corpo
lúteo ou amarelo, no local onde o folículo se rompeu.
 O corpo amarelo secreta a progesterona, que faz aumentar
a espessura do endométrio, de forma que fique apropriado
para receber e alimentar o embrião. Glândulas e vasos
aumentam progressivamente em número no útero. Caso
não haja fecundação pelo espermatozóide, a parede do
útero descama-se, iniciando um novo ciclo menstrual.

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