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ANATOMIA HUMANA

CURSO : AUXÍLIAR EM ENFERMAGEM


PROFESSORA : ADRIANA GUERRA DOS ANJOS
CONCEITO DE ANATOMIA

 Anatomia é o estudo microscópico ou macroscópico da estrutura física


dos seres orgânicos, tendo em vista a forma e a disposição dos seus
órgãos.
 A anatomia humana, consiste no conhecimento de todas as estruturas do
corpo humano, em relação às suas condições de saúde.
 A anatomia humana, tem como objetivo estudar a origem morfológica do
corpo, ou seja, os motivos que levaram a estrutura do organismo humano
ser do jeito que é.
SISTEMA ESQUELETICO

 O sistema esquelético é constituído de ossos e cartilagens, além dos ligamentos e


tendões. O esqueleto sustenta e dá forma ao corpo, além de proteger os órgãos
internos e atua em conjunto com os sistemas muscular e articular para permitir
o movimento. Outras funções são a produção de células sanguíneas na medula
óssea e armazenamento de sais minerais, como o cálcio. O osso é uma estrutura
viva, muito resistente e dinâmica pois tem a capacidade de se regenerar quando
sofre uma fratura.
OSSOS HUMANOS

São 206 os ossos do corpo humano, divididos em:


 ossos da cabeça (crânio e face)
 ossos do pescoço
 ossos do ouvido
 ossos do tórax (costelas, vértebras, esterno)
 ossos do abdômen (vértebras lombares, sacro, cóccix)
 ossos dos membros inferiores (cintura pélvica, coxa, joelho, perna e pé)
 e ossos dos membros superiores (cintura escapular, braço, antebraço e mão)
NOMES DOS OSSOS
CABEÇA

CABEÇA = CRÂNIO E OSSOS DA FACE


O Crânio que abriga o centro de controle do corpo(cérebro) e a maioria dos
órgãos dos sentidos(olhos, ouvidos, língua e nariz), constitui a estrutura óssea
mais complexa do esqueleto. É formado por um conjunto de 22 ossos, que se
dividem em dois grupos : os Neurocrânios 8 ossos cranianos, que rodeiam o
cérebro e os ossos da face 14 ossos faciais, que formam a estrutura da face.
NOME DOS OSSOS

Neurocrânio Esqueleto da Face


Oito (08) ossos Quatorze (14) ossos

Mandíbula (01)
Frontal (01) Vômer (01)
Occipital (01) Zigomático (02)
Esfenoide (01) Maxilar (02)
Etmoide (01) Palatino (02)
Temporal (02) Nasal (02)
Parietal (02)Crânio como um Todo Lacrimal (02)
Concha Nasal Inferior (02)
COLUNA VERTERAL

 A coluna é formada por vértebras ligadas entre si por articulações, o que torna a coluna
bem flexível. Possui curvaturas que ajudam a equilibrar o corpo e amortecem os choques
durante os movimentos. É constituída por 24 vértebras independentes e 9 que estão
fundidas.
 Cervicais: são 7 as vértebras do pescoço, sendo que a primeira (atlas) e a segunda (áxis)
favorecem os movimentos do crânio;
 Torácicas ou dorsais: são 12 e articulam-se com as costelas;
 Lombares: essas 5 vértebras são as maiores e que suportam mais peso;
 Sacro: essas 5 vértebras são chamadas sacrais, estão separadas no nascimento e fundem-se
mais tarde formando um só osso. É um importante ponto de apoio para a cintura pélvica.
 Cóccix: são 4 pequenas vértebras coccígeas que, como as sacrais, se tornam unidas em um
osso único no início da idade adulta.
TORAX E OSSO HIÓIDE

 TORAX: Constituído por 12 pares de costelas ligadas umas às outras pelos


músculos intercostais. São ossos chatos e encurvados que se movimentam
durante a respiração. As costelas são ligadas às vértebras torácicas na sua
parte posterior. Anteriormente, os sete primeiros pares de costelas (chamadas
verdadeiras) ligam-se ao esterno, os três seguintes (falsas) ligam-se entre si e
os dois últimos pares (flutuantes) não se ligam a nenhum osso. O esterno é
um osso plano que se liga às costelas por meio de cartilagem.
 OSSO HIÓIDE: É um osso em forma de U que atua como ponto de apoio para
os músculos da língua e do pescoço.
NOME DOS OSSOS DOS MEMBROS
SUPERIORES E INFERIORES

 Os membros superiores são formados por 64 ossos sendo 4 na cintura


escapular (2 clavículas e 2 omoplatas),6 nos braços (2 úmeros,2 ulna, 2
rádio)e 54 nas
mãos: escafoide, semilunar, piramidal, pisiforme, trapézio, trapezoide, ca
pitato, hamato, metacárpicos, falange proximal, falange média, falange
distal.
 Os membros inferiores são formados por 62 ossos: 2 na cintura pélvica, 8 nas
pernas (2 fêmur, 2 patelas, 2 tíbias, 2 fíbulas) e 52 ossos nos pés: ossos do
tornozelo, calcâneo, tálus, navicular, cuneiforme medial, cuneiforme
intermédio, cuneiforme lateral, cuboide, metatarsais, falanges
proximais, falanges médias, falanges distais. O fêmur, osso localizado na
coxa, é o maior osso do corpo humano.
MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES
ESQUELETO HUMANO

 Assim, o conjunto de ossos do nosso corpo formam o esqueleto humano


dividido em: esqueleto axial e esqueleto apendicular, unidos pela cintura
pélvica e escapular.
 Por tanto, o esqueleto axial é a estrutura central composto pela cabeça,
pescoço e o tronco, enquanto o esqueleto apendicular é formada pelos
membros superiores e inferiores.
SISTEMA TEGUMENTAR

 Esse sistema do corpo humano, também conhecido como pele, é responsável


pela proteção contra possíveis agentes externos. É o maior órgão do corpo
que tem a função principal de proteger as estruturas vitais. Suas principais
funções são:
 Proteger o corpo de ações do meio ambiente, evitar perda de líquido e evitar
a entrada de substâncias ruins no organismo;
 Regular a temperatura do corpo;
 Garantir a sensibilidade através dos nervos da pele.
CAMADAS DA PELE
 Epiderme:
 Também chamada de cutícula, essa parte da pele encontra-se na camada
papilar da derme e pode adquirir espessuras diferentes em determinadas
partes do corpo humano. O epitélio estratificado da epiderme é composto
pelas seguintes camadas: estrato lúcido, estrato córneo, estrato basal, estrato
espinhoso e estrato granuloso.
 Derme:
 Também chamada de pele verdadeira, a derme é elástica, rija e flexível. É a
camada intermediária da pele que fica abaixo da epiderme. Nela encontra-se a
elastina e o colagénio responsáveis pela elasticidade. As fibras da derme não
são substituídas com a idade e as pessoas mais idosas apresentam mais
flacidez.
 Tecido Subcutâneo:
 Esse parte não é considerado como parte da pele e por isso recebe o nome de
hipoderme ou tecido subcutâneo. Ele é formado essencialmente pelo tecido
adiposo e tecido conjuntivo frouxo. Possui as seguintes funções: fixar a pele e
isolar o corpo de mudanças extremas no meio ambiente.
ANEXOS DA PELE
 Fazem parte desse sistema e recebem o nome de anexo. São eles: pelos,
glândulas sebáceas e sudoríparas e unhas.
 Unhas : Estruturas elásticas e achatadas que se encontram na superfície
dorsal das falanges distais. A unha é formada pela borda livre, o corpo da
unha e a raiz (matriz). Ela molda-se a superfície e sua raiz recebe o nome de
matriz porque é onde ela é produzida. As unhas adquirem formas distintas
dependendo da espécie que também podem servir como uma garra (para
agarrar e cavar) ou cascos (para diminuir o impacto do peso dos animais).
 Pêlos: São achados em todo o corpo com várias espessuras, cores e
comprimentos. São apêndices que possuem uma estrutura composta de haste
e raiz. Nos seres humanos eles são importantes para proteger a pele, diminuir
a fricção e manter a temperatura do corpo. Em outros organismos eles
recebem o nome de tricomas, cílios ou flagelos.
GLÂNDULAS DA PELE

 Glândulas Sudoríparas: Membrana encontradas em quase toda extensão da


pele e responsável pela liberação do suor. Este por sua vez libera substâncias
tóxicas do corpo e regula a temperatura corporal. Nos seres humanos há dois
tipos de glândulas sudoríparas:
 Glândulas Sudoríparas Écrinas: Dispostas por toda a superfície do corpo
humano e responsáveis pela produção de suor e pela temperatura do corpo.
 Glândulas Sudoríparas Apócrinas: Essas glândulas são mais encontradas nas
axilas e próximos a área genital. Responsáveis pelo odor causado pelo suor.
 Glândulas Sebáceas: São microscópicas e guardam uma matéria oleosa
chamada sebo que é usada para lubrificar e proteger a pele dos mamíferos.
São encontradas principalmente no rosto e couro cabeludo, mas não há
glândulas sebáceas na planta dos pés e nas mãos. O sebo é formado por
lipídios e outras substâncias.
SISTEMA MUSCULAR

 O sistema muscular é composto pelos diversos músculos do corpo humano.


Note que os músculos são tecidos, cujas células ou fibras musculares possuem
a propriedade de contratilidade e de produção de movimentos. As fibras
musculares são controladas pelo sistema nervoso, encarregado de receber a
informação e respondê-la.
TIPOS DE MUSCULOS
 Os músculos apresentam diferentes tamanhos, formas e funções, por isso, são
classificados em três tipos:
 Músculo Liso ou Não estriado: músculos de contração involuntária,
localizados nas estruturas ocas do corpo, ou seja, estômago, bexiga, útero,
intestino, além da pele e dos vasos sanguíneos. Assim, sua função assegura a
movimentação dos órgãos internos.
 Músculo Estriado Cardíaco: músculos de contração involuntária, presentes no
coração (miocárdio). Esses músculos asseguram os vigorosos batimentos
cardíacos.
 Músculo Estriado Esquelético: músculos de contração voluntária, ou seja, os
movimentos são controlados pela vontade do ser humano. São conectados
com os ossos e cartilagens e, através das contrações, permitem os
movimentos, as posições corporais, além de estabilizarem as articulações do
organismo.
GRUPOS MUSCULARES
 O corpo humano é formado por aproximadamente 600 músculos, que trabalham
em conjunto com ossos, articulações, e tendões para permitir que façamos
diversos movimentos. São agrupados nos seguintes grupos musculares:
 Músculos da Cabeça e do Pescoço
Contem mais de 30 pequenos músculos que ajudam a exprimir os sentimentos,
mover os maxilares ou manter a cabeça erguida. Por exemplo: para enrugar a testa
usamos o frontal, para mastigar ou morder são os masseteres que movimentam as
mandíbulas. Já o esternocleidomastoideo é que faz a cabeça girar ou se inclinar
para frente e para trás.
 Músculos do Tórax e do Abdômen
Esses músculos permitem a respiração, impedem o corpo de se curvar e ceder ao
próprio peso, entre outros movimentos. Para fazer levantamento de peso, por
exemplo: a pessoa precisa usar os músculos peitorais e os deltoides. Os
músculos intercostais funcionam em conjunto com o diafragma para levarem o ar
até os pulmões.
MEMBROS SUPERIORES

 Deltoide: cobre o lado externo da articulação da espádua e, pela sua ação, é


abdutor e elevador do braço;
 Bíceps: longo e fusiforme, situado na parte anterior do braço, em que faz, ao
contrair-se, notável saliência, é flexor do antebraço sobre o braço;
 Tríceps braquial: músculo longo situado na parte posterior do braço, é
extensor do antebraço;
 Flexor dos dedos : localizado no antebraço, faz dobrar os dedos.
MUSCULOS MEMBROS INFERIORES

 Grande glúteo: localizado nos quadris.


 Bíceps : aproxima o antebraço do braço.
 Tríceps: afasta o antebraço do braço.
 Flexor dos dedos: localizado no antebraço, faz dobrar os dedos.
Funções do Sistema Muscular
 Estabilidade corporal
 Produção de movimentos
 Aquecimento do corpo (manutenção da temperatura corporal)
 Preenchimento do corpo (sustentação)
 Auxílio nos fluxos sanguíneos
ÓRGÃOS DOS SENTIDOS E FONAÇÃO

 Podemos perceber o ambiente vendo, ouvindo, cheirando, apalpando,


sentindo sabores. Recebemos informações sobre o meio que nos cerca. Ao
processá-las em nosso cérebro, nós as interpretamos, seja como sinais de
perigo, sensações agradável, etc. Depois dessa interpretação, respondemos
aos estímulos do ambiente, interagindo com ele.
 Nossos corpos podem fazer diversas coisas que uma máquina não é capaz.
 Recebemos informações sobre o ambiente através dos cinco sentidos: visão,
audição, paladar, olfato e tato.
VISÃO
 A energia luminosa (luz) chega aos nossos olhos trazendo informações do que
existe ao nosso redor. Nossos olhos conseguem transformar o estímulo
luminoso em uma outra forma de energia (potencial de ação) capaz de ser
transmitida até o nosso cérebro. Esse último é responsável pela criação de
uma imagem a partir das informações retidas do meio.
 O mecanismo da visão: a luz leva a imagem até a retina, onde ela é fixada a
imagem de cabeça para baixo, o nervo óptico leva a imagem ao cérebro onde
ela é corrigida.
 Globo ocular
 Em número de dois, um direito, outro esquerdo, os globos oculares estão
situados nas cavidades orbitárias, que os abrigam. Cada globo ocular consta
de três membranas superpostas e de três meios transparentes.
 As três membranas do globo ocular são: a esclerótica, a coroide e a retina.
 A esclerótica, de natureza fibrosa, protetora do globo ocular, é vulgarmente
chamada o “branco dos olhos”. Apresenta, atrás, um orifício, por onde passa
o nervo óptico. Adiante, transforma-se em uma membrana transparente, a
córnea.
 A coroide, muito rica em vasos sanguíneos, é nutritiva do globo ocular, para o
qual constitui também uma espécie de câmara escura, necessária à formação
da imagem retiniana, Na parte posterior da coroide, há um orifício
correspondente ao da esclerótica, dando passagem ao nervo óptico. Na sua
parte anterior, em abertura circular, está encaixado um disco diversamente
colorido, a íris, com um orifício central, a pupila, ou “menina dos olhos”.
 A cor da íris não é uniforme: apresentam-se nela dois círculos, o externo em
regra mais escuro que o interno, e, entre os dois, uma zona clara,
intermediária. Reconhecem-se quatro colorações principais na íris: o
castanho, o verde, o azul e o cinzento, tendo, cada uma, diversos matizes,
desde o muito escuro até o muito claro. Histologicamente a íris contém fibras
musculares de duas espécies: as fibras circulares, que pela contração
diminuem a abertura pupilar e as fibras radiadas que a aumentam.
 A retina é a mais importante membrana do globo ocular. Forma-se pelo
desdobramento do nervo óptico, que penetra no globo ocular pela sua parte
posterior. Encontram-se nela, superpostas, nada menos de dez camadas
diferentes, conforme se vê no esquema anexo; mas a que mais interessa ao
nosso estudo é a segunda camada, também chamada membrana de Jacob.
 Existem, nestas duas espécies de terminações, os cones e os bastonetes,
sensíveis às excitações luminosas. Há na retina dois pontos de grande
importância: a papila, ou ponto cego, e a mácula lútea. A papila corresponde
ao ponto de penetração do nervo óptico no globo ocular, e nela não existem
nem cones nem bastonetes.
 A mácula lútea, ou mancha amarela, está na extremidade posterior do eixo
anteroposterior do globo ocular; é a zona mais sensível da retina, e possui
apenas cones. Produz-se, na superfície da retina, quando o globo ocular é
mantido algum tempo na obscuridade, uma substância vermelha, a rodopsina,
ou púrpura retiniana, que sensibiliza os bastonetes à luz.
 Além das pálpebras, cílios e supercílios, que são órgãos de proteção do globo
ocular, há ainda, anexos a este, os músculos e o aparelho lacrimal. Os
músculos extrínsecos, por fora do globo ocular, dão movimento a este,
fazendo-o volver para todos os lados. Chamam-se reto superior, reto inferior,
reto externo, reto interno, grande obliquo e pequeno oblíquo. Os músculos
intrínsecos, ou interiores, são: as fibras musculares radiadas e circulares da
íris, já acima lembradas, e os músculos ciliares, anexos ao cristalino, e que
modificam a curvatura deste órgão.
 Aparelho lacrimal
 O aparelho lacrimal, que produz as lágrimas e lhes dá escoamento, consta da
glândula lacrimal e dos condutos lacrimais. A glândula lacrimal, situada no
ângulo externo e superior da órbita, fabrica a lágrima, e a lança em seguida
sobre o globo ocular, por diversos canalículos. Na composição da lágrima
entram água, cloreto de sódio e albumina. A principal função deste líquido é
impedir que a córnea se seque, pela constante evaporação que há em sua
superfície. Demais, a lágrima afasta poeiras e outras impurezas que
porventura caiam sobre o globo ocular.
 Comumente, na ausência de qualquer irritação externa, os órgãos lacrimais
segregam cerca de meio grama por dia, a quantidade apenas necessária para
manter o globo ocular úmido, nas condições ordinárias de evaporação. Durante
o sono, não há secreção. Três fatores aumentam, normalmente, a secreção: os
fatores psíquicos, como a tristeza ou a dor, os fatores reflexos (estímulo da
mucosa nasal pelo amoníaco, por exemplo) e a inervação concomitante
(quando, por exemplo, no bocejo, a excitação passa para a glândula lacrimal).
 As vias de excreção das lágrimas
 As vias de excreção das lágrimas são: os canalículos lacrimais, no ângulo
interno e interior da órbita; o saco lacrimal, em que estes últimos
desembocam; e o conduto lácrimo-nasal, que, iniciado no saco lacrimal, vai
até a fossa nasal, onde se abre logo abaixo do cartucho inferior. Quando em
excesso, as lágrimas descem pelas vias lacrimais, e vão ao nariz, ou, mesmo,
escoam pelo rosto.
 Nervo óptico
 A parte intermediária, ou transmissora, do aparelho da visão, é o nervo
óptico, segundo par craniano. Originando-se na retina, o nervo óptico penetra
na cavidade craniana, e, a seguir, se cruza parcialmente, formando o
chamado quiasma óptico. Metade das fibras conservam o mesmo lado; a outra
metade passa para o lado oposto. Prosseguindo, as fibras tomam duas
direções: umas vão aos tubérculos quadrigêmeos anteriores, e ai param;
outras vão ao lobo occipital da corticalidade cerebral passando pelas camas
ópticas.
AUDIÇÃO
 O Ouvido humano é algo fantástico. Não é necessário acentuar a importância
do sentido da audição, através do qual chegam a nós as modificações do
mundo exterior traduzidas no cérebro pelos sons. A palavra falada é um dos
grandes instrumentos das relações sociais; a música, a mais popular das artes,
fornece ao homem as melhores emoções; os estímulos sonoros, vindos das
coisas que nos rodeiam, suprem as lacunas da visão e nos advertem da
aproximação de múltiplos perigos. No aparelho auditivo se encontram três
partes, como veremos adiante.
DIVISÕES DO OUVIDO: INTERNO, EXTERNO E MÉDIO

 Ouvido externo
 Distinguem-se, no ouvido externo, o pavilhão e o conduto auditivo externo.
 Pavilhão — Dá-se o nome de pavilhão, ou simplesmente orelha concha
auditiva, à concha cartilaginosa situada na parte lateral da cabeça, destinada
a recolher as ondas sonoras. Facilmente se reconhecem no pavilhão, várias
saliências: a lóbulo hélice, que circunscreve o pavilhão; a ante-hélice, em
frente à hélice; o trago adiante do buraco auditivo; o antítrago, atrás; e o
lóbulo na parte inferior do pavilhão. O pavilhão serve para recolher as ondas
sonoras, mas não é essencial à audição, tanto que muitos animais não o
possuem, ou o têm em estado rudimentar (batráquios, répteis, aves).
 O pavilhão também indica a direção de onde provém o som. Se, com cera,
preenchermos as depressões da orelha, ou se no buraco auditivo
introduzirmos um tubo que fique saliente para fora, não poderemos dizer se o
som vem de diante ou de trás. A audição biauricular permite perceber se a
fonte sonora está situada à direita ou à esquerda, pelo fato de ser mais
impressionado um ou outro ouvido. No homem, estão atrofiados os músculos
que movimentam o pavilhão, os quais têm grande desenvolvimento no cavalo,
no cão, etc.
 Conduto auditivo externo — O conduto auditivo externo é um canal de cerca
de dois centímetros de comprimento, iniciado no pavilhão e encarregado de
levar ao ouvido médio as ondas sonoras. Atapeta-o uma mucosa rica em
glândulas ceruminosas, que produzem uma substância amarelada, de sabor
amargo, o cerume. Na entrada do conduto auditivo externo, existem pêlos
mais ou menos abundantes. Pêlos e cerume concorrem para a defesa do
canal, tolhendo a penetração de corpos estranhos.
 Ouvido médio
 O ouvido médio, ou caixa do tímpano, constitui ligação entre o ouvido externo
e o interno. Está situado no interior do rochedo, parte, como se sabe, do osso
temporal. Sua parede externa, de separação com o ouvido externo, é a
membrana do tímpano, de forma circular, e um pouco convexa para dentro da
cavidade. A parede interna da caixa do tímpano é óssea, e nela se vêem duas
janelas: a janela redonda, preenchida pela membrana da janela redonda, e a
janela oval, também com uma membrana em que se aplica a base do ossículo
estribo.
 Unindo a parede externa (membrana do tímpano) à parede interna (janela
oval), há uma cadeia de ossiculos, o martelo, a bigorna e o estribo, além do
chamado osso lenticular, que é uma saliência da bigorna. Esta cadeia
transmite as vibrações da membrana do tímpano ao ouvido interno; mas, ao
mesmo tempo, serve de amortecedor, impedindo que a referida membrana
fique a vibrar demoradamente por um dado som.
 Anexos aos ossiculos, estão o músculo do martelo e o do estribo, cuja
contração reflexa, sob a ação dos sons fortes, protege o ouvido interno contra
as vibrações demasiado amplas. O ouvido médio seria uma cavidade
inteiramente fechada, se um conduto, a trompa de Eustáquio, não o
comunicasse com a faringe, e, por intermédio desta, com o exterior.
 Da existência dessa comunicação resulta que qualquer variação da pressão
atmosférica se transmite também ao ouvido médio, e assim se evita que a
membrana do tímpano sofra as consequências de pressões muito desiguais em
suas paredes.
 A trompa de Eustáquio está normalmente fechada, abrindo-se a cada
movimento de deglutição. No fenômeno da audição o papel do ouvido médio
se reduz a transmitir as vibrações ao ouvido interno. Esta função pode ser
suprida pelos ossos da cabeça. Ponha-se, por exemplo, um relógio entre os
dentes, e tapem-se os dois ouvidos: as vibrações sonoras, levadas pelos ossos,
chegam ao ouvido interno.
 Ouvido interno
 A complexidade do ouvido humano interno valeu-lhe o nome de labirinto, com
que é também designado. Importante parte do aparelho auditivo, para
explicá-lo de maneira esquemática, recordemos a constituição do ouvido de
certos animais inferiores, os moluscos. Neles, o ouvido (otocisto) consta de
uma cavidade parcialmente revestida de células excitáveis, munidas de cílios;
dentro da cavidade, uma concreção calcárea (otólito) mergulha num líquido,
a endolinfa. Das células ciliadas saem filetes nervosos, que vão para os
gânglios do animal.
 O ouvido humano, na sua parte essencial, ou labirinto, é esquematicamente a
mesma coisa. Apenas a cavidade, em vez de uma simples parede apresenta
duas: a parede interna, membranosa, e a parede externa, óssea, entre as
quais circula um líquido denominado perilinfa. Demais, em vez de manter-se
uma só, como nos moluscos, a cavidade forma vários divertículos,
comunicantes entre si e cheios de um líquido, a endolinfa. Estes divertículos
dividem o ouvido interno em três partes: o vestíbulo, os canais semicirculares
e o caracol.
 Vestíbulo
 O vestíbulo é uma dilatação do ouvido interno, composta da sácula e da
utricula. Tem ele, como se viu, uma parede externa, óssea, e uma parede
interna, membranosa. Na parede membranosa, existem certas saliências, as
manchas acústicas, onde se iniciam filetes do nervo auditivo. Próximo às
manchas acústicas, se encontram pequeninos cristais de carbonato de cálcio,
os otólitos. O vestíbulo, segundo a hipótese de Helmholtz, hoje discutida,
estaria relacionado tão somente com o sentido do equilíbrio, nada tendo com
a audição.
 Canais semicirculares do ouvido humano
 Os canais semicirculares do aparelho auditivo são em número de três, e se
colocam segundo as três dimensões do espaço: comprimento, largura e altura.
Tem, cada um, duas paredes: parede interna, membranosa, parede externa,
óssea; e uma das suas extremidades é mais dilatada, pelo que se chama
extremidade empolar.
 O revestimento interno desta apresenta uma saliência semilunar, a crista
acústica, em que se iniciam filetes do nervo auditivo, em cuja proximidade
existem otólitos. De acordo ainda com a hipótese de Helmholtz os canais
semicirculares nada teriam com a audição, cabendo-lhes papel importante no
sentido do equilíbrio.
 Caracol
 O caracol, que, quanto à audição, representa a parte mais importante do
labirinto, é um tubo cônico, enrolado em espiral, em torno de um cone, a
columela.
 Nervos da audição humana
 A parte intermediária, ou transmissora, do aparelho da audição, é
representada pelo nervo auditivo, oitavo par craniano. Compõe-se este de
dois ramos distintos: o ramo auditivo, ou coclear, relacionado com o caracol
(órgão de Corti), e o ramo vestibular, ligado ao vestíbulo e aos canais
semicirculares.
PALADAR
 A gustação ou paladar é um sentido humano responsável por captar, perceber
e interpretar a sensação do sabor dos alimentos ingeridos pelo indivíduo. O
sentido do paladar, caracterizado como um sentido químico, ocorre através
das papilas gustativas – onde estão presentes as células receptoras, estruturas
localizadas na língua, no palato, na faringe, na epiglote e na faringe. Além de
avaliar o tipo de sensação do gosto dos alimentos, o paladar se refere ao
mecanismo de evitar a ingestão de substâncias tóxicas.
 A fisiologia do sistema gustativo tem início com a mastigação do alimento na
cavidade oral, onde a saliva participa no mecanismo de percepção do sabor:
solubiliza a partícula do alimento a fim de facilitar o contato de suas
moléculas com os receptores presentes na língua, que irão produzir
informações químicas. Esses impulsos químicos são enviados dos
quimiorreceptores gustativos que estão nos calículos gustativos através dos
nervos cranianos facial (VII), glossofaríngeo (IX) e vago (X) até a medula
oblonga (bulbo), e depois enviado para o tálamo. Eles seguem pela área
gustativa primária no lobo parietal do córtex cerebral, onde será
interpretado.
 Considera-se que o paladar humano consegue distinguir cinco limiares de
estímulos básicos:
 doce: a célula receptora é estimulada pela sacarose, sacarina e aspartame;
 salgado: os íons de sódio (Na+) e de cálcio (Ca2+) estimulam as células
receptoras;
 azedo (ácido): a célula receptora é estimulada pelo íon de hidrogênio (H+);
 amargo: o estímulo é feito pela quinina e cafeína;
 umami: diversos aminoácidos (ácido glutâmico, por exemplo) são responsáveis
por estimular as células receptoras. A percepção dos outros tipos de sabores
acontece através das combinações desses sentidos primários.
 O sistema visual e o sistema olfativo estão associados com o paladar, uma vez
que a análise do alimento pela visão e pelo odor proporcionam o ser humano
selecionar e identificar a qualidade da comida, fato relevante para que não
ocorra a ingestão de alimentos estragados.
 Um exemplo da influência do olfato para a percepção dos sabores é o fato de
pessoas acometidas por resfriado ou alergia, pode não conseguir sentir o
gosto do alimento ingerido. Com o olfato comprometido por alguma dessa
patologia, os receptores olfativos não conseguem captar as moléculas
odoríferas das partículas do alimento que são transportadas pelo ar para a
cavidade nasal. O cérebro usa as informações provenientes dos dois sistemas
para interpretar a percepção da sensação do paladar sentida.
 A memória também possui um papel importante no paladar, pois é
constatado, através de estudos científicos, de que bebês dão respostas faciais
de maneiras diversas a tipos diferentes de alimentos, principalmente os de
sabor doce e amargo. Alimentos ácidos (sabor azedo) tendem a ser menos
preferidos por eles, funcionando como um mecanismo de defesa contra
alimentos que seriam possivelmente podres, por exemplo.
 Geralmente, o paladar apresenta disfunções que estão relacionadas com
algum tipo de comprometimento do sistema olfativo. Pode ser afetado por
deformidades nasosseptais, polipose nasal e congestão nasal crônica
proveniente de rinites alérgicas e não alérgicas. Lesões do nervo facial que
está próxima da corda timpânica também pode comprometer o paladar e
disfunções podem acontecer devido a paralisia facial de Bell. Diversas causas
podem causar a diminuição da sensação do paladar (disgeusia), a distorção do
paladar (com estímulo, papagueia e sem estímulo, fantogeusia), a perda
parcial (hipogeusia) e a perda total (ageusia), entre as quais temos: infecções
(virais, bacterianas, fúngicas ou parasitárias da mucosa hipofaríngea e oral),
mucosite por radiação, tabagismo, higiene oral inadequada, envelhecimento,
etc.
OLFATO
 Certos animais são bem conhecidos pelo grande desenvolvimento do olfato. O cão, por
exemplo, cheirando apenas o rasto da caça, pode segui-la passo a passo, até encontrar-
lhe o esconderijo.
 No homem, o olfato é um sentido que poderíamos considerar de segunda categoria,
relegado mais às funções vegetativas, e raramente atingindo desenvolvimento
comparável ao da vista e do ouvido. Contudo, não escasseiam exemplos de acuidade
excepcional do olfato.
 É conhecido o caso de uma moça, Júlia Brace, que, cega e surda, podia pelo olfato
separar a roupa vinda da lavadeira, e pertencente aos numerosos habitantes do asilo de
Hartford… Nem é para se desprezar o olfato, sabendo-se que, além de “sentinela” à
entrada dos aparelhos respiratório e digestivo, representa uma espécie de “gosto à
distância” (Kant), e concorre para o que chamamos paladar dos alimentos. Este paladar,
como já dissemos em tópico acima, resulta de várias sensações associadas, entre as quais
as odoríferas. Quando, por exemplo, se está endefluxado e, pois, com o olfato suspenso o
vinho, o café e várias outras substâncias parecem menos agradáveis que de costume.
Aparelho olfativo

 A parte periférica do aparelho olfativo está na mucosa nasal; a intermediária,


ou transmissora, são os filetes do nervo olfativo, primeiro par craniano, os
quais, nascendo na mucosa nasal, passam através da lâmina crivada do
etmoide, penetram na cavidade craniana e vão ter aos lobos olfativos, para
seguirem, depois, para o cérebro. A parte central está situada, segundo
alguns fisiologistas, no hipocampo, isto é, na face inferior dos hemisférios
cerebrais.
 Zona olfativa
 A mucosa nasal, ou pituitária, apresenta um epitélio ciliado, como toda a
árvore respiratória. A sua parte inferior, porém, mais vizinha das narinas, é
atapetada por um epitélio estratificado pavimentoso, continuação da pele, e
com terminações do nervo trigêmeo, sensíveis ao tacto, à temperatura e à
dor.
 Na parte superior da mucosa, tanto no septo como na parede externa, há uma
pequena zona (250 milímetros quadrados para cada fossa nasal), a zona
olfativa, que apresenta certas células nervosas de feitio especial. Os cílios das
células olfativas são os células olfativas elementos excitáveis do aparelho.
 Excitantes odoríferos
 Os excitantes odoríferos são certas substâncias que, por motivos ainda não
elucidados, possuem a propriedade de agir sobre as terminações das células
olfativas. O que é essencial é que emitam partículas gasosas. Isso, contudo,
não quer dizer que todas as substâncias gasosas são odoríferas, pois o
hidrogênio e outros gases não apresentam cheiro algum.
 As partículas gasosas odoríferas são inspiradas juntamente com o ar, e, assim,
entram nas fossas nasais pelas narinas; mas também podem nelas penetrar
pelas coanas, ou aberturas posteriores das fossas nasais. Isto se dá logo em
seguida à deglutição, quando o indivíduo expira; e é neste momento que a
sensação gustativa do alimento se associa à sensação olfativa.
 As sensações olfativas
 É possível que se chegue, um dia, a reduzir as inúmeras sensações do olfato a
um grupo de sensaçõesfundamentais, como já se fez para o gosto. Estamos,
porém, ainda longe disto, não tendo, por enquanto, logrado êxito nenhuma
classificação dos odores.
 Quando muito, poder-se-á dizer que existem sensações odoríferas agradáveis
e sensações desagradáveis; mas uma tal classificação é subjetiva, e por isso
falha, pois o mesmo cheiro poderá ser agradável para um indivíduo e
desagradável para outro. A assafétida,, por exemplo, em geral abominada, é
por certos povos usada como tempero. A sensibilidade olfativa,
congenitamente grande em alguns indivíduos, pode tomar enorme
desenvolvimento pelo exercício. A ausência de olfato toma o nome de
anosmia.
 O caminho do Odor no Olfato
 A sede receptiva do olfato ocupa uma pequena região situada no alto das fossas
nasais – a mucosa olfativa -, que contém os receptores olfativos. Estes, constituídos
por células nervosas alongadas, são recobertos por formações semelhantes a cílios.
Os prolongamentos (axônios) das células olfativas atravessam a lâmina crivada (isto
é, porosa) do osso etmoide e penetram na caixa craniana, formando a via olfativa.
 Esta atinge o cérebro, ou, mais precisamente, uma formação nervosa chamada
bulbo olfativo. Daí, partindo dos glomérulos olfativos, o impulso nervoso atinge o
córtex cerebral, onde a excitação nervosa é, finalmente, transformada em
sensação de odor.
 Além dos receptores, a mucosa possui células glandulares (glândulas de Bowman)
que secretam um muco onde se encontram imersos os cílios olfativos, constituindo
a verdadeira superfície olfativa capaz de receber os estímulos.
 Para ser pressentida pelo olfato, a substância deve ser volátil, isto é, precisa
encontrar-se em estado gasoso, de modo a poder se misturar ao ar inspirado. Mas,
para alcançar os cílios dos receptores olfativos, a substância deve ser também
solúvel em água. Isso pelo fato de os cílios estarem imersos na secreção das
glândulas de Bowman, composta de água em sua maior parte. Além disso, supõe-se
que os cílios sejam constituídos, sobretudo, por substâncias gordurosas e que a
substância aromática, portanto, deva ser igualmente solúvel em óleos.
TATO
 O tato é um dos cinco sentidos. O órgão responsável por esse sentido é o maior
órgão do corpo humano: a pele. Os mecanismos responsáveis pelo tato estão na
segunda camada da pele, a derme. O tato é o primeiro sentido a se desenvolver
no embrião humano.

 Na pele existem diversos tipos de receptores de estímulos táteis. São esses


receptores que recebem e transmitem ao cérebro a sensação de toque. Alguns
desses receptores são terminações nervosas livres, que reagem a estímulos
mecânicos, químicos e térmicos, sobretudo os dolorosos.
 Outros receptores são organizados em forma de corpúsculos, ou seja, são células
especializadas que estão em contato com terminações nervosas. Os corpúsculos
sensoriais podem ser mecanorreceptores ou termoreceptores.
Mecanorreceptores são responsáveis pela percepção do toque:
 Corpúsculos de Meissner - percepção de pressões de freqüência diferente.
 Discos de Merkel – percepção de movimentações e pressões leves.
 Corpúsculos de Vater - Pacini – percepção de pressões. Presentes em grande
número na ponta dos dedos.
 Corpúsculos de Ruffini - percepção de distensões na pele e calor.
 Termorreceptores - são responsáveis pela percepção do calor e do frio, e reagem
de acordo ao estimulo externo, seja ele frio ou quente.
 Para impedir a sensação de dor durante uma intervenção cirúrgica, um
tratamento dentário ou exames invasivos, é usada a anestesia, que pode ser
geral (estado de inconsciência); regional, ou peridural (aplicada próximo a
medula, sendo que o paciente pode ficar acordado ou não); ou local (apenas
na região onde ocorrerá a intervenção). Em qualquer dos casos, a anestesia
impede que os impulsos nervosos gerados pelos receptores da dor sejam
transmitidos pelos nervos, não chegando, dessa forma, ao cérebro.
 O alfabeto Braile, que permite que deficientes visuais leiam por meio do tato,
foi criado considerando a capacidade existente na polpa dos dedos de
perceber, de uma só vez, cerca de seis impressões táteis.
 As partes do corpo mais sensíveis ao toque são as mãos, os dedos dos pés, o
rosto, lábios, língua e região genital, tanto masculina quanto feminina.
FONAÇÃO
 A voz é produzida na laringe, através da vibração das pregas vocais, isto
ocorre devido ao ar que vem dos pulmões. Nos sons surdos ou desvozeados, e
na respiração em repouso, as pregas vocais estão separadas e a glote está
aberta, quando ocorre o movimento contrário, ou seja, as pregas vocais
encontram-se unidas e a glote está fechada, o ar tem de forçar sua passagem,
fazendo-as vibrar, com isso temos os sons sonoros ou vozeados.

As pregas vocais podem ficar em outras posições, que não são usuais na nossa
língua, formando outros sons:
• Quando as pregas vocais estão juntas em toda a sua extensão, a glote está
fechada, porém, observa-se um afastamento das aritenóides, com isso forma
uma pequena abertura na glote, resultante num som sussurrado.
• Se a corrente de ar é interrompida bruscamente na glote pelo fechamento
por um período mais longo das pregas vocais, temos um som denominado
oclusão glotal.
Quando as pregas vocais continuam abertas e não há vibração por um período mais
prolongado após a soltura da articulação da consoante, quando os órgãos já estão
posicionados para a produção do segmento seguinte, formando sons aspirados.
Quando ocorre a vibração das pregas vocais, porém as aritenóides permanecem
afastadas, pode ocorrer um escape extra de ar, formando o som murmurado.
Quando ocorre a vibração lenta dos ligamentos das pregas vocais, fazendo com que
o som produzido seja tremulado.
Resume-se o processo fonatório por diversos estados da glote e consequentemente
excitação acústica da corrente de ar ao passar pelas pregas vocais. Afirmam
também que o tamanho e a espessura das pregas vocais, juntamente com o
tamanho da língua, forma e altura do palato, comprimento da distância entre a
laringe e os lábios, são responsáveis pela caracterização individual da voz, com
isso, distingue o tipo de voz – infantil masculina e feminina. A produção da voz é
comparada a um instrumento musical (no caso um violão) podemos observar a
fonte do som (pregas vocais na laringe), a modificação e amplificação do som, nas
caixas de ressonância e a propagação deste som, através dos movimentos dos
articuladores.

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