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Estrutura celular

Microbiologia Alimentar I
ESTRUTURA CELULAR
EUCARIOTA

 Cada célula é uma unidade estrutural e funcional. Menor


unidade dos seres vivos com forma e funções definidas.

 unidades organizacionais que conseguem desempenhar as


funções que caracterizam a vida, crescimento, reprodução e
adaptação

 tal como numa sociedade, nas células existe uma organização


compartimentacional – a cada estrutura compete uma tarefa

Microbiologia Alimentar I
Microbiologia Alimentar I
MICRORGANISMOS EUCARIOTAS

Microbiologia Alimentar I
ESTRUTURA CELULAR
EUCARIOTAS

 organização celular comum – algas, protozoários e fungos

 + simples – leveduras

 + complexos – protozoários; muitas especializações funcionais


(carnívoros, perseguição e paralisação de outras célula, “boca”,
cílios sensoriais, fotorecetores...)

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Chromista

Fotossintéticos, marés vermelhas:


- Diatomáceas (algumas chromistas)

- Dinoflagelados

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Protozoa/Chromista

 Têm um citosqueleto (endo ou exosqueleto)

 Locomoção: as organelas responsáveis pela locomoção do protozoário


podem ser os flagelos, os cílios ou ainda extensões fluidas do próprio
corpo (pseudópodes).
 Nutrição: alguns destes organismos dependem da fotossíntese, outros
absorvem materiais orgânicos e outros podem digerir partículas
alimentares ou presas no interior de vacúolos (o alimento que entra no
vacúolo através da fagocitose, por uma abertura chamada citóstoma).

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Protozoa

Classificação baseada nas estruturas de locomoção:


- Ciliados (cílios) Balantidium coli
- Flagelados (flagelos) Giardia lamblia
- Rizópodos (movimento amebóide – “pseudópodes”) Entamoeba
histolytica
- Esporozoários (sem organelos locomotores – disseminação
através de esporos) Toxoplasma gondii, Cryptosporidium parvum

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PROTOZOA - exemplos
 GIARDIA (protozoário flagelado)
 Protozoário flagelado anaeróbico patogénico (diarreia, dor
abdominal, náuseas em humanos - giardíase)
 Vive no intestino de humanos ou outros animais infetados. Os
animais e o Homem infetam-se através da ingestão ou contato
com alimentos, água ou solos contaminados.
 Alterna entre trofozoíto (nadador) e cisto infetante.

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PROTOZOÁRIOS - exemplos

Entamoeba histolytica (protozoário rizópodo)


- Protozoário anaeróbico do género Entamoeba;
- Ciclo de vida: trofozoíto ativo só existe nas fezes frescas -> cistos
sobrevivem fora do hospedeiro na água, no solo, e nos alimentos ->
ingestão dos cistos -> libertação do trofozoíto no trato digestivo (id) –
podem invadir a mucosa intestinal e, através da corrente sanguínea
atingir fígado, cérebro e pulmões
- OBS: os cistos são facilmente mortos por calor e por temperaturas abaixo
de zero e sobrevivem apenas alguns meses fora do hospedeiro.

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PROTOZOÁRIOS - exemplos

CRYPTOSPORIDIUM (protozoário esporozoário)


-Protozoário patogénico (doença gastrointestinal com diarreia
em humanos - criptosporidiose)
-Transmissão através de cistos resistentes (oocistos) que, uma
vez ingeridos, libertam o protozoário no ID.

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PROTOZOÁRIOS - exemplos

Toxoplasma gondii (protozoário esporozoário)


- O hospedeiro definitivo é o gato, mas pode ser transportado por
outros mamíferos (incluindo o Homem) e por aves;
- A doença – toxoplasmose – é pouco grave para os Humanos
(praticamente assintomática) mas afeta o feto em fases precoces
da gestação e afeta gatos e Humanos imunodeprimidos.
- Contaminação através da ingestão de carne mal cozinhada ou
através da água, solo ou alimentos contaminados por fezes de
gato.
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BOLORES

 Eucariotas multicelulares
 O crescimento destes agentes é facilmente identificado pelas
alterações que se verificam à sua superfície aparentando,
quando esbranquiçados, aspeto de algodão.
 Alguns bolores produzem diversos metabolitos tóxicos
denominados MICOTOXINAS, que são substâncias causadoras
de graves intoxicações denominadas MICOTOXICOSES.

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BOLORES

 PAREDE CELULAR rica em QUITINA e glucanos (polissacáridos


complexos) e proteínas. Alguns com celulose.
 Constituídos por estruturas vegetativas (hifas – filamentos
ramificados cujo conjunto se chama micélio) e por estruturas
reprodutoras (esporos)

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BOLORES

 Reprodução assexuada (por meio de esporos ou através da


fragmentação do micélio) ou sexuada (fusão entre hifas).

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LEVEDURAS

 Fungos microscópicos de tipo unicelular.


 As células das leveduras possuem uma parede rica em
polissacáridos, quitina e proteínas. Membrana celular rica
em esteróis. Citoplasma possui todas as estruturas das células
eucarióticas, incluindo o núcleo limitado por membrana.
 Reprodução do tipo vegetativo, por gemulação na maior
parte das espécies.

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ESTRUTURA CELULAR EUCARIOTA

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CÉLULA EUCARIÓTICA

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MEMBRANA CITOPLASMÁTICA

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MEMBRANA CELULAR

 membrana celular – bicamada fosfolipídica com esteróis +

proteínas (intrínsecas e extrínsecas) + glícidos (glicolípidos e

glicoproteínas).

 mamíferos – colesterol, maior estabilidade e menor permeabilidade

a moléculas hidrossolúveis

 fungos – ergosterol (TOXICIDADE)

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MEMBRANA CELULAR

 Proteção da célula

 Manutenção de um ambiente estável na célula

 Transporte de nutrientes para a célula

 Excreção de substâncias tóxicas para o exterior da célula

 Adesão a matrizes ambientais

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MOLÉCULAS
ANFIPÁTICAS
POLAR (HIDROFÍLA) - fosfato
APOLAR (HIDRÓFOBA) – ác gordo

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PROTEÍNAS INTEGRAIS, INTRÍNSECAS
OU TRANSMEMBRANARES

PROTEÍNAS PERIFÉRICAS
OU EXTRÍNSECAS

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PAREDE CELULAR

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PAREDE CELULAR

 Barreira, proteção e suporte

 fungos, algas e plantas – possuem parede

celular

 protozoários (maioria) e células animais –

ausência de parede

 parede celular – polissacarídeos,

glicoproteínas (algas) ; celulose (plantas);

quitina e glucano (fungos);


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CÉLULA ANIMAL / VEGETAL

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NÚCLEO E INVÓLUCRO NUCLEAR

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MEMBRANA NUCLEAR

 membrana nuclear/ invólucro nuclear

 externa e interna, perfurada por poros

(70-90nm) de estrutura proteica

 passagem de ácidos nucleicos e de

enzimas para a replicação dos mesmos

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NÚCLEO

 núcleo – cromatina (ADN+histonas) +

nucléolo (sintese ribossomal)

 Nucléolo- Estruturas nucleares onde se

sintetiza RNA e se faz a ligação a proteínas

para a produção das subunidades

ribossomais. Coordenação da atividade

replicativa da célula e controlo de

atividades básicas das células.

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CITOPLASMA

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CITOPLASMA

 CITOPLASMA = CITOSOL + ORGANELOS

 CITOSOL = ÁGUA (70 A 85%) + CITOESQUELETO

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CITOPLASMA

CITOESQUELETO:

 MICROTÚBULOS (tubulina): formados por 2 tipos diferentes de


proteínas- tubulinas dispostas em círculo. Envolvidos no movimento das
células e processos de transporte intracelular.
 MICROFILAMENTOS DE ACTINA: proteína contráctil semelhante à
existente nos músculos. Envolvidos na movimentação e alteração da
forma das células.
 FILAMENTOS INTERMÉDIOS: forma e posição dos organelos.

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CITOPLASMA

Rede de 3 sistemas fibrilares (estruturas proteicas):


- MICROTÚBULOS – estrutura, centríolos, cílios e flagelos
- MICROFILAMENTOS (actina) – formam redes no citoplasma;
fibras musculares.

- FILAMENTOS INTERMÉDIOS – fibras proteicas - forma e


posição dos organelos

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CITOPLASMA

 Citoesqueleto

• mantém a forma

• permite a ancoragem dos organelos

• controlo movimentos internos de estruturas e


moléculas

• divisão celular (centríolos) e mobilidade (cílios e


flagelos)
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ORGANELOS

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CENTRÍOLO/CENTROSSOMA

 Organelo cilíndrico composto por tubulina


 Organização dos microtúbulos no citoplasma
 Formação do fuso de mitose
 Movimentos da célula
 Centrossoma constituído por dois centríolos
orientados perpendicularmente

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RIBOSSOMAS

 Ribossomas - RNAm e RNAt.

 Podem estar associados ao RE ou livres na matriz

citoplasmática.

 Tanto os ribossomas livres quanto os associados ao RE

sintetizam proteínas - célula humana: 10000 tipos diferentes

de proteínas.

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RIBOSSOMAS

 Proteínas sintetizadas nos ribossomas do RER -> podem

entrar no seu lúmen para transporte e secreção e enzimas

lisossómicas ou serem integradas como proteínas integrais

da MC

 Proteínas sintetizadas nos ribossomas livres -> não

destinadas a secreção ou integração na MC. Utilização

interna.

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RIBOSSOMAS

 polissomas ou polirribossomas – conjunto de RB que estão

todos a traduzir o mesmo sinal (complexo de vários

ribossomas que se ligam a um RNAm para traduzir a sua

mensagem em proteínas).

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RIBOSSOMAS

 são medidos em unidades de sedimentação de Svedberg (S)

 Eucariotas = 80S; Procariotas = 70S

 devido a esta diferença algumas drogas só atuam ao nível dos RB

procariotas e não dos eucariotas.

 no entanto podem atuar ao nível dos RB dos cloroplastos e das

mitocôndrias – cloranfenicol e aplasias medulares.

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RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO

 Conjunto de túbulos, membranas e sacos achatados


(cisternas).

A NATUREZA DO RE VARIA DE ACORDO COM O ESTADO


FUNCIONAL E FISIOLÓGICO DA CÉLULA:
 RER: síntese de proteínas de secreção e enzimas
lisossómicas.
 REL: escasso, excepto células produtoras de grandes
quantidades de lípidos (hepáticas).

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RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO

TEM MUITAS FUNÇÕES IMPORTANTES:

• Transporte de proteínas, lípidos e outros materiais


através da célula;

• Síntese de lípidos e de proteínas;

 Produção de lipoproteínas, enzimas que degradam


drogas, hormonas esteroides a partir do colesterol,
transporte e sequestro de Cálcio (musculares)

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APARELHO DE GOLGI

 geralmente próximo do núcleo


 forma sacular achatada- estrutura membranosa composta por
cisternas achatadas sobrepostas. Túbulos e vesículas na extremidade
das cisternas.
 2 faces– cis (entrada) e trans (saída)

• cis – entrada de vesículas do RER para secreção


• trans – vesículas para a secreção e lisosomas

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APARELHO DE GOLGI

Existe na maioria das células eucarióticas (pode faltar em alguns fungos e


protozoários) e funciona como um CENTRO DE EMPACOTAMENTO E
DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS PARA SECREÇÃO -> os materiais (na sua
maioria glicoproteínas) movimentam-se em vesículas do RE para o AG
(vesículas de transporte), fundindo-se com a cisterna cis -> estas
proteínas são transformadas e empacotadas no AG.

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APARELHO DE GOLGI

 Função:

• produção de glicoproteínas e proteoglicanos


• envolver moléculas (proteínas) por membranas, para uso
interno e externo

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MITOCONDRIAS

 Dupla membrana que delimita compartimentos

 Fundamental para a produção de Energia (ciclo de krebs e cadeia


transportadora de eletrões e fosforilação oxidativa)

 A superfície pode ser aumentada (pregas) consoante as


necessidades energéticas da célula – musculares (muitas cristas)

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MITOCONDRIAS

 Produção de E – ATP a partir da Energia


acumulada nos nutrientes orgânicos

 Criação de diferentes gradientes de protões entre


dois compartimentos separados por uma
membrana

 Beta oxidação de ácidos gordos de cadeia média


(células animais)

 Hidratos de carbono degradam-se até CO2

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LISOSSOMAS

 “sacos” intracelulares esféricos – enzimas hidrolíticas com


capacidade de digestão (conhecem-se 40 tipos diferentes); proteases,
lipases, nucleases, glicosidases, fosfolipases, fosfatases e sulfatases;

 Este organelo é encontrado em vários microrganismos (protozoários,


algumas algas e fungos), bem como animais e plantas;

 só são activadas em meio ligeiramente ácido – citosol é neutro

OBS: os lisossomas mantêm-se ácidos devido à bombagem de H + para o


seu interior.

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LISOSSOMAS

 Funções

• digestão de macromoléculas do exterior caso das


lipoproteínas com libertação do colesterol (nutrição celular
e síntese membranar)

• limpeza celular (autofagosomas)

• defesa celular por degradação de agentes agressores


(macrofagos e neutrófilos)

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LISOSSOMAS

Especialmente importantes nas células que obtêm nutrientes por


ENDOCITOSE (fagocitose e pinocitose):

A célula aceita solutos ou partículas que enclausura em vacúolos


(maiores) ou vesículas (menores), formadas pela MP (ENDOSSOMAS) ->
o material dos endossomas é digerido com a ajuda dos lisossomas com
os quais de fundem (LISOSSOMAS SECUNDÁRIOS) -> os nutrientes
digeridos são libertos do lisossoma secundário para o citoplasma.

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PEROXISSOMAS

 Limitados por uma membrana (abundantes no rim e fígado)


 Responsáveis pelo armazenamento de enzimas diretamente
relacionadas com o metabolismo do Peróxido de Hidrogénio
(substância tóxica para a célula) – catalases e oxidases
(transforma o H2O2 em H2O e O2)

 Reações importantes - rim e fígado


 B-oxidação dos ácidos gordos de cadeia longa inicia-se nos
peroxissomas (Celulas vegatais e leveduras exclusivamente)
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CLOROPLASTOS

 Organelos citoplasmáticos das algas e plantas mais desenvolvidas


que possuem clorofila (usa a energia luminosa para converter CO2

e H2O em hidratos de carbono e O2).

 São o local de fotossíntese.

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