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ABERTURAS SUBTERRÂNEAS
UNIDADE III – AVALIAÇÃO DE
DEPÓSITOS & JAZIDAS
TRABALHOS SUBTERRÂNEOS
(“PRÉ-LAVRA”)
Exploração por aberturas subterrâneas
1 – Introdução
A prospecção dos depósitos minerais em
profundidade pode ser executada através de:
estudos geofísicos; e/ou
sondagens; e/ou
trabalhos mineiros (abertura de galerias, poços,
“inclinados”, travessas, etc.).
As observações geofísicas permitem, por vezes,
individualizar corpos de minério.
Os resultados geofísicos devem ser sempre
confirmados com o auxilio de sondagens e/ou de
aberturas subterrâneas.
Uso de trabalhos mineiros: na prospecção de
corpos de minério irregulares e com
distribuição errática no conteúdo metálico (Au,
sulfetos de Cu, Pb, Zn, Sn, etc.) ou do bem
mineral (em especial gemas).
A pesquisa deve ser rápida e só deve atingir
pequenas profundidades (até ± 200 m).
O acesso ao corpo de minério pode ser feito
por:
galerias (galerias de meia encosta);
“shafts” (poços de acesso); e,
inclinados (planos inclinados).
TRABALHOS SUBTERRÂNEOS
(“PRÉ-LAVRA”)
A sondagem, na maioria das vezes, além da
realização de trabalhos de pesquisa a grandes
profundidades (até 1000 m), permite a execução
de trabalhos rápidos e com preços inferiores aos
referentes a aberturas subterrâneas.
A precisão obtida com a sondagem é inferior a
conseguida com o método de aberturas
subterrâneas.
Para os casos onde o corpo mineral é bastante
regular, a sondagem tem-se mostrado bastante
eficiente.
O método de aberturas subterrâneas é o que
apresenta resultados mais exatos, pois permite
observar e estudar o corpo mineral e suas
relações com as encaixantes in loco.
TRABALHOS SUBTERRÂNEOS
(“PRÉ-LAVRA”)
2 – Conceito
Este método acessa o corpo diretamente
por galerias, ou poços verticais (“SHAFTS”) e/ou
inclinados.
Neste método, os trabalhos de investigação
são abertos para:
1. estudar as características do minério;
2. obter amostras representativas; e, por isso,
3. na maioria das vezes, devem ser escavados no
corpo de minério, acompanhando um nível
litológico facilmente reconhecido e seguido, como
o contato minério/estéril.
É um método muito difícil de ser
aplicado em projetos localizados a grandes
profundidades (>200m) devido ao alto
custo operacional e também em situações
que se mostrem sob condições
hidrológicas e/ou geotécnicas adversas.
As aberturas subterrâneas para fins
de exploração são similares às da fase de
desenvolvimento, distinguem-se destas só
pela finalidade, que é determinar as
características do corpo e não a
preparação para a lavra.
Em geral, as aberturas subterrâneas são
executadas visando o uso futuro, caso a
formação seja economicamente viável, como
ponto de partida para a preparação da lavra e
também com outras utilizações, tais como
chaminés.
Em minas já operantes, as explorações são feitas
concomitantemente com a lavra, visando melhor
reconhecimento do corpo.
As aberturas são feitas com caráter de
desenvolvimento regulares, com seção e greides
tais que comprovadas a economicidade do trecho
em estudo, tornam-se dispensáveis posteriores
desenvolvimentos para a sua lavra.
TRABALHOS MINEIROS OU
ABERTURAS SUBTERRÂNEAS
3 – Tipos de acessos
O acesso é um tipo de abertura destinada a
atingir o corpo mineralizado, partindo do exterior, de
forma a possibilitar a execução dos demais serviços
necessários à exploração do corpo.
Como nem sempre essas vias estão locadas no
corpo, na maioria das vezes devem ser
complementadas com galerias subsidiárias
(ordinariamente travessas), antes que possam ser
executadas as explorações laterais, para estudo do
corpo em cada horizonte e no intervalo entre os
diversos níveis.
Podem ser locados diretamente no corpo, dependendo
se o mesmo é aflorante, ou não, na lapa ou na capa,
dependendo da topografia local e da posição do corpo.
4 – Modalidades de vias de acesso
Sempre que possível, a via de acesso para
exploração subterrânea deve ser locada, total ou
parcialmente, no corpo em estudo.
Esta ação faz que se obtenham revelações a respeito do
comportamento do corpo, tais como direção, mergulho,
potência e possíveis teores.
O acesso direto ao corpo de minério pode ser feito
por:
Túneis (cabeceiras ou travessas);
Poços verticais – “shaft” – (na lapa, na capa ou de
transição);
Poços inclinados;
Poços compostos (trecho vertical, continuado por outro
inclinado);
Chaminés (para sistema de ventilação).
TRABALHOS MINEIROS OU
ABERTURAS SUBTERRÂNEAS
TRABALHOS MINEIROS OU
ABERTURAS SUBTERRÂNEAS
Pegmatitos de Nayca, México)
TRABALHOS MINEIROS OU
ABERTURAS SUBTERRÂNEAS
Shaft da
Mina da
Belmont
Galerias da Mina da Belmont (Itabira, MG)
4.1 – O acesso direto por galerias só pode ser utilizado em
locais com topografia acentuada.
O intervalo entre os níveis de galerias depende da
regularidade do corpo mineralizado e da topografia.
Desvantagens:
Não servem diretamente à exploração de níveis superiores ou
inferiores do corpo;
Podem tornar-se muito extensos, se o corpo varia no mergulho
previsto, podendo até não atingir o corpo.
Poços verticais
Vantagens:
Atingem maiores profundidades com menor extensão;
Para a mesma seção oferecem maior capacidade de extração;
Possibilitam maiores velocidades para os veículos de extração;
São bons para a ventilação.
Desvantagens:
São difíceis de serem furados e geralmente não desmoronam;
São difíceis de serem escorados;
Dificilmente podem ser totalmente abertos no corpo de minério;
Requerem grandes extensões de travessas complementares;
Não fazem drenagem natural do terreno, necessitando, para isto,
de bombeamento;
Exigem guinchos possantes e cabos mais grossos para a
suspensão do material e equipamento.
Poços inclinados
Vantagens:
Geralmente podem ser locados no corpo;
São de mais fácil execução e mais baratos por metro quadrado
que o “shaft”;
Avançam mais do que os poços verticais;
Se locados no corpo, não requerem travessas complementares;
Se locados nas encaixantes, requerem travessas em menor
extensão.
Desvantagens:
Não provém esgotamento natural;
Têm menor capacidade de extração, para uma dada seção que
os poços verticais;
São difíceis de serem executados e de serem escorados, em
terrenos desmoronantes.
As vias de acesso podem ser resumidas, de um
modo geral, da seguinte forma:
Acesso
Em terrenos planos ou pouco acidentados
– – Corpos verticais ou horizontais
Poço vertical (raro no corpo).
– – Corpos inclinados
Poço inclinado (usualmente no corpo).
Poço vertical (na capa, na lapa ou em área de
transição no corpo).
Poço composto (excepcionais, com trecho vertical
continuando por outro inclinado).
Em terrenos acidentados
Poço vertical (na capa, na lapa ou no corpo).
Poço inclinado (na capa, na lapa ou em área de transição no
corpo).
Túnel (cabeceira, travessa).
Acesso por poço vertical ou inclinado
Plano inclinado
Corpos aflorantes, com mergulho até 50 o (em alguns casos até
70o), aberto no minério ou no contato inferior do corpo, com
declividade tão uniforme quanto possível, nas faixas dobradas, o
acesso ao corpo pode ser feito por galerias transversais.
Poço vertical
Corpos em grande profundidade.
Corpos verticais ou de forte mergulho.
Corpos com mergulho inferior a 6o, com grande capeamento, na
lapa ou de transição, raramente integral no corpo.
“FINOSAS”/RESUMO
Métodos de acesso e sua relação com o mergulho do corpo de
minério:
Inclinados: usados para locais onde o minério tem mergulho médio (15-
200) e são muito irregulares na distribuição dos teores de minério.
Os inclinados seguem a camada ou nível de minério, indicando as
variações do corpo de minério.
São usados como ponto de partida para as galerias transversais e/ ou
longitudinais.
“Shafts” e planos inclinados: minérios
com mergulho de 15o até 30o
(acompanhando a lapa do minério).
Poços inclinados: minérios com mergulho
de 30o até 75o.
Poços verticais: minérios com mergulho
de 75o até 90o.
– Número e locação das vias de acesso
É necessária a determinação destes fatores, visando a
provisão de transporte, ventilação, esgotamento e acesso
rápido e fácil às frentes de serviços.
A exploração por aberturas subterrâneas é usada na
prospecção de minérios de forma irregular e com
distribuição errática no conteúdo metálico ou bem
mineral.
Ao contrário da lavra subterrânea, a pesquisa deve ser
efetuada em um espaço de tempo relativamente curto e, por
isso, raramente atinge profundidades superiores a 200 m.
No caso de corpos que apresentam mergulho médio e se
mostram com forte irregularidade, devem ser acompanhados
por um poço inclinado, de forma a seguir tanto quanto
possível, o contato entre a camada mineralizada e a rocha
encaixante. Servindo, desta forma, para avaliação das
variações segundo o mergulho e também como base de onde
saem as galerias transversais e/ou longitudinais.
FIM