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Ligações

químicas
Ligações químicas

O tipo de ligação interatômica geralmente


explica a propriedade do material.
Por exemplo, o carbono pode existir na forma de
grafite que é mole, escuro e “gorduroso” e na forma
de diamante que é extremamente duro e brilhante.
Essa enorme disparidade nas propriedades começa
pelo tipo de ligação química do carbono em cada um
dos casos.
Ligações químicas

É impossível se falar em ligações químicas sem


falarmos em elétrons. Afinal, se átomos vão se unir
uns aos outros para originar corpos maiores, nada
mais sensato do que pensar que estes átomos
entrarão em contato entre si.
Quando dois átomos entram em contato, o
fazem através das fronteiras das suas eletrosferas,
ou seja, de suas últimas camadas.
Isso faz pensar que a última camada de um
átomo é a que determina as condições de formação
das ligações químicas.
Em 1868, Kekulé e Couper, propuseram a
utilização do termo valência para explicar o poder de
combinação de um átomo com outros. A valência de um
dado elemento é que determina as fórmulas possíveis
ou não de compostos formados por ele.
A primeira situação seria entender por que dois
ou mais átomos se ligam, formando uma substância
simples ou composta.
Como, na natureza, os únicos átomos que podem
ser encontrados no estado isolado (moléculas
monoatômicas) são os gases nobres, logo se pensou
que os demais átomos se ligariam entre si tentando
alcançar a configuração eletrônica do gás nobre mais
próximo deles na tabela periódica. Todos os gases
nobres, com exceção do He, possuem 8 elétrons na
última camada.
Teoria do octeto, foi proposta por Kossel e
Lewis no início do século XX.
Baseado nessa idéia, a valência de um átomo
passou a ser vista como a quantidade de elétrons que
um átomo deveria receber, perder ou compartilhar
para tornar sua última camada (camada de valência)
igual a do gás nobre de número atômico mais próximo.
elemento K L M N O P Q

Hélio 2He 2
Neônio 10Ne 2 8
Argônio 18Ar 2 8 8
Criptônio 36Kr 2 8 18 8
Xenônio 54Xe 2 8 18 18 8
Número de Oxidação
As ligações químicas podem ser classificadas em
três categorias:

-Iônica ou eletrovalente

-Covalente ou molecular (normal e dativa)

-Metálica
Ligação Iônica

Como o próprio nome já diz, a ligação iônica


ocorre com a formação de íons. A atração entre os
átomos que formam o composto é de origem
eletrostática. Sempre um dos átomos perde
elétrons, enquanto o outro recebe.
O átomo mais eletronegativo arranca os elétrons
do de menor eletronegatividade. Ocorre entre metais
e não metais e entre metais e hidrogênio.

átomo com facilidade para liberar os elétrons da


última camada: metal

átomo com facilidade de adicionar elétrons à sua


última camada: não metal
Eletronegatividade
A ligação entre o sódio (11Na) e o cloro (17Cl) é
um exemplo característico de ligação iônica. Observe
a distribuição dos elétrons em camadas para os dois
elementos:
Na K=2 – L=8 – M=1
Cl K=2 – L=8 – M=7
Para o cloro interessa adicionar um elétron à
sua última camada, completando a quantidade de oito
elétrons nela.
Ao sódio interessa perder o elétron de sua
camada M, assim a anterior passará a ser a última, já
possuindo a quantidade necessária de elétrons.
Na representação da ligação, utilizamos somente
os elétrons da última camada de cada átomo.
De maneira análoga podemos observar a ligação
entre o flúor (9F) e o alumínio (13Al). O alumínio perde
os três elétrons de sua última camada, pois a
penúltima já possui os oito elétrons necessários.
Como o átomo de flúor possui 7 elétrons em sua
última camada, precisa de apenas mais um elétron.
São necessários três átomos de flúor para
acomodar os três elétrons cedidos pelo alumínio.
Ligações Iônicas

Ocorre predominantemente nas cerâmicas

NaCl
MgO
H He
2.1 CaF 2 -
Li Be O F Ne
1.0 1.5 Cs Cl 3.5 4.0 -
Na Mg Cl Ar
0.9 1.2 3.0 -
K Ca Ti Cr Fe Ni Zn As Br Kr
0.8 1.0 1.5 1.6 1.8 1.8 1.8 2.0 2.8 -
Rb Sr I Xe
0.8 1.0 2.5 -
Cs Ba At Rn
0.7 0.9 2.2 -
Fr Ra
0.7 0.9

Cede elétrons Seqüestra elétrons


Tamanho dos Íons
Ligação covalente simples

É o tipo de ligação que ocorre quando os dois


átomos precisam adicionar elétrons em suas últimas
camadas.
Somente o compartilhamento é que pode
assegurar que estes átomos atinjam a quantidade de
elétrons necessária em suas últimas camadas.
Cada um dos átomos envolvidos entra com um
elétron para a formação de um par compartilhado,
que a partir da formação passará a pertencer a ambos
os átomos.
Ocorre entre não metais e não metais, não
metais e hidrogênio e entre hidrogênio e hidrogênio.
O hidrogênio possui somente uma camada
contendo um único elétron. Compartilhando 1 elétron,
o hidrogênio atinge a quantidade necessária para a
camada K, que é de dois elétrons.
Os elétrons compartilhados passam a ser
contados para as eletrosferas dos dois átomos
participantes da ligação.
Ligações Covalentes

 Configuração estável devido ao compartilhamento de


elétrons de átomos vizinhos;
 Átomos ligados covalentemente contribuem com ao menos um
elétron, cada um, para a ligação;
 Os elétrons compartilhados pertencem a ambos os átomos;
Na molécula de oxigênio ocorrem duas ligações
covalentes entre os dois átomos.

Estas duas ligações garantem que os dois átomos


de oxigênio atinjam a quantidade de oito elétrons nas
suas últimas camadas.
A ligação covalente entre dois átomos iguais é
dita apolar, pois nela os elétrons são compartilhados
de maneira igual, nenhum dos átomos tem mais força
que o outro para atrair o elétron para si
A molécula de CO2 é formada por dois átomos de
oxigênio e um de carbono unidos através de ligações
covalentes.
6C K=2 – L=4 8O K=2 – L=6

O átomo de carbono compartilha 4 elétrons e


cada átomo de oxigênio 2, garantindo assim que ambos
atinjam os oito elétrons nas últimas camadas.

Uma ligação covalente unindo dois átomos é dita


simples.
O conjunto de duas ligações unindo dois átomos
é dito dupla ligação.
O conjunto de três ligações unindo dois átomos
é dito tripla ligação.
Ligação covalente dativa ou coordenada

A existência de algumas moléculas não pode ser


explicada simplesmente através da ligação covalente
simples.
Para estes casos foi formulada a teoria da
ligação covalente coordenada.
Neste tipo de ligação, um dos átomos que já
estiver com a última camada completa entra com os
dois elétrons do par compartilhado.

HNO3
Ligações Covalentes
Exemplos:
 Moléculas de metais e não metais;
 Moléculas com não metais;
 Sólidos elementares e compostos sólidos

H2 O

column IVA
H2 F2
C(diamond)
H He
2.1
Si C - Cl 2
Li Be C O F Ne
1.0 1.5 2.5 2.0 4.0 -
Na Mg Si Cl Ar
0.9 1.2 1.8 3.0 -
K Ca Ti Cr Fe Ni Zn Ga Ge As Br Kr
0.8 1.0 1.5 1.6 1.8 1.8 1.8 1.6 1.8 2.0 2.8 -
Rb Sr Sn I Xe
0.8 1.0 1.8 2.5 -
Cs Ba Pb At Rn
0.7 0.9 1.8 2.2 -
Fr Ra
0.7 0.9 GaAs
Diamante macromolécula
•C centro de um tetraedro regular formado de
outros quatro carbonos
•Estrutura contínua em cada cristal
•Dureza do diamante trincar um diamante significa
quebrar milhões de ligações covalentes
Ligação metálica

É o tipo de ligação que ocorre entre os átomos


de metais. Os átomos dos elementos metálicos
apresentam forte tendência a doarem seus elétrons
da última camada.
Quando muitos destes átomos estão juntos num
cristal metálico, estes perdem seus elétrons da última
camada.
Forma-se então uma rede ordenada de íons
positivos mergulhada num mar de elétrons em
movimento aleatório.
Se aplicarmos um campo elétrico a um metal,
orientamos o movimento dos elétrons numa direção
preferencial, ou seja, geramos uma corrente elétrica.
* Iônica * Covalente * Metálica
Polaridade das ligações
Para entender o conceito de polaridade, devemos
relembrar eletronegatividade (capacidade dos átomos
atraírem elétrons)
F O  N  Cl  Br  I  S  C  P  H
Escala de eletronegatividade

H * * H Ligação covalente apolar

Cl * * H Ligação covalente polar


Polaridade
Geometria molecular

É o estudo de como os átomos estão distribuídos


espacialmente em uma molécula. Esta pode assumir
várias formas geométricas, dependendo dos átomos
que a compõem.

linear linear angular

Trigonal plana piramidal tetraédrica


Tipos de geometria molecular

a b-Linear: Acontece em toda molécula diatômica


(que possui dois átomos) ou em toda molécula em que o
átomo central possui no máximo duas nuvens
eletrônicas em sua camada de valência. Exemplo:
Ácido clorídrico e gás carbônico.
c-Angular: Acontece quando o átomo central tem
três ou quatro nuvens eletrônicas em sua camada de
valência. No caso de três, duas devem estar fazendo
ligações químicas e uma não, formando um ângulo de
120 graus entre os átomos ligantes. Quando há quatro
nuvens, duas devem fazer ligações químicas e duas
não, formando um ângulo de 109 graus e 28 minutos
entre os átomos. Ex: SO2 , SH2
Tipos de geometria molecular

d-Trigonal plana ou triangular: Acontece somente


quando o átomo central tem três nuvens eletrônicas
em sua camada de valência. Estas devem fazer
ligações químicas, formando um ângulo de 120 graus
entre os átomos ligados ao átomo central. Ex: SO3
e-Piramidal: Acontece quando há quatro nuvens
eletrônicas na camada de valência do átomo central,
sendo que três fazem ligações químicas e uma não. Os
três átomos ligados ao átomo central ficam no mesmo
plano. Ex: NH3
f-Tetraédrica: Acontece quando há quatro nuvens
eletrônicas na camada de valência do átomo central e
todas fazem ligações químicas. O átomo central
LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS

Introdução
•Podem ser:
•Ligações ou Forças de - Dipolos permanentes -Pontes de
van der Waals Hidrogênio
- Dipolos flutuantes -
Dipolos
induzidos
•Está relacionada com a quantidade de energia envolvida
LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS

Forças de van der Waals  São ligações de natureza


van der Waals física
 A polarização (formação
de dipolos) devido a
estrutura da ligação
produz forças atrativas e
repulsivas entre átomos e
moléculas
 A ligação de van der Waals
não é direcional
 A ligação é fraca < 10
Kcal/mol
LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS

Forças de van der Waals


Dipolos Flutuantes - Induzidos

Ocorre em moléculas com distribuição


de cargas elétricas simétricas (H2,
N2, O2,...), onde os e- e suas
vibrações podem distorcer esta
simetria, ocorrendo um dipolo
elétrico.

Esquema representativo
(a) átomo eletricamente simétrico
(b) um dipolo atômico induzido
LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS

Forças de van der Waals


Dipolos permanentes - moléculas polares
Moléculas assimétricas (NH3, CH3Cl) jamais têm
coincidentes os centros de suas cargas positivas e
negativas, podendo interagir eletrostaticamente com
as adjacentes.

Moléculas polares

na ausência de na presença de
campo elétrico Esquema representativo da
campo elétrico
molécula polar de HCl
LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS
Forças de van der Waals

Dipolos permanentes - moléculas polares


PONTES DE HIDROGÊNIO
• É uma das mais fortes ligações
secundárias, e um caso especial de
moléculas polares (distribuição desigual da densidade  Nome deriva da ligação: H - centro de
de elétrons)
cargas positivas, atraindo o centro das
cargas negativas das moléculas adjacentes
POLARIZAÇÂO
 Produção de forças de van der Waals
entre as moléculas:
-alinhamento de pólos negativos com
positivos (ângulo de ligação
109,5o)
-- moléculas formam uma estrutura
quase hexagonal
 H ligado a F, O e N
LIGAÇÕES SECUNDÁRIAS
Forças de van der Waals

Dipolos permanentes - moléculas polares


PONTES DE HIDROGÊNIO
•Íons e de certas moléculas se dissolvem na água polaridade
Propriedades da água
ligação
- gelo flutuar: É menos
denso: as ligações de hidrogênio
mantêm as moléculas de água
Estrutura do gelo mais afastadas no sólido do que
no líquido, onde há uma ligação
hidrogênio a menos por molécula)
- elevado calor de
vaporização
- forte tensão
superficial
- alto calor específico
- propriedades
solventes
Exemplo:o cloreto de sódio (forma cristalina) e
dissolvido em água. - efeito hidrofóbico
RESUMO DAS LIGAÇÕES

Comparação entre o tipo de ligação e propriedades esperadas

Iônica Covalente Metálica Intermolecular

Intensidade moderada e
forte muito forte fraca
de ligação variável
baixa a
Dureza moderada a alta muito duro, frágil moderada; dúctil mole e plástico
e maleável
condução por transporte bom condutor por isolantes no
Condutivida isolante em sólido e
de íons, somente quando transporte de estado sólido e
de elétrica líquido
dissociado elétrons líquido
Ponto de
moderado a alto baixo geralmente alto baixo
fusão
solúveis em
solúvel em solventes solubilidade muito
Solubilidade insolúveis solventes
polares baixa
orgânicos
gelo,sólidos
diamante, oxigênio, Cu, Ag, Au,
Exemplos muitos minerais orgânicos
moléculas orgânicas outros metais
(cristais)
Forças e Energia de ligação
• Quando dois átomos se aproximam, eles
exercem uma força um no outro:
FN  FA  FR

onde:
FA  força de atração
FR  força de repulsão
FN  força resultante
Forças e Energia de ligação
• Dois átomos distantes
– a força de interação é praticamente nula

• À medida que eles se aproximam


– cada átomo exerce uma força sobre o outro

Atrativa
distância
entre os
átomos
Repulsiva
Forças e Energia de ligação
• ro - distância de equilíbrio da ligação

• Eo - energia de ligação
– energia necessária para separar dois átomos até uma distância infinita
Propriedades x Força de Ligação

• Resistência mecânica: aumenta


com a força máxima e com a
profundidade do poço da curva
de energia de ligação.

• Pontos de fusão e de ebulição:


aumentam com a
profundidade do poço da curva
de energia de ligação.

• Coeficiente de expansão
térmica: diminui com a
profundidade do poço da curva
COMPRIMENTO, FORÇA E ENERGIA DE LIGAÇÃO

Energia de ligação
 Alguns valores de energia e comprimento
de ligação

Energia de ligação necessária para


romper um mol de ligações
Comprimento das energias de ligação:

Ligação Kcal/mol Comprimento (nm)


C - C 88 0,154
C = C 162 0,13
C  C 213 0,12
C - H 104 0,11
C - O 86 0,14
H - H 104 0,074
COMPRIMENTO, FORÇA E ENERGIA DE LIGAÇÃO

Energia de ligação

 É a mínima energia necessária para formar ou romper uma ligação.


 Estão relacionados com a energia de ligação propriedades como:
- módulo de elasticidade;
- coeficiente de expansão térmica;
- ponto de fusão;
- calor latente
- resistência mecânica

Energia de ligação x distância


interatômica na ligação do H–H
COMPRIMENTO, FORÇA E ENERGIA DE LIGAÇÃO

Energia de ligação

Quanto mais profundo o poço de energia maior a temperatura de fusão do


material
 Devido às forças de repulsão aumentarem muito mais com a aproximação dos
átomos a curva não é simétrica. Por isso, a maioria dos materiais tendem a se
expandir quando aquecidos

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