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OS LAÇOS E OS NÓS DA NOSSA

EXISTÊNCIA
"Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra
terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na
terra terá sido desligado nos céus.
(Jesus, Mateus 18,18)
Nos computadores, a tarefa mais simples é deletar ou
apagar as informações. No homem, isso é impossível.
Podemos tentar com todas as nossas forças apagar nossos
traumas, nossas decepções, bem como os momentos
mais difíceis de nossa vida, mas não teremos êxito.

Se carregamos uma mágoa, um


trauma, um erro, um inimigo, enfim,
alguma história que daríamos tudo
para esquecer de tanta dor que nos

sa, e causa e não resolvemos durante a


vida, ao desencarnarmos, a
dor irá conosco.
Durante a jornada terrena, na relação com os outros,
ocorrem encontros e desencontros, devendo
a Lei de Sintonia fatalmente promover
os reencontros, logo nesta existência, ou em outras
que viveremos.
Assim, a nossa atual existência é, em suma, um
grande reencontro, pois certamente nós que agora nos
encontramos reunidos fomos parceiros (ou adversários)
alhures... Estamos repetindo experiências – boas e más –
conforme os laços espirituais que estabelecemos nalgum
ponto da duração, isto é, conforme os encontros e
desencontros que promovemos. E, ao mesmo tempo,
estamos preparando os futuros reencontros...
Geralmente, para eficácia da aprendizagem espiritual,
nos reencontros mudamos de posição, cumprindo o
mandamento do Sermão do Monte: os humilhados
serão exaltados, os rebaixados serão elevados.
Tudo o que o homem semear, isso
também ceifará.
Gálatas 6.7
Nossa vida atual é, pois, resultado, colheita,
consequência, retorno, recapitulação. Os encontros do
passado se transformaram nas pessoas que agora nos são
caras: a companheira (o), o amigo (a), os filhos, os
parentes, os colegas de trabalho, os chefes, os
subordinados, os vizinhos, os conterrâneos, enfim,
todos aqueles a quem nos vinculamos por simpatia.

Eles são frutos dos LAÇOS de afeição que estabelecemos.


O reencontro fará com que apertemos mais esses LAÇOS
de amor, essas cadeias do bem, que se exprimem em
libertação, expansão, crescimento, harmonia .
Os desencontros do passado se transformaram nas
pessoas com as quais nos é agora difícil conviver, e,
igualmente, podem vir a ser: a companheira (o) o
inimigo (a), os filhos, os parentes, os colegas de
trabalho, os vizinhos , os conterrâneos , os adversários,
enfim, todos aqueles a quem nos vinculamos por
antipatia.

Eles são frutos dos NÓS de desafeição que atamos.


O reencontro nos dará o oportunidade de desatar
essas cadeias de ódio, que se exprimem em cárcere,
condensação, atraso, desequilíbrio.
Como se vê, da mesma forma que o AMOR, o ÓDIO
estabelece LAÇOS, ligação mental e afinidade magnética.
No amor, os LAÇOS podem ser apertados e facilmente
desligados, porque no amor temos liberdade...
Já no ódio, os NÓS dificilmente podem ser desfeitos, e
ficamos aprisionados, porque no ódio não temos
escolha.
 Lei de ação e reação: Na hora de agir (ação) temos
liberdade; no retorno da ação (reação) já não nos
resta escolha, pois somos prisioneiros do mal que
fazemos...

“O homem peca e se torna escravo do pecado”


João 8,34
Os nós não desatados podem ser causa de obsessão:

“É a obsessão, cobrança que bate às portas da alma. É


um processo bilateral. Faz-se presente porque existe de
um lado o cobrador, sequioso de vingança, sentindo-se
ferido e injustiçado, e de outro o devedor, trazendo
impresso no seu perispírito as matizes de culpa, do
remorso ou do ódio que não se extinguiu."
(Suely Caldas Schubert, Obsessão / Desobsessão).
Em qualquer situação, contudo, é possível
perdoar, libertar, amar, pois, como ensinou o
Apóstolo Pedro em sua carta: O amor cobre
uma multidão de pecados.
Dessa forma, é imperativo do nosso futuro
espiritual que todos os seres estejam
harmonizados. Quanto mais demoramos para
desfazer os NÓS e transformá-los em LAÇOS,
mais sofremos e fazemos sofrer. Enquanto
temos mais NÓS (desencontros) para desatar
do que LAÇOS (encontros) para apertar,
certamente haveremos primeiro, e por muito
tempo, de desfazer os NÓS, para somente
depois reaproximarmo-nos dos afetos e
podermos apertar/reapertar os LAÇOS que
construímos junto a eles.
Ninguém (e nada) está por acaso em nossas vidas,
e importa cumprir as palavras do Cristo: “Concilia-te
depressa com o teu adversário, enquanto estás no
caminho com ele”. (Mateus 5,25), pois de outro modo não
evoluímos, porque ninguém consegue evoluir
carregando ódios, ressentimentos, amarguras,
consciência pesada.
REFLEXÃO

Em quê, no quê, em quem, por que, quanto e como


estamos nos ligando?
Teremos que esperar a própria desencarnação para
constatar se continuaremos ligados a isso tudo?
Ficamos ligados àquilo ao qual já nos amarramos em
vida. Modos de ser, ideias, conceitos, pessoas,
preconceitos, emoções, acontecimentos …
...toda vez que a Justiça Divina nos procura no endereço exato para
execução das sentenças que lavramos contra nós próprios, segundo
as leis de causa e efeito, se nos encontra em serviço ao próximo,
manda a Divina Misericórdia que a execução seja suspensa, por
tempo indeterminado.
E, quando ocorre, em momento oportuno, o nosso contato
indispensável com os mecanismos da Justiça Terrena, eis que a
influência de todos aqueles a quem, porventura, tenhamos prestado
algum beneficio aparece em nosso auxílio, já que semelhantes
companheiros se convertem espontaneamente em advogados
naturais de nossa causa, amenizando as
penalidades em que estejamos incursos ou suprindo-as, de todo, se
já tivermos resgatado em amor aquilo que devíamos em provação ou
sofrimento, para a retificação e tranquilidade em nós mesmos.
Reflitamos nisso e concluamos que trabalhar e servir, em qualquer
parte, ser-nos-ão sempre apoio constante e promoção à Vida
Melhor.

Espírito: Emmanuel Médium: Chico Xavier

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