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As bem-aventuranças

Tanto Mateus como Lucas, põem o sermão da montanha no primeiro ano do


ministério público de Jesus. Mateus um pouco antes do que Lucas, que o
localiza imediatamente depois da escolha dos 12, e deixa entendido que o
mesmo deva ser compreendido como algo como um sermão de ordenação.
Mateus apresenta em 3 capítulos maravilhosa síntese da mensagem imortal
do Evangelho, subdividida na forma de grandes discursos (sermões) ou
conjuntos de ideias, que o Mestre iria aprofundar posteriormente, até os
derradeiros momentos de sua existência entre nós.
São discursos formais dirigidos às massas ou aos seus discípulos. Os sermões
se compõem de máximas e instruções de tão elevada qualidade, que têm
sido entesourados há séculos,
O sermão da montanha revela assim, um delineamento básico e bem
estruturado dos ensinamentos de Jesus, uma síntese dos fundamentos do
seu Evangelho, dirigidas especialmente aos discípulos, estendido também a
todos os indivíduos que desejam conhecer os ensinamentos da lei de amor.
As bem-aventuranças ilustram de imediato que a nova lei de Jesus consiste
em mais do que simples observância a determinado número de preceitos.
Jesus alude aqui às atitudes da mente e do coração, e não apenas nos atos
que podem ser vistos pelos homens (Champlin – ONT interpretado versículo
a versículo, pg 300).
Bem-aventurança (grego: makarismós – felicidades) é expressão que envolve
o conceito de felicidade plena, o que no novo testamento só é possível se o
homem estiver em perfeito relacionamento com Deus.

Para os gregos: essa expressão referia-se a uma felicidade material, a uma


vida sem sofrimentos ou preocupações;

Para os judeus: acreditavam que ser bem-aventurado era uma recompensa


pela obediência à lei.
Jesus deu um completo sentido à expressão associando a verdadeira
felicidade a um relacionamento com Deus e à participação do homem no seu
Reino.

A aflição pode ser representada por simples mal-estar, traduzido na forma de


dor ou sofrimento, até intensa preocupação, real ou fictícia, física ou
moral, causada por algo que pode, inclusive, por em risco a própria
existência. O grau de aceitação da aflição varia conforme o estágio
evolutivo da pessoa.
O Espiritismo considera, entretanto, que as aflições são, em geral,
oportunidades de reajustes perante a lei de Deus, sendo necessário
compreendê-las e aproveitá-las como preciosa lição, conforme, asseverou
Jesus: Felizes os aflitos, porque serão consolados.
O sofrimento humano tem origem nos atos cometidos pelo Espírito no
passado, em outras encarnações, ou na atual existência. É resultado da
própria imperfeição humana, que não sabe utilizar adequadamente a
liberdade de escolha. A medida que o ser evolui, porém, a imperfeição
atenua, e o sofrimento resultante de suas más escolhas, vai
desaparecendo, até cessar de vez.
Sendo Deus soberanamente bom e justo, não haveria de permitir que
fôssemos excruciados, salvo por uma boa razão ou causa justa; assim,
sofremos é porque, por ignorância ou rebeldia, ficamos em débito com a
Lei, seja nesta ou em anteriores encarnações. Criados ºº para a felicidade
completa, só a conheceremos, entretanto, quando formos perfeitos;
qualquer jaça ou falha de caráter interdita-nos a entrada nos mundos
venturosos e, pois, através das existências sucessivas, neste e em outros
planetas, que nos vamos purificando e engrandecendo, pondo-nos em
condições de fruir a deleitável companhia das almas santificadas.
Por medida de bom senso, é importante avaliarmos, de forma mais
reflexiva, para onde estamos caminhando, que escolhas estamos realizando
e que resultados elas podem produzir. Se já existe o propósito de seguir o
bem, a despeito das imperfeições que ainda possuímos, este esforço será
recompensado, cedo ou tarde. Entretanto, se a nossa felicidade se
concentra apenas no mundanismo, estaremos semeando um futuro de
aflições.
Todos temos, portanto, no trabalho do bem, nosso grande remédio. Se
caíste, surgirá ele como apoio em que te levantes. Se amargurado, ser-te-á
reconforto. Se erraste, dar-te-á corrigenda. Se ignoras, abençoar-te-á por
lição. Deus sabe que todos nós, encarnados e desencarnados em serviço na
Terra, somos ainda Espíritos imperfeitos, mas concedeu- nos o trabalho do
bem, que podemos desenvolver e sublimar, segundo a nossa vontade, para
que a nossa vida se aperfeiçoe.
O sofrimento está diretamente relacionado às escolhas que o Espírito faz ao
longo de sua jornada evolutiva. Se bem utilizou o seu livre arbítrio sofre
menos, ou não sofre. Se as suas escolhas foram insensatas, irá responder
por elas, de acordo com a gravidade dos atos executados. As condições em
que vivemos, felizes ou infelizes, guardam sempre relação com os atos
cometidos. Nesse sentido, asseveram as orientações espíritas:

A lei humana atinge certas faltas e as pune. O condenado pode então dizer
que sofre a conseqüência do que fez. Mas a lei não alcança, nem pode
alcançar todas as faltas; incide especialmente sobre as que trazem prejuízo
à sociedade e não sobre as que só prejudicam os que as cometem. Deus,
porém, quer que todas as suas criaturas progridam e, portanto, não deixa
impune qualquer desvio do caminho reto. Não há uma só falta, por mais
leve que seja, nenhuma infração da sua lei, que não acarrete
conseqüências forçosas e inevitáveis. Daí se segue que, nas pequenas
coisas, como nas grandes, o homem é sempre punido por aquilo em que
pecou. Os sofrimentos que decorrem do pecado são-lhe uma advertência
de que procedeu mal. Dão-lhe experiência, fazem-lhe sentir a diferença
entre o bem e o mal e a necessidade de se melhorar, a fim de evitar,
futuramente, o que redundou para ele numa fonte de amarguras; se não
fosse assim, não haveria motivo algum para que se emendasse. […].
É bem verdade que, quando a alma está reencarnada, as tribulações da vida
representam um sofrimento para ela; mas, só o corpo sofre
materialmente. “Muitas vezes, falando de alguém que morreu, dizeis que
ele deixou de sofrer. Nem sempre isto é verdade. Como Espírito, não sofre
mais dores físicas, embora esteja sujeito, conforme as faltas que co meteu,
a dores morais mais agudas; pode mesmo vir a ser ainda mais infeliz em
nova existência. O mau rico pedirá esmola e estará sujeito a todas as
privações da miséria; o orgulhoso, a todas as humilhações; o que abusa de
sua autoridade e trata com desprezo e crueldade os seus subordinados se
verá forçado a obedecer a um patrão mais duro do que ele o foi. Todas as
penas e tribulações da vida são expiação das faltas de outra existência,
quando não resultam de faltas da vida atual. […] O homem que se
considera feliz na Terra, porque pode satisfazer às suas paixões, é o que
emprega menos esforços para se melhorar. Se muitas vezes ele começa a
expiar essa felicidade efêmera já nesta vida, com certeza a expiará em
outra existência tão material quanto aquela.”

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