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Leia fragmentos de textos de Clarice

"Desde que descobrira - mas descobrira realmente com um tom espantado - que ia morrer um dia, ento no teve mais medo da vida, e, por causa da morte, dinha direitos totais: arriscava tudo." "Milhares de pessoas no tm coragem de pelo menos prolongar-se um pouco mais nessa coisa desconhecida que sentir-se feliz." "Eu est apaixonada pelo teu eu. Ento ns ." "Estou melanclica porque estou feliz. No paradoxo. Depois do ato do amor no d uma certa melancolia? A da plenitude." "Para que te servem essas mos que ardem e prendem? Para ficarmos de mos dadas, pois preciso tanto, tanto, tanto - uivaram os lobos, e olharam intimidados as prprias garras antes de se aconchegarem um no outro para amar e dormir." "Eu fazia do amor um clculo matemtico errado: pensava que, somando duas compreenses, eu amava. No sabia que, somando suas incompreenses, que se ama." "No pense que a pessoa tem tanta fora assim a ponto de levar qualquer espcie de vida e continuar a mesma. At cortar os prprios defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifcio inteiro." "No faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se d to grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama." "Ento escrever o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que no palavra. Quando essa no palavra - a entrelinha - morde a isca, alguma coisa se escreveu. Uma vez que se pescou a entrelinha, poder-se-ia com alvio jogar a palavra fora. Mas a cessa a analogia: a no palavra, ao morder a isca, incorporou-a. O que salva ento escrever distraidamente." "Tenho um problema: o seguinte: quanto tempo duram as coisas? Se eu deixar uma folha de papel num quarto fechado ela atinge a eternidade?" "Mas o meu principal est sempre escondido. Sou implcita. E quando vou me explicitar perco a mida intimidade."

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