Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Belo Horizonte
UFMG-Escola de Veterinária
2003
1
L864c Lopes, Beatriz Cordenonsi, 1972 –
Comportamento sexual e concentração de progesterona de fêmeas zebuínas
(Bos taurus indicus) em diferentes estações climáticas após: I - luteólise natural
ou
induzida, e II – superovulação / Beatriz Cordenonsi Lopes – 2003.
229 p.:il.
CDD – 636.291 26
2
Tese defendida e aprovada em 15 julho de 2003, pela Comissão Examinadora
constituída por:
______________________________________________________________________
Prof. Dr. José Monteiro da Silva Filho
Orientador
______________________________________________________________________
Drª Maria de Fátima Ávila Pires
______________________________________________________________________
Dr. Wanderlei Ferreira de Sá
______________________________________________________________________
Prof. Dr. José Camisão de Souza
______________________________________________________________________
Dr. José Reinaldo Mendes Ruas
3
4
Aos meus filhos Victor e
Rodrigo, meus amores, o
sentido de tudo.
Vocês me deram a coragem e a
determinação para continuar.
Por vocês eu ultrapassei meus
próprios limites.
Espero um dia compensar
minha ausência na infância tão
preciosa.
5
AGRADECIMENTOS
Nesta longa jornada, cheia de descobertas, novos conhecimentos, frustrações e acima de tudo
engrandecimento moral, agradeço aos que estiveram presentes em meu caminho, mesmo que
por breves momentos, pelo respeito, auxílio, ensinamentos, credibilidade, amizade e carinho.
Agradeço:
Ao meu orientador Professor José Monteiro da Silva Filho, exemplo de sabedoria e
determinação, pela orientação e por me fazer compreender que a única forma de saber é
conquistar e que o estudo e o fazer geram a sabedoria;
A Drª Maria de Fátima Ávila Pires, pelo grande exemplo de dedicação, companheirismo,
sabedoria e acima de tudo pela oportunidade de auxiliar na condução deste projeto;
Ao Dr. João Henrique Moreira Viana pelo indispensável auxílio em todos os momentos, que
contribuiu de maneira fundamental para o sucesso deste trabalho;
Ao Dr. Célio de Freitas pelos grandes ensinamentos, auxílio incondicional, pela paciência,
dedicação e exemplo. A família Freitas: Célio, Mirna e filhos, pela carinhosa acolhida,
agradáveis momentos e pela amizade sincera;
Ao Dr. Ademir de Moraes Ferreira, Dr. Wanderley Ferreira de Sá e Dr. Luiz Sérgio de Almeida
Camargo, pelo auxílio e disponibilização do uso dos equipamentos do laboratório de reprodução
da EMBRAPA;
Ao chefe do colegiado de Pós-graduação Prof. Rômulo Cerqueira Leite, pela compreensão e
apoio;
As secretárias do Colegiado de Pós graduação: Eliana, Luciene e Nilda, pela grande ajuda em
todos os momentos;
Ao Prof. Helton Mattana Saturnino, ao Presidente da ABCZ, Dr. Rômulo Kardec de Camargos,
a EMBRAPA- Gado de leite e à FAPEMIG pelo financiamento da compra dos Kits para a
dosagem da progesterona;
Ao Dr. José Reinaldo Mendes Ruas pelo auxílio na organização do banco de dados, dosagem da
progesterona e disponibilidade em auxiliar sempre que necessário;
Aos Drs. Geovani e Álan pelo apoio nas dosagens de progesterona;
A Nadja pelo total apoio e confiança;
A Drª Maristela da Silveira Palhares pelo apoio nas análises estatísticas, incentivo e respeito;
A Drª Ângela pelo auxílio fundamental nas análises estatísticas;
A Drª Maria Gabriela Diniz Peixoto, pela amizade, disponibilidade e apoio indispensável para a
realização das análises estatísticas;
6
Ao Dr. José Camisão de Souza, pela amizade, atenção e orientação nas análises estatísticas;
Ao João Roberto, técnico da EMBRAPA pelo apoio e auxílio dedicado durante a condução do
experimento a campo;
Ao Gilmar (Del), técnico do laboratório de radioimunoensaio da EMBRAPA pelo grande
auxílio, paciência e boa vontade na realização das dosagens da progesterona;
Ao Felipe Zandonadi, amigo de todas as horas, que me auxiliou sempre, contribuindo
grandemente para realização deste trabalho;
Aos estagiários: Juliana, Leandro, Nikolas, Sandro e Juliana, Raquel e Lucas pela indispensável
ajuda e boas risadas, ao Estevão também pelas fotos;
Aos funcionários da Fazenda Santa Mônica, especialmente a Neli;
Aos professores da Reprodução Animal da EV-UFMG: Antonio Pinho de Marques Júnior, Marc
Henry, Monique de Albuquerque e Vicente do Valle pelos ensinamentos;
Aos meus queridos mestres e amigos da Escola de Veterinária pelo grande incentivo, sabedoria
e amizade. Agradeço aos professores: Antonio Elias Facury, Antonio Último de Carvalho,
Helton Mattana Saturnino, Heloisa Saliba; Iran Borges, Israel; Lívio Ribeiro Molina, Paulo
Marcos Ferreira, Sandra Gesteira Coelho, Vânia Maldini Pena, Vicente Ribeiro do Vale Filho,
Venício José de Andrade e Wagner Moreira,
Aos colegas de pós graduação: Ana Cláudia, Eliane, Flávia, Fabiana, Fabiene, Bolivar, Edson,
Ériklis, Lisboa, Márcia, Manoel Dantas, Paola, Rogéria; Shirley, Silvana, Sílvia, Verinha, e
aqueles que injustamente foram esquecidos;
A Lourdes e Rosângela, secretárias do Departamento de Clínica pelo grande apoio, amizade e
auxílio sempre;
Ao Dário, amigo de todas as horas;
Ao CnPQ que contribuiu para minha formação desde a Iniciação Científica, apoio financeiro
sem o qual eu não estaria conquistando mais esta vitória;
Aos amigos da VISA/DADS- Sete Lagoas, representados pela coordenadora Daniella
Guimarães Araújo, pela confiança, apoio e oportunidade;
A Gisele, grande amiga, exemplo de coragem, dedicação e determinação pelo auxílio
incondicional em todas as horas;
Aos meus grandes amigos: Dalva e Baltazar pela sincera amizade, pela confiança, carinho e
dedicação;
Ao Marcos pela paciência e compreensão;
A minha mãe Maria Antonieta, que por ser avó dedicada, grande companheira e sempre
disposta a ajudar, possibilitou a conclusão deste trabalho;
Aos meus filhos Victor e Rodrigo por existirem;
A Deus, que sempre esteve ao meu lado.
“Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe, faz a hora, não espera acontecer”
(Geraldo Vandré)
7
Nunca pare de sonhar
Gonzaguinha
8
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 26
2. REVISÃO DE LITERATURA 27
2.1 A subspécie Bos taurus indicus 27
2.2 Endocrinologia do ciclo estral 27
2.2.1 Endocrinologia do comportamento sexual 30
2.2.2 Valores plasmáticos de esteróides em fêmeas superovuladas: associação com
o comportamento sexual e produção de embriões 32
2.3 Comportamento sexual da fêmea bovina 34
2.3.1 Sinais clínicos de estro e fatores que comprometem sua manifestação 37
2.3.2 Interações sociais e comportamento sexual 40
2.3.3 Detecção do estro 41
2.3.4 Duração do estro 43
2.4 Manipulação hormonal e atividade ovariana 44
2.4.1 Indução e sincronização do estro 44
2.4.2 Superovulação e transferência de embriões 46
2.5 Progesterona plasmática (P4) no ciclo estral de fêmeas Bos taurus indicus 49
2.5.1 Progesterona plasmática de fêmeas bovinas superovuladas 52
2.6 Ultra-sonografia e função reprodutiva de fêmeas bovinas 57
EXPERIMENTO I
Comportamento sexual e concentração de progesterona de fêmeas zebuínas (bos
taurus indicus) em diferentes estações climáticas após luteólise natural ou induzida 59
3. INTRODUÇÃO 59
4 MATERIAL E MÉTODOS 59
4.1 Localização, objetivos e caracterização climática 60
4.2 Animais experimentais 61
4.3 O experimento 62
4.4 Caracterização do comportamento sexual 62
4.4.1 Local de observação dos animais 62
4.4.2 Identificação dos animais 63
4.4.3 Avaliação do comportamento sexual 63
4.5 Avaliação das concentrações plasmáticas de progesterona 64
9
4.6 Avaliação da atividade ovariana 66
4.7 Análises estatísticas 67
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 67
5.1 Receptividade sexual de fêmeas Bos taurus indicus 67
5.1.2 Receptividade sexual – efeito do ano experimental 72
5.1.3 Receptividade sexual – efeito da raça: Gir ou guzerá 73
5.1.4 Efeito da estação do ano sobre a receptividade sexual 74
5.1.5 Interação entre anos experimentais e variáveis estudadas 76
5.1.6 Receptividade sexual e tipo de luteólise 77
5.2 Ação instigadora 78
5.2.1 Ação instigadora – efeito do ano experimental 83
5.2.2 Ação instigadora - efeito da raça 85
5.2.3 Ação instigadora - efeito da estação do ano 87
5.2.4 Ação instigadora – interação estação e ano experimental 89
5.2.5 Ação instigadora -efeito do tipo de luteólise 90
5.2.6 Associação entre as ações estudadas 91
5.3 Comportamento sexual: associação da receptividade sexual e ação instigadora 92
5.4 Diâmetro do folículo pré ovulatório e comportamento sexual 94
5.5 Progesterona plasmática nos dias de receptividade sexual: influência da raça,
estação climática e tipo de luteólise 96
5.5.1 Progesterona plasmática e receptividade sexual 99
5.5.2 Progesterona plasmática e ação instigadora 100
5.6 Distribuição horária das ações recebidas no proestro imediato e no estro 101
5.6.1 Caracterizando o proestro imediato 101
5.7 O proestro imediato 101
5.8 O dia do estro 105
5.8.1 Caracterizando o período do estro 105
5.8.2 Duração do estro 109
5.8.3 Número de montas recebidas 111
5.8.4 Número de fêmeas em estro e montas recebidas 111
5.8.5 Distribuição horária das montas recebidas durante o período de estro 113
5.9 Concentração plasmática das fêmeas zebuínas durante o ciclo estral 116
5.9.1 Progesterona plasmática no ciclo estral de fêmeas Gir e Guzerá 119
5.9.2 Progestrona plasmática das fêmeas Bos taurus indicus no inverno e no verão 121
5.9.3 Progestrona plasmática das fêmeas Bos taurus indicus sob estro induzido ou
natural 124
6 CONCLUSÕES – EXPERIMENTO I 127
10
EXPERIMENTO II
Comportamento sexual e concentração de progesterona de fêmeas zebuínas
(bos taurus indicus) submetidas à superovulação, em diferentes estações
climáticas 129
7. INTRODUÇÃO 129
8. MATERIAL E MÉTODOS 129
8.1 Localização, dados meteorológicos e animais 129
8.2 O experimento 130
8.3 Superovulação 130
8.4 Detecção dos cios e inseminação artificial 133
8.5 Comportamento sexual 133
8.6 Avaliação do genital feminino 134
8.7 Coleta de sangue e dosagem hormonal 135
8.8 Coleta dos embriões 135
8.9 Análises estatísticas 136
11
LISTA DE TABELAS
EXPERIMENTO I
Tabela 1 Estros com duração acima de 10 horas registrados em fêmeas Bos taurus 44
indicus
Tabela 2 Valores da progesterona plasmática, número de corpos lúteos e embriões 52
viáveis no dia da coleta (dia 7) nos diversos estudos consultados
Tabela 3 Dados meteorológicos médios das etapas experimentais: 60
Tabela 4 Número de animais da raça Gir e Guzerá utilizados em cada etapa 61
experimental
Tabela 5 Número de ciclos (com detecção de cio) decorrentes da luteólise induzida
ou natural em vacas da raça Gir e Guzerá no Inverno e no Verão nos
diferentes anos experimentais (Ano 1 e Ano 2) 62
Tabela 6 Códigos utilizados para registrar ações associadas ao comportamento
sexual 63
Tabela 7 Relação ordenada das ações recebidas durante o período de estro (dia 0)
pelas fêmeas Bos taurus indicus de acordo com a freqüência de cada
ação em relação ao total (ordem decrescente) 67
Tabela 8 Número médio de ações recebidas nos ciclos (n) de fêmeas Bos taurus
indicus nos diferentes dias da receptividade sexual (proestro, dias: -2 e-1,
período do estro: dia 0 e meatestro: dias 1 e 2). 68
Tabela 9 Relação ordenada das seis principais ações recebidas no dia do estro (dia
0) pelas fêmeas Bos taurus indicus de acordo com a freqüência de cada
ação em relação ao total das principais ações recebidas (ordem
decrescente) 71
Tabela 10 Receptividade Sexual: Ocorrência média das ações recebidas nos ciclos
de fêmeas Bos taurus indicus nos Ano 1 (98/99) e Ano 2 (99/00) no
proestro (dias –2 e –1), no período do estro (dia 0) e no metaestro (dias 1
e 2) 72
Tabela 11 Receptividade Sexual: Ocorrência média das ações recebidas nos ciclos
(n) de fêmeas da raça Gir e Guzerá no proestro (dias –2 e –1), no período
do estro (dia 0) e no metaestro (dias 1 e 2) 74
Tabela 12 Receptividde Sexual: Ocorrência média das ações recebidas nos ciclos (n)
de fêmeas Bos taurus indicus no Inverno e no Verão, no proestro (dias –2
e –1), no período do estro (dia 0) e no metaestro (dias 1 e 2) 75
Tabela 13 Interação entre a raça (Gir ou Guzerá) e as estação do ano (inverno ou
Verão) sobre a ocorrência de Cheirada no períneo no período do estro
(dia 0) 76
Tabela 14 Receptividade sexual – Efeito da interação entre Anos experimentais
(Ano 1 –98/99 ou Ano 2 – 99/00), Raça do animal (Gir ou Guzerá) e
Estação do ano (Inverno ou Verão) sobre a ocorrência média das ações:
cheirada no períneo no proestro imediato (dia –1) e de cabeçada na
cabeça e tentativa de monta no período do estro (dia 0) 77
12
Tabela 15 Receptividade Sexual: Ocorrência média das ações recebidas nos ciclos
(n) de fêmeas Bos taurus indicus sob luteólise natural ou induzida pela
PgF2α, no proestro (dias –2 e –1), no período do estro (dia 0) e no
metaestro (dias 1 e 2) 78
Tabela 16 Relação ordenada das ações realizadas durante o período de estro (dia 0)
pelas fêmeas Bos taurus indicus de acordo com a freqüência de cada
ação em relação ao total (ordem decrescente) 79
Tabela 17 AÇÃO INSTIGADORA - Número de ações realizadas pelas vacas Bos
taurus indicus nos dias -2,-1, 0, 1 e 2 em relação ao estro (dia 0= dia do
estro) 80
Tabela 18 Relação ordenada das seis principais ações realizadas no dia do estro (dia
0) pelas fêmeas Bos taurus indicus de acordo com a freqüência de cada
ação em relação ao total das principais ações realizadas (ordem
decrescente) 82
Tabela 19 AÇÃO INSTIGADORA – Número médio de ações realizadas nos ciclos
(n) de fêmeas Bos taurus indicus nos Anos 1 (98/99) e 2 (99/00), no
proestro (dias –2 e –1), no período do estro (dia 0) e no metaestro (dias 1
e 2) 84
Tabela 20 AÇÃO INSTIGADORA - Número médio de ações realizadas nos ciclos
de vacas da raça Gir ou Guzerá no proestro (dias –2 e –1), no estro (dia 0)
e no metaestro (dias 1 e 2) 86
Tabela 21 Número médio de ações realizadas nos ciclos de vacas da raça Gir e
Guzerá nos Ano 1 (98/99) e 2 (99/00) – Ações que diferiram entre os
dois anos experimentais 87
Tabela 22. AÇÃO INSTIGADORA - Número médio de ações realizadas nos ciclos
de fêmeas Bos taurus indicus no inverno e no verão durante o proestro
(dias –2 e –1), estro (dia 0) e metaestro (dias 1 e 2) 88
Tabela 23. Número médio de montas realizadas nos ciclos (n) de vacas Gir e Guzerá
no Inverno e no Verão durante o estro 88
Tabela 24. Número médio das ações: cheirada no períneo (dia –1), cabeçada na
cabeça (dias 0 e 2) e pressão de queixo na garupa (dia 1) realizadas no
Inverno e no Verão do Anos 1 (98/99) e 2 (99/00) nos ciclos de fêmeas
Bos taurus indicus 89
Tabela 25 Número médio das ações realizadas: Cheirada no períneo, no dia –1 e
Cabeçada na cabeça, no período do estro (dia 0) pelas vacas da raça Gir e
Guzerá no Inverno e no Verão dos Anos 1 (98/99) e 2 (99/00) 89
Tabela 26. AÇÃO INSTIGADORA - Número médio de ações realizadas nos ciclos
de fêmeas Bos taurus indicus sob luteólise induzida pela PgF2α ou
natural durante o proestro (dias –2 e –1), estro (dia 0) e metaestro (dias 1
e 2) 91
Tabela 27 Comparação entre a RECEPTIVIDADE sexual e a ação INSTIGADORA
das vacas Bos taurus indicus no proestro imediato (dia –1) e no estro (dia
0) 92
13
Tabela 28 Número médio do total de ações RECEBIDAS de acordo com a classe de
diâmetro do folículo pré ovulatório de fêmeas Bos taurus indicus no
proestro (dias –2 e –1) e no período do estro (dia 0) 95
Tabela 29 Número médio do total de ações realizadas de acordo com a classe de
diâmetro do folículo pré ovulatório de fêmeas Bos taurus indicus no
proestro (dias –2 e –1) e no período do estro (dia 0) 96
Tabela 30 Valores médios da progesterona plasmática (ng/ml) nas vacas Bos tauris
indicus nos diferentes dias 97
Tabela 31 Valores médios da progesterona plasmática (ng/ml) de vacas Gir e
Guzerá durante o proestro (dias –2 e-1), estro (0) e metaestro (dias 1 e 2) 97
Tabela 32 Valores médios da progesterona plasmática (ng/ml) das fêmeas Bos
taurus indicus no Inverno e no Verão durante o proestro (dias –2 e –1),
período do estro (dia 0) e metaestro (dias 1 e 2) 98
Tabela 33 Valores médios da progesterona plasmática (ng/ml) das fêmeas Bos
taurus indicus sob luteólise induzida pela Pgf 2 α ou natural durante o
proestro (dias –2 e –1), período do estro (dia 0) e metaestro (dias 1 e 2) 98
Tabela 34 Número médio do total de ações recebidas nos dias de receptividade
sexual (-2 até 2), nos ciclos de fêmeas Bos taurus indicus, de acordo com
a classe de progesterona 99
Tabela 35 Número médio do total de ações realizadas nos dias de receptividade
sexual (-2 até 2), nos ciclos de fêmeas Bos taurus indicus, de acordo com
a classe de progesterona 100
Tabela 36 Ocorrência média de Tentativa de monta, Cabeçada na cabeça e Cheirada
no Períneo a cada hora do proestro imediato (dia –1) nos ciclos (n) das
fêmeas Bos taurus indicus, freqüência em relação ao total de cada ação
recebida, freqüência acumulativa em relação ao total de cada ação
recebida (ordem decrescente) e freqüência em relação ao total de ciclos
avaliados (150) 103
Tabela 37 Ocorrência média de Pressão de Queixo na Garupa e Lambida no Períneo
recebidas a cada hora do proestro imediato (dia –1) nos ciclos (n) das
fêmeas Bos taurus indicus, freqüência em relação ao total de cada ação
recebida, freqüência acumulativa em relação ao total de cada ação
recebida (ordem decrescente) e freqüência em relação ao total de ciclos
avaliados (150) 104
Tabela 38 Número mínimo e máximo de ações recebidas nos ciclos das vacas Bos
taurus indicus no período do estro e número de ações recebidas pelo 1º e
2º maior número de ciclos e as respectivas frequências em relação ao
total da ação recebida 105
Tabela 39 Ocorrência média de Cabeçada na cabeça, Pressão de Queixo na Garupa
e Tentativa de monta, a cada hora do estro imediato (dia 0) nos ciclos (n)
das fêmeas Bos taurus indicus, freqüência em relação ao total de cada
ação recebida, freqüência acumulativa em relação ao total de cada ação
recebida e freqüência em relação ao total de ciclos avaliados (150) 106
14
Tabela 40 Ocorrência média de Cheirada e Lambida no períneo a cada hora do estro
imediato (dia 0) nos ciclos (n) das fêmeas Bos taurus indicus, freqüência
em relação ao total de cada ação recebida, freqüência acumulativa em
relação ao total de cada ação recebida e freqüência em relação ao total de
ciclos avaliados (150) 107
Tabela 41 Duração média do cio (hs) de vacas Bos taurus indicus de acordo com o
número de fêmeas em cio no lote 110
Tabela 42 Número médio de montas recebidas por ciclos de fêmeas Bos taurus
indicus, freqüência em relação ao total de montas recebidas, freqüência
acumulativa em relação ao total de montas recebidas, freqüência em relação
ao total de ciclos avaliados em cada hora do período do estro e número
médio de montas recebidas a cada período de 6 horas do cio 115
Tabela 43 Duração média dos ciclos estrais das fêmeas Bos taurus indicus 116
Tabela 44 Valores da progesterona plasmática (ng/ml) para os dias que apresentaram
médias diferentes entre os anos experimentais 117
Tabela 45 Concentração plasmática da progesterona (ng/ml) de fêmeas da raça Gir e
Guzerá no diestro dos Ano 1 (98/99) e 2 (99/00) 119
Tabela 46 Valores da progesterona plasmática (ng/ml) para os dias que apresentaram
médias diferentes entre o Inverno e o Verão do Ano 1 (98/99) 121
Tabela 47 Valores da progesterona plasmática (ng/ml) para os dias que apresentaram
médias diferentes entre o Inverno e o Verão do Ano 2 (99/00) 121
Tabela 48 Concentração plasmática da progesterona (ng/ml) no diestro de fêmeas Bos
taurus indicus no inverno e verão dos Anos 1 (98/99)e 2 (99/00) 121
Tabela 49 Valores da progesterona plasmática (ng/ml) para os dias que apresentaram
médias diferentes entre o os ciclos da luteólise natural e induzida no Ano 1
(98/99) 125
Tabela 50 Concentração plasmática da progesterona (ng/ml) no diestro de ciclos
estrais advindos da luteólise natural e induzida 125
Tabela 51 Valores da progesterona plasmática (ng/ml) para os dias que apresentaram
médias diferentes entre os ciclos da luteólise natural e induzida no Ano 2
(99/00) 126
EXPERIMENTO II
Tabela 52 Dados meteorológicos médios do período de avaliação do
comportamento sexual em Fevereiro (17 a 23/02) e Agosto (11 a
17/08) de 2002 no CESM 129
Tabela 53 Relação das vacas da raça Gir submetidas ao tratamento gonadotrófico em
2002, seus respectivos pesos e escores da condição corporal (escala de 1 a
9) no Verão e no Inverno de 2002, diferenças entre o peso e o escore
corporal entre as duas estações climáticas e utilização de CIDR no
tratamento superovulatório 132
Tabela 54 RECEPTIVIDADE SEXUAL -Número médio de ações recebidas nos
ciclos (n) das fêmeas Gir superovuladas no proestro imediato (dia –1), no
período do estro (dia 0) e no metaestro imediato (dia 1) 137
15
Tabela 55 RECEPTIVIDADE SEXUAL – Número médio de ações recebidas por
fêmeas Gir superovuladas durante o proestro (dia –1), estro (dia 0) e
metaestro (dia ) no inverno e verão de 2002. 140
Tabela 56 AÇÃO INSTIGADORA –Número médio de ações realizadas nos ciclos (n)
das fêmeas Gir superovuladas no proestro imediato (dia –1), no período do
estro (dia 0) e no metaestro imediato (dia 1) 142
Tabela 57 AÇÃO INSTIGADORA - Número médio de ações realizadas por fêmeas
Gir superovuladas durante o proestro (dia –1), estro (dia 0) e metaestro (dia
) no inverno e verão de 2002. 146
Tabela 58 Classes de número de folículos ovarianos detectados ao ultra-som no dia do
estro e número médio do total de ações e montas recebidas dentro de cada
classe no dia do cio de vacas Gir superovuladas 148
Tabela 59 Classes de número de folículos ovarianos detectados ao ultra-som no dia do
estro e número médio do total de ações e montas realizadas dentro de cada
classe no dia do cio de vacas Gir superovuladas 148
Tabela 60 Número médio de montas recebidas pelas fêmeas da raça Gir superovuladas
pelo FSH no período noturno e diurno no Verão e no Inverno de 2002 151
Tabela 61 Número médio de montas recebidas pelas fêmeas da raça Gir superovuladas
pelo FSH no período noturno e diurno sob cio induzido apenas pela PgF2α
e pela PgF2α mais a retirada do CIDR 152
Tabela 62 Número médio do total de ações RECEBIDAS pelas vacas Gir
superovuladas de acordo com a progesterona plasmática 152
Tabela 63 Número médio do total de ações REALIZADAS pelas vacas Gir
superovuladas de acordo com a progesterona plasmática 153
Tabela 64 Número de folículos ovarianos no início do tratamento FSH e no dia do
estro à ultra-sonografia, número de folículos ovulados, estruturas
recuperadas e embriões viáveis de fêmeas gir superovuladas com FSH-p
(média, mínimo e máximo) 154
Tabela 65 Número de folículos nos ovários antes do início das superovulações,
número de folículos ovulados a cada 4 horas, e respectiva porcentagem e
número médio de folículos. 158
Tabela 66 Duração dos intervalos para os eventos reprodutivos (horas) das vacas Gir
superovuladas, média ajustada, valores mínimos e máximos. 158
Tabela 67 Médias ajustadas para o intervalo da administração da primeira dose de
PgF2α e o início do cio de acordo com a interação entre o número de
fêmeas em estro no grupo e a utilização ou não do CIDR durante o
programa superovulatório de vacas da raça Gir 159
Tabela 68 Distribuição horária do início do estro das fêmeas Gir superovuladas por
FSH-p cujos cios foram induzidos apenas pela prostaglandina ou também
pela retirada do CIDR no Verão e no Inverno de 2002 161
Tabela 69 Médias ajustadas para a duração do estro (h) de acordo com a interação
entre número de fêmeas em estro no grupo e a utilização ou não do CIDR
durante o programa superovulatório de vacas da raça Gir 162
Tabela 70 Duração média do intervalo entre início do estro e das ovulações de acordo
com o número de folículos presentes nos ovários no dia do estro 164
16
Tabela 71 Número médio de estruturas ovuladas de acordo com a classe de número de
folículos nos ovários registrados por ultra-sonografia no dia do estro. 164
Tabela 72 Interação entre número de folículos ovarianos no dia do estro e estação do
ano sobre o intervalo início do estro-início das ovulações (horas) 165
Tabela 73 Correlação de Pearson entre os valores da progesterona plasmática no estro
(dia 0) e no dia da coleta dos embriões (dia 7) e a resposta ao protocolo
superovulatório 167
Tabela 74 Progesterona plasmática de vacas Gir superovuladas no dia da coleta dos
embriões (dia 7) de acordo com o número de folículos ovarianos detectados
ao US no dia do estro 169
Tabela 75 Valores médios da progesterona plasmática das fêmeas Gir após o estro
advindo de ciclo superovulado de acordo com o número de folículos
registrados nos ovários no dia do estro e média geral da P4, considerando-
se os valores da progesterona acima de 40 ng/ml iguais a 40 ng/ml 169
APÊNDICE
EXPERIMENTO I (APÊNDICE)
Tabela 76 Vacas da raça GIR utilizadas no experimento I, peso vivo (kg) e presença
nas etapas experimentais 194
Tabela 77 Vacas da raça GUZERÁ utilizadas no experimento I: peso vivo (kg) e
presença nas etapas experimentais 195
Tabela 78 Correlação de Pearson entre as atitudes RECEBIDAS pelas vacas Gir e
Guzerá no experimento 1, dois dias antes do estro (dia –2) 197
Tabela 79 Correlação de Pearson entre as atitudes REALIZADAS pelas vacas Gir e
Guzerá no experimento 1, dois dias antes do estro (dia –2) 197
Tabela 80 Correlação de Pearson entre as atitudes RECEBIDAS pelas vacas Gir e
Guzerá no experimento 1, na véspera do estro (dia –1) 198
Tabela 81 Correlação de Pearson entre as atitudes REALIZADAS pelas vacas Gir e
Guzerá no experimento 1, na véspera do estro (dia –1) 198
Tabela 82 Correlação de Pearson entre as atitudes RECEBIDAS pelas vacas Gir e
Guzerá no experimento 1, durante o período de estro (dia 0) 199
Tabela 83 Correlação de Pearson entre as atitudes REALIZADAS pelas vacas Gir e
Guzerá no experimento 1, durante o período de estro (dia 0) 199
Tabela 84 Correlação de Pearson entre as atitudes RECEBIDAS pelas vacas Gir e
Guzerá no experimento 1, no dia posterior ao estro (dia 1) 200
Tabela 85 Correlação de Pearson entre as atitudes REALIZADAS pelas vacas Gir e
Guzerá no experimento 1, no dia posterior ao estro (dia 1) 200
Tabela 86 Correlação de Pearson entre as atitudes RECEBIDAS pelas vacas Gir e
Guzerá no experimento 1, dois dias após o estro (dia 2) 201
Tabela 87 Correlação de Pearson entre as atitudes REALIZADAS pelas vacas Gir e
Guzerá no experimento 1, dois dias após o estro (dia 2) 201
Tabela 88 Distribuição da ocorrência das ações recebidas: Tentativa de Monta e
Cabeçada na cabeça pelas vacas Bos taurus indicus em cada hora do
período estro (dia 0) nos Anos 1 (98/99) e 2 (99/00) 202
Tabela 89 Distribuição da ocorrência da ação recebida Cheirada no Períneo pelas
vacas Bos taurus indicus em cada hora no dia anterior ao estro (dia –1) nos
Anos 1 (98/99) e 2 (99/00) 204
17
Tabela 90 Número de ações recebidas pelas fêmeas Bos taurus indicus no período do
estro (dia 0) e número de ciclos (n) que receberam as ações com as
respectivas porcentagens 205
Tabela 91 Distribuição da ocorrência da ação recebida: Pressão de queixo na Garupa
pelas vacas Bos taurus indicus em cada hora do período de estro (dia 0) no
Inverno e no Verão 206
Tabela 92 Distribuição da ocorrência das ações recebidas: Cheirada e Lambida no
Períneo em cada hora do período de estro (dia 0) pelas vacas da raça Gir e
Guzerá 207
Tabela 93 Modelo da análise de variância para a duração do estro das vacas Gir e
Guzerá 208
Tabela 94 Valores médios diários da progesterona plasmática (ng/ml) de vacas da raça
Gir e Guzerá no ANO 1 (98/99) 210
Tabela 95 Valores médios diários da progesterona plasmática (ng/ml) de vacas da raça
Gir e Guzerá no ANO 2 (99/00) 211
Tabela 96 Valores médios diários da progesterona plasmática (ng/ml) de vacas
zebuínas no inverno e verão do ANO 1 (98/99) 212
Tabela 97 Valores médios diários da progesterona plasmática (ng/ml) de vacas
zebuínas no inverno e verão do ANO 2 (99/00) 213
Tabela 98 Valores médios diários da progesterona plasmática (ng/ml) de vacas
zebuínas sob luteólise natural ou induzida no ANO 1 (98/99) 214
Tabela 99 Valores médios diários da progesterona plasmática (ng/ml) de vacas
zebuínas sob luteólise natural ou induzida no ANO 2 (99/00) 215
EXPERIMENTO II (APÊNDICE)
Tabela 100 Modelo da análise de variância para a duração do estro das vacas Gir
superovuladas pelo FSH 218
Tabela 101 Modelo da análise de variância para o intervalo entre a administração da
PgF2α e o início do estro em vacas Gir superovuladas pelo FSH 218
Tabela 102 Modelo da análise de variância para o intervalo entre a administração da
PgF2α e o início das ovulações nas vacas Gir superovuladas pelo FSH 219
Tabela 103 Modelo da análise de variância para o intervalo entre o início do estro e o
início das ovulações nas vacas Gir superovuladas pelo FSH 219
Tabela 104 Correlação de Pearson entre as atitudes RECEBIDAS pelas vacas Gir
superovuladas pelo FSH na véspera do estro ( dia –1) 220
Tabela 105 Correlação de Pearson entre as atitudes REALIZADAS pelas vacas Gir
superovuladas pelo FSH na véspera do estro (dia –1) 220
Tabela 106 Correlação de Pearson entre as atitudes RECEBIDAS pelas vacas Gir
superovuladas pelo FSH no período do estro (dia 0) 221
Tabela 107 Correlação de Pearson entre as atitudes REALIZADAS pelas vacas Gir
superovuladas pelo FSH no período do estro (dia 0) 221
Tabela 108 Correlação de Pearson entre as atitudes RECEBIDAS pelas vacas Gir
superovuladas pelo FSH no dia posterior ao estro ( dia 1) 222
Tabela 109 Correlação de Pearson entre as atitudes REALIZADAS pelas vacas Gir
superovuladas pelo FSH no período do estro (dia 0) 222
Tabela 110 Número médio de montas recebidas ou realizadas no estro de fêmeas Gir
superovuladas de acordo com o número de fêmeas em cio simultâneo no
lote 223
18
Tabela 111 Correlação de Pearson para o registro ultra-sonográfico das estruturas
ovarianas nos dias da administração do FSH, dia do estro, estruturas
ovuladas, recuperadas e embriões viáveis após a coleta 224
Tabela 112 Dados meteorológicos do mês de Fevereiro de 2002 do campo experimental
Santa Mônica –Barão de Juparanã- Valença-RJ 225
Tabela 113 Dados meteorológicos do mês de Agosto de 2002 do campo experimental
Santa Mônica –Barão de Juparanã- Valença-RJ 226
LISTA DE FIGURAS
EXPERIMENTO I
Figura 1 Representação esquemática da aplicação das duas doses de prostaglandina
(PgF2α), da coleta de sangue para a dosagem de progesterona (P4) e da
avaliação do comportamento sexual pelos dias em relação à aplicação da
PgF2α (dia 0= 2ª aplicação da PgF2α), nas etapas experimentais. 66
Figura 2 Porcentagem de ciclos em que registrou-se o recebimento da ação pela
vaca alvo nos dias de receptividade sexual 69
Figura 3 Porcentagem de ciclos em que registrou-se a realização da ação pela vaca
instigadora nos dias de receptividade sexual 81
Figura 4 Número médio de montas recebidas de acordo com o número de fêmeas em
cio no mesmo período 112
Figura 5 Número médio de montas recebidas por hora de estro de acordo com o
número de fêmeas em cio no lote estudado 113
Figura 6 Progesterona plasmática de fêmeas Bos taurus indicus nos ciclos estrais do
ANO 1 (98/99) e ANO 2 (99/00) 117
Figura 7 Progesterona plasmática no ciclo estral de vacas da raça Gir e Guzerá no
Ano 1 (98/99) 120
Figura 8 Progesterona plasmática no ciclo estral de vacas das raças Gir e Guzerá no
Ano 2 (1999/2000) 120
Figura 9 Progesterona plasmática de fêmeas Bos taurus indicus nos ciclos estrais do
inverno e verão do Ano 1 (98/99) 122
Figura 10 Progesterona plasmática de fêmeas Bos taurus indicus nos ciclos estrais no
inverno e verão do Ano 2 (99/00) 122
Figura 11 Progesterona plasmática nos ciclos advindos da luteólise natural ou
induzida de fêmeas Bos taurus indicus no Ano 1 (98/99) 125
Figura 12 Progesterona plasmática nos ciclos advindos da luteólise natural ou
induzida de fêmeas Bos taurus indicus no Ano 2 (99/00) 126
EXPERIMENTO II
Figura 13 Esquema da aplicação da prostaglandina sintética para a sincronização do
estro e obtenção do cio base para o início do protocolo de superovulação 131
Figura 14 Esquema das doses hormonais e da retirada do CIDR utilizado no
tratamento superovulatório das vacas Gir em Fevereiro e Agosto do Ano de
2002 133
Figura 15 Códigos utilizados para registrar ações associadas ao comportamento
sexual de vacas Gir superovuladas 134
19
Figura 16 Porcentagem de ciclos com o recebimento das ações nos dias da
receptividade sexual (dia 0= período do estro) 136
Figura 17a Porcentagem de ciclos com o recebimento de ações nos dias da
receptividade sexual 138
Figura 17b Porcentagem de ciclos em que registrou-se a realização das ações nos dias
da receptividade sexual 143
Figura 18 Número médio de ações recebidas e realizadas pelas vacas gir
superovuladas nos dias -1, 0 e 1 (dia 0=período do estro) 144
Figura 19 Número médio de montas recebidas no dia do cio por fêmeas gir
superovuladas de acordo com o número de fêmeas em estro simultâneo no
grupo estudado 149
Figura 20 Número médio de montas realizadas no dia do cio por fêmeas gir
superovuladas de acordo com o número de fêmeas em estro no grupo
estudado 150
Figura 21 Valores da progesterona plasmática durante o programa superovulatório 166
Figura 22 Concentração plasmática da progesterona de vacas superovuladas da raça
Gir de acordo com o número de folículos detectados nos ovários ao US no
dia do estro (dia 0) 170
APÊNDICE
Figura 23 Experimento 1 - Número médio de ações recebidas pelas vacas zebus nos
dias de receptividade sexual (dia 0= período do cio) 196
Figura 24 Experimento 1 - Nº médio de ações realizadas pelas vacas zebu de acordo
com seu dia de receptividade sexual (dia 0= dia do cio) 196
Figura 25 Porcentagem de montas recebidas pelas vacas gir e guzerá durante as horas
do cio (Experimento I) 209
Figura 26 Número médio de montas recebidas pelas vacas gir e guzerá durante as
horas de estro (Experimento I) 209
Figura 27 Experimento II - Número médio de ações recebidas pelas vacas gir
superovuladas no peri-cio (dia do estro=0) 216
Figura 28 Experimento II - Número médio de ações realizadas pelas vacas gir
superovuladas no peri-cio(dia 0= dia do estro) 216
Figura 29 Número médio de folículos ovarianos a cada 4 horas do período ovulatório
de vacas Gir superovuladas 217
Figura 30 Monta 227
Figura 31 Interação de cabeça com cabeça 227
Figura 32 Pressionamento de queixo na garupa 228
Figura 33 Cheirada no períneo 228
Figura 34 Tentativa de monta 229
Figura 34 Flehmen 229
20
LISTA DE ABREVIATURAS
CACA Cabeçada na cabeça
CAFL Cabeçada no flanco
CAPE Cabeçada no períneo
CAPES Cabeçada no pescoço
CHPE Cheirar o períneo
FLE Flehmen
LCA Lamber a cabeça
LDO Lamber o dorso
LFL Lamber o flanco
LPE Lamber o períneo
LPES Lamber o pescoço
MONTA Monta efetuada e aceita
PQD Pressionar o queixo no dorso
PQGA Pressionar o queixo na garupa
TM Tentativa de monta
CIDR “Controlled Intenal Drug Releasing Device”- dispositivo intravaginal que libera
de maneira controlada o progestágeno Norgestomed
CL Corpos lúteos
E2 Estradiol
IA Inseminação Artificial
P4 Progesterona plasmática
PgF2α Prostaglandina F 2 alfa
TE Transferência de embriões
21
I - COMPORTAMENTO SEXUAL E CONCENTRAÇÃO DE PROGESTERONA
DE FÊMEAS ZEBUÍNAS (Bos taurus indicus) EM DIFERENTES ESTAÇÕES
CLIMÁTICAS APÓS LUTEÓLISE NATURAL OU INDUZIDA
RESUMO
Avaliou-se sob observação contínua, no proestro (dias –2 e –1), no estro (dia 0) e no metaestro
(dias 1 e 2), o comportamento sexual em 150 ciclos advindos da luteólise induzida pela PgF2α e
natural, de vacas das raças Gir (n=35) e Guzerá (n=12), em dois anos experimentais
consecutivos, no inverno e no verão. As ações consideradas sexuais foram a monta, a interação
cabeça com cabeça (CACA), o pressionamento de queixo na garupa (PQGA), o cheirar o
períneo (CHPE), a tentativa de monta (TM) e a lambida no períneo (LPE) que tiveram o auge de
suas ocorrências no estro. No dia anterior ao estro (dia –1) as fêmeas receberam 2,84±2,50
CACA; 2,05±1,49 PQGA; 1,93±1,21 CHPE e 1,34±0,81 LPE, sendo mais receptivas (p<0,05) a
estas ações no dia do estro (11,16±9,72 CACA; 5,06±3,87 PQGA; 3,78±2,83 CHPE e
3,00±2,61 LPE), quando a aceitação da monta (27,33±17,39) foi a principal característica
apresentada. Após o estro (dia 1) a receptividade à estas ações diminuiu (p<0,05) retornando aos
valores do dia –1 (p>0,05). A recepção a TM, não variou (p>0,05) entre os dias –1 (3,33±2,81),
no estro (3,88±4,11) e no dia 1 (3,46±2,70), mas foi superior (p<0,05) aos dias –2 (1,89±1,52) e
2 (1,90±1,28). As fêmeas realizaram no dia –1: 7,21±7,25 montas; 3,32±2,68 CACA; 3,48±2,77
TM e 2,90±2,09 PQGA, passando a realizar no estro: 17,66±14,10 montas; 10,66±9,35 CACA;
6,93±6,03 TM e 4,42±3,60 PQGA (p<0,05). Estas atividades foram realizadas no metaestro em
menor intensidade que nos dias –1 (p<0,05) e que no estro (p<0,01). O tipo de luteólise não
influenciou a atividade sexual das fêmeas (p>0,05). Vacas guzerá no estro, realizaram menos
montas (p<0,01) no verão (8,65±7,90) que fêmeas gir (17,87±14,07) e receberam mais CHPE
(5,48 ±3,31 vs 3,69 ±2,67) nesta estação (p<0,05). O diâmetro do folículo pré ovulatório não foi
associado ao total de ações recebidas e realizadas (p>0,05). A duração do estro foi maior
quando o grupo foi constituído por mais de três fêmeas, em relação aos grupos de uma ou duas
fêmeas (p<0,05). A progesterona plasmática (P4) influenciou o total de ações sexuais recebidas
(p<0,05), que foi menor na presença de P4 acima de 1,0 ng/ml no dia -2. A P4 durante o ciclo
estral variou entre os anos experimentais (p<0,05) e teve valores médios no diestro superiores
no inverno (Ano 1: 4,11±2,22 e Ano 2: 3,26±1,96) em relação ao verão (Ano 1: 3,13±1,89 e
Ano 2: 2,54±1,67) (p<0,05).
Palavras chaves: Bos taurus indicus, comportamento sexual, ciclo estral, progesterona
22
I - SUMMER AND WINTER SEXUAL BEHAVIOUR AND PROGESTERONE
CONCENTRATIONS OF ZEBU COWS (Bos taurus indicus) AFTER NATURAL
OR INDUCED LUTEOLYSIS
Abstract
Proestrus (days -2 and -1 before estrus), estrus (day 0) and metestrus (days 1 and 2 post estrus)
behavior was continuously monitored in 150 estrous cycles after natural and PGF2α induced
luteolysis. Thirty five Gir and twelve Guzerá cows were studied during two consecutive years in
the summer and winter. Mounting, head to head interaction (CACA), chin pressure against
rump (PQGA), perineal sniffing (CHPE), mounting attempt (TM) and perineal licking (LPE)
were observed as they apex during estrus. On day -1 cows received 2.84±2.50 CACA;
2.05±1.49 PQGA; 1.93±1.21 CHPE and 1.34±0.81 LPE, with higher (P<0.05) incidence at
estrus (11.16±9.72 CACA; 5.06±3.87 PQGA; 3.78±2.83 CHPE and 3.00±2.61 LPE), during
which standing was the main characteristic observed (27.33±17.39). After estrus (day 1),
receptivity to sexual actions decreased (P<0.05) to day -1 levels (P>0.05). TM reception did not
change between days -1 (3.33±2.81), at estrus (3.88±4.11) and on day 1 (3.46±2.70), but was
greater on days -2 (1.89±1.52) and 2 (1.90±1.28). On day -1, 7.21±7.25 M; 3.32±2.68 CACA;
3.48±2.77 TM and 2.90±2.09 PQGA, were observed and at estrus: 17.66±14.10 M; 10.66±9.35
CACA; 6.93±6.03 TM e 4.42±3.60 PQGA (p<0.05). These activities were less frequent at
metaestrus, compared to the other phases studied. Luteolysis type did not influenced sexual
activity (P>0.05). At estrus, during the summer, Guzerá cows mounted less (P<0.01) than Gir
(8.65±7.90 vs. 17.87±14.07) and received more CHPE (5.48±3.31 vs. 3.69±2.67) in this season
(P<0.05). Pre-ovulatory follicle diameter was not associated with the total actions received and
imposed. Estrus length was greater when cow group had more than 3 individuals, in relation to
one or two female groups. Plasma Progesterone (P4) influenced total sexual action received
(P<0.05). It was less when P4 was above 1.0 ng/ml on day -2. Average P4 concentrations
varied (P<0.05) between experimental years and were higher (p<0,05) in the winter (Year 1:
4.11±2.22 and Year 2: 3.26±1.96) than in the summer (Year 1: 3.13±1.89 and Year 2:
3.26±1.96).
23
II- COMPORTAMENTO SEXUAL E CONCENTRAÇÃO DE
PROGESTERONA DE FÊMEAS ZEBUÍNAS (Bos taurus indicus)
SUBMETIDAS À SUPEROVULAÇÃO, EM DIFERENTES ESTAÇÕES
CLIMÁTICAS
RESUMO
24
II – SUMMER AND WINTER SEXUAL BEHAVIOUR AND PROGESTERONE
CONCENTRATIONS OF SUPEROVULATED ZEBU COWS (Bos taurus
indicus).
Abstract
Proestrus, estrus and metestrus behavior was continuously monitored in 16 superovulated Gir
cows during the summer and winter.Mounting (M), head to head interaction (CACA), chin
pressure against rump (PQGA), perineal sniffing (CHPE), mounting attempt (TM) and perineal
licking (LPE) were observed. Sexual activity was similar between proestrus (day -1) and
metestrus (day 1) and greater (P<0.001) during estrus (day 0).On day –1 cows received
7.63±4.76 CACA, 3.27±3.09 CAPES, 4.71±7.49 CAFL, 3.83±2.66 CHPE, 1.43±0.85 CAPE,
1.87±1.60 and 3.55±2.83 TM, and at estrus: 39.09±20.99 M; 50.23±26.27 CACA, 25.33±13.72
CAPES, 15.06±10.5 CAFL, 13.68±7.83 CHPE, 11.32±6.84 CAPE, 8.61±7.19 PQGA and
6.17±5.63 TM (P<0.01). Mounting, TM and PQGA were not influenced by season (P>0.05)
during estrus, whereas all other actions were greater (P<0.05) in winter. Ovarian follicle number
or progesterone concentration did not influence sexual activity on days -1, 0 and 1 (P>0.05).
Diurnal mounts received in the winter (30.73±18.72) differed (P<0.05) from nocturnal and from
diurnal in the summer (17.35±14.15). Most (68.75%) estrus onsets in the summer were at night,
and were more equally distributed throughout the day in the winter. Ovarian follicle number at
estrus was associated to the ovulated follicles (r=0.90) and to P4 concentration (r=0.64) on the
day embryos were flushed (P<0.001). Ova number was 4.48±4.37 and that of viable embryos
3.51±2.85. Ovulations begin 76.24±6.58 h after the 1st PGF2α and 29.22±4.49 estrus onset
(summer: 34.70±1.99 vs. winter: 29.02±1.48, P<0.05). Ovulatory period lasted 7.60±3.69 (4 –
16 h), and 95% of ovulations were concentrated within the first 12 hours of this period.
Keywords: Bos taurus indicus, superovulation, sexual behavior, estrus.
25
1. INTRODUÇÃO monta natural (Costa & Silva, 2002). A
compreensão dos eventos associados ao
A busca pela produtividade inclui a cortejo sexual de fêmeas zebuínas no País é
exploração de animais adaptados às de importância fundamental para a correta
condições ambientais presentes, o identificação do estro para que se reduza o
conhecimento da fisiologia reprodutiva e número de dias em aberto, sobretudo em
comportamental e o aumento do número de sistemas sob monta controlada ou com
descendentes de maneira eficiente e inseminação artificial.
economicamente viável. O gado zebu foi introduzido no Brasil em
A compreensão do comportamento 1813 e continuou sendo importado até 1962,
animal (etologia) como o instinto de quando as importações foram proibidas por
sobrevivência, a busca pelo alimento e riscos sanitários. Estima-se que não mais de
hábitos reprodutivos torna-se importante para 6300 animais Bos indicus tenham sido
a exploração do potencial de produção do adquiridos, porém, devido à grande adaptação
rebanho. às condições nacionais, a população zebuína
Na fêmea zebu a manifestação do multiplicou-se rapidamente (Camargos,
comportamento de estro é altamente 1993). Atualmente, o Brasil detém o maior
influenciada por inúmero fatores, que rebanho comercial bovino do mundo,
incluem a ordem social, a presença do macho constituído por aproximadamente 170
e ou de fêmeas em estro, a raça, a estação milhões de cabeças (IBGE, 2000), sendo a
climática, o período do dia, a experiência maioria dos rebanhos composta pelo gado
prévia e outros. zebu e seus mestiços, sendo a raça Nelore a
A atividade endócrino reprodutiva mais difundida e explorada principalmente
não ocorre de maneira similar entre as para a produção de carne. Outras raças como:
subespécies Bos taurus e Bos indicus, a Gir, a Guzerá e a Tabapuã, têm grande
verificando-se que fatores ambientais, importância para a pecuária, pela adaptação
especialmente o clima, podem exercer às condições tropicais, pela habilidade leiteira
influências sobre os processos básicos da de algumas destas raças e pelo êxito dos
reprodução. A maioria dos estudos, tem acasalamentos com animais taurinos.
estabelecido que o Zebu tem o ciclo estral de Rebanhos destas raças precisam ser
duração similar ao das raças européias; ampliados para a reposição e preservação de
manifestando, no entanto, estros de menor diferentes germoplasmas desta subespécie.
duração. A forte interação social e o curto A transferência de embriões (TE) pode
período de receptividade sexual do gado acelerar a formação de plantéis zebuínos
indiano, dificultam a detecção do cio pelo selecionados e comerciais. Estudos sobre o
homem, limitando a eficiência dos programas comportamento sexual de fêmeas
de inseminação artificial. superovuladas são escassos, sobretudo no
Pesquisas sobre o comportamento sexual de zebu. Informações sobre o estro do animal
animais zebuínos têm sido realizadas nestas condições podem ser úteis para
principalmente no México, em Cuba, na adequar o protocolo de inseminação artificial.
Índia, em alguns países Africanos, nos EUA A ultra-sonografia vem contribuindo
(Flórida e Texas), na Austrália e no Brasil, amplamente com a reprodução bovina no
embora os trabalhos brasileiros enfoquem campo, constituindo método não invasivo
principalmente o comportamento sexual eficiente, que permite quantificar o número
masculino, visando aumentar a eficiência da de ondas foliculares das fêmeas durante o
26
ciclo estral, o crescimento e a regressão Randel, 1990) em relação as fêmeas Bos
folicular e o momento da ovulação com taurus taurus.
relativa precisão. A avaliação ultra-
A manifestação do estro é mais curta e menos
sonográfica, associada à mensuração dos
intensa nas fêmeas Bos taurus indicus que nas
hormônios circulantes possibilita a
Bos taurus taurus (Plasse et al., 1970; Galina
caracterização fisiológica da fase estral em
et al., 1982; Randel, 1990). Dificuldades para
que a fêmea se encontra e a resposta às
a detecção de cio em fêmeas zebuínas podem
intervenções humanas na reprodução,
ocorrer devido a falhas na exibição do
esclarecendo êxitos ou falhas reprodutivas.
comportamento estral (Vaca et al., 1983) e
Estas informações confrontadas com os sinais
duração do cio observável, que é geralmente
de comportamento sexual manifestados,
mais curto que no gado europeu, podendo
auxiliam no estabelecimento de parâmetros
durar apenas 1,3 horas (Mukasa-Mugerwa,
endócrino-comportamentais de fêmeas
1989).
zebuínas.
O objetivo deste trabalho, realizado em duas Bolanos et al. (1997), avaliando o efeito do
etapas, foi caracterizar o comportamento tratamento com progestágeno e da mamada
sexual de fêmeas zebuínas no inverno e no em vacas zebu no anestro pós-parto,
verão. Na primeira etapa caracterizou-se o verificaram que 19% das vacas com corpo
proestro, estro e metaestro de vacas das raças lúteo ativo não tiveram manifestação clínica
Gir e Guzerá sob luteólise induzida e natural. de cio, concordando com Galina & Arthur
Na segunda, buscou-se esta caracterização em (1990), de que a detecção do cio é ainda um
vacas gir superovuladas. Em ambos os problema nos bovinos sob condições
trabalhos aliou-se o estudo ultra-sonográfico tropicais. Dawuda et al. (1989) verificaram
à mensuração da progesterona plasmática e a que 30% das vacas no pós-parto não
observação da interação sexual das fêmeas, apresentaram sinais de cio, quando
visando-se associar a fisiologia ao retomaram à atividade ovariana.
comportamento reprodutivo de vacas 2.2 ENDOCRINOLOGIA DO CICLO
zebuínas. ESTRAL
O ciclo estral bovino é caracterizado por uma
2. REVISÃO DE LITERATURA série de ondas foliculares. Em cada onda,
2.1 A SUBSPÉCIE Bos taurus indicus aproximadamente de 5 a 7 folículos antrais (3
a 5 mm de diâmetro) sensíveis às
As fêmeas Bos taurus indicus atingem a
gonadotropinas são estimulados a iniciar o
puberdade em idades mais avançadas,
crescimento. Deste grupo emerge um folículo
apresentam gestação de maior comprimento,
dominante, que continua seu crescimento e
exibem prolongado anestro pós-parto,
secreta grandes quantidades de estradiol (E2),
mostram grande sazonalidade para os
inibina e outros fatores, favorecendo a atresia
aspectos reprodutivos (preferencialmente de
e regressão dos demais folículos. Na presença
dias longos), exibem cios de menor duração
do corpo lúteo, o folículo dominante continua
(Plasse et al., 1970; Galina et al., 1982;
seu desenvolvimento até atingir seu tamanho
Randel, 1990), e permitem menos o
máximo, após o que entra em atresia. A perda
comportamento de monta por fêmeas
da funcionalidade do folículo dominante
subordinadas do rebanho (Galina et al., 1982,
resulta no aumento transitório do FSH
plasmático, que estimula a emergência de
27
nova onda folicular. O padrão de crescimento mecanismos de “feedback” que são afetados
em ondas foliculares é repetido até que a por influências diversas como fotoperíodo,
presença de um folículo dominante coincida nutrição, estresse e idade.
com a regressão do corpo lúteo, que marca o
Os esteróides gonadais são os fatores
início de um novo ciclo estral. Quando há
controladores mais importantes da secreção
queda da progesterona (P4), retira-se seu
de GnRH tanto nas fêmeas quanto nos
efeito de “feedback” negativo sobre o
machos mamíferos. Especialmente nas
hipotálamo e hipófise que aliado ao aumento
fêmeas, tanto o estradiol quanto a
da concentração de estradiol permitem o
progesterona regulam a secreção do GnRH. A
aumento na freqüência de pulsos de LH, seu
importância do estradiol em aumentar a
pico pré-ovulatório e a ovulação do folículo
sensibilidade da pituitária ao GnRH durante o
dominante. Durante o ciclo estral bovino,
período pré- ovulatório é questionada, já que
aproximadamente 20 a 30 folículos emergem,
o aumento no RNAm para os receptores de
apresentam crescimento inicial e regridem.
GnRH precede o aumento nas concentrações
Uma relativa proporção destes, apresentam
circulantes do estradiol(Evans et al., 2002).
potencial para atingir o estágio pré-
ovulatório, fato que tem sido demonstrado O aumento na sensibilidade da pituitária no
com a utilização de gonadotropinas exógenas, período pré-ovulatório pode ocorrer como
que estimula o crescimento de múltiplos resultado da diminuição das concentrações de
folículos e ovulações (D’occhio et al., 1999; progesterona ao invés do aumento dos níveis
Ginther, 2000 e Driancourt, 2001). Viana et do estradiol. O estradiol também é capaz de
al., (2000) registraram que o ciclo de fêmeas alterar a secreção do FSH e do LH na
Gir foi composto preferencialmente por três a ausência do GnRH (Nett et al., 2002).
quatro ondas de crescimento folicular, sem Lamothe-Zavaletha et al., (1991b)
que houvesse diferenças entre a duração do registraram em fêmeas zebu, que o estradiol
ciclo estral ou das concentrações de
17 β plasmático começou a elevar-se três dias
progesterona entre os dois tipos de ciclos.
antes da ovulação, sendo mais elevado na
Os hormônios esteróides têm uma estação chuvosa que na seca. Além disso,
importância fundamental na secreção das observaram que o pico pré-ovulatório deste
gonadotropinas, tanto do FSH (hormônio esteróide ocorreu ao redor do estro, com um
folículo estimulante) quanto do LH marcante declínio das concentrações
(hormônio luteinizante). Estes efeitos podem plasmáticas registrado após o cio, já que o
ocorrer como resultado da modificação na pico pré-ovulatório de gonadotropinas
secreção do GnRH pelos hormônios converteu folículos estrogênicos ativos em
esteróides ou pelo efeito direto destes inativos, alterando a atividade secretória das
hormônios sobre a glândula pituitária anterior células da granulosa. Durante o ciclo estral,
(Nett et al., 2002). os autores registraram nas fêmeas Bos taurus
O estradiol dirige a ciclicidade reprodutiva indicus, um segundo pico do estradiol 17 β,
nas fêmeas mamíferas pela sua habilidade em que ocorreu ao redor do 4º ao 6º dia do ciclo
estimular o pico de GnRH, enquanto a estral, semelhante ao observado em fêmeas
progesterona controla a duração do ciclo, por taurinas (Lamothe-Zavaletha et al., 1991b).
modificar a resposta do sistema Os diferentes e variados efeitos da
neurosecretório do GnRH ao estradiol. A progesterona sobre a atividade do sistema
secreção do GnRH é regulada via neurosecretório do GnRH bem como a
28
habilidade de uma variedade de fatores É evidente que os esteróides gonadais alteram
influenciarem a sua secreção, fazem deste a habilidade de síntese e/ou de secreção da
esteróide um importante elemento regulador pituitária anterior, além de regularem
da função reprodutiva normal. Entretanto, indiretamente a liberação do GnRH.
como a progesterona atua dentro do
O efeito do estradiol na adenohipófise,
hipotálamo e como afeta a função do sistema
geralmente de curto tempo, é estimulatório
nervoso que influencia a secreção do GnRH,
para a síntese do LH, pois aumenta a
ainda não está totalmente esclarecido (Evans
sensibilidade da glândula ao GnRH, a síntese
et al., 2002). Os neurônios GnRH não
de receptores para o GnRH e a síntese de LH.
possuem receptores para a progesterona ou
Por outro lado, os efeitos da progesterona são
para o estradiol, de maneira que vários
inibitórios à síntese desta gonadotropina (Nett
sistemas de neurotransmissores receptivos a
et al., 2002).
estes esteróides no hipotálamo regulam
indiretamente a atividade neurosecretória do Os efeitos dos esteróides sobre a síntese de
GnRH (Evans et al., 2002; Nett et al., 2002). gonadotropinas podem ser mediados via
interação direta do esteróide com o receptor
Neurônios com receptores para o estradiol
hormonal na pituitária ativando o elemento
interpretam os sinais mediados pelo
resposta para a síntese de gonadotropina.
estrógeno e estimulam direta ou
Indiretamente, podem atuar induzindo a
indiretamente os neurônios GnRH gerando o
síntese de proteínas que afetam as
pico de GnRH (Evans et al., 2002). Evans et
gonadotropinas. O estradiol parece inibir a
al., (2002), propuseram um modelo de três
expressão dos genes para a β ativina levando
estágios para explicar a relativa demora entre
a diminuição da síntese do FSH e a
a exposição ao estradiol e a liberação do pico
progesterona pode suprimir a secreção de
GnRH, indicando que o estradiol atuaria nos
GnRH pelo hipotálamo, diminuindo a
receptores dos neurônios hipotalâmicos
expressão do receptor para o GnRH (Nett et
ativando-os, no chamado período de ativação
al., 2002).
que duraria entre 4 a 14 horas (estágio 1). No
segundo momento, independentemente da Tanto o FSH quanto o LH são sintetizados e
exposição ao estradiol, os neurônios liberados pelos gonadotrófos, embora
hipotalâmicos processariam os sinais do diferentes mecanismos regulatórios,
estradiol transmitindo-os para os neurônios possivelmente, estejam envolvidos na
GnRH, diretamente ou via interneurônios, elaboração das duas gonadotropinas
estágio denominado de transmissão (estágio (Padmanabhan et al., 2002). Múltiplos
2), que levaria de 6 a 8 horas. O último mecanismos regulatórios modulam o nível, o
estágio seria a descarga dos neurônios GnRH, padrão e a potência biológica do FSH
com a liberação do pico de GnRH, ação circulante, estando a regulação
também independente do estradiol. neuroendócrina, autócrina e parácrina
envolvida na produção e secreção do FSH
A progesterona bloqueia os sinais do estradiol
(Padmanabhan et al., 2002).
tanto na fase de ativação quanto na fase de
transmissão dos sinais aos neurônios GnRH, Os pulsos de LH, registrados por Dobson &
indicando poder ela atuar de várias maneiras Kamonpatana (1986) foram de baixa
para bloquear o pico de GnRH prevenindo a amplitude (0,3-1.8 ng/ml) e alta freqüência
ovulação (Evans et al., 2002). (20-30 pulsos/24 h) no início da fase luteal
(dia 3), aumentando a amplitude dos pulsos
29
no meio da fase luteínica (1,2-7,0 ng/ml) da onda de LH e o início do comportamento
embora sob menor freqüência (6-8 estral, por mecanismo do tipo “tudo ou nada”,
pulsos/24h). A concentração de LH elevou-se já que, uma vez atingido valores plasmáticos
abruptamente (15-65 ng/ml) oito horas após o estimulatórios, quantidades adicionais do
inicio do estro. Já para o FSH, os autores estradiol não promovem a exacerbação do
registraram grande variação na liberação comportamento estral (Allrich, 1993; Allrich,
desta gonadotropina durante o ciclo estral 1994 e Lyimo et al,. 2000). Por outro lado, a
com valores máximos ocorrendo durante a progesterona é um potente inibidor do
onda pré-ovulatória de LH, cerca de 24h após comportamento estral mesmo na presença de
a sua ocorrência, sugerindo diferentes elevados níveis de estradiol (Davidge et al.
mecanismos de liberação para o LH e o FSH. 1987; Allrich, 1994; Evans et al., 2002).
Em bovinos, as modulações da freqüência e Durante o proestro, o folículo ovulatório, sob
amplitude do hormônio luteinizante (LH) são influência das gonadotropinas sofre a
exercidas pelo estrógeno e progesterona. maturação folicular, apresenta maior
Christensen et al., (1974) registraram em atividade aromatase nas células foliculares,
vacas da raça Angus que o LH atingiu com consequente secreção de elevadas
concentração máxima 7,38 h após o início do concentrações de estradiol até valores de pico
estro e 24 h antes da ovulação. O intervalo do (D’occhio et al., 1999; Ginther, 2000 e
início do estro ao pico de LH foi muito Driancourt, 2001). Na ausência relativa da
variável (0,5h a 18h) entre os animais, progesterona, o estrógeno atua sobre a região
enquanto o intervalo do pico de LH à mediobasal do hipotálamo induzindo o pico
ovulação foi constante (21h a 26 h). de LH e o comportamento estral (Allrich,
1993 e Allrich, 1994). O início do
Randel (1984) sugeriu diferenças na função
comportamento sexual e do pico de LH
endócrina da hipófise e ovários entre animais
coincidem com o pico de estradiol plasmático
Bos taurus taurus e Bos taurus indicus. Os
(Allrich, 1994) e tem duração média de 12 a
autores registraram que os animais zebuínos
16 horas (Coe & Allrich, 1989).
foram menos susceptíveis ao “feedback” pelo
estrógeno, apresentaram menores ondas pré- As concentrações séricas de progesterona são
ovulatórias de LH, corpos lúteos de menor muito baixas durante o proestro e o estro,
tamanho e com menor produção de sendo um pré requisito necessário para a
progesterona. A vaca zebu parece ter menores expressão do cio. Uma vez alcançado o limiar
concentrações, menor pico pré-ovulatório e plasmático da progesterona, o estro é inibido
menor liberação de LH pela hipófise, bem mesmo que o estradiol tenha atingido valor
como menor reposta ao estímulo do estrógeno necessário para ocasionar o cio. A ação da
sobre a liberação hipotalâmica do GnRH que progesterona têm prioridade sobre a do
fêmeas taurinas (Randel,1989). estradiol em relação ao comportamento do
estro (Evans et al., 2002).
2.2.1 ENDOCRINOLOGIA DO
COMPORTAMENTO SEXUAL A exposição prévia à progesterona pode
influenciar o tempo para o efeito do
As concentrações séricas de estradiol são
“feedback” positivo do estradiol sobre a
mínimas durante a fase luteínica, elevando-se
secreção de gonadotropina, aumentar a
de quatro a cinco dias antes do estro (Dobson
amplitude do pico de GnRH induzido pelo
& Kamonpatana. 1986). Após atingir um
estradiol e é requisitada para a expressão do
certo limiar, o estrógeno promove a liberação
30
comportamento reprodutivo induzida pelo intensidade do comportamento estral. O
estradiol (Evans et al., 2002), embora alguns tratamento com progesterona reduziu
autores não tenham verificado a necessidade linearmente a freqüência de todas as
de “priming” da progesterona para a características de comportamento avaliadas,
manifestação do estro, exceto no pós parto aumentando o tempo para o início da
recente (Allrich, 1994). aceitação da monta (reflexo de imobilidade)
pelas fêmeas cujo comportamento estral foi
A ação do estradiol depende da condição
fisiológica do animal para induzir o induzido pelo estradiol 17 β, sendo o reflexo
comportamento estral, já que elevados de imobilidade a característica mais sensível
valores deste hormônio no final da gestação à elevação da progesterona. Tem sido
bloqueiam a resposta do cérebro ao estradiol, sugerido, uma redução dos receptores
de forma a induzir o estro não acompanhado estrogênicos no cérebro ocasionado pela
por sinais clínicos. A progesterona luteal atua progesterona (Davidge et al. 1987).
como um hormônio que desbloqueará os Alexander et al., (1984) verificaram que a P4
circuitos cerebrais para a resposta ao foi correlacionada negativamente com a
estradiol, permitindo que a segunda ovulação monta, sendo o comportamento associado a
do pós parto em resposta a elevação do fase do ciclo estral de vacas de leite.
estradiol seja acompanhada de sinais de estro Randel (1984) registrou que as raças zebuínas
(Allrich, 1994). diferem em sua reposta aos estrógenos
A progesterona pode bloquear os efeitos de quando comparadas às raças mestiças ou às
feedback positivo do estradiol sobre a taurinas, por manifestarem comportamento
secreção de gonadotropinas (Evans et al., estral menos intenso e mais curto, o qual
2002), e o comportamento estral (Allrich, pode ocorrer tardiamente em relação ao
1994; Blache et al., 1996), sendo importante estímulo estrogênico. O autor relatou
reguladora dos ciclos estrais, pois previne a elevação na concentração de estrógenos
ovulação de folículos estrogênicos na fase séricos às 24h, 16h ou 8h antes do estro em
luteal e ou na gestação, evitando a fertilização fêmeas Bos taurus indicus, mestiças e Bos
e o desenvolvimento embrionário em taurus taurus, respectivamente.
períodos que não favoreçam o O estro seguido de ovulação pode variar na
desenvolvimento embrionário (Evans et al., intensidade de manifestação de sinais clínicos
2002). e comportamentais. A maioria dos estudos
O sinal fisiológico que inicia a motivação indica que a ovulação sem sinais de cio é uma
sexual está nos hormônios esteróides. Uma ocorrência rara, exceto no pós-parto recente
vez liberado na corrente sangüínea, o (Stevenson, 1999).
estrógeno rapidamente se liga aos receptores Glencross et al. (1977) não encontraram
no sistema nervoso central. Quando o animal associação direta entre os valores plasmáticos
é motivado sexualmente, os eventos do estradiol e a intensidade do
comportamentais são iniciados e estímulos comportamento estral, enquanto De Silva et
sensoriais são integrados ao cérebro que al., (1981) registraram que o declínio da
elícita reações motoras apropriadas (Hafez, progesterona e a elevação do estradiol
1996). exerceram efeito estimulatório sobre a
Davidge et al. (1987) registraram um efeito atividade do estro subseqüente. Além disso,
negativo da progesterona sobre a ocorrência e Duchens et al., (1995) verificaram que doses
31
crescentes de progesterona durante o estro crescimento folicular, que atinge 3 mm/dia
verdadeiro tornaram esses sinais (Driancourt, 2001).
enfraquecidos.
Fêmeas superovuladas apresentam elevados
A interação entre os hormônios esteróides e valores circulantes de estrógenos – o estradiol
sistemas monoaminérgicos (dopamina, 17β, o conjugado estrona e o estradiol 17α,
noradrenalina e serotonina) exerce grande os quais, sobretudo o estradiol 17α tiveram
importância na integração do comportamento suas concentrações pré-ovulatórias máximas
reprodutivo com a função gonadal. As correlacionadas com o número de ovulações
monoaminas estão associadas ao controle do (Saumande & Lopez-Sebastian, 1982). A
comportamento sexual de machos e fêmeas, concentração do estradiol 17 β eleva-se
sendo a interação entre progesterona, substancialmente sob taxas elevadas
estradiol e a noradrenalina responsável pela atingindo o limiar mais cedo que em fêmeas
indução do reflexo de imobilidade nas não superovuladas, antecipando a indução do
fêmeas. Os esteróides, sobretudo a comportamento de estro (Coe & Allrich,
progesterona e o estradiol modulam a síntese 1989). Saumande & Lopez-Sebastian (1982)
das monoaminas, bem como a afinidade e o registraram que todos os estrógenos
número de receptores para estas substâncias elevaram-se durante o programa
(Fabre-Nys, 1998). A complexa relação entre superestimulatório com PMSG. Esta elevação
os sistemas monoaminérgicos, área de ocorreu próxima do momento do estro e o
atuação cerebral, regulação pelos esteróides e elevado nível de compostos estrogênicos foi
elicitação do comportamento sexual é associado à maior taxa de ovulação. Os
investigada, diferindo entre as espécies autores concluíram que entre os estrógenos e
mamíferas e entre machos e fêmeas (Fabre- conjugados, o estradiol 17 α foi o melhor
Nys, 1998). indicador do número de folículos induzidos a
2.2.2 VALORES PLASMÁTICOS DE ovular.
ESTERÓIDES EM FÊMEAS Coe & Allrich (1989) não registraram
SUPEROVULADAS: ASSOCIAÇÃO associação entre elevados valores de estradiol
COM O COMPORTAMENTO SEXUAL 17β em novilhas superovuladas e a
E PRODUÇÃO DE EMBRIÕES exacerbação do comportamento sexual.
Poucos estudos têm sido conduzidos Assim, propuseram que a elevação da
associando as alterações hormonais progesterona plasmática no ciclo
ocasionadas pela superovulação e o superovulado possa ter atenuado a
comportamento sexual de fêmeas manifestação do comportamento sexual,
superovuladas por gonadotropinas exógenas. igualando-a à dos ciclos não
superestimulados.
A superovulação ovariana com PMSG ou
FSH gera alterações na dinâmica folicular de Coe & Allrich (1989) registraram uma
fêmeas bovinas por aumentar ou extender o associação entre a taxa de ovulação e o pico
período de recrutamento folicular enquanto a de estradiol 17β, em novilhas da raça
seleção é bloqueada, por diminuir o tamanho Holandesa superovuladas. Os autores não
no qual o folículo é recrutado (1,3 mm), por registraram associação entre os níveis deste
diminuir o tamanho do folículo pré- esteróide e o comportamento sexual nas
ovulatório (3 mm) e por dobrar a taxa de fêmeas não superovuladas, embora
registrassem relação linear entre a
32
concentração do estradiol 17β no pico, o estão associados ao número de folículos pré
intervalo para o início do cio e o número de ovulatórios, corpos lúteos, e padrão de
montas recebidas nas novilhas superovuladas. ovulação, respectivamente, enquanto
A relação linear positiva entre o pico de distúrbios endócrinos indicam baixa resposta
estradiol 17β e a aceitação da monta indicou superovulatória. Estas estimativas, bem como
que o aumento nas concentrações deste a avaliação clínica (palpação retal, ultra-
esteróide pode promover aumento na sonografia) ainda são pouco precisas para
receptividade sexual durante o estro. Não informar a eficiência do programa; porém,
houve diferenças quanto ao número de ações são eficientes quando se trata da ausência de
realizadas entre as fêmeas superovuladas ou resposta superestimulatória. Tem sido
não, segundo Coe & Allrich, (1989). Tal registrado que animais respondem muito bem
observação pode ter sido decorrente do a superovulação com grande número de
aumento da progesterona plasmática no folículos ovulatórios, elevado nível de
período de estro das fêmeas superovuladas, estradiol, sucesso na ovulação, formação de
que poderia ter atenuado as características do corpos lúteos, no entanto, nenhum ou poucos
estro. Entretanto, os autores concluíram que a embriões são recuperados na coleta.
concentração sérica do estradiol 17β no pico Ushinohama et al., (1998) também
não influenciou as características do estro de registraram que os valores do estradiol 17β
novilhas superovuladas. Dentro deste aumentaram gradualmente de acordo com o
contexto, hipotetizaram que uma vez atingido número de folículos de médio e grande
o limiar estrogênico para a indução do diâmetro nos ovários.
comportamento sexual a expressão do estro
ocorrerá independentemente dos valores do Gradela et al., (1996) avaliaram a
estradiol circulante. concentração estrogênica e da progesterona
em fêmeas da raça Nelore superovuladas, e
Jezierski, (1993) tentaram associar a registraram que a P4 superior a 1 ng/ml no
quantidade de FSH exógeno administrada e a estro foi associada negativamente com a
freqüência de montas iniciadas e recebidas; viabilidade embrionária. Por outro lado,
entretanto, não conseguiram estabelecer valores de estradiol 17 β, neste dia, foram
associação entre estas variáveis. correlacionados positivamente com o número
Dois tipos de estimativas podem ser de embriões viáveis. Os autores concluíram
utilizadas para medir a resposta ovariana à que avaliações dos valores de progesterona e
programas superestimulatórios: a) observação do estradiol, sobretudo no dia do estro
do número de estruturas luteais e foliculares induzido, foram importantes na previsão do
nos ovários e b) mensuração dos níveis de número de embriões viáveis em fêmeas
esteróides circulantes, tais como a Nelore.
progesterona e/ou estradiol (Monniaux et al., Ushinohama et al., (1998) avaliaram os
1983). valores plasmáticos da progesterona de vacas
Maciel et al., (1995) registraram que a Black Japanese durante o regime
utilização de parâmetros endócrinos para a gonadotrópico com FSH. Neste estudo,
estimativa do sucesso de tratamentos observaram que os valores mantiveram-se
superovulatórios é parcialmente eficiente. estáticos dentro das primeiras 48 horas
Assim, tem sido observado que o estradiol, a iniciais da superovulação (3,4±2,6 ng/ml),
progesterona e o pico pré ovulatório de LH declinaram 12 horas após a administração da
33
prostaglandina, até atingir valores inferiores a (carnívoros, p.ex) (Jonnston, 1983). Os sinais
1 ng/ml, permanecendo baixos até 144 horas olfatórios emitidos pela fêmea em cio são
do programa superovulatório, elevando-se identificados pela interação de outras fêmeas
novamente a partir de 156 horas. com a região anogenital, devido a liberação
de feromônios pela urina e glândulas
A mensuração dos valores plasmáticos do
sudoríparas da região do flanco (Phillips,
pico do estradiol em fêmeas superovuladas
1993).
tem fornecido indícios do sucesso da resposta
superovulatória. No entanto, tem sido Vacas e novilhas apresentam alterações
questionável sua utilização como ferramenta fisiológicas durante o cio que refletem
útil nos programas de transferência de alterações de comportamento e evidenciam
embrião, pois a análise dos valores sinais físicos que permitem identificá-las no
estrogênicos requer laboratórios rebanho. O conhecimento destes sinais pelo
relativamente sofisticados e testes simples in inseminador, vaqueiro, técnico ou pessoa
vivo ainda não estão disponíveis para este responsável pela detecção de cios representa
esteróide (Maciel et al., 1995). fator imprescindível para o sucesso dos
programas de monta controlada, inseminação
2.3 COMPORTAMENTO SEXUAL DA
artificial ou transferência de embriões.
FÊMEA BOVINA
Lee, (1953), citado por Phillips, (1993), criou
Os bovinos diferem da maioria dos
uma escala de 5 pontos para quantificar a
mamíferos por serem essencialmente
atividade sexual do animal, onde o escore 1,
bissexuais, em ambos os sexos, sendo a
refere-se ao animal que não atrai outros
interação entre fêmeas, importante sinal
bovinos para propósitos sexuais; 2 – às
visual da fase do ciclo estral na qual se
fêmeas que atraem as demais, no entanto, não
encontram (Phillips, 1993).
aceitam atenção, 3 – àquela que apresenta
O comportamento da fêmea em estro foi resistência a aceitação; 4 – a vaca que atrai e
caracterizado em três fases por Horrel & aceita sem apresentar resistência ou
Kilgour (1985): -Atratividade, onde sinais facilidade de aceitação e o 5, onde a fêmea
liberados pela fêmea (ferormônios, sinais atrai e facilita a aproximação.
físicos e/ou comportamentais visíveis) atraem
O proestro pode ser caracterizado como o
e motivam o macho; - Proceptividade: onde a
período onde a fêmea começa a mostrar
fêmea sob motivação sexual, apresenta
sinais de atividade sexual (Lamothe-Zavaleta
interesse em se aproximar do macho e a –
et al.,1991a) e a despertar a libido do macho,
Receptividade Sexual: quando a fêmea
que tenta montá-la, embora esta não aceite a
mostra disposição para participar do ato
monta (Zakari et al.,1981). O estro é a
sexual.
manifestação da receptividade sexual na vaca
Os mamíferos constituem o principal grupo, (Phillips, 1993) e a aceitação da monta pelo
cujos machos procuram investigar a condição macho ou por outra fêmea sendo o indicador
reprodutiva da fêmea cheirando a região mais característico desta fase, apesar de não
genital. Em várias espécies, as fêmeas no peri ser o único (Baker 1967; Rakha et al., 1970;
cio permitem a aproximação e investigação Zakari et al., 1981; Hurnik & King. 1987;
de sua genitália pelo macho (ruminantes, Lamothe-Zavaleta et al., 1991a). O reflexo de
p.ex), enquanto há fêmeas que evitam ou imobilização à monta é o sinal visual para a
repelem este tipo de aproximação detecção do cio (Phillips, 1993). O metaestro
34
compreende o período após o estro quando a partes do corpo (com ou sem reflexo de
vaca torna-se refratária a monta (Zakari et al., flehmen) e o cabecear várias regiões
1981). anatômicas de outras fêmeas (Williamson et
al., 1972b; Orihuela et al., 1983; Pennington
A imobilidade ao ser montada pelo touro ou
et al., 1985; Voh et al., 1987; Llewelyn et al.
por outra fêmea do rebanho é o sinal mais
1987; Mattoni et al., 1988; Lamothe-Zavaleta
seguro do estro e o melhor indicador de que
et al., 1991a; Allrich, 1993 e Albright &
vacas ou novilhas estejam no estado pré-
Arave 1997).
ovulatório e receptivas sexualmente. O
reflexo de imobilidade à monta define o estro No cortejo homo e heterossexual, os bovinos
verdadeiro, o proestro precede e o metaestro podem identificar a fêmea em estro pelo odor,
ocorre em seguida ao estro (Orihuela, 2000), tato e visão, sendo este último sentido o mais
embora Williamson et al., (1972a e 1972b) importante para a identificação de vacas em
tenham obtido resultados falso-positivos e cio pelo touro (Geary & Reeves, 1992).
estros não detectados quando consideraram Compostos voláteis presentes na urina da
apenas a aceitação da monta.. fêmea sinalizam a fase da receptividade
sexual (Perrry, 1985), de maneira que os
Lymo et al., (2000) observaram em vacas da
touros podem cheirar a região vulvar e
raça Holandesa, que apenas 53% das fêmeas
detectar uma fêmea entrando no proestro dois
apresentaram imobilidade à monta, enquanto
(Horrel & Kilgour. 1985) ou quatro dias
Allrich, (1993) alertou para o fato de que
(Perry, 1985) antes da vaca aceitar a monta.
animais gestantes podem aceitar a monta,
indicando que este comportamento não deve Os ferormônios são substâncias químicas
ser usado como único critério para (sinais) liberadas na urina ou fezes dos
identificação de animal em cio. animais ou secretadas por glândulas cutâneas
e são captadas pelo sistema olfatório
O comportamento de cio é exibido somente
elicitando respostas comportamentais e
antes da ovulação em bovinos, período
endócrinas entre animais da mesma espécie
relativamente curto, que perfaz apenas 2,3%
(Rekwot et al., 2001).
do ciclo estral. Entretanto, é precedido por
alguns sinais que podem ser detectados pelo Nas fêmeas bovinas, os ferormônios são
touro, permitindo-o acompanhar a fêmea até liberados nos fluidos corporais,
a plena exibição do estro (Phillips, 1993). O especialmente das glândulas sudoríparas no
animal em estro, apresenta, além do reflexo flanco e na urina. Durante o estro, as vacas
de imobilidade à monta, vários exibem prolongadas interações com a região
comportamentos associados ao cio, que anogenital e do flanco, lambendo e cheirando.
podem ser utilizados como adicionais para a Sinais gustatórios são emitidos pelas vacas
caracterização da fase estral da fêmea. No em cio na região ao redor da vulva, que são
entatno, a freqüência ou ordem de detectados pela lambida desta região pelo
importância destas características secundárias macho ou por outras fêmeas, sinal que pode
varia amplamente na literatura. Várias ser ampliado com a olfação do ferormônio
atitudes recebidas e realizadas além da pelo flehmen. Sinais táteis também são
aceitação da monta estão associadas ao estro recebidos e emitidos pela fêmea em cio
de fêmeas bovinas como o tentar montar, o chamando a atenção para si. Assim, elas
pressionar o queixo na garupa ou no dorso, o cheiram e lambem as companheiras e podem
lamber e cheirar a região genital ou outras receber pressão de queixo na garupa ou
35
fricção na inserção da cauda, que servem Tem sido relatado que a segunda
como teste para averiguar a imobilidade do característica mais importante manifestada
animal (resposta de rigidez posterior). Estas pela fêmea em cio foi a realização de
atividades freqüentemente precedem a monta. tentativas de monta (Rakha et al., 1970;
A vocalização baixa e repetida pode ser um Williamson et al., 1972b e Allrich, 1993). A
sinal comum de estro em fêmeas Bos taurus maioria das vacas em cio gastam grande
taurus (Phillips, 1993). quantidade de tempo montando companheiras
do rebanho que estão em cio ou próximas
Tem sido associado ao cio, porém de origem
deste (Allrich, 1993). Rakha et al., (1970)
incerta, o aumento da agressividade entre as
observaram que fêmeas no proestro
vacas sexualmente ativas, que por sua vez
realizaram tentativas de montas quando o
pode estar ligado a hierarquia sexual do
estro estava próximo e Williamson et al.
animal no rebanho, onde fêmeas superiores
(1972a) afirmaram que embora no proestro,
preferencialmente montam as demais. Como
estro e metaestro as fêmeas tentam montar as
em outros mamíferos, outros fatores podem
companheiras, vacas que montam
influenciar a interação das fêmeas em cio,
repetidamente outras fêmeas devem ser
como a personalidade e a afinidade entre os
observadas quanto a aceitação da monta, pois
animais (Phillips, 1993). Touros Bos taurus
o período do estro está próximo.
mostram seletividade por grupos de fêmeas e
provavelmente não copulam com membros Em fêmeas Bos taurus, Williamson et al.,
de sua família, sobretudo com a mãe (1972b) e Phillips, (1993) comentaram que as
(Reinhardt, 1983). vacas ativas testam a receptividade de outras
fêmeas pressionando o queixo sobre a garupa
O contato entre os animais pode ser suave
e o dorso. A permanência imóvel da fêmea
como lamber, cheirar e encostar a cabeça, ou
favorece a realização da monta pela vaca
agressivo, como cabecear com movimentos
instigadora. Os autores verificaram que o
bruscos e fortes várias regiões do corpo de
comportamento de pressionar o queixo na
outras fêmeas (Allrich, 1993).
garupa foi associado ao de cheirar a vulva e
Segundo Allrich, (1993), os sinais ambos, freqüentemente, precederam a monta.
secundários de cio são menos confiáveis que Uma das formas dos touros investigarem o
o reflexo de imobilização, devendo ser reflexo de imobilidade das fêmeas é
utilizados com cautela em relação a cobrição encostando o queixo e a garganta na garupa
dos animais; no entanto, não devem ser destas, que podem deslocar-se repelindo o
desprezados, pois podem auxiliar na detecção contato ou aceitarem a ação permanecendo
do estro. Os comportamentos secundários imóvel, o que instiga o touro a tentar montar
associados ao estro não surgem ou a fêmea (Albright & Arave, 1997).
desaparecem abruptamente. As ações sexuais
Além do reflexo de imobilidade a monta, a
começam a ser realizadas na fase pré-
descarga de muco cervical foi o sinal mais
receptiva, aproximadamente 12h antes do cio,
evidente de fêmeas zebuínas em estro,
aumentando em freqüência até que a primeira
registrados por Voh et al. (1987). Além disso,
monta seja observada. Da mesma forma, na
observaram que com o aproximar do estro as
fase pós-receptiva, estes comportamentos
fêmeas realizaram várias ações como tentar
diminuem gradualmente até cessarem,
montar, cheirar e lamber a genitália,
aproximadamente 12h após o final do estro
cabecear, urinar freqüentemente ou adotar a
(Allrich, 1993).
postura de micção sem eliminar urina, exibir
36
reflexo de Flehmen, elevar a cauda, mugir, no proestro, foram o cheirar e o lamber a
além de agrupar-se formando pares e genitália. Em estudos conduzidos no Brasil,
isolando-se do restante do rebanho. As no Mato Grosso do Sul, estas também foram
fêmeas em estro também tentaram montar as as principais ações realizadas por touros da
companheiras, sendo este comportamento raça Nelore (Costa e Silva, 2002). Enquanto o
registrado durante o proestro, o estro e o cabecear (97%) foi a principal atitude
metaestro. homossexual das fêmeas em estro registrada
por Mattoni et al., (1988). Já Lamothe-
Hurnik & King (1987) avaliando o
Zavaleta et al. (1991a) no México,
comportamento sexual de fêmeas taurinas e
registraram que no proestro o cabecear foi a
mestiças Bos taurus x Bos indicus concluíram
principal atitude realizada pelas fêmeas,
que as ações secundárias do estro como a
seguida por tentativas de montar e de ser
pressão do queixo na garupa, o cheirar ou
montada. No estro, a principal ação recebida
lamber a genitália não foram eficientes em
foi a monta, seguida de ações que ocorreram
sinalizar a fase estral das vacas, já que a
em menor freqüência como o cabecear, a
minoria das fêmeas manifestou estes sinais
efetuação de montas e tentativas de montas e
durante o estro.
o recebimento de tentativas de monta
Llewelyn et al. (1987) registraram baixa (Lamothe-Zavaleta et al., 1991a).
atividade de monta em fêmeas zebuínas,
Fêmeas Bos taurus indicus em estro tentam
sendo que apenas 27% dos estros foram
montar outras fêmeas do rebanho (Orihuela et
detectados com base somente no reflexo de
al., 1983; Vaca et al., 1985). Tanto para o
imobilidade a monta. Apesar da receptividade
estro natural quanto para o induzido de vacas
a esta ação ser a única restrita ao período de
Indubrasil, Orihuela et al., (1983) registraram
estro, fêmeas que não a manifestaram
que 85% das montas foram realizadas por
apresentaram um ou mais sinais secundários
fêmeas em estro. Ainda Vaca et al., (1985)
do cio como montar (40%), cheirar a região
registraram que 87,9% das tentativas de
genital (36%), cabecear outras partes do
montas efetuadas e recebidas foram
corpo (55%) e demonstrar inquietação (36%).
realizadas por vacas em estro, na presença ou
Já para fêmeas taurinas a atitude de montar,
ausência do touro. Entretanto, 75,8% das
além da receptividade a monta, foi ação
tentativas de montas e montas recebidas pelas
característica de fêmea em estro, bem como
fêmeas em estro foram efetuadas pelo touro e
cheirar a vulva e exercer pressão de queixo
10,7% por vacas fora do estro (no proestro ou
em outra vaca, ações que apresentaram
no metaestro).
ocorrências superiores durante o estro em
relação ao diestro, nos estudos de Van 2.3.1 SINAIS CLÍNICOS DE ESTRO E
Eerdenburg et al., (1996). Estes autores FATORES QUE COMPROMETEM SUA
registraram a ocorrência de montas de frente MANIFESTAÇÃO
e indicaram que a receptividade foi grande
A aceitação da monta é o sinal mais preciso e
indício de fêmea em estro e que a ausência de
seguro do estro, entretanto, além de
fêmeas em estro simultâneo pode limitar a
alterações no comportamento, as fêmeas
expressão do comportamento sexual.
exibem sinais clínicos durante o cio que
Nos estudos de Mattoni et al., (1988) as podem auxiliar a identificá-las (Allrich,
principais atitudes heterossexuais registradas 1993).
no gado East African (Bos indicus) sobretudo
37
A redução da produção de leite e do consumo prolongado de espera pela ordenha, espaço
de alimentos, a maior atividade de limitado no cocho para alimentação, falta
locomoção, a agitação freqüente da cauda e d’água dentre outros, podem constituir fatores
emissão mais freqüente de mugidos, etc. estressantes (Allrich, 1993).
(French et al., 1989) podem ser apresentados
O efeito da nutrição sobre a manifestação dos
em qualquer fase do estro, não sendo
sinais de cios não é bem definida, embora
confiáveis para determinar o período e
pareça interferir mais na ciclicidade dos
orientar o momento da inseminação (Amyot e
animais do que na manifestação do estro
Hurnik, 1987; Hurnik, 1987). Estes sinais
propriamente dita (Allrich, 1993).
começam a surgir aproximadamente 12 horas
antes do início do estro (fase pré-receptiva), A produção de leite pode estar relacionada
aumentando gradativamente com o momento com a menor expressão do cio. Harrison et
do cio e diminuindo progressivamente nas 12 al., (1990) observaram que os dias para a
horas seguintes (fase pós-receptiva) (Allrich, primeira ovulação no pós-parto ocorreu em
1993). tempo semelhante para vacas Bos taurus
taurus de elevada e média produção. No
O animal em cio apresenta uma descarga
entanto, a manifestação dos sinais de estro
característica de muco vaginal, que se
ocorreram em datas diferentes para os dois
apresenta translúcido, elástico e brilhante. O
grupos (66 dias para alta produção vs. 43dias
muco é produzido pela glândulas
para média produção), indicando que os
endometriais, em resposta a elevada
animais retomaram a atividade ovariana no
concentração de estrógenos circulantes. Ele
pós-parto ao mesmo tempo, mas expressaram
pode ser encontrado aderido a cauda e pernas
o cio em períodos diferentes.
do animal, no piso e réguas do estábulo e
instalações. As novilhas tendem a apresentar Em geral, o estro é mais facilmente detectado
maior freqüência na descarga de muco em nos meses quentes do verão em fêmeas zebu,,
relação às vacas, provavelmente, pelo maior enquanto em taurinos, os meses frios do
tamanho da vagina das vacas, o que inverno são mais favoráveis para a sua
proporciona maior retenção de muco, expressão (Galina et al., 1994).
diminuindo a freqüência da descarga, sem O estresse térmico reduz o comprimento e a
que haja no entanto, redução em sua intensidade do cio em fêmeas taurinas
produção (Allrich, 1993). (Hansen e Árechiga, 1999). Nebel et al.
Interações sociais, fatores ambientais e de (1997) relataram que vacas holandesas
manejo, a condição nutricional, a idade e o apresentaram no verão 4,5 montas por cio
estado fisiológico, fatores genéticos e a contra 8,6 montas no inverno. A percentagem
presença do touro são fatores que podem de cios não detectados em rebanhos Bos
influenciar a manifestação do comportamento taurus taurus comerciais na Flórida foram
e a duração do estro em bovinos (Orihuela, estimados de 76 a 82% durante o verão
2000). (junho a setembro), contra 44 a 64% para as
outras estações (outubro a maio) (Thatcher e
Fatores estressantes podem encurtar ou inibir
Collier, 1986).
completamente a manifestação do estro.
Além do estresse térmico, o deslocamento O ACTH pode ser um dos mediadores do
excessivo dos animais, tempestades, mistura estresse térmico, podendo causar um aumento
de lotes com idades diferentes, tempo na secreção do cortisol (Roman-Ponce et al.,
38
1981) e tem sido relacionado como alimentos contribuam para variações sazonais
bloqueador do comportamento sexual relativas a eficiência reprodutiva, sobretudo
induzido pelo estradiol (Hein e Allrich, em fêmeas Bos taurus indicus (Lamothe-
1992). Como é difícil executar projetos para Zavaletha et al., 1991b).
avaliar o efeito do estresse, os estudos
O efeito sazonal sobre a ocorrência e duração
normalmente envolvem a administração do
do ciclo estral em Bos taurus indicus foi
ACTH e cortisol exógenos, hormônios
demonstrado por Zakari et al. (1981). Durante
relacionados ao estresse (Allrich, 1993).
as estações seca e pré-chuvosa os sinais
Hansen e Árechiga, (1999) comentaram que comportamentais de estro foram mais curtos
em trabalhos de diversos pesquisadores, os (3,9 h) e pobremente manifestados, enquanto
resultados quanto a concentração de cortisol nas estações chuvosa e pré-seca, a duração do
circulante em resposta ao estresse térmico estro foi maior (4,7 h) e os sinais
foram muito variados. Tal observação indica, comportamentais muito mais pronunciados,
provavelmente, que os efeitos sobre o provavelmente devido a melhor nutrição.
comportamento de cio devem ser mediados Estes autores verificaram que os ciclos estrais
via outros caminhos, independentes do eixo foram mais longos nas estações seca e pré
pituitária-adrenal. Comentam, ainda, que a chuvosa que nas estações chuvosa e pré-seca
letargia provocada pelo calor pode reduzir a (26,4 dias vs. 20,8 dias, respectivamente).
manifestação do comportamento de cio,
Temperaturas ambientais acima de 27ºC
sendo a reduzida atividade física uma
aumentam a duração do ciclo estral, reduzem
resposta adaptativa que limita a produção de
a duração e a intensidade do estro e
calor.
aumentam a proporção de vacas zebuínas que
Embora a influência inibitória sobre o iniciam o estro à noite (Lamothe-Zavaletha et
comportamento de cio seja atribuída ao al., 1991a).
aumento do cortisol e progesterona, é
Lamothe-Zavaletha et al., (1991b),
possível que o ACTH interfira também em
registraram concentrações de progesterona
outras rotas hormonais influenciando
mais elevadas em alguns dias do ciclo estral
negativamente a sua manifestação (Allrich,
na estação chuvosa, enquanto o valor médio
1993). Hein e Allrich (1992) avaliaram a ação
da P4 no diestro foi semelhante entre esta
do ACTH em novilhas Bos taurus taurus
estação e a época da seca. Os autores
num período de 3,5 dias durante o proestro e
registraram que sob altas temperaturas as
verificaram ser o pico de LH atrasado, bem
fêmeas zebuínas produziram mais
como a ocorrência do cio e o período de sua
progesterona, possivelmente oriunda da
manifestação clínica, reduzido em cerca de
glândula adrenal. Porém, após a adaptação
50% em relação às fêmeas não submetidas ao
gradual às variações na temperatura os
ACTH. Os autores registraram uma
valores plasmáticos da P4 retornaram ao
diminuição da concentração do estradiol
normal. Registraram também, aumento no
enquanto as concentrações de progesterona e
cortisol circulante na estação chuvosa,
cortisol elevaram-se em resposta ao ACTH.
indicando a susceptibilidade ao estresse
Embora a espécie bovina seja considerada térmico e/ou climático de animais zebuínos.
não sazonal, há evidências sugerindo que
O tipo de piso da instalação afeta o conforto
variações na temperatura ambiente, no
animal influenciando o comportamento de
fotoperíodo, na umidade e na provisão de
cio. Pisos de concreto diminuem a atividade
39
de monta quando se compara a pisos com grandes e agressivas provavelmente aceitam
cama (Britt et al., 1986). Ao descer da monta menos a monta no cio que fêmeas menores e
em pisos irregulares o animal pode cair passivas o que pode dificultar a detecção do
adquirindo medo de realizar nova monta o estro em fêmeas dominantes (Galina et al.,
que dificulta a identificação de animais em 1996).
cio (Esslemont e Bryant, 1976). Alterações
É importante maximizar o número de animais
locomotoras (pododermatite, artrites,
em cio para a obtenção do máximo de
luxações, etc.) e na região lombar podem
atividade sexual nos animais (Allrich, 1993).
impedir a efetuação da monta ou a
Quando há mais de um animal em cio forma-
receptividade para tal, devendo-se observar
se o grupo sexualmente ativo, no qual os
os animais e efetuar manejo preventivo e
animais interagem entre si, demonstrando a
curativo das lesões (Allrich, 1993).
atividade de monta a qualquer hora do dia ou
A movimentação dos animais estimulada pelo da noite, enquanto as demais fêmeas, que não
homem pode beneficiar a manifestação do estão em estro, permanecem no pastoreio ou
estro (Williamson et al., 1972b; Voh et al., em outra atividade (Allrich, 1993). Por outro
1987), enquanto o confinamento de fêmeas lado, quando somente uma fêmea encontra-se
acostumadas ao pasto pode prejudicar a em cio, a atividade de monta e a duração do
expressão do estro, como registrado por Vaca estro são mínimas (Esslemont & Bryant,
et al., (1985). Em seus estudos, verificaram 1976 e Helmer & Britt, 1985).
que quando vacas Indubrasil confinadas,
Hurnik et al., (1975) registraram que o
sincronizadas pela prostaglandina, foram
número médio de montas realizadas,
soltas para o pastoreio, exibiram
aumentou de 11 para 36 e 53 quando o
receptividade sexual aproximadamente 13h
número de fêmeas em estro passou de 1 para
após o fim do período de observação.
2 e 3 vacas, respectivamente. Hurnik & King
2.3.2 INTERAÇÕES SOCIAIS E (1987) verificaram baixa freqüência ou
COMPORTAMENTO SEXUAL ausência de atividade de monta em um grupo
pequeno de animais (quatro ou cinco vacas),
Interações sociais incluindo a dominância
o que pode refletir as condições socialmente
social e a presença de várias fêmeas em estro
restritas e consequentemente menor
exercem importante influência sobre a
probabilidade de sincronização natural do
manifestação do comportamento sexual das
estro.
fêmeas bovinas.
A sincronização de estros aumenta o número
Vacas e novilhas em proestro e estro
de vacas em estro dentro de um mesmo
necessitam da presença de outras fêmeas para
período, ocasionando a formação de grupos
interagir (Allrich, 1993). Durante o cio, a
sexualmente ativos, os quais promovem o
hierarquia social é temporariamente ignorada
aumento da atividade de monta (Landaeta-
em animais Bos taurus taurus, pois vacas e
Hernández et al., 2002). Quando os ciclos são
novilhas montam as companheiras mesmo
sincronizados e grupos de fêmeas
sendo hierarquicamente subordinadas em
sexualmente ativas são formados (Williamson
outra fase do ciclo estral (Hurnik, 1987) Em
et al., 1972a), uma elevada proporção de
fêmeas Bos indicus, Orihuela et al., (1988),
animais participam do grupo sexualmente
registraram que 60% das montas recebidas
ativo por causa do efeito da facilitação social
pelas fêmeas em estro foram realizadas por
e da estimulação sexual que o agrupamento
vacas hierarquicamente superiores. Vacas
40
de fêmeas proporciona (Kilgour et al., 1977). de mais vacas em cio (3 ou mais) estimulou a
Castellanos et al. (1997) verificaram que no manifestação do comportamento sexual.
estro sincronizado a manifestação do Estes autores sugeriram que as fêmeas
comportamento sexual em membros zebuínas sob condições de pastejo, tendem a
socialmente dominantes foi altamente apresentar um comportamento sinérgico
influenciada pelo número de vacas em estro. durante o estro.
Orihuela et al., (1983) registraram que fêmeas Fuentes et al., (l998) avaliando o ciclo de 409
zebuínas não sincronizadas manifestaram novilhas mestiças Bos taurus taurus x Bos
estro dentro de um mesmo período das taurus indicus verificaram que dentro de um
companheiras de rebanho cujos estros foram período de 47 dias, 81,6% das fêmeas
sincronizados, enquanto Medrano et al., manifestaram o estro. Cerca de 66,5% destas
(1995) verificaram que fêmeas tratadas para novilhas foram detectadas em cio nos
exibirem estro em dias alternados tenderam a primeiros 21 dias de observação, registrando-
agrupar suas respostas exibindo o se, ainda, a tendência de formação de grupos
comportamento de estro sincronizado, de fêmeas em estro neste período.
indicando que as vacas tendem a manifestar
Voh et al. (1987) observaram que uma grande
comportamento sexual sinergístico.
proporção de vacas zebuínas não permitiu a
A sincronização natural do estro também tem monta pelo touro, mas aceitou a monta por
sido registrada (Lamothe et al., 1995), outras fêmeas, indicando a influência das
sugerindo efeito da fêmea em cio sobre as interações sociais sobre o comportamento
demais do rebanho, onde influências sociais sexual.
mediadas pela estimulação sensorial podem
Landaeta-Hernández et al., (2002) concluíram
influenciar a atividade de mecanismos neuro-
que em ambientes subtropicais como o da
hormonais que controlam o comportamento
Flórida (EUA), a indução da formação de
sexual da fêmea (Orihuela, 2000).
grupos sexualmente ativos pela sincronização
Kilgour et al., (1977) comentaram que o dos estros é provavelmente a melhor
número e a familiaridade entre os membros estratégia para aliviar problemas associados
do grupo sexualmente ativo podem com a detecção do estro em programas de
influenciar positivamente a manifestação do inseminação artificial em Bos taurus indicus
estro; o mesmo foi citado por Alexander et e possivelmente em Bos taurus taurus.
al., (1984) que também registraram que a
2.3.3 DETECÇÃO DO ESTRO
introdução de novos animais no lote (em cio
ou não) estimulou a demonstração do estro. O desenvolvimento de técnicas mais
eficientes para a detecção do estro em
Orihuela et al., (1983) também observaram
bovinos depende da compreensão do
que o comportamento de estro foi intensivo
comportamento e da fisiologia da fêmea
quando um grande número de animais estava
durante o ciclo estral. A variabilidade na
em estro, quando 85% do comportamento de
expressão do comportamento de estro entre
monta ocorreu entre as vacas que estavam em
os indivíduos e os ciclos estrais sucessivos
cio. No mesmo sentido, Lamothe et al.,
dificultam este processo (Orihuela, 2000).
(1995), registraram que a probabilidade de
uma vaca manifestar o comportamento sexual Vários métodos têm sido desenvolvidos na
isoladamente a qualquer tempo foi muito tentativa de melhorar a detecção dos estros. O
baixa (inferior a 10%), enquanto a presença treinamento adequado dos observadores e o
41
fornecimento de oportunidades para que uma detectar o estro de vacas das raças Angus,
observação mais cuidadosa e com maior Brahman e Senepol, que a observação visual.
freqüência seja conduzida, aumenta a Segundo Allrich, (1993), devido a curta
detecção de estros e o desempenho duração do estro, de aproximadamente 12
reprodutivo geral do rebanho (Williamson et horas, detecções do estro devem ser feitas no
al., 1972a). mínimo duas vezes ao dia a intervalos de 12
horas, enquanto Foote (1975) recomendou
Métodos auxiliares de detecção de cio
três observações diárias, com duração de 20 a
incluem detectores de monta, pedômetros,
30 minutos cada, para a eficiente detecção
alterações na resistência elétrica do fluido
dos estros de fêmeas taurinas de leite. No
vaginal, “kits” para dosagem de progesterona
estudo realizado por Gwazdauskas et al.,
no leite, uso de rufiões e fêmeas
(1983), observou-se que apenas 18% das
androgenizadas (Allrich. 1993). Allrich,
vacas em cio, ainda manifestavam-no 12
(1993), salientou que a observação visual dos
horas após. Os índices de detecção aumentam
sinais clínicos de cio por pessoa treinada é
quando se passa de uma (50%), para duas
uma estratégia simples que não deve ser
(80%), e para três (95%) observações diárias
substituída por outras adicionais. Salientou-se
do cio (Gwazdauskas et al., 1983). Van
ainda, que os métodos auxiliares devem ser
Eerdenburg et al., (1996) comentaram que as
utilizados em conjunto com a observação
vacas não demonstram o estro em momento
visual, e para se obter uma detecção mais
específico do dia e que as vezes os períodos
eficiente, qualquer técnica não deve ser
estrais são curtos. Ainda, Foote (1975)
utilizada isoladamente.
indicou que as observações deveriam ser
Williamson et al. (1972a) observaram que a conduzidas pela manhã, à tarde e à noite
taxa de detecção de estro pelo homem foi de (aproximadamente às 20:00h) por períodos
56% contra 90% naqueles animais em que nunca inferiores a 20 minutos.
associou-se um dispositivo de auxilio à
O período do dia ideal para realizar a
detecção de montas.
detecção do estro ainda é discutido, sendo a
Solano et al. (1982) registraram que a técnica mais utilizada, à de duas observações
eficiência de detecção de estros pelo homem diárias, pela manhã e no início da noite
foi de 82,4% contra 95,8% quando houve (Trimberger, 1948; Allrich, 1993). De acordo
auxilio do rufião. Segundo Galina et al., com Fêo & Barnabé (1980) o cio pode
(1995), durante o estro natural de fêmeas iniciar-se a qualquer hora do dia ou da noite,
zebuínas, a presença do rufião aumenta a apresentando duração variável.
porcentagem de animais detectados em estro,
no entanto, esta diferença desaparece quando
o estro é sincronizado.
A observação do cio significa a detecção dos
sinais físicos e comportamentais do animal. A
estratégia mais efetiva para detecção do estro
é a observação visual por pessoas treinadas
(Allrich, 1993), embora Landaeta-Hernández
et al., (2002) tenham registrado que a
utilização de dispositivos eletrônicos de
monta (HeatWach) foi mais eficiente em
42
3 a 140 montas aceitas durante o cio,
2.3.4 DURAÇÃO DO ESTRO
enquanto Coe e Allrich, (1989) encontraram
A intensidade e duração do comportamento uma variação de 3 a 225 montas por cio em
de cio durante o ciclo estral é altamente novilhas. Hurley et al., (1982) observaram
variável entre os animais (Orihuela, 2000). É que as características de cio em novilhas e
registrado, em vários estudos, que o gado vacas Bos taurus taurus não se repetiram nos
Zebu não exibe plenamente os sinais de estro vários ciclos, havendo baixa repetibilidade
ao homem, razão pela qual, a sua detecção para a duração, horário do dia da ocorrência
constitui um dos principais fatores limitantes do cio e número de montas aceitas entre cios
à utilização da inseminação artificial na subsequentes. Devido a alteração na estrutura
subespécie Bos taurus indicus (Galina et al., social, no ambiente, na idade e número de
1994). animais por alojamento ou pasto é razoável
Considera-se que fêmeas zebuínas exibem esperar que a repetibilidade destas
estro de menor duração que fêmeas taurinas, características seja baixa (Allrich, 1993).
o que limita a oportunidade da observação Orihuela (2000), relatou que o número de
ocasional do mesmo (Galina et al., 1994). montas recebidas pelas fêmeas zebu é
Estros tão curtos, como de apenas 1,3 horas já altamente influenciado por fatores
foram registrados (Mukasa-Mugerwa, 1989), ambientais, sociais, nutricionais e de manejo.
embora os valores médios geralmente citados Rollinson (1963) registrou média de 4,4
para a duração média do estro das fêmeas montas por estro em vacas zebuínas,
Bos taurus indicus sejam superiores a 10 enquanto Orihuela et al., (1983) registraram
horas, como observa-se na tabela 1. No 9,3 e 10,8 montas/estro em vacas Indubrasil
entanto, durações médias inferiores a 10 mantidas na ausência ou presença do touro,
horas também foram registradas como de: respectivamente. Mattoni et al., (1988)
4,78 h na Austrália (Anderson, 1944), de 4,8 verificaram que o número de montas
h para novilhas zebu na Nigéria (Adeyemo et recebidas no estro de vacas East African
al, 1979), de 6 h para o estro natural de vacas variou de 1 até 58, com média de 9,2 montas.
Brahman sob elevada umidade e temperatura Lamothe-Zavaletha et al., (1991a) e
ambiente, nos EUA (Landaeta-Hernández et Landaeta-Hernández et al., (2002) já
al., 2002), de 6,7 h em novilhas Brahman, registraram valores superiores de montas
também nos EUA (Plasse et al., 1970), de 7,6 recebidas/estro em vacas zebuínas de 28 e 33,
h em vacas East African, na Etiópia (Mattoni respectivamente, embora Landaeta-
et al., 1988) e de 9,8 h em vacas Indubrasil na Hernández et al., (2002) tenham registrado
ausência do macho, no México (Orihuela et baixo número de montas recebidas (7
al., 1983). montas/estro) durante o estro natural de vacas
Brahman sob temperatura e umidade
Como a duração do estro, o número de elevadas.
montas recebidas pela fêmea em cio é
altamente variável tanto em fêmeas Bos Estudos em zebuínos indicam que a duração
taurus taurus (Allrich, 1993) como em Bos média do ciclo estral é de aproximadamente
taurus indicus (Galina et al., 1994). 21 dias (Galina & Arthur, 1990). Há registros
de ciclos cuja duração média esteve entre 20
Em avaliações contínuas do reflexo de e 21 dias (Rollinson , 1963; Gonzalez, 1972;
imobilização em taurinos, Esslemont e Vaca et al., 1985; Valle et al., 1994), entre 21
Bryant, (1976), verificaram uma variação de e 22 dias (Baker, 1967; Viana et al., 1999a),
43
Tabela 1. Estros com duração acima de 10 horas registrados em fêmeas Bos taurus indicus
Autor (es) Raça Duração Média Categoria animal Localidade
ou do Estro
Agrupamento racial (Horas)
Rakha et al., (1970) Gado Zebu e Sanga 16,1 Vacas África Central
Gonzalez (1972) Indubrasil 14,8 Vacas Brasil
Nelore 12,9 Vacas Brasil
Zebu leiteiro 17,5 Vacas Brasil
Zebu leiteiro 16,4 Novilhas Brasil
Vaca et al., (1983) Indubrasil 14,1 Vacas México
Martinez et al., (1984); Zebu 15,3 Novilhas Cuba
Lamothe-Zavaleta et al., Zebu 10,3 Vacas México
(1991a);
Valle et al., (1994) Nelore 11,0 Vacas Brasil
Barros et al., (1995) Nelore 11,0 Vacas e novilhas Brasil
Encarnação et al., (1995) Nelore 12,0 Vacas Brasil
Pinhero et al., (1998), Nelore 13,6 Vacas e Novilhas Brasil
Viana et al., (1999a) Gir 14,2 Vacas Brasil
Manjarrez et al., (2000) Indubrasil 12,1 Vacas e Novilhas México
Landaeta-Hernández et al., Brahman 17,0 Vacas EUA (Flórida)
(2002)
embora a duração do estro tenha sido menor
no verão que no outono; o número de estros
de aproximadamente 23 dias (Rakha et al.,
1970; Llewlwyn et al., 1987 e Mattoni et al.,
1988) e superior a 24 dias (Plasse et al., 1970;
detectados foi menor no inverno em relação a
Alberro, 1983 e Martinez et al., 1984).
todas as outras estações, além de serem os
Zakari et al., (1981) registraram efeitos efeitos sazonais mais evidentes em fêmeas
sazonais sobre a duração do ciclo estral de nulíparas.
fêmeas zebuínas , cujos ciclos foram de 26,04
2.4 MANIPULAÇÃO HORMONAL E
dias na estação antecedente à chuvosa e de
ATIVIDADE OVARIANA
20,8 dias na estação chuvosa. Plasse et al.
(1970) também registraram efeitos sazonais 2.4.1 INDUÇÃO E SINCRONIZAÇÃO
entre o inverno e o verão na Flórida em DO ESTRO
novilhas Brahman, com ciclos de duração A manipulação da atividade ovariana pela
maior no inverno. utilização de hormônios esteróides,
Manjarrez et al., (2000), estudaram as prostaglandina F2 alfa e gonadotropinas visa
influências sazonais sobre os ciclos estrais de facilitar a detecção do estro, aumentar a
fêmeas Indubrasil, sob condições controladas fertilidade dos programas de cobrição e o
de nutrição e manejo, durante as quatro número de descendentes na vida útil das
estações do ano. No estudo, verificaram que fêmeas.
no verão, a duração do ciclo estral (20,8±2 Para a obtenção do controle preciso sobre o
dias) foi menor que no outono (19,9±2 dias), estro em bovinos é necessário controlar a
44
duração do corpo lúteo e a condição da onda melhoria da fertilidade, pela união destes
folicular ao final do tratamento (Diskin et al., hormônios na formulação de novos
2002). protocolos (Beal, 1996).
A utilização de progestágenos para a A utilização do progestágeno aliado ao
sincronização dos ciclos estrais de fêmeas estradiol resulta na emergência de nova onda
bovinas iniciou-se na década de 60. Nesta folicular, independentemente do estágio de
época, a progesterona era administrada via desenvolvimento do folículo dominante
IM em injeções diárias o que dificultava sua presente nos ovários (Bo et al., 1995; Diskin
utilização a campo. Com o desenvolvimento et al., 2002). A utilização do progestágeno
de progestágenos sintéticos, administrados isoladamente, pode levar a formação de
por via oral, tornou-se mais fácil a folículos persistentes, devido a supressão na
sincronização dos cios, que no entanto secreção de LH, acompanhada pela redução
apresentavam baixos índices de concepção da fertilidade do estro sincronizado (Beal,
(Beal., 1996; Diskin et al., 2002). Estas 1996; Diskin et al., 2002).
drogas eram oferecidas por um período de 10
O desenvolvimento de dispositivos de
a 18 dias, com o estro sendo manifestado em
liberação de progesterona tem facilitado a
70% dos animais dentro de seis dias após a
utilização de progestágenos para a
interrupção de seu fornecimento. Segundo
sincronização de estros nos bovinos. Os
Beal, (1996), esta taxa seria similar a
programas de sincronização preconizam a
manifestação de estro de vacas não tratadas
administração do estradiol no início do
dentro de 21 dias, as quais, no entanto,
tratamento para encurtar a vida do corpo
apresentavam maiores taxas de concepção.
lúteo e encerrar a onda folicular, induzindo a
O uso do estradiol aliado ao progestágeno foi emergência de um novo folículo.
introduzido há três décadas e, os resultados Geralmente, a sincronização com
envolvendo a taxa de sincronização têm se progestágeno resulta em alta porcentagem
mostrado promissores; no entanto, as taxas de (acima de 85%) de vacas exibindo o estro,
gestações ainda mostram-se variáveis 36 a 60 horas após a remoção do
(Diskin, 2002). Atualmente, os progestágenos progestágeno. A administração da PgF2 α
são mantidos no animal por um período ou seus análogos dois dias antes da remoção
reduzido de 7 ou 9 dias, sendo as formas mais do progestágeno induz luteólise prematura,
comumentes utilizadas, os implantes que permite encurtar o período de tratamento
auriculares (Syncro-mate-B) e os dispositivos para 7 a 9 dias, bem como melhorar a
de liberação controlada da droga (CIDR) sincronia do início dos estros (Diskin et al.,
inseridos na vagina das fêmeas (Wiltbank, 2002).
2000). Tanto o CIDR, quanto o Syncro-mate-
A descoberta que a prostaglandina F 2 alfa é
B, são eficientes para a sincronização, sendo
um importante agente anti luteolítico nos
o CIDR, no entanto, mais fácil de ser
bovinos e o desenvolvimento de potentes
utilizado (Gordon, 1996).
análogos sintéticos têm permitido sua
Com o advento da descoberta das aplicação no controle do ciclo estral (Diskin
propriedades luteolíticas do estrógeno e da et al., 2002). A injeção da PgF2 α causa
prostaglandina F2 α (PgF2 α), o tempo de regressão imediata do corpo lúteo após o
administração do progestágeno pôde ser quinto dia do ciclo estral, ocasionando
reduzido para menos de 14 dias, havendo rápido declínio da progesterona plasmática
45
para níveis basais dentro de 24 horas, prematura ou a luteinização dos folículos
aumento na freqüência do pulso de LH, (Moor et al., 1984). Várias vantagens são
elevação do estradiol no folículo dominante atribuídas ao uso deste hormônio, como meia
e indução do estro e ovulação. Apesar da vida plasmática curta, metabolização rápida,
rápida luteólise, o intervalo para o início do menores efeitos indesejáveis e melhores
estro é variável e depende do estágio da resultados na produção de embriões viáveis.
onda folicular, no momento do tratamento. Esta gonadotropina é usada em regime de
Animais com folículo dominante apresentam duas aplicações diárias durante quatro dias,
estro dentro de 2 a 3 dias, já que o folículo seguido pela administração de prostaglandina
irá ovular quando a luteólise for induzida. 72h após o inicio do tratamento (Mapletoft &
Entretanto, animais na fase de pré Peerson, 1993). A fêmea superovulada é
dominância necessitarão de 2 a 4 dias para inseminada de duas a três vezes, devido ao
que se estabeleça o folículo dominante, maior número de folículos ovulatórios e do
apresentando período muito variável para a momento variado entre as ovulações. A
ocorrência do estro (Diskin et al., 2002). primeira inseminação artificial (IA) é feita 60
horas após a administração da PgF2 e as
2.4.2 SUPEROVULAÇÃO E
demais intervaladas de 12 horas (Mapletoft,
TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES
1986), ou a intervalos de 12 horas após a
A transferência de embriões (TE), corno identificação dos sinais de cio (Gordon,
técnica de melhoramento genético das raças 1996).
zebuínas e taurinas, apresenta vantagens
A estimulação ovariana com o eCG ou FSH
como o aumento da taxa reprodutiva das
resulta no aumento do número de grandes
fêmeas, maior intensidade de seleção, rápida
folículos em crescimento, dos quais
difusão de estoques genéticos melhoradores e
geralmente 70% ovulam. A ovulação ocorre
possibilidade de armazenar e transportar
dentro de 24 a 48 horas (Driancourt, 2001).
zigotos à distância (Azevedo et al., 1987). O
De acordo com Driancourt, (2001) o
tratamento superovulatório visa neutralizar os
aumento na taxa de ovulação em fêmeas
efeitos da dominância folicular, impedindo a
superovuladas é obtida pela combinação de
divergência folicular e permitindo que vários
cinco mecanismos: diminuição no tamanho
folículos adquiram características fisiológicas
nos quais os folículos são recrutados,
semelhantes às do folículo dominante
redução no tamanho do folículo pré
(Buratini Jr., 1997).
ovulatório, aumento na taxa do crescimento
A gonadotropina Coriônica Eqüina (eCG) e o folicular, prevenção da atresia folicular e
hormônio folículo estimulante (FSH) têm extensão da fase de recrutamento, os quais
sido utilizados para o tratamento permitem que mais folículos sejam incluídos
superovulatório de bovinos há várias décadas no conjunto ovulatório. As gonadotropinas
(Silva et al., 2002). O hormônio mais exógenas bloqueiam a seleção folicular
amplamente utilizado nos tratamentos enquanto extendem a fase de recrutamento
superovulatórios é o FSH, extraído da (Driancourt, 2001).
adenohipófise de suínos. No entanto,
O número de folículos em crescimento
melhores resultados superovulatórios são
geralmente aumenta com a quantidade de
encontrados nas preparações hipofisárias com
gonadotropina injetada até que a resposta
baixa concentração de LH, já que a presença
máxima seja atingida. Entretanto, tentar
desta gonadotropina pode causar a ovulação
atingir a resposta máxima de cada fêmea é
46
associado a inúmeros problemas, como a A presença do folículo dominante no início
baixa qualidade embrionária e o baixo do tratamento com gonadotropina parece
número de folículos que chegam a ovular afetar a magnitude da resposta
(Driancourt, 2001). Quando vários folículos superovulatória subseqüente, diminuindo o
são estimulados, limitações físicas dentro do recrutamento folicular por meio de fatores
ovário, como suprimento sangüíneo para inibitórios, como a inibina produzida pelo
folículos individuais ou quebra dos folículo (Stock et al. 1996, Wolfsdorf et
mecanismos endócrinos normais e produção al.,1997). Grasso et al. (1989), superovularam
excessiva de esteróides ovarianos podem vacas na presença e ausência de folículo
interferir com o apropriado desenvolvimento dominante e observaram que as respostas
folicular ou ovulação. Doses excessivas de foram afetadas pela sua presença. Houve
FSH permitem que um maior número de maior produção de corpos lúteos, oócitos e
folículos seja estimulado a continuar o embriões transferíveis quando a
desenvolvimento; no entanto, deste pool de superovulação foi realizada na ausência do
folículos poucos são capazes de ovular e folículo dominante. Já Gradela et al., (2000) e
sofrer luteinização (Santiago et al., 2002). Santiago et al., (2002) não registraram
influência da presença ou ausência do
O número de folículos sensíveis às
folículo dominante no início do tratamento
gonadotropinas varia até 20 vezes entre as
sobre a resposta superovulatória de fêmeas
fêmeas, havendo dentro do pool de folículos
Nelore.
ovulatórios, grande variabilidade nas
características morfológicas, sendo que o Para evitar efeitos prejudiciais do folículo
número de células da granulosa por folículo dominante, o protocolo de superovulação
pode variar de 3 a 4 vezes (Driancourt, deve ser introduzido no início da onda
(2001). folicular; assim, o início do tratamento na
metade do ciclo estral (dias 9 ou 10) têm
Observa-se grande variação individual nas
produzido melhores respostas que no início
respostas superovulatórias (Wright & Malmo,
do ciclo (dia 2 ou 3) (Goulding et al.,1991 e
1992; D’occhio et al., 1999; Driancourt,
Lindsell et al., 1986).
2001; Barros & Nogueira, 2001),
possivelmente, como conseqüência de fatores A produção de embriões após superovulação
intrínsecos e extrínsecos aos animais (Kafi & ovariana no gado zebu é obtida com menores
McGowan, 1997). A ausência do folículo doses do FSH que em fêmeas Bos taurus
dominante no momento do estímulo taurus, indicando que fêmeas Bos taurus
gonadotrófico durante a superovulação indicus requerem menores quantidades de
beneficia a resposta superovulatória (Kafi & FSH para respostas superovulatórias ótimas
McGowan, 1997). Assim, o período mais (Barros & Nogueira, 2001).
favorável para iniciar-se o tratamento
Visintin et al., (1999), avaliaram a resposta
superovulatório deve coincidir com o dia do
superovulatória de novilhas da raça Nelore
diâmetro máximo do primeiro folículo
submetidas a três diferentes dosagens de
dominante e a emergência do segundo
FSH: 300 UI, 400 UI e 500 UI, e verificaram
folículo dominante, período situado entre o 9º
ser o número de embriões viáveis maior (P<
e o 13º dia do ciclo (dia 0 - dia do cio)
0,05) para o grupo de 300 UI FSH (5,20)
(Gordon, 1996).
contra o de 400 UI (1,81) e o de 500 UI
(2,76). Santiago et al., (2002), por outro lado,
47
utilizando 250 e 500 UI de FSH em fêmeas explicada pela falta de sincronia entre a
Nelore, observaram que o número de maturação do citoplasma e do núcleo dos
embriões viáveis não foi afetado; no entanto, oócitos e pela alteração na esteroidogênese
a maior dose induziu elevada variação na taxa durante o período pré-ovulatório, que podem
de resposta, com poucos animais alterar a maturação do oócito e o transporte
apresentando resposta, enquanto a maioria espermático. Respostas inconsistentes podem
não produziu embriões transferíveis ou não também ser decorrentes de ovulações
respondeu ao tratamento superovulatório. prematuras durante o tratamento FSH,
originando corpos lúteos que produzem
Segundo Andrade et al., (2002a) pode ser
progesterona no momento esperado para o
possível utilizar a combinação entre
cio, comprometendo o pico pré-ovulatório de
hormônios esteróides para sincronizar a
LH e as ovulações.
emergência da onda folicular, sem prejuízo à
resposta superovulatória, em fêmeas Alterações endócrinas em animais
zebuínas. Além disso, a combinação permite superovulados são registradas principalmente
eliminar a necessidade do conhecimento após a luteólise induzida pela prostaglandina,
prévio do estádio do ciclo estral da doadora. com as fêmeas apresentando valores elevados
Os autores registraram que a utilização do de estradiol ou da progesterona em relação às
CIDR não aumentou a resposta fêmeas normais (Gosselin et al., 2000). A
superovulatória de vacas Nelore, tampouco freqüência de pulsos de LH durante o
reduziu a variação da resposta ao tratamento tratamento superovulatório é diminuída; no
hormonal. Entretanto, foi eficiente em entanto, nem sempre esta situação é
sincronizar a emergência da onda folicular, registrada e nenhuma evidência concreta que
tornando viável sua utilização nos programas justifique este evento foi ainda estabelecida
de TE em doadoras desta raça. (Gosselin et al., 2000). Têm sido sugerido
que níveis elevados de esteróides podem ser
A associação entre hormônios esteróides
responsáveis por esta situação (Roberge et al.,
pode ser usada no protocolo de superovulação
1995, D’Occhio et al., 1999). Entretanto,
de doadoras Nelore em qualquer estádio do
Gosselin et al., (2000) sugeriram que este
ciclo estral, pois não afeta a eficiência dos
efeito não foi mediado pelo “feedback”
programas de transferência de embriões
negativo do estradiol e da progesterona, em
(Andrade et al. 2002a). No entanto, Sawyer et
virtude de não terem sido registradas
al., (1995) estudando vacas taurinas mestiças
correlações entre os níveis destes esteróides e
superovuladas, registraram que o tempo da
a freqüência, amplitude e concentração média
inserção do progestágeno exerceu importante
do LH em qualquer período do tratamento
influência sobre a eficiência do recrutamento,
superovulatório.
maturação da população folicular e produção
embrionária. Além disso, houve Tentativas de atrasar o pico de LH visando
superioridade das respostas quando o PRID aumentar a taxa de recuperação e a qualidade
foi inserido no 7º dia do ciclo estral em embrionária têm sido realizadas em fêmeas
relação ao 14º dia. superovuladas Bos taurus taurus (D’occhio et
al., 1999; Price et al., 1999; Gosselin et al.,
Em revisão feita por Barros & Nogueira,
(2000) e Bos indicus (Barros & Nogueira,
(2001), ficou registrado que a elevada
2001 e Nogueira et al., 2002).
variabilidade nas repostas ao tratamento
superovulatório pode ser parcialmente
48
Barros & Nogueira, (2001) atrasaram o pico variação (Oyedipe et al., 1988). Randel,
de LH em fêmeas Nelore superovuladas, (1989), constatou que o corpo lúteo de vacas
suprimindo o pico endógeno desta e novilhas Brahman apresentou menor
gonadotropina com a utilização de implantes tamanho e concentração de progesterona que
com agonista GnRH e administrando LH o corpo lúteo de vacas e novilhas Hereford.
exógeno 48 horas após a administração da Observou ainda que, em animais da raça
prostaglandina para mimetizar a ocorrência Brahman, a concentração e o conteúdo de
natural do pico de LH endógeno. Em dois progesterona foi maior nos corpos lúteos
estudos diferentes os autores registraram que desenvolvidos no inverno que no verão.
o atraso no pico do LH estabeleceu gestação
A monitoração da concentração da
em taxas similares às de fêmeas que não
progesterona plasmática pode ser uma
tiveram o pico atrasado, enquanto no outro
alternativa para medir a atividade ovariana
estudo o artifício foi deletério para o número
com precisão, auxiliando na identificação de
de embriões transferíveis.
estrutura luteal ou folicular nos ovários pela
Nogueira et al., (2002) registraram em fêmeas palpação retal (Adeyeno & Heath, 1980).
Nelore superovuladas com FSH, que a
A dosagem da progesterona plasmática é
manutenção do dispositivo com progesterona
auxiliar na indicação da condição reprodutiva
por 48 a 60 h após a administração da
do animal, como a ciclicidade ovariana. A
prostaglandina não causou efeito detrimental
maioria dos pesquisadores considera
sobre o número de embriões transferíveis ou
atividade luteal no zebu quando a
sobre a capacidade dos embriões
concentração plasmática da progesterona está
estabelecerem gestação. O atraso no pico de
acima de 1 ng/ml (Mucciolo & Barberio,
LH após a superovulação não melhorou a
1983; Vaca et al., 1983; Oyedipe et al. , 1986;
produção de embriões transferíveis.
Oyedipe et al., 1988; Borges, 1989; Mukasa-
Entretanto, permitiu a inseminação com
Mugerwa et al., 1991; Gutierrez et al., 1994).
tempo fixo e o estabelecimento de taxas de
gestação comparáveis aos programas O padrão geral das concentrações de
convencionais de transferência de embriões progesterona em fêmeas Bos taurus indicus
com detecção de estro (Nogueira et al., 2002). têm sido descrito como semelhante ao de
fêmeas Bos taurus taurus (Vaca et al., 1983;
2.5 PROGESTERONA PLASMÁTICA
Borges, 1989; Mukasa-Mugerwa et al.,
(P4) NO CICLO ESTRAL DE FÊMEAS
1991). Entretanto, alguns autores (Schams et
Bos taurus indicus
al., 1977; Borges, 1989) observaram
No gado zebu, o tamanho do corpo luteo é concentrações mais baixas de progesterona
normalmente menor (Lamorde & Kumar, circulante no ciclo estral de animais zebuínos.
1978) e menos saliente na superfície dos Vários autores (Agarwal, 1977; Adeyeno &
ovários que nos animais europeus (Aguilar et Heath, 1980; Vaca et al., 1983; Mucciolo &
al., 1983; Plasse et al., 1970). Além disso, Barberio, 1983; Oyedipe et al., 1986;
alguns autores sugerem que o diagnóstico Llewelyn et al., 1987; Oyedipe et al., 1988;
desta estrutura pelo reto é de menor eficiência Borges,1989; Diaz et al., 1986; Pinho et al.,
em Bos taurus indicus que em Bos taurus 1988; Valle et al., 1994 e Viana et al., 2000)
taurus (Plasse et al., 1968; Pathiraja et al., estudaram o ciclo estral de animais zebuínos,
1986; Vaca et al., 1983), e o diâmetro do e observaram que do dia zero (dia do cio) ao
corpo lúteo maduro apresenta elevada 4º dia do ciclo, a concentração de
49
progesterona plasmática foi baixa. Após este fêmeas Bos indicus, podem ser classificadas
período, elevou-se e atingiu uma em 4 fases: basal (0,5 ng/ml até o 4 dia),
concentração máxima entre o 9º e o 12º dia, crescente (4º ao 11º dia), platô (5 ng/ml do11º
retornando às concentrações basais em torno ao 17º-18º dia) e decrescente (duração de 3 a
do 18º dia do ciclo estral. 4 dias, até a P4 atingir valores basais).
Blockey et al., (1973), registraram em Tem sido observados valores superiores para
novilhas zebuínas queda nas concentrações a concentração de P4 plasmática durante o
de progesterona de 4 a 7ng/ml de um a quatro diestro, para animais taurinos. Entretanto,
dias antes do estro (dia zero) para valores Adeyemo & Heath (1980) verificaram que os
inferiores a 1 ng/ml no estro, que por sua vez baixos valores da P4 ao estro (< 1 ng/ml) e o
permaneceram baixos até o 2º ou 3 ºdia do aumento gradual nas concentrações de
ciclo estral. progesterona cinco dias após o estro foram
semelhantes entre animais Bos taurus e Bos
Em 1983, Vaca et al. caracterizaram o ciclo
indicus.
estral de vacas Indubrasil pela palpação retal
e dosagem da progesterona plasmática, Martinez et al., (1984) não detectaram
obtendo valores inferiores a 0,5 ng/ml concentrações plasmáticas de progesterona a
durante o intervalo de 0 (dia do cio) ao 4º dia partir de 4 dias para o estro e até o 6º dia após
do ciclo; um pico máximo de 3,1 ng/ml nos o estro. A partir do 6º dia do ciclo os valores
dias 9 e 10, com um retorno à concentração da P4 começaram a elevar-se (0,3-2,2 ng/ml)
inicial de 0,5ng/ml no 18º dia. atingindo valores máximos entre o 14º e 18º
dia (1,2-4,5 ng/ml) e declinaram rapidamente
Os estudos com zebu, registram valores
entre os dias 17 e 20 até a ocorrência do cio.
variados para a progesterona plasmática nesta
subespécie, havendo registros de que o nível Oyedipe et al. (1986) observaram grande
máximo de P4 no ciclo foi de 2,32 ng/ml variação na concentração de progesterona
(Agarwal et al., (1977) até 11 ng/ml plasmática de vacas zebuínas em estágios
(Mucciolo, 1995). similares do ciclo estral. Em estudo posterior
verificaram grande variação individual em
Avaliando as concentrações de progesterona
relação à concentração máxima de
durante o ciclo estral e gestação em vacas
progesterona produzida, inferior a 1,0 ng/ml
Nelore (Bos taurus indicus) no Brasil,
em alguns animais, enquanto em outros
Mucciolo & Barberio (1983) observaram
foram observadas concentrações superiores a
concentrações mínimas e máximas,
7,0 ng/ml (Oyedipe et al., 1988).
respectivamente, de 1,10 ng/ml e 11,0 ng/ml
no diestro; 0,10 e 0,44 ng/ml no metaestro e Diáz et al., (1986) registraram em vacas da
0,10 e 10,00 ng/ml na fase de regressão de raça Brahman, duas fases de aumento nas
corpo lúteo. Nos dias próximos ao estro os concentrações da progesterona plasmática. A
valores médios de progesterona foram de primeira ocorreu entre os dias 2 e 6 do ciclo
0,14 ng/ml, sendo a maior concentração estral, sob taxa de 0,3 ng/ml/dia e a segunda
média deste esteróide registrada no 15º dia entre os dias 7 e 12 sob taxa de 1,22
do ciclo (7,58 ng/ml). ng/ml/dia. O declínio nos valores da P4
ocorreu entre o 14º e o 20º dia do ciclo estral,
De acordo com Llewelyn et al., (1987), as
numa taxa de declínio diário de 1,08 ng/ml.
mudanças na concentração da progesterona
Os autores observaram semelhança nos
plasmática pelos dias do ciclo estral em
padrões da progesterona plasmática entre
50
fêmeas Bos indicus, Bos taurus e mestiças. atingisse 1 ng/ml. O período no qual se
Na raça Brahman 0,5 ng/ml de P4 foi detectou a maior área do corpo lúteo foi entre
registrado no dia do estro, enquanto o pico de o 7º e o 16º dia do ciclo, enquanto os valores
produção deste esteróide foi registrado no 12º máximos de progesterona foram registrados
dia do ciclo, com um valor médio de 9,3 entre os dias 11 e 15 (5,28±0,19 ng/ml). Os
ng/ml. Já Valle et al. (1994) registraram autores registraram que a progesterona
valores máximos da progesterona de 3 a 6 atingiu seu valor máximo posteriormente ao
ng/ml, os quais ocorreram entre os dias 9 e 16 dia em que o corpo lúteo atingiu sua maior
do ciclo estral de vacas da raça Nelore. área. Tal observação indica que a variação na
Borges (1989) obteve com animais concentração da P4 entre os dias 9 e 14
Indubrasil, uma concentração plasmática de ocorreu em função da maturação funcional do
progesterona variando de 0,18 a 0,85 ng/ml corpo lúteo e não da aquisição de massa
entre os dias 0 e 4 do ciclo, com valores luteal. A progesterona ascendeu 0,49±0,02
máximos de 3,74 ng/ml ao 9º dia do ciclo ng/ml ao dia entre os dias 1 e 11, declinando
estral. Tais resultados são similares aos 0,93±0,01 ng/ml/dia entre os dias 15 e 21.
relatados por Adeyeno & Heath (1980) ao Em um estudo realizado no México por
observarem concentração plasmática de Rubio et al., (1989), com fêmeas Indubrasil,
progesterona de 4,5±1,03 ng/ml entre o 9º e o sob nove meses de acompanhamento dos
12º dia do ciclo estral, sem no entanto valores séricos de progesterona, não detectou-
observarem variações neste período. se efeitos da sazonalidade nos valores deste
Borges (1989) registrou que a curva de esteróide. Em estudo posterior, Rubio et al.,
concentração da progesterona durante o ciclo (1993) compararam o efeito da aplicação de
estral foi semelhante entre fêmeas Indubrasil prostaglandina sobre a regressão do corpo
e mestiças Bos indicus X Bos taurus. Os lúteo e a variação na concentração sérica de
valores médios obtidos para as vacas mestiças progesterona. Verificou-se que no momento
(13 ng/ml dois dias antes do cio e 0,31 ng/ml da aplicação da PGF2α, a concentração sérica
no dia anterior ao cio) foram sempre da progesterona foi maior na estação chuvosa
superiores aos observados para o Indubrasil que na seca. Entretanto, dois dias após o
(queda de 2,18 para 0,58 ng/ml do terceiro tratamento, o nível de P4 mostrou-se superior
para o segundo dia antes do cio, alcançando na estação seca, sendo as concentrações três
0,25 ng/ml um dia antes do cio). No entanto, dias após o tratamento inferiores à 1,5 ng/ml
o autor salientou que o número de animais em ambas as estações. A concentração sérica
utilizados para cada grupo (seis) foi de P4 ao longo do ciclo estral seguinte à
relativamente baixo, não possibilitando sincronização foi similar entre as estações,
afirmar que animais Indubrasil apresentaram exceto nos dias 16 e 18 do ciclo, quando
menor concentração de progesterona durante observou-se maior concentração na estação
o ciclo estral. seca. Os resultados indicaram que apesar da
existência de diferenças nos valores da
Viana et al., (1999b) avaliaram as progesterona em resposta a luteólise e no
características morfofuncionais dos corpos diestro entre as estações avaliadas, os perfis
lúteos de fêmeas da raça Gir. O corpo lúteo da P4 não variaram ao longo do ano.
pôde ser identificado pela ultra-sonografia a
partir de dois dias após a ovulação antes que Manjarrez et al., (2000) estudando a
a concentração plasmática da progesterona influência sazonal nos ciclos de fêmeas
Indubrasil, também no México,
51
acompanharam os animais durante as quatro embriões viáveis recuperados à coleta neste
estações do ano e não registraram diferenças dia. Nos estudos de Tamboura et al. (1985), a
quanto a sazonalidade sobre os valores progesterona circulante foi mensurada no
séricos de P4 no diestro tardio (dias 13 a 15 leite até um dia após o estro superovulado,
do ciclo). não sendo registradas, neste período,
associações entre os valores de progesterona
Ledezma et al., (1984) observaram valores
circulante durante o tratamento
séricos da progesterona 15 a 28% mais baixos
gonadotrópico e a taxa ovulatória ou
nos meses quentes. Enquanto Lamothe-
produção embrionária.
Zavaletha et al., (1991b), registraram
concentrações de progesterona mais elevadas Já Lindsell et al., (1986), testando o dia do
em alguns dias do ciclo na estação chuvosa; início do tratamento superovulatório (dias: 3,
no entanto, o valor médio da P4 no diestro 6, 9 ou 12) sobre a resposta ao protocolo FSH
foi semelhante entre a estação das águas e a (Tab. 2), não registraram diferenças nas
época da seca. concentrações de P4 em relação aos grupos
estudados. Entretanto, observaram associação
2.5.1 PROGESTERONA PLASMÁTICA
positiva entre o numero de corpos lúteos e de
DE FÊMEAS BOVINAS
estruturas recuperadas com a progesterona
SUPEROVULADAS
plasmática no dia da coleta dos embriões,
Os primeiros estudos sobre os valores embora a recuperação embrionária tenha sido
plasmáticos da progesterona de fêmeas realizada pela lavagem de cada corno uterino
superovuladas datam da década de 80 e após o abate dos animais. O número de
buscavam uma associação com o número de corpos lúteos palpados teve correlação
corpos lúteos e de estruturas recuperadas e significativa com o número de CL registrados
embriões viáveis (Tamboura et al., 1985; após o abate (r=0,87; p<0,01), bem como
Lindsell et al., 1986; Goto et al., 1987 e 1988; com o número de estruturas recuperadas
Morris et al., 1988). Os valores médios da (r=0,77; p<0,001) e de embriões viáveis
progesterona circulante de fêmeas (r=0,54; p<0,001).
superovuladas atingem o ponto máximo no
Goto et al., (1987 e 1988) registraram
dia da coleta dos embriões, geralmente, no 7º
associação entre a P4 no dia do início do
dia após a inseminação artificial e são
tratamento FSH e o número de corpos lúteos
correlacionados com o número de corpos
e embriões viáveis no dia da coleta dos
lúteos (CL) nos ovários neste dia na maioria
embriões (Tab. 2). Fêmeas que apresentaram
dos trabalhos consultados (Tab. 2 ). Tem sido
P4 acima de 3 ng/ml no início do FSH
registrada ampla variação nestes valores na
apresentaram maior número de CL e
literatura, de acordo com a raça estudada,
embriões que àquelas com P4 abaixo deste
com a resposta ovulatória, doses e drogas
valor (Tab 2) (p<0,01). Registrou-se ainda,
utilizadas (Tab. 2). A correlação entre
correlação positiva (r=0,66; p<0,01 –Goto et
hormônios circulantes e qualidade
al., 1987) (r=0,52; p<0,01 –Goto et al., 1988)
embrionária nem sempre é verificada. Na
entre a progesterona no dia da coleta dos
tabela 2 encontram-se registrados diversos
embriões e o número de CL. Segundo os
estudos conduzidos que mensuraram a
autores, a mensuração da progesterona
progesterona plasmática no dia da coleta dos
plasmática no início do regime gonadotrófico
embriões associando-a ao número de CL
representa um bom indicador da produção
registrados nos ovários e/ou número de
embrionária.
52
Morris et al., (1988) superovularam vacas lúteos nos ovários e a progesterona
com histórico de parição gemelar e circulante entre os dias 9 e 12 após o estro
novilhas irmãs de fêmeas com o mesmo superovulado. Neste estudo, registrou-se
histórico. Os autores encontraram uma valores de progesterona tão elevados
relação positiva entre o número de corpos quanto 89 ng/ml em novilha com 29
Tabela 2. Valores da progesterona plasmática, número de corpos lúteos e embriões viáveis no dia
da da coleta (dia 7) nos diversos estudos consultados
AUTOR RAÇA Categoria (n) P4 no dia da coleta Número de Número de
(País ou de embriões (dia 7) corpos lúteos embriões
localidade)) (ng/ml) viáveis
Lindsell et al., Holandesa Novilhas 42 Não especificado N.º CL post mortem
1986 FSH iniciando no:
(Canadá) Dia 3: 15,3±3,8 Dia 3: 2,7±1,3
Dia 6: 17±2,9 Dia 6:4,3±2,1
Dia 9: 33,3±4,8 Dia9: 7,2 ±1,4
Dia 12: 23,9±7,3 Dia12: 3,9±2,0
Goto et al., 1987 Japanese Black Vacas 21 de 18,4 até 21,9 P4 <3 ng/ml no início
(Japão) do FSH: 10,3±2,9 2,4±1,2
P4 >3 ng/ml no início
do FSH: 18,7±4,4 8,3±3,1
Goto et al., 1988 Japanese Black Vacas 40 De 1,2±0,8 até 22,6±5,5 P4 <3 ng/ml no início
(Japão) do FSH: 8,4±1,7 2,0±0,6
P4 >3 ng/ml no início
do FSH: 17,7±2,9 9,4±2,2
Morris et al., 1988 Friesian e Vacas 15 P4 mensurada entre os Não relatado
(Indonésia) mestiços, Jersey Novilhas 12 dias 9 e 12 após o estro
e mestiços da superovulado
raça Simental <1 até 42 1 a 25
<1 até 32 1 a 15
Wubishet et al., Holandesa Vacas 40 Relacionado ao número Não especificado Estruturas
1991 de estruturas recuperadas:
(EUA) recuperadas na coleta:
1,78±0,33
2,15±0,15
3,30±0,48 0
5,06±0,16 1a2
6,69±0,24 3a4
5 a 10
acima de 10
Moraes et al., Bos taurus (11) Vacas 16 15,79±14,06 Não relatado 4,30±4,23
1995 Bos indicus (5)
(Brasil) Raças não
especificadas
Maciel et al., 1996 Sueco vermelho Vacas 23 19,1±2,1 16,3±1,6 Não relatado
(Suécia) e branco Novilhas 12 23,3±3,9 9,0±1,1
Holandesa
Jersey
Gradela et al., Nelore Vacas 13 P4<1 ng/ml 1 e 2 dias
1996 e 1994 após a PgF 2 α:
(Brasil) 10,36±2,05 9,20±1,31 5,60±1,37
P4>1 ng/ml 1 e 2 dias
após a PgF 2 α:
29,90±3,67 15,50±1,85 5,00±1,86
53
(continua…)
54
(continuação Tab. 2)
AUTOR RAÇA Categoria (n) P4 no dia da coleta Número de Número de
(País ou de embriões (dia 7) corpos lúteos embriões
localidade)) (ng/ml) viáveis
Singh et al., 1997 Hariana X Vacas 16 Controle : 2,28±1,97
(Índia) Friesian “Repeat breeder” 3,16±2,48
Pardo SuiçoX Em torno de 6 ng/ml
Jersey para ambos os grupos
López et al., 1999 Holandesa Vacas 30 < 11 10,5±6,4 4,6±5,0
(México) Gelbvieh > 11 15,1±7,2 7,9±3,8
Pardo suíço
Brahman
Bernal et al., 1999 Brahman Vacas 18 Controle:12,7±2 12,4±6,3 Não relatado
(EUA) C/hipotiroidismo em relação a
parcial:15,8±3,1 15,3±9,4 P4
C/hipotiroidismo:
20,9±2,8 36,2±7,5
Gradela et al., Nelore Vacas 42 S/ folículo Não relatado
2000 dominante:30,44±2,70 13,33±0,94
C/ folículo dominante:
20,82±2,70 11,60±0,67
C/ folículo dominante
aspirado: 11,00±3,08 10,83±1,27
Costa et al., 2001 Mertolengo Vacas e 35 C/resposta Não relatado em Não relatado
(Portugal) Novilhas (n=22):16,3±2,2 relação a P4 em relação a
S/ resposta (n=13): P4
3,4±1,0
corpos lúteos, embora a mesma tenha sido progesterona plasmática no dia da coleta dos
excluída do experimento por não retornar ao embriões e o número de CL (r=0,92), bem
estro após a aplicação da prostaglandina para como em relação ao número de embriões
a lise dos corpos lúteos. A P4 variou de recuperados (r=0,88) (p<0,01). A precisão em
acordo com o número de corpos lúteos (Tab predizer, pela mensuração da P4 no dia da
2), sendo que para duas fêmeas que coleta dos embriões, a produção de embriões
apresentaram de 20 até 29 corpos lúteos, a foi de 86%. Além disso, foi registrado que
progesterona média registrada foi de 56,7 fêmeas apresentando o pico de LH 48 a 72
ng/ml. horas após a administração da PgF2 α
Wubishet et al., (1991) testando três produziram maior número de CL e que a
esquemas de administração do FSH e a utilização do GnRH no protocolo foi eficiente
utilização do GnRH para induzir a ovulação, em promover as ovulações.
registraram associação positiva entre a
55
Moraes et al., (1995) registraram os valores superovulatório, com dois grupos de fêmeas
circulantes da progesterona plasmática (P4) apresentando P4 abaixo (grupo 1) e acima de
durante programa superovulatório de fêmeas 1 ng/ml (grupo 2) neste dia. Verificaram que
taurinas e zebuínas, associando-os às a progesterona foi significativamente menor
respostas superovulatórias. A concentração no grupo 1 em vários dias avaliados (durante
da progesterona plasmática ao início do o programa superovulatório, dia do estro e na
tratamento (2,42±1,16 ng/ml) foi coleta dos embriões). O número de corpos
correlacionada positivamente com a lúteos palpados pelo reto no dia da coleta dos
qualidade dos embriões obtidos, não sendo embriões foi superior no grupo 2 (p<0,05)
registrada associação entre a P4 antes (Tab 2), bem como o número de estruturas
(3,68±2,64 ng/ml) e 24 h após a aplicação da recuperadas (p<0,05), embora o número de
PgF 2 alfa (0,34±0,24 ng/ml), nem no dia da embriões viáveis tenha sido semelhante entre
inseminação artificial (0,20±0,24 ng/ml), com os dois grupos (Tab 2). Os autores
a qualidade embrionária. O valor da P4 foi concluíram que a concentração de esteróides
associado positivamente com o número de circulantes antes, durante e após a
embriões viáveis no dia da coleta embrionária superovulação afetam a resposta ovariana e o
(15,79±14,06 ng/ml) (Tab 2). Os autores número de embriões recuperados e
concluíram que fatores hormonais podem transferíveis.
representar fontes de variação para a resposta Singh et al., (1997) não detectaram diferenças
ovariana referentes a quantidade e qualidade nos valores da progesterona plasmática entre
embrionária. fêmeas repetidoras de cio e fêmeas normais
Já Maciel et al., (1996), avaliaram o número superovuladas, nos dias: do início do
de corpos lúteos ovarianos pela ultra- tratamento gonadotrópico, da aplicação da
sonografia no dia da coleta dos embriões em prostaglandina, do estro, da coleta dos
fêmeas Bos taurus taurus e, registraram embriões e no número de embriões viáveis
associação entre o número destas estruturas e (Tab 2).
a concentração plasmática da progesterona Buscando uma relação entre concentração
dentro da categoria de vacas e novilhas plasmática de progesterona no início, durante
avaliadas (r=0,50; p<0,005). O objetivo do e após o tratamento superovulatório, López et
trabalho destes autores foi o de acompanhar a al., (1999) registraram que vacas com P4
regressão dos corpos lúteos após a acima de 3 ng/ml no início do tratamento com
administração de duas diferentes doses de FSH apresentaram maior (p<0,01) número de
prostaglandina (500 ou 1000 µg de estruturas recuperadas e embriões viáveis que
Cloprostenol) até o retorno da atividade fêmeas com P4 abaixo de 3 ng/ml. Fêmeas
ovariana. A conclusão foi que a retomada da com progesterona abaixo de 1 ng/ml no estro
ciclicidade ovariana foi influenciada produziram mais embriões viáveis que
principalmente por distúrbios na dinâmica aquelas com P4 acima deste nível. Além
ovariana no momento da aplicação da disso, progesterona plasmática acima de 11
prostaglandina e não com a dose utilizada do ng/ml no dia da coleta embrionária foi
luteolítico (Maciel et al., 1996). associada a melhor (p<0,01) resposta
Avaliando a concentração da progesterona superovulatória, proporcionando maior
plasmática de vacas Nelore, no dia do estro, número de estruturas recuperadas e embriões
Gradela et al., (1996), estabeleceram dois viáveis. Apesar da diferença numérica
tipos de resposta ao protocolo observada, o número de corpos lúteos
56
registrado nos ovários pelos autores entre as apresente diâmetros e taxas de crescimento
diferentes classes de progesterona estudadas diário semelhantes aos de animais de raças
não diferiu (p>0,05). Lopéz et al., (1999) européias, na raça Nelore ele atua de modo
concluíram que a mensuração da diferente sobre o recrutamento de folículos
progesterona plasmática antes do início do potencialmente ovulatórios e,
programa superovulatório de vacas sob conseqüentemente sobre a dinâmica folicular
condições tropicais pode ser utilizada como ovariana. Entre os três grupos estudados,
base para a seleção de doadoras com ausência (GI), ou presença do dominante
potencial para maiores respostas. (GII) ou presença do dominante e
subseqüente aspiração (GIII), registrou-se
Afim de averiguar a função dos hormônios da
tireóide sobre a atividade ovariana, Bernal et que GI (30,44±2,70 ng/ml) e GII (20,82±2,70
al., (1999) administraram à dieta de fêmeas ng/ml) apresentaram valores séricos de
da raça Brahman 6-n-propil 2-thiuracil, um progesterona semelhantes no dia da coleta
inibidor da síntese dos hormônios da tireóide dos embriões, enquanto GI foi superior a GIII
e da deionização da tiroxina a triiodotironina, (11,00±3,08 ng/ml) o qual foi semelhante a
no 10º dia do ciclo estral, iniciando o GII (Tab. 2), não sendo registradas diferenças
tratamento com FSH no 10º dia do estro quanto ao número de corpos lúteos (Tab. 2)
ocorrido durante a dieta. Observou-se neste entre os tratamentos Gradela et al (2000).
experimento que algumas fêmeas adquiriram Costa et al., (2001) avaliaram a resposta
o estado de hipotiroidismo (n=5), enquanto superovulatória do gado Mertolengo, raça
outras adquiriram um estado de nativa portuguesa, a três protocolos
hipotiroidismo parcial (n=4). O número de superovulatórios: eCG, FSH puro (SUPER-
corpos lúteos foi semelhante entre as fêmeas OV) e FSH bruto (FOLLTROPIN-V). Não
com hipotiroidismo e maior (p<0,05) que o houve diferenças quanto ao número de corpos
controle em relação as fêmeas que lúteos entre os tratamentos. No entanto,
apresentaram hipotiroidismo completo. A P4 registrou-se maior número de embriões
no dia da coleta dos embriões (Tab 2) foi viáveis nos protocolos FSH em relação ao
superior nas fêmeas com hipotiroidismo eCG (p<0,05) e diferenças nos valores
(p<0,05), em relação às controle e as com plasmáticos da progesterona entre fêmeas que
hipotiroidismo parcial. No entanto, o responderam (apresentaram mais de 2 corpos
hipotiroidismo não melhorou a produção e ou lúteos nos ovários) ao tratamento
a qualidade embrionária. Os autores superestimulatório e as que não responderam
concluíram que apesar de aumentar a resposta (Tab 2).
ovariana ao tratamento superovulatório, o
hipotiroidismo pode prejudicar a fertilidade Silva et al., (2002) registraram associação
de vacas superovuladas já que não melhorou positiva entre a progesterona plasmática de
o número de embriões transferíveis, podendo fêmeas superovuladas pelo eCG ou pelo FSH
trazer efeitos deletérios para a produção no 5º e 7º dia após o estro superovulado e a
embrionária. taxa de recuperação embrionária. Os valores
da P4 até a administração da prostaglandina
Gradela et al (2000) estudaram a importância foram superiores nas fêmeas que receberam
da presença do folículo dominante de vacas eCG, sem que o fato refletisse diferenças na
Nelore no momento do início do protocolo qualidade ou quantidade dos embriões
superovulatório com FSH, os autores recuperados. Os autores indicaram que a
concluíram que embora o folículo dominante dosagem plasmática da progesterona no 4º ou
57
5º dia após o estro superovulado permite 2.6 ULTRA-SONOGRAFIA E FUNÇÃO
detectar doadoras de resposta pobre ou REPRODUTIVA DE FÊMEAS BOVINAS
ausente. As novilhas apresentaram valores de
Antes da introdução de imagens ultra-
P4 superiores aos de vacas no dia da coleta
sonográficas do trato reprodutivo de grandes
dos embriões (p<0,001) (Tab 2), bem como
animais, a morfologia dos órgãos genitais era
maior nível de P4 nos dias 5 e 7 após o estro
avaliada pela palpação retal, intervenção
superovulado (p<0,01).
cirúrgica ou após a excisão (Griffin &
Kharche et al., (2002), testaram o efeito de Ginther, 1992). O advento da ultra-sonografia
duas doses de HCG (250 e 500 UI) durante as últimas décadas vem contribuindo
administradas às vacas mestiças no 9º dia do amplamente com a reprodução bovina no
ciclo estral, recebendo estradiol 17 β no 10º e campo. Imagens produzidas pelo ultra-som
a primeira dose de FSH no 11º dia do ciclo. têm permitido quantificar o número de ondas
Não registrou-se diferença estatística entre o foliculares das fêmeas durante o ciclo estral,
número de embriões e a progesterona o crescimento e a regressão folicular e o
plasmática no dia da coleta dos embriões momento da ovulação com relativa precisão.
obtidos em cada tratamento. Embora os Uma das grandes vantagens da ultra-
autores tenham comentado a ocorrência de sonografia está no fato de tratar-se de método
valores da P4 e de embriões transferíveis totalmente não invasivo, permitindo repetidas
superiores no grupo que recebeu 250 UI de avaliações sem prejuízo ao potencial
HCG em relação ao de 500UI (Tab 2). reprodutivo das fêmeas ou ao concepto
(Ribadu & Nakao, 1999).
Gong et al., (2002) avaliaram se a maior
quantidade de alimentos ingeridos antes do A investigação do desenvolvimento folicular
programa superovulatório influenciou a em animais de raças européias tem sido
resposta ao tratamento. Observou-se neste utilizada para manipular o ciclo estral no
experimento que novilhas recebendo 200% intuito de melhorar a sincronização dos cios,
dos requisitos para a mantença durante três a inseminação artificial com horário
semanas apresentaram maiores concentrações programado e a transferência de embriões
de insulina circulante (p<0,01), mais folículos (Figueiredo et al., 1997).
entre 2 e 4 mm nos ovários ao início do A caracterização da dinâmica folicular
tratamento FSH (p<0,05), mais corpos lúteos ovariana em vacas da raça Nelore (Bos
(p<0,01) e progesterona plasmática no dia da taurus indicus) realizada por Figueiredo et al.
coleta dos embriões (p<0,01) (Tab 2) que as (1997), revelou predominantemente a
fêmeas que receberam 100% dos requisitos ocorrência de duas ondas foliculares em
da mantença durante o mesmo período. Os vacas (83,3%) e três ondas em novilhas
autores relataram que a superioridade da P4 (64,7%). Os autores observaram que o
nas fêmeas super alimentadas foi reflexo tamanho máximo do folículo dominante (10 a
principalmente do maior número de corpos 12 mm vs. 13 a 18 mm) e do corpo lúteo
lúteos produzidos neste tratamento, podendo (17,7 mm vs. 20-25 mm) foram menores que
também ser decorrente da maior produção os registrados para raças européias. No
individual de progesterona pelos corpos entanto, a dinâmica folicular ovariana foi
lúteos, já que a insulina possui efeito direto similar entre as subespécies Bos taurus
sobre o desenvolvimento do corpo lúteo taurus e Bos taurus indicus, onde vacas
jovem. apresentaram em sua maioria ciclos com duas
58
ondas e novilhas três ondas de crescimento pela ultra-sonografia e entre o número de
folicular. Viana et al., (2000), avaliando a corpos lúteos e embriões recuperados. A
dinâmica folicular de vacas da raça Gir pela utilização da ultra-sonografia para monitorar
ultra-sonografia e a atividade luteal pela a resposta superovulatória em vacas foi
dosagem de progesterona plasmática, limitada, já que não permitiu distinguir
observaram que nesta raça, os ciclos foram corpos lúteos de folículos luteinizados no dia
compostos por 2 (6,67%), 3 (60%), 4 da coleta dos embriões. Também não
(26,67%) e 5 (6,67%) ondas de crescimento permitiu quantificar corretamente o número
folicular, não havendo, no entanto, diferenças de estruturas ovuladas, embora o número de
na duração do comprimento do ciclo estral e corpos lúteos registrados post mortem
nas concentrações de progesterona durante o também não tenha sido associado ao número
diestro nos ciclos com 3 ou 4 ondas de de embriões recuperados (Robertson et al.,
crescimento folicular. 1993). Estes achados indicam, que embora
tenha ocorrido as ovulações, registradas pela
Numerosos estudos têm identificado
presença dos corpos lúteos no post mortem,
problemas com a resposta ovariana de
fatores não identificados comprometeram a
bovinos à superovulação, relacionados à
recuperação dos embriões.
variedade de respostas ao tipo de droga
utilizada, a pureza da droga, regime de A ausência de um ponto de orientação para a
administração e condição ovariana no período monitoração do desenvolvimento de folículos
do tratamento (Robertson et al., 1993). Vários individuais nos ovários de fêmeas
métodos têm sido utilizados visando superovuladas torna este registro
monitorar a resposta à superovulação e praticamente impossível. Observa-se que com
predizer a recuperação embrionária, incluindo o crescimento dos folículos perde-se a
a palpação retal, a laparoscopia ou referência do corpo lúteo e os ovários podem
laparotomia exploratória, a dosagem de modificar de posição entre as avaliações
progesterona no leite e a monitoração do devido às alterações em seus pesos
desenvolvimento folicular pelo ultra-som (Robertson et al., 1993). Assim, o tamanho
(Robertson et al., 1993 e Ribadu & Nakao, folicular é determinado geralmente pela
1999). mensuração do diâmetro antral do maior
folículo (Sirois & Fortune, 1988).
Em sete vacas superovuladas com 1500 ou
3000 UI de eCG, Robertson et al., (1993) A tentativa de predizer a resposta às
comparando a avaliação da leitura realizada gonadotropinas pela leitura dos ovários pela
por ultra-sonografia no dia da coleta dos ultra-sonografia têm sido testada (Romero et
embriões e a observação dos ovários após o al., 1991; Kawamata,1994; Desaulniers et
abate das fêmeas, registraram que o número al., 1995).
de estruturas luteais detectados ao ultra-som
Segundo Romero et al., (1991), a população
foi significativamente correlacionado com os
folicular pode ser estimada antes do
achados post mortem, embora o registro ultra-
tratamento superovulatório pela ultra-
sonográfico tenha subestimado o número de
sonografia, embora seja difícil contar
estruturas luteais, principalmente, quando o
precisamente o número de folículos com
número destas estruturas foi elevado. Os
menos de 3mm de diâmetro. Desaulniers et
autores registraram baixa correlação entre o
al., (1995) não registraram associação entre
número de folículos determinados pré-
a avaliação ultra-sonográfica dos ovários e a
ovulação e o número de estruturas luteais
59
qualidade embrionária, enquanto Kawamata Robertson et al., (1993), registraram que o
(1994) sugeriu que uma única avaliação dos estro de quatro vacas superovuladas ocorreu
ovários antes do início da superovulação 38 horas após a administração da
para detectar folículos de 3 a 6 mm pode prostaglandina. No início do cio, o número de
predizer a resposta superovulatória. Da folículos ovarianos variou entre 9 a 35 entre
mesma forma, Scott (1992 e 1993) apud as vacas, embora a taxa de ovulação fosse
Gordon (1996) sugeriram que a leitura dos superestimada em três vacas, já que o número
ovários poucos dias antes do início do de corpos lúteos no dia da coleta dos
tratamento gonadotrópico pode ser útil na embriões foi inferior ao numero de ovulações
predição da resposta ao protocolo registradas.
superovulatório. Robertson et al., (1993) não
Maxwell et al. (1978) estudando ovários de
encontraram associação entre o número de
vacas superovuladas abatidas, relataram que
folículos registrados no dia do estro de
91% das ovulações ocorreram num período
fêmeas superovuladas e o número de
de 48 horas, enquanto Angel (1979) apud
embriões recuperados, indicando pouca
Purwantara et al., (1994) registrou por
eficiência na técnica para predizer a
endoscopia que as ovulações ocorreram
produção embrionária.
durante o período de 24 h ou mais. Por outro
Ushinohama et al., (1998) avaliando a lado, os estudos de Callesen et al., (1986),
população folicular de vacas Black Japanese Yadav et al., (1986) e Laurincik et al., (1993)
superovuladas, pela ultra-sonografia, utilizando a ovariectomia, ovários de animais
registraram, que os folículos emergiram com abatidos e a endoscopia, respectivamente,
mais de 5 mm de diâmetro, cresceram a partir registraram que a maioria das ovulações
de 24 horas após a primeira aplicação de FSH ocorreu durante o período de 10 a 12 horas.
e atingiram o pico de crescimento às 36 Madill (1992) apud Purwantara et al., (1994)
horas. Os folículos ovulatórios emergiram citou que o tempo exato da onda ovulatória é
maiores que 5 mm antes de 84 hs após o difícil de ser estimado pela ultra-sonografia,
início do tratamento gonadotrópico, enquanto particularmente quando a resposta
folículos que emergiram após este período superovulatória for boa; registrou ainda, que
não chegaram a ovular. Além disso, os as ovulações iniciaram-se, aproximadamente,
folículos que emergiram mais tarde tenderam 70 h após a administração da prostaglandina.
a crescer rapidamente e folículos não Purwantara et al., (1994) registraram que o
ovulatórios tenderam a crescer mais intervalo médio do tratamento com a
lentamente que folículos destinados a ovular. prostaglandina e o início das ovulações foi de
68h e, que o período ovulatório durou 8,3 h.
A ultra-sonografia constitui excelente recurso
Neste estudo, a maioria das ovulações
que permite monitorar a ocorrência de
ocorreram dentro das primeiras quatro horas
ovulações em vacas superovuladas
deste período. Em fêmeas superovuladas, o
(Robertson et al., 1993; Purwantara et al.,
início das ovulações ocorreu mais tarde em
1994). A ovulação dos folículos de fêmeas
fêmeas que tiveram menores taxas
superovuladas pode ser reconhecida pela
ovulatórias, sendo o período ovulatório
redução no tamanho dos ovários e pelo
proporcional ao número de ovulações
desaparecimento dos folículos (Robertson et
(Purwantara et al., 1994).
al., 1993).
60
EXPERIMENTO I – COMPORTAMENTO SEXUAL E CONCENTRAÇÃO DE
PROGESTERONA DE FÊMEAS ZEBUÍNAS (BOS TAURUS INDICUS) EM DIFERENTES
ESTAÇÕES CLIMÁTICAS APÓS LUTEÓLISE NATURAL OU INDUZIDA
3. INTRODUÇÃO progesterona plasmática de vacas da raça Gir
e Guzerá submetidas a luteólise natural ou
A caracterização do comportamento sexual
induzida pela Pgf2α, no inverno e no verão.
de fêmeas zebuínas visa o estabelecimento de
padrões comportamentais que possam 4. MATERIAL E MÉTODOS
auxiliar na identificação do estro ou do
período de receptividade sexual. 4.1 LOCALIZAÇÃO, OBJETIVOS E
CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA
Diferenças quanto a manifestação do estro
(Voh et al., 1987).e a produção de A pesquisa foi conduzida no Campo
progesterona (Lamothe-Zavaletha, et al., Experimental de Santa Mônica (CESM), da
1991b) de acordo com o tipo de luteólise ou EMBRAPA-Gado de Leite, situado no
estação climática são registradas em vacas distrito de Barão de Juparanã, município de
zebu. Valença- RJ, localizado à 22º21’ de latitude
sul, 43042’de longitude oeste, a 364m acima
O objetivo deste trabalho foi caracterizar o do nível do mar.
comportamento sexual e os valores da
Tabela 3. Dados meteorológicos médios das etapas experimentais:
ANO/ Mês Temperatura Temperatura Temperatura Precipitação Umidade
ESTAÇÃO média máxima média mínima média pluviométrica relativa do
(ºC) (ºC) (ºC) (mm) ar (%)
Tabela 4. Número de animais da raça Gir e Guzerá utilizados em cada etapa experimental
ANO DO EXPERIMENTO RAÇA INVERNO VERÃO TOTAL
ANO 1 (1998) GIR 13 20 33
GUZERÁ 8 7 15
Subtotal ANO 1 21 27 48
ANO 2 (1999/00) GIR 21 21 42
GUZERÁ 9 9 18
Subtotal ANO 2 30 30 60
TOTAL NOS 2 ANOS 51 57 108
4.3 O EXPERIMENTO avaliados (Tab. 5). A sincronização do estro
foi feita com duas aplicações de 500mg de
Dentro de cada estação climática estudada
prostaglandina sintética (Cloprostenol), via
(Inverno e Verão), avaliou-se o ciclo estral
intramuscular, intervaladas de 11 dias.
induzido por prostaglandina e o ciclo natural
subseqüente, num total de 150 ciclos
Tabela 5 - Número de ciclos (com detecção de cio) decorrentes da luteólise induzida ou
natural em vacas da raça GIR e GUZERÁ no Inverno e no Verão nos diferentes anos
experimentais (ANO 1 e ANO 2)
ANO RAÇA INVERNO VERÃO TOTAL
Tipo de luteólise Subtotal Tipo de luteólise Subtotal
Induzida Natural Inverno Induzida Natural Verão
ANO 1 (1998) Gir 11 9 20 13 12 25 45
Guzerá 7 7 14 4 4 8 22
Subtotal ANO 1 18 16 34 17 16 33 67
ANO 2 Gir 15 13 28 13 9 22 50
(1999/2000)
Guzerá 8 8 16 9 8 17 33
Subtotal ANO 2 23 21 44 22 17 39 83
TOTAL 41 37 78 39 33 72 150
Para o conhecimento das atitudes Foram avaliados, no total (ANO 1 + ANO 2),
relacionadas ao comportamento sexual, 78 ciclos no Inverno, 41 decorrentes da
estudou-se todas as ações recebidas e luteólise induzida (26 para a raça Gir, 15 para
realizadas pelo animal, sendo que para a a Guzerá) e 37 da luteólise natural (22 para a
análise, os dias mais relevantes da interação raça Gir e 15 para a Guzerá) (Tab. 5). No
sexual foram os compreendidos entre os dias verão, 72 ciclos foram avaliados, 39
–2 e 2 do ciclo (dia 0= período do estro), derivados da luteólise induzida (26 para a
sendo que os dois dias anteriores ao cio, dia – raça Gir, 13 para a Guzerá) e 33 naturais (21
2 e –1, foram denominados de proestro, a para a raça Gir e 12 para a Guzerá) (Tab. 5).
terminologia dia 0 foi designada para o
4.4 CARACTERIZAÇÃO DO
período de estro (período de aceitação da
COMPORTAMENTO SEXUAL
monta) e os dois dias posteriores ao cio (dia 1
e 2) foram denominados de metaestro. 4.4.1 LOCAL DE OBSERVAÇÃO DOS
ANIMAIS
Cada cio registrado foi reconhecido como o
ciclo de um animal, e os ciclos ficaram Para o acompanhamento das atividades
distribuídos nas etapas experimentais de relacionadas ao comportamento sexual, as
acordo com a tabela 4. vacas foram mantidas em piquete de 0,5
hectare, com disponibilidade de sombra
No ANO 1 (Tab 5), estudou-se 67 ciclos (45
natural, onde receberam alimentação
da raça Gir e 22 Guzerá), dos quais 34 foram
composta por capim picado e silagem de
avaliados no Inverno e 33 no Verão. No ANO
milho (de acordo com a disponibilidade do
2, 83 ciclos foram avaliados (50 da raça Gir e
volumoso) no cocho duas vezes ao dia e água
33 Guzerá), 44 no Inverno e 39 no Verão.
e sal mineral ad libidum.
63
Os animais foram transferidos para o local de Por revezamento, a equipe composta por
observação aproximadamente 30 dias antes quatro estudantes de veterinária e dois
do início do experimento para adaptação. veterinários, treinada em relação às atividades
ou ações características do estro registrou as
4.4.2 IDENTIFICAÇÃO DOS ANIMAIS
ações ocorridas anotando: data, hora (h:m),
Para a rápida identificação das vacas, faixas número do animal que realizou a ação,
coloridas com traçados diferentes foram denominado de VACA INSTIGADORA, a
presas ao dorso, para as quais criou-se a ação efetuada e o número do animal que
legenda com o número de identificação dos recebeu a ação, denominado de VACA
animais para o registro das informações. Para ALVO (Anexo 1). A equipe de observação
o acompanhamento das ações noturnas, luz não foi composta pelos mesmos membros ao
artificial, de pouca intensidade foi utilizada longo dos períodos experimentais.
(figuras ilustrativas no apêndice).
As ações foram registradas continuamente
4.4.3 AVALIAÇÃO DO (24 horas ininterruptas) durante três (Ano 2
COMPORTAMENTO SEXUAL -Inverno), quatro (Ano 1-Inverno e Verão) ou
Os animais foram observados continuamente cinco (Ano 2-Verão) dias consecutivos.
para o registro das atitudes associadas ao Quinze ações foram listadas e codificadas
comportamento sexual à partir de 24h (Ano 2 para o registro das informações de acordo
- Verão) ou 48h (Ano 1 - Inverno e Verão, com a tabela 6, onde a primeira abreviação
Ano 2 - Inverno) após a segunda aplicação de correspondeu a ação da vaca instigadora
prostaglandina e a partir do 17º dia do ciclo (aquela que efetua a ação em outro animal) e
induzido para o acompanhamento dos a segunda abreviação a região anatômica da
eventos associados ao estro natural. vaca alvo, sob ação da instigadora. P. ex.:
CaCa- cabeça da vaca instigadora (Ca)
pressionando a cabeça da vaca alvo (Ca).
Tabela 6. Códigos utilizados para registrar as ações associadas ao comportamento sexual
N Códigos da ação Ação efetuada pela vaca instigadora na vaca alvo
1 CACA Cabeçada na cabeça
2 CAFL Cabeçada no flanco
3 CAPE Cabeçada no períneo
4 CAPES Cabeçada no pescoço
5 CHPE Cheirar o períneo
6 FLE Flehmen
7 LCA Lamber a cabeça
8 LDO Lamber o dorso
9 LFL Lamber o flanco
10 LPE Lamber o períneo
11 LPES Lamber o pescoço
12 MONTA Monta efetuada e aceita
13 PQD Pressionar o queixo no dorso
14 PQGA Pressionar o queixo na garupa
15 TM Tentativa de monta
O animal foi considerado em cio quando risco de interpretações subjetivas dos
permaneceu imóvel ao ser montado pela comportamentos, considerou-se como a
fêmea instigadora (M), além disso, devido ao primeira monta, aquela cujo intervalo até a
64
monta subseqüente foi inferior a 90 minutos. plasma obtido foi dividido em duas alíquotas
Assim, excluiu-se das análises quantitativas de 1 ml cada e acondicionados em tubos tipo
do comportamento estral, as vacas que eppendorf identificados com o número do
apresentaram apenas uma monta. animal e data de coleta, sendo armazenados à
–20º C, para posterior análise.
Os critérios adotados para o
acompanhamento dos eventos associados ao Durante o estro sincronizado, o sangue foi
estro natural foram iguais àqueles utilizados coletado antes da segunda dose de
no estro sincronizado. As observações prostaglandina e diariamente, a partir deste
relacionadas ao comportamento do cio momento, durante cinco (Ano 1 e 2- Inverno)
natural foram conduzidas por seis dias (Ano ou seis dias (Ano 1 e 2- Verão) consecutivos,
1-Inverno), sete dias (Ano 2-Inverno) ou oito para abranger o período de ocorrência dos
dias (Ano 1 e 2 Verão) consecutivos, à partir cios induzidos. Entre o 6º e o 18º dia (Ano 1
do 19º dia (Ano 2 -Verão), 20º dia (Ano1- e 2- Inverno), o 7º e o 19º dia (Ano 1-Verão)
Verão e Ano 2-Inverno) ou 21º dia (inverno - ou o 7º e o 17º dia (Ano 2-Verão) foram
ano 1), após a segunda aplicação de coletadas amostras em intervalos de 48 ou
prostaglandina. 72h (Fig. 1).
4.5 AVALIAÇÃO DAS Para o acompanhamento da queda da P4 com
CONCENTRAÇÕES PLASMÁTICAS DE o fim do ciclo do estro induzido, à partir do
PROGESTERONA 18º (Ano 2 -Verão), 19º (Ano 1 e 2-Inverno)
ou 20º dia (Ano 1- Verão) deste ciclo,
A necessidade de coletas freqüentes do
reiniciaram-se as coletas diárias por um
sangue dos animais para a determinação dos
período de oito (Ano 1 e 2-Inverno), nove
valores plasmáticos do estradiol no proestro,
(Ano 1- Verão) ou dez dias (Ano 2-Verão)
estro e metaestro prejudicaria a observação
consecutivos, para coincidir com o período
do comportamento sexual das fêmeas zebu.
previsto para a ocorrência da manifestação do
Como os valores da P4 são mais estáveis que
estro natural. Daí em diante, as amostras
os do estradiol, permitindo coleta diária única
foram coletadas a cada 48 ou 72 h por mais
de amostras, dosou-se apenas este hormônio.
17 (Ano 2-Inverno), 20 (Ano2-Verão), 24
Neste contexto, procurou-se estabelecer uma
(Ano 1-Verão) ou 28 dias (Ano 1-Inverno)
relação antagônica entre os níveis de P4 e o
(Fig 1), de maneira que nem todos os animais
comportamento de receptividade sexual.Para
tiveram a progesterona plasmática dosada em
traçar o perfil plasmático da progesterona
todos os dias da receptividade sexual.
(P4) durante os ciclos estrais advindos da
luteólise induzida e natural, coletou-se em As concentrações plasmáticas de
dias estratégicos, amostras de sangue por progesterona foram determinadas no
punção da veia ou artéria coccígea em tubos Laboratório de Biofísica do Instituto de
tipo vaccuntainer heparinizados, para a Ciências Biológicas da Universidade Federal
obtenção da curva de P4 dos ciclos de cada de Minas Gerais e no Laboratório de
etapa experimental. Após a coleta, Reprodução Animal do Departamento de
homogeneizou-se as amostras, invertendo-se Zootecnia da Universidade Federal de
os tubos, os quais foram conservados em gelo Viçosa, utilizando-se a técnica de
e mantidos em geladeira, por um período radioimunoensaio (RIA1) de fase sólida1,2 ,
máximo de 3h, até serem centrifugados a
2.500 rpm (280, 3 g) durante 15 minutos. O 1
65
em contador de cintilação para radiação
gama3.
Como as medidas de P4 foram muito
variáveis dentro e entre os dias de
receptividade sexual (-2 a 2), agrupou-se as
respostas em duas classes de valores: Classe
1- abaixo de 1,0 ng/ml e Classe 2– acima de
1,0 ng/ml.
Na tentativa de averiguar se os níveis da P4
afetaram a receptividade ou ação instigadora
a algum determinado comportamento sexual,
avaliou-se, se as diferentes classes de P4 (1 e
2), nos diferentes dias avaliados (-2 a 2),
influenciaram o maior ou menor número de
ações específicas recebidas ou realizadas.
Como o número destas ações foi muito baixa
em cada dia avaliado dentro de cada classe de
progesterona, tal informação não pôde ser
obtida. Somou-se então, para cada animal, em
cada dia avaliado, o total de cada ação
recebida ou realizada (p.ex., 5 TM + 4 CHPE
+ 7 PQGA, etc) estudando-se sobre este
TOTAL DE AÇÕES RECEBIDAS OU
REALIZADAS as influências das diferentes
classes de P4.
2
Immuchem ™ Coated Tube progesterone 125I RIA KIT-
Pharmaceuticals
3
Minigamma Gamma Counter, modelo LKB Wallac I1275
66
67
Figura 1. Representação esquemática da aplicação das duas doses de prostaglandina (PgF2 alfa), da
coleta de sangue para a dosagem de progesterona (P4) e da avaliação do comportamento
sexual pelos dias em relação à aplicação da PgF2alfa (dia 0= 2ª aplicação da PgF2 alfa),
nas etapas experimentais.
A ES PERÍODO DE AVALIAÇÃO
N TA
O ÇÃO -10 0 1 2 3 4 5 6-18 7-17 7-19 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 27-43 27-54 28-47 29-52
1 Inverno * P* P P P P P P P P P P P P P P P P
1 Verão * P* P P P P P P P P P P P P P P P P P P
2 Inverno * P* P P P P P P P P P P P P P P P P
2 Verão * P* P P P P P P P P P P P P P P P P P
* - Administração da prostaglandina
P - Coleta de amostras de sangue para dosagem de P4
Avaliação do comportamento sexual
Amostras de sangue coletadas a cada 48 ou 72 horas para a dosagem de P4
As ações recebidas (tab. 8 e fig. 23 -apêndice) do cio, retornando aos valores do proestro nos
foram consideradas representativas do dias seguintes ao cio.
comportamento de receptividade sexual
A aceitação da monta foi o comportamento
quando variaram entre os dias avaliados,
característico do animal em cio, estando
sobretudo no estro. Ações como: Monta,
presente apenas no dia do estro.
Cabeçada na cabeça, Pressão de queixo na
garupa, Tentativa de monta, Cheirada no A receptividade média da tentativa de monta
períneo e Lambida no períneo tiveram seus (TM) foi similar nos dias adjacentes ao cio
valores médios influenciados pelo proestro, (dia-1 e 1; p>0,05) e superior (p<0,05) aos
estro e metaestro. De maneira geral, o valores dos dias –2 e 2, que apresentaram
número médio destas ações foi maior no dia resultados semelhantes entre si (p>0,05). A
observação de maior receptividade a TM valores do dia –1 e aos do dia 1 (p>0,05). A
pode ser um dos indícios do pré cio, cio e pós característica CHPE, apresentou os valores do
cio imediato, embora não deva ser avaliada dia –2 semelhantes aos dos dias 1 e 2
isoladamente, mas em conjunto com as (p>0,05) e a ação LPE apresentou valores
demais ações recebidas para caracterizar a semelhantes para os dias de proestro (dia –2 e
fase estral. –1) e metaestro (dia 1 e 2), (p>0,05).
As ações CACA, CHPE, LPE e PQGA, Torna-se importante salientar que não só a
podem ser consideradas indicativas da ocorrência média das ações recebidas variou
proximidade do cio, já que aumentaram no com os dias associados ao cio, mas também o
dia de sua ocorrência, em relação ao proestro número de ciclos nos quais registrou-se o
e metaestro (p<0,05). Para estas ações, os recebimento das ações. Assim, registrou-se
valores do proestro e metaestro imediato (dia no dia do cio, a receptividade num maior
-1 e dia 1) foram semelhantes (p>0,05). As número de ciclos (Fig. 2). A porcentagem de
características CACA, CHPE e PQGA, ciclos nos quais registrou-se o recebimento
diferiram entre os dias -2 e -1 (p<0,05), das ações foi crescente do dia –2 até o cio,
aumentando de intensidade com a tornando-se decrescente nos dias posteriores,
proximidade do cio e igualaram-se quando o com menor freqüência registrada no dia 2
dia –2 foi comparado com o dia 1 (p>0,05). (Fig. 2).
As ações CACA, LPE e PQGA recebidas no
2º dia do metaestro assemelharam-se aos
Figura 2: Porcentagem de ciclos em que registrou-se o recebimento da ação pela vaca alvo nos dias de
receptividade sexual
100
90
80
70
%CICLOS
60
50
40
30
20
10
0
-2 -1 0 1 2
DIAS
Monta Cabeça-cabeça PQGA
Cheirar períneo Tentativa de Monta Lam bida no períneo
Avaliando-se a figura 2, observa-se, que monitoramento do animal, que se ainda
no proestro imediato (dia –1), as ações: não aceitou a monta, está entrando na fase
TM, CACA, CHPE e PQGA foram de aceitação. Os comportamentos
observadas em mais de 45% dos ciclos, adicionais CACA e PQGA, sendo
passando para 79% no dia do cio, quando registrados, são fortes elementos do cio,
as médias foram superiores para as ações indicando a necessidade de observação
CACA (p<0,01), CHPE (p<0,05) e rigorosa do animal para a detecção da
PQGA (p<0,05) (Tab. 8). Como no monta.
presente trabalho, onde registrou-se O presente experimento foi semelhante ao
CACA em 97% dos ciclos no dia do conduzido por Lamothe Zavaletha et al.,
estro, Mattoni et al., (1988) registraram (1991a) no México, com vacas zebu,
ser esta a principal atividade homossexual embora o grupo estudado pelos autores
de vacas zebus na Etiópia, embora fosse heterossexual, contando com a
tenham registrado esta ação em apenas presença de rufiões. A receptividade
11% dos ciclos estudados. Por outro lado, sexual foi registrada independentemente
verificaram que o cheirar e lamber a do sexo do animal instigador.
genitália, foi a principal interação
heterossexual realizada com a O número médio de TM e CACA
aproximação do cio, atitudes que também recebido no proestro imediato, no
foram registradas como importantes presente trabalho (Tab. 8) foi superior ao
componentes da interação homossexual registrado pelos autores citados acima
no presente trabalho, embora ocupando o (1,8±2,2 e 1,9±2,5, respectivamente). Por
4º (CHPE) e o 6º lugar (LPE), no ranking outro lado, Lamothe Zavaletha et al.,
das atitudes mais recebidas durante o (1991a) registraram maior recebimento de
estro (Tab. 7). CHPE e ou LPE em relação a este estudo,
estando de acordo com os achados de
De acordo com os resultados, aumenta-se
Mattoni et al., (1988) que verificaram
a possibilidade de se encontrar um animal
constituírem estas atitudes,
recebendo uma das principais ações
preferencialmente, o cortejo
estudadas no dia cio, sendo a observação
heterossexual.
destas atitudes um indicativo para o
Tabela 9. Relação ordenada das seis principais ações recebidas no dia do estro (dia 0) pelas fêmeas Bos
taurus indicus de acordo com a freqüência de cada ação em relação ao total das principais ações
recebidas (ordem decrescente)
% de ciclos
% em relação às
Nº de ciclos que com o total de ação
Ordem Ação recebida principais ações
receberam a ação recebimento recebida
recebidas
da ação
1 Monta 150 100,00 4153 54,77
2 Cabeçada na cabeça 139 92,66 1552 20,47
3 Pressão de queixo na garupa 134 83,33 679 8,95
4 Cheirada no períneo 119 79,33 451 5,95
5 Tentativa de Monta 116 77,33 451 5,95
6 Lambida no períneo 99 66,00 297 3,92
TOTAL 7583 100,00
A frequência com que as principais ações da peri-cio (dia –2 até 2) importante, por
receptividade sexual ocorreram no dia do acontecer numa freqüência representativa da
estro (tab. 9), indicaram que o recebimento da receptividade sexual com médias relevantes
monta (54,77%), o cabecear (20,47%), o para a caracterização do comportamento
receber pressionamento de queixo na garupa sexual da fêmea zebuína, sendo mais
(8,95%), cheirada no períneo (5,95%), representativo para a caracterização da
tentativa de monta (5,95%) e lambida no atividade homossexual que as ações cheirar e
períneo (3,92%) foram em ordem decrescente ou lamber o períneo.
as atitudes recebidas características do estro
Segundo Williamson et al (1972b) e Phillips
das fêmeas zebuínas estudadas.
(1993), fêmeas Bos taurus em cio recebem
O valor médio do número de montas pressão de queixo na garupa ou fricção na
recebidas no estro (27,33 ± 17,39 - Tab. 8) foi inserção da cauda, que servem como teste
semelhante ao encontrado por Lamothe para averiguar a imobilidade do animal
Zavaletha et al., (1991a) os quais também (resposta de imobilidade posterior), antes da
registraram ser este o componente mais tentativa de monta. Estas atividades, aliadas a
importante da receptividade sexual da fêmea outras recebidas e emitidas, como cheirar a
zebuína em cio, seguido pela interação vulva, freqüentemente precedem a monta.
cabeça-cabeça, tentativa de monta e cheirar Provavelmente, as vacas ativas testam a
ou lamber, cujas médias foram receptividade de outras exercendo pressão de
numericamente inferiores para CACA e queixo sobre a garupa e dorso, enquanto a
CHPE/LPE (9,5± 7,1 e 1,3±2,3, vaca alvo pode permenecer imóvel aceitando
respectivamente), e superior para TM o cortejo ou refugando o contato, deslocando-
(5,0±4,8) em relação as médias obtidas neste se ou cabeceando a fêmea instigadora
experimento (Tab. 8). (Williamson et al.,1972b). Erdenburg et al
(1996) verificaram em vacas holandesas que
A recepção ao pressionamento de queixo na receptividade a cheirada na vulva e ao
garupa, embora não citada em outros pressionamento de queixo na garupa, foram
trabalhos com zebu (Galina et al., 1982; duas e quatro vezes mais freqüentes,
Orihuela et al., 1983; Mattoni et al 1988; respectivamente, no dia do estro em relação
Lamothe Zavaletha et al., 1991a; Lamothe et ao diestro, sendo bons indicadores do cio.
al., 1995), mostrou-se uma característica de
As demais ações estudadas: Cabeçada no Fatores ambientais e individuais influenciam
Flanco, Lambida no Pescoço, no Dorso e no a frequência do comportamento homossexual,
Flanco e Cabeçada no Pescoço, (Tab. 8) não cuja observação é um importante aliado para
foram úteis em informar o estágio estral do a detecção do cio no rebanho pelo homem
animal (proestro, estro ou metaestro), (Phillips, 1993).
algumas delas não variando com os dias de
Como o estudo em questão foi conduzido em
receptividade sexual (CAFL, LDO e CAPES)
dois anos experimentais, nos quais nem todos
(p>0,05), e, mesmo quando variaram,
os animais participaram, avaliou-se se a
apresentaram os valores do estro semelhantes
receptividade sexual manifestou-se de forma
aos de metaestro (LPES; p>0,05) ou de
semelhante entre os anos (Tab. 10).
proestro (LFL; p>0,05).
Pretendeu-se com tal delineamento, estudar
5.1.2 RECEPTIVIDADE SEXUAL – separadamente as ações que apresentaram
EFEITO DO ANO EXPERIMENTAL efeito do ano experimental sobre sua
ocorrência.
Tabela 10. Receptividade Sexual: Ocorrência média das ações recebidas nos ciclos de fêmeas Bos taurus
indicus nos anos 1 (98/99) e ANO 2 (99/00) no proestro (dias –2 e –1), no período do estro (dia 0) e no
metaestro (dias 1 e 2)
Ações A PROESTRO PERÍODO DO METAESTRO
Rece N ESTRO
bidas O Dia -2 Dia –1 Dia 0 Dia 1 Dia 2
médias (n) médias (n) médias (n) médias (n) Médias (n)
As ações CHPE no proestro imediato (dia –1) No dia anterior ao cio (dia –1), a ação CHPE
e CACA e TM no período do estro foi maior (p<0,01) para o ANO 1. Além
apresentaram-se com valores diferentes entre disso, para o mesmo ano, a ocorrência de
os dois anos de estudo (p<0,05). CHPE foi maior (p<0,05) para o dia-1 em
relação ao dia –2 e igual (p>0,05) nos dois
dias de metaestro avaliados (dias 1 e 2). No foi igual (p>0,05) para estes três dias,
ANO 2, a ocorrência de CHPE no proestro indicando que o registro da recepção à TM
(dias –2 e –1) foi semelhante (p>0,05) à do isoladamente não permite ponderações
segundo dia do metaestro, mas diferente dos quanto a fase estral da fêmea.
valores obtidos para o dia 1 (p<0,05). Em
A utilização de diferentes animais nas etapas
ambos os anos a incidência de CHPE nas
experimentais, pode ser um dos fatores
vacas alvo foi maior no estro que no proestro
responsáveis pela diferença na receptividade
e no metaestro (p<0,05), manifestando-se
às ações descritas. A facilitação social afeta
como importante característica do
decisivamente a expressão do estro, onde
comportamento estral.
mais fêmeas em cio favorecem os
No período do estro (dia 0), a receptividade comportamentos estrais (Phillips, 1993),
sexual foi diferente (p<0,05) entre os anos podendo a hierarquia social determinar o
avaliados para a interação Cabeça-cabeça conjunto de ações sexuais (Orihuela, 2000).
(CACA), que apresentou maior média no
Para aumentar o número de repetições do
ANO 1 e para o recebimento de Tentativas de
estudo e considerando-se que o efeito do ano
montas (TM), que apresentou superioridade
experimental não ocorreu em todos os dias do
no recebimento desta ação no Ano 2. Os
ciclo avaliado, nem em todas as ações da
valores registradas para o recebimento de
receptividade sexual, agrupou-se os dados de
CACA e TM no Ano 2 foram semelhantes
ambos os anos para os resultados que se
aos registrados por Lamothe-Zavaletha et al.,
seguem.
(1991a) em fêmeas Bos taurus indicus.
5.1.3 RECEPTIVIDADE SEXUAL –
Observando-se a característica TM, verificou-
EFEITO DA RAÇA: GIR OU GUZERÁ
se influência do efeito de ano, na
manifestação desta ação durante os dias de Vacas das raças Gir e Guzerá comportaram-
receptividade sexual. Assim, no ANO 1, a se de maneira distinta (p<0,05) em relação ao
ocorrência de TM foi mais baixa (p<0,05) no recebimento de Cheirada e Lambida no
estro que nos dois dias adjacentes (dias – 1 e períneo somente no período do estro (dia 0)
1), diferentemente do ANO 2, quando a TM (Tab. 11).
Tabela 11. Receptividade Sexual: Ocorrência média das ações recebidas nos ciclos (n) de fêmeas das
raças Gir e Guzerá no proestro (dias –2 e –1), no período do estro (dia 0) e no metaestro (dias 1 e 2)
R PROESTRO PERÍODO DO ESTRO METAESTRO
Ações A
Recebi Ç Dia -2 Dia -1 Dia 0 Dia 1 Dia 2
das A Médias (n) médias (n) médias (n) médias (n) médias (n)
Monta Gir 25,91± 18,59 (95)
Monta Guzerá 29,83± 14,87 (55)
A B A B B
CACA Gir 1,60± 1,05 (15) 2,60 ± 2,25 (51) 9,89± 7,56 (86) 2,30± 1,74 (39) 2,23± 2,27 (17)
A B A B C
CACA Guzerá 2,00± 2,00 (9) 3,20 ± 2,84 (34) 13,22± 12,25 (53) 1,82± 0,93 (23) 6,50± 7,85 (4)
C B A B B
PQGA Gir 1,00± 0,00 (8) 1,97 ± 1,59 (44) 4,60± 3,33 (86) 1,78± 1,25 (50) 1,60± 0,96 (10)
C B A C C
PQGA Guzerá 1,25± 0,35 (8) 2,21 ± 1,31 (23) 5,89± 4,60 (48) 1,61± 0,85 (26) 1,60± 0,89 (5)
A B A B B
CHPE Gir 1,28± 0,61 (14) 2,00 ± 1,32 (44) 3,28± 2,57** (74) 1,74± 0,85 (31) 1,30 0,63 (13)
B B A B B
CHPE Guzerá 1,25± 0,46 (8) 1,82 ± 1,03 (29) 4,62± 3,06** (45) 1,85± 1,01 (21) 1,28± 0,75 (7)
B A A A B
TM Gir 1,81± 0,98 (11) 3,49 ± 2,72 (55) 3,52± 3,23 (70) 3,55± 2,86 (69) 1,88± 0,97 (25)
A A A A A
TM Guzerá 2,00± 2,13 (8) 3,14 ± 2,94 (47) 4,43± 5,17 (46) 3,33± 2,45 (42) 2,00± 2,07 (8)
B B A B B
LPE Gir 1,33± 0,49 (12) 1,31 ± 0,47 (16) 2,58± 2,13* (62) 1,15± 0,37 (19) 1,16± 0,38 (12)
B B A B B
LPE Guzerá 1,33± 0,51 (6) 1,38 ± 1,12 (13) 3,70± 3,18* (37) 1,18± 0,40 (11) 1,12± 0,35 (8)
Legenda: CACA –cabeçada na cabeça; PQGA –pressão de queixo na garupa; CHPE – cheirada no períneo; TM – tentativa de monta; e
LPE – lambida no períneo
Obs. Cada ação está comparada em relação a RAÇA do animal, não sendo comparáveis entre si
A,B,C
- Letras Maiúsculas distintas na mesma linha indicam efeito do dia avaliado, sendo p<0,05
* (p<0,05) - a presença de * na mesma coluna indica efeito da raça na ação avaliada, onde p<0,05
** (p<0,01) - a presença de** na mesma coluna indica efeito da raça na ação avaliada, onde p<0,01
Para a raça Guzerá verificou-se efeito da não houve diferenças em relação ao número
sazonalidade no proestro imediato, para a de montas aceitas pelas fêmeas em cio entre
receptividade à ação CHPE (dia –1) no Ano anos, raças ou estações avaliadas, (sugerindo
1, que teve ocorrência média maior (p<0,05) que o menor número de TM decorresse da
no verão deste ano (2,83±0,75 vs 1,43±1,13) evolução de tentativas de montas para montas
que no inverno, o que não se observou no efetivas), a maior receptividade registrada no
verão do Ano 2 (p<0,05). Ano 2 pode estar associada a fatores como:
número de fêmeas em cio interagindo,
No dia do cio, verificou-se que para animais
hierarquia social, repetibilidade dos animais
da raça Gir, houve menor (p<0,05) interação
nas etapas experimentais, e até mesmo,
CACA no verão do Ano 2 (7,44±6,89) em característica climática dos dias específicos
relação a esta estação no Ano 1 (11,95±9,35), de registro das informações.
sem que o mesmo fosse verificado para a raça
Guzerá. 5.1.6 RECEPTIVIDADE SEXUAL E
TIPO DE LUTEÓLISE
O número médio de tentativas de monta
recebidas por vacas da raça Gir sofreu Voh et al., (1987) observaram, em fêmeas
influência do ano experimental no inverno, Bos taurus indicus, que os sinais de estro
sendo que no Ano 2 (5,16±4,37), a ocorrência foram mais intensos no cio induzido com
média desta característica foi superior prostaglandina que no estro natural.
(p<0,05) ao Ano 1 (2,44±1,63), no entanto, Enquanto, Galina et al., (1995) sugeriram que
verificou-se apenas uma tendência para esta agentes farmacológicos utilizados nas
situação nas vacas Guzerá (p=0,063). Como
sincronizações de cio podem alterar o padrão luteólise (induzida pela PgF2α ou natural –
comportamental dos animais. Tab. 15), o que diverge dos resultados
Comparando-se as ações recebidas pelas apresentados anteriormente.
fêmeas zebus neste trabalho, não se
encontrou diferenças quanto ao tipo de
Tabela 15 Receptividade Sexual: Ocorrência média das ações recebidas nos ciclos (n) de fêmeas Bos
taurus indicus sob luteólise natural ou induzida pela PgF2α, no proestro (dias –2 e –1), no período do
estro (dia 0) e no metaestro (dias 1 e 2)
PERÍODO DO
Ações Tipo PROESTRO ESTRO METAESTRO
Rece de Dia -2 Dia -1 Dia 0 Dia 1 Dia 2
bidas luteólise médias (n) médias (n) médias (n) médias (n) médias (n)
Monta Natural 24,9± 15,61 (70)
Monta Induzida 29,45± 18,65 (80)
B B A B B
CACA Natural 1,97± 1,58 (19) 3,06 ± 2,6 (47) 12,45± 11,5 (66) 1,96± 1,42 (29) 3,57± 4,83 (14)
C B A B B
CACA Induzida 1,00± 0,00 (5) 2,57 ± 2,38 (38) 10,00± 7,63 (73) 2,27± 1,58 (33) 2,00± 1,41 (7)
C B A B B
PQGA Natural 1,10 ± 0,31 (10) 2,08± 1,40 (34) 5,72± 4,22 (62) 1,58± 0,99 (36) 2,33± 1,52 (3)
B B A B B
PQGA Induzida 1,00± 0,00 (6) 2,03± 1,61 (33) 4,50 ± 3,47 (72) 1,85± 1,23 (40) 1,41± 0,66 (12)
C B A B BC
CHPE Natural 1,27± 0,57 (18) 2,14 ± 1,31 (42) 4,24± 3,04 (61) 1,79± 0,94 (29) 1,27 0,64 (11)
B B A B B
CHPE Induzida 1,25± 0,50 (4) 1,64 ± 1,01 (31) 3,31± 2,53 (58) 1,78± 0,90 (23) 1,33± 0,70 (9)
AB A A A B
TM Natural 2,00± 1,88 (10) 3,51 ± 3,13 (47) 3,98± 4,70 (55) 3,52± 2,36 (48) 1,58± 0,79 (12)
B A A A B
TM Induzida 1,77± 1,09 (9) 3,18 ± 2,53 (55) 3,80± 3,54 (61) 3,42± 2,95 (63) 2,09± 1,48 (21)
B B A B B
LPE Natural 1,31 ± 0,47 (16) 1,36± 0,95 (19) 3,24± 2,75 (50) 1,25± 0,44 (16) 1,20± 0,42 (10)
B B A B B
LPE Induzida 1,50 ± 0,70 (2) 1,3± 0,48 (10) 2,75± 2,47 (49) 1,07± 0,26 (14) 1,10± 0,31 (10)
Legenda: CACA –cabeçada na cabeça; PQGA –pressão de queixo na garupa; CHPE – cheirada no períneo; TM – tentativa de monta; e
LPE – lambida no períneo
Obs: Cada ação está comparada em relação ao tipo de cio do animal, não sendo comparáveis entre si
A,B,C
Letras maiúsculas distintas na mesma linha indicam efeito do dia avaliado, sendo p<0,05
Figura 3: Porcentagem de ciclos em que registrou-se a realização da ação pela vaca instigadora
nos dias de receptividade sexual
100
90
80
70
% de ciclos
60
50
40
30
20
10
0
-2 -1 0 1 2 dias
Monta Cabeçada na cabeça Tentativa de Monta
PQGA Cheirar períneo Lambida no períneo
TM 1 1,00± 0,00 B
(3) 3,21 ± 2,49 C
(47) 7,01± 6,65 A
(61) 1,93± 1,25 B
(29) 1,00± 0,00 B
(2)
TM 2 1,00± 0,00 B
(4) 3,52 ± 3,02 C
(51) 6,81± 5,48 A
(81) 2,10± 1,67 B
(29) 1,00± 0,00 B
(1)
Legenda: CACA –cabeçada na cabeça; TM – tentativa de monta; PQGA –pressão de queixo na garupa; CHPE – cheirada no períneo e
LPE – lambida no períneo
Obs: Cada ação está comparada em relação ao ano experimental, não sendo comparáveis entre si.
* (p<0,05) - a presença de * na mesma coluna indica efeito de ano na ação avaliada, onde p<0,05.
** (p<0,01) - a presença de ** na mesma coluna indica efeito de ano na ação avaliada, onde p<0,01.
A,B,C
Letras maiúsculas distintas na mesma linha indicam efeito do dia avaliado, sendo p<0,05.
A interação CACA (Tab. 19) diferiu entre os metaestro (4,50±6,12) foi semelhante ao do
Anos 1 e 2 no período do estro (dia 0: proestro imediato (3,22±2,040 (p>0,05), fato
12,67±10,51 vs 8,67±7,77; respectivamente, que também deve estar associado ao baixo
p<0,05) e no dia 2 (5,00±6,71 vs 1,18±0,60; número de ciclos no qual esta ação foi
respectivamente, p<0,05), sendo que no dia 2 verificada no dia 2 (n=6). No ANO 1, no
do Ano 1 observou-se valor médio elevado primeiro dia do metaestro (2,32±1,94), a
(5,00±6,71), equivalente ao do proestro realização média de PQGA pela vaca
imediato (dia –1: 3,58±2,71) (p>0,05), instigadora foi maior que no ANO 2
quando se esperava menor ocorrência desta (1,29±0,58) (p<0,05) (Tab. 19)
atitude no metaestro, em virtude das fêmeas
Os animais realizaram em média 3,04±2,02
não se encontrarem mais em cio.
Possivelmente, a equivalência registrada CHPE no Ano 1 contra 2,05±1,55 no Ano 2
entre os valores do dia 2 e os dos dias -2, -1 e (p<0,01) (Tab.19), sendo que a ocorrência
1, no Ano 1, tenha sido decorrente do baixo média de realização desta ação foi
número de ciclos no qual verificou-se esta equivalente (p>0,05) no proestro imediato
ação sendo efetuada no dia 2 (n=8). A mesma (3,04±2,02) e no cio (2,75±1,52) no ANO1,
situação foi observada para a ação PQGA diferindo (p<0,05) entre estes dias no ANO 2
realizada pela vaca instigadora, onde para o (2,05±1,55 vs 3,11±2,23, para os dias –1 e 0,
ANO 1 o valor médio do segundo dia do respectivamente. A realização da ação CHPE
apesar de se alterar em ocorrência média com em relação ao dia do cio, sem no entanto
o aproximar do dia do cio, não mostrou-se haver diferença para a receptividade destas
característica elucidativa de comportamento ações entre os anos experimentais. Assim,
instigador de fêmea em cio, devido a sua supõe-se que a superioridade verificada para
baixa ocorrência, mesmo no dia do estro. a ação instigadora, nestes dias, para estas
características no ANO 1, pode ter decorrido
Avaliando-se a Tab. 10, que contém as
da oportunidade de interação dos animais em
médias para a receptividade sexual entre os
metaestro com animais em cio, que pode ter
anos experimentais verifica-se situação
induzido a continuidade da ação das vacas
similar ao observado para vaca instigadora
instigadoras com estes animais, elevando a
(Tab. 19), para a ação CHPE no dia –1 e
ocorrência média destas ações nestes dias.
CACA no dia 0, que tiveram médias
superiores no ANO 1 em relação ao ANO 2. 5.2.2 AÇÃO INSTIGADORA - EFEITO
Possivelmente, o fator animal, em virtude das DA RAÇA
vacas não estarem todas presentes nos dois
Foi interessante observar que apesar de não
anos experimentais pode ter sido o maior
haver diferenças para a receptividade à monta
responsável por esta superioridade no ANO
no estro (dia 0) entre as raças avaliadas (Tab.
1.
11), a atitude de montar as companheiras foi
Verifica-se, comparando as tabelas 10 e 19, superior (p<0,05) para a raça Gir no estro (dia
que após o cio, a receptividade às ações como 0) e no metaestro imediato (dia 1) (Tab. 20).
PQGA no dia 1 e CACA no dia 2 diminuíram
Tabela 20. AÇÃO INSTIGADORA - Número médio de ações realizadas por ciclos de vacas da raça GIR ou
GUZERÁ no proestro (dias –2 e –1), no estro (dia 0) e no metaestro (dias 1 e 2)
Ações R Proestro Período do estro Metaestro
realiza A dia -2 dia -1 dia 0 (cio) dia 1 dia 2
das Ç Médias (n) Médias (n) Médias (n) Médias (n) Médias (n)
A
20,40± 15,42**
D C A B BD
Monta Gir 2,10± 1,52 (9) 7,91 ± 7,51 (71) (91) 3,74± 2,99* (54) 3,16± 3,37 (6)
12,67± 9,59**
B C A B C
Monta Guzerá 2,50± 2,38 (4) 5,97 ± 6,65 (41) (52) 2,39± 2,00* (28) 7,00± 4,24 (2)
9,03± 7,14
B C A B B
CACA Gir 1,33± 0,65 (11) 3,31 ± 3,20 (40) (86) 2,35± 2,58 (43) 1,78± 1,52 (13)
11,85± 11,11
BC BC A B BC
CACA Guzerá 1,57± 0,53 (6) 3,38 ± 2,43 (34) (54) 1,82± 1,38 (26) 3,87± 6,99 (6)
6,45± 5,25
B C A B B
TM Gir 1,00± 0,00 (2) 3,72 ± 3,14 (62) (89) 2,12± 1,57 (37) 1,00± 0,00 (1)
7,50± 6,73
B C A B B
TM Guzerá 1,00± 0,00 (5) 2,91 ± 2,17 (36) (53) 1,88± 1,39 (21) 1,00± 0,00 (2)
4,39± 3,59
D C A B B
PQGA Gir 1,00± 0,00 (7) 3,00 ± 2,20 (42) (83) 1,92± 1,68 (39) 2,20± 2,68 (5)
4,20± 3,41
B B A B B
PQGA Guzerá 1,00± 0,00 (2) 2,47 ± 1,50 (19) (36) 1,41± 0,71 (13) 8,50± 10,6 (2)
2,89± 1,83
AC A A B BC
CHPE Gir 1,90± 1,22 (11) 2,81 ± 2,0* (55) (67) 1,58± 0,90 (32) 1,62± 1,20 (12)
3,09± 2,21
B B A B B
CHPE Guzerá 1,13± 0,35 (10) 1,83 ± 1,2* (29) (40) 1,35± 0,84 (12) 1,55± 1,33 (6)
2,16± 1,7
A A A A A
LPE Gir 1,18± 0,4* (12) 1,48 ± 0,89 (24) (48) 1,57± 0,87 (19) 2,46± 2,19 (13)
2,15± 1,4
A A A A A
LPE Guzerá 2,06± 1,3* (9) 1,86 ± 1,18 (11) (21) 1,68± 0,79 (10) 2,11± 1,76 (6)
Legenda: CACA –cabeçada na cabeça; TM – tentativa de monta ; PQGA –pressão de queixo na garupa; CHPE – cheirada no períneo e
LPE – lambida no períneo.
Obs: Cada ação está comparada em relação a RAÇA do animal, não sendo comparáveis entre si.
* (p<0,05) - a presença de * na mesma coluna indica efeito de raça na ação avaliada, onde p<0,05.
** (p<0,005) - a presença de ** na mesma coluna indica efeito de raça na ação avaliada, onde p<0,005.
AB,C,D
Letras maiúsculas distintas na mesma linha indicam efeito do dia avaliado, sendo p<0,05.
Legenda: Obs: Cada ação está comparada em relação a ESTAÇÃO DO ANO, não sendo comparáveis entre si.
** (p<0,01) - a presença de ** na mesma coluna indica efeito da estação do ano na ação avaliada, onde p<0,01.
A,B,C,D
Letras maiúsculas distintas na mesma linha indicam efeito do dia avaliado, sendo p<0,05.
Tabela 23. Número médio de montas montas que vacas puras desta raça nos
realizadas nos ciclos (n) de vacas Gir e Guzerá estudos de Galina et al., (1982). O número de
no Inverno e no Verão durante o estro montas realizadas por fêmeas da raça
R Holandesa no estro, foi inferior no verão em
A INVERNO VERÃO relação ao inverno (4,5 vs 8,6,
Ç Montas no estro Montas no estro respectivamente) e associada ao estresse
A Média (n) Média (n) térmico dos animais (Nebel et al.,1997),
aA aA
Gir 23,30 ± 16,23 (46) 17,87 ± 14,07 (45) situação não registrada no presente trabalho,
aA bB
Guzerá 15,86 ± 9,72 (29) 8,65 ± 7,90 (23) onde a temperatura ambiental média esteve
a,b
Letras minúsculas distintas na mesma coluna, indicam dentro da zona de conforto para animais Bos
efeito de raça dentro da estação do ano avaliada, p<0,005. indicus, entre 16 e 27ºC (Johnston, 1963
A,B
- Letras maiúsculas distintas na mesma linha indicam apud Plasse et al., 1970).
efeito da estação do ano na raça avaliada, sendo p<0,005.
De acordo com Phillips (1993), fatores
experimento para montas efetuadas no dia do ambientais e animais influenciam a
estro entre o inverno e o verão. freqüência de montas homossexuais, devendo
Embora não tenha sido possível determinar o ocorrer, provavelmente, diferenças raciais
real motivo para a menor realização de quanto à manifestação do comportamento de
montas por fêmeas Guzerá em estro no verão, monta. Entretanto, poucas foram as tentativas
diferenças genotípicas foram detectadas de quantificá-las.
quanto ao comportamento de monta, quando
vacas mestiças Charolês realizaram menos
5.2.4 AÇÃO INSTIGADORA – No verão do Ano 1, a ocorrência média das
INTERAÇÃO ESTAÇÃO E ANO ações CHPE, no dia –1 e CACA no dia 0,
EXPERIMENTAL mostraram-se superiores ao Ano 2 (Tab. 24).
Como estas ocorrências também foram
Apesar da estação climática influenciar
influenciadas pela raça do animal neste Ano
somente a ocorrência da realização de montas
(Tab. 21.), individualizou-se estas respostas
no dia do cio, verificou-se diferença na
na tabela 25.
manifestação de algumas atitudes no verão
entre os anos experimentais (Tab. 24).
Tabela 24. Número médio das ações: cheirada no períneo (dia –1), cabeçada na cabeça (dias 0 e 2) e pressão
de queixo na garupa (dia 1) realizadas no Inverno e no Verão do Anos 1 (98/99) e 2 (99/00) nos ciclos de
fêmeas Bos taurus indicus
ANO 1 (98/99) ANO2 (99/00)
Ações realizadas Estação Dias
médias (n) Médias (n)
aA aA
CHPE Inverno -1 2,55 ± 1,82 (18) 1,76 ± 1,26 (21)
aA aB
CHPE Verão -1 3,43 ± 2,12 (23) 1,95 ± 1,36 (22)
aA aA
CACA Inverno 0 11,29 ± 9,83 (34) 10,43 ± 8,58 (39)
aA aB
CACA Verão 0 14,19 ± 11,18 (31) 7,25 ± 6,74 (36)
aA aA
PQGA Inverno 1 2,14 ± 1,23 (14) 1,25 ± 0,45 (12)
aA aA
PQGA Verão 1 2,5 ± 2,50 (4) 1,41 ± 0,79 (12)
aA aA
CACA Inverno 2 7,25 ± 9,46 (4) 1,40 ± 0,89 (5)
aA aA
CACA Verão 2 2,75 ± 1,50 (4) 1,00 ± 0,00 (6)
a
letras minúsculas distintas na mesma coluna indicam efeito de estação do ano (p<0,05).
A, B
– letras Maiúsculas distintas na mesma linha, indicam efeito de ano experimental dentro da estação climática avaliada (p<0,05).
Tabela 25. Número médio das ações realizadas: Cheirada no períneo, no dia –1 e Cabeçada na cabeça, no
período do estro (dia 0) pelas vacas da raça Gir e Guzerá no Inverno e no Verão dos Anos 1 (98/99) e 2
(99/00)
D ANO1 ANO 2
Ação
I
realiza- Raça
A Inverno Verão Inverno Verão
da
S
aAα aAα aAα aAβ
CHPE Gir -1 3,20 ± 2,14 (10) 3,55 ± 2,28 (18) 2,16 ± 1,46 (12) 2,00 ± 1,46 (15)
aAα aAα aAα aAα
CHPE Guzerá -1 1,75 ± 0,88 (8) 3,00 ± 1,58 (5) 1,22 ± 0,66 (9) 1,85 ± 1,21 (7)
aAα aAα aAα aAβ
CACA Gir 0 10,4 ± 7,24 (20) 11,9 ± 9,36 (23) 8,83 ± 6,37 (24) 5,68 ± 3,74 (19)
aAα aAα aAα aAβ
CACA Guzerá 0 12,6 ± 12,9 (14) 20,6 ± 14,0 (8) 13,0 ± 11,03 (15) 9,00 ± 8,81 (17)
Obs: Cada ação está comparada entre raças, estações do ano e anos experimentais, não sendo comparáveis entre si
a
letras minúsculas iguais na mesma coluna indicam não haver diferenças entre as raças Gir e Guzerá dentro da estação do ano avaliada
em cada ano experimental, para a ação comparada (p>0,05)
A
- letras maiúsculas iguais na mesma linha indicam que não haver diferenças entre as estações do ano (Inverno e Verão) na mesma raça
em cada ano experimental, para a ação comparadas (p>0,05)
αβ
letras gregas diferentes na mesma linha indicam efeito do ano experimental para cada raça em cada estação do ano avaliada, para a
ação comparada (p<0,05)
Para a estação Verão, houve diferenças para a Ano 1, em relação a mesma época do Ano 2.
realização da ação CHPE (dia –1) entre os Entretanto, associações quanto a
anos experimentais somente para vacas da receptividade nesta época são difíceis de
raça Gir (p<0,05), enquanto para a interação serem estabelecidas, já que para a raça
CACA, realizada pelas vacas instigadoras no Guzerá não registrou-se superioridade na
estro (dia 0), esta diferença ocorreu tanto na recepção de CACA no verão do ano 1 (em
raça Gir quanto na Guzerá. Para as duas relação ao verão do ano 2), situação
ações avaliadas, as ocorrências médias registrada para vacas Gir. É interessante
registradas foram maiores no Verão do Ano 1 observar que, apesar de não haver diferenças
que no Ano 2 (P<0,05). estatísticas, vacas da raça Guzerá, sempre
interagiram mais Cabeça com cabeça, que
Como registrado, ações características do
vacas da raça Gir (Tab. 25).
comportamento sexual como: CHPE, CACA
e TM, sobretudo no proestro imediato e no 5.2.5 AÇÃO INSTIGADORA -EFEITO
estro, sofreram influência da estação do ano e DO TIPO DE LUTEÓLISE
do ano experimental, tanto para a
O ciclo advindo da luteólise natural ou
receptividade sexual (CHPE, dia –1, CACA e
induzida com PgF2α não influenciou o
TM, dia 0) quanto para a atitude instigadora
comportamento sexual da vaca instigadora.
(CHPE, dia –1, CACA, dia 0). Torna-se
Porém, no dia do cio, verificou-se (Tab. 26)
interessante observar, analisando-se as
que animais sob luteólise natural realizaram
tabelas 14 e a 25, que a ação CHPE (dia –1)
sofreu influência de ano experimental no mais CHPE (3,47± 2,25) que os de luteólise
verão, quando as vacas Guzerá foram mais induzida (2,35±1,39) (p<0,010), situação de
receptivas nesta estação no Ano 1 (Tab. 14), difícil interpretação, que, no entanto, por ter
enquanto registrou-se para a ação instigadora ocorrência média baixa não interfere na
maior ocorrência de realização de CHPE caracterização do comportamento sexual no
nesta mesma estação (verão) e (ano 1), para dia do cio.
vacas Gir (Tab. 25). Assim, pode especular- Para as ações que tiveram ocorrências médias
se que no Verão do Ano 1 tenha ocorrido diferentes entre os dois anos experimentais
uma maior interação entre vacas Gir e (CACA, nos dias 0 e 2, CHPE, no dia –1 e
Guzerá, onde as Gir, no proestro imediato PQGA no dia 1) não foram verificadas
efetuaram CHPE em vacas Guzerá, que diferenças dentro de cada ano sobre suas
foram receptivas a esta ação. manifestações na luteólise induzida ou na
Em relação a atitude CACA no dia do cio, natural (p>0,05)
maior atividade instigadora, tanto para a raça
Gir quanto Guzerá foi registrada no Verão do
Tabela 26. AÇÃO INSTIGADORA - Número médio de ações realizadas nos ciclos de fêmeas Bos taurus
indicus sob luteólise INDUZIDA pela PgF2α ou NATURAL durante o proestro (dias –2 e –1), estro (dia 0) e
metaestro (dias 1 e 2)
Ação Proestro Período do estro Metaestro
Tipo de
reali dia -2 dia -1 dia 0 (cio) dia 1 dia 2
luteólise
zada Médias (n) Médias (n) Médias (n) Médias (n) Médias (n)
B C A B B
Monta Induzido 1,85± 0,69 (7) 7,74± 7,86 (63) 19,41± 16,38 (80) 3,13± 2,59 (44) 2,00± 0,00 (2)
B C A B B
Monta Natural 2,57± 2,37 (7) 6,54± 6,40 (50) 15,35± 10,17 (63) 3,46± 3,03 (39) 4,83± 4,12 (6)
B C A B B
CACA Induzido 1,00± 0,00 (1) 3,07± 2,08 (36) 9,97± 8,51 (74) 1,97± 1,82 (35) 1,58± 1,50 (10)
B C A B B
CACA Natural 1,44± 0,61 (16) 3,57± 3,37 (39) 10,51± 9,77 (66) 2,28± 2,46 (36) 3,70± 6,20 (9)
B B A B B
TM Induzido 1,00± 0,00 (5) 2,88± 2,26 (45) 7,49± 6,76 (75) 2,00± 1,43 (30) 1,00± 0,00 (1)
B C A B B
TM Natural 1,00± 0,00 (3) 3,80± 3,13 (53) 6,27± 4,87 (67) 2,06± 1,58 (28) 1,00± 0,00 (2)
B C A B B
PQGA Induzido 1,00± 0,00 (5) 2,87± 2,12 (29) 4,65± 3,67 (67) 1,78± 1,79 (31) 1,00± 0,00 (2)
B C A B A
PQGA Natural 1,00± 0,00 (4) 2,80± 1,93 (33) 3,95± 3,32 (52) 1,76± 0,99 (22) 5,20± 6,57 (5)
B A A B B
CHPE Induzido 1,40± 0,89 (4) 2,37± 1,97 (35) 2,35± 1,39** (49) 1,60± 0,94 (19) 1,45± 0,93 (8)
B C A B B
CHPE Natural 1,47± 0,92 (17) 2,50± 1,74 (50) 3,47± 2,25** (58) 1,46± 0,86 (26) 1,71± 1,43 (10)
B B A B B
LPE Induzido 1,00± 0,00 (5) 1,58± 0,79 (15) 2,39± 1,83 (35) 1,37± 0,61 (14) 1,69± 1,49 (10)
A A A A A
LPE Natural 1,82± 1,11 (16) 1,64± 1,15 (21) 1,92± 1,30 (34) 1,80± 0,92 (16) 3,09± 2,34 (9)
Obs: Cada ação está comparada em relação ao TIPO DE CIO, não sendo comparáveis entre si.
** (p<0,01) - presença de ** na mesma coluna indica efeito do tipo de luteólise na ação avaliada, onde p<0,01.
A,B,C
- Letras Maiúsculas distintas na mesma linha indicam efeito do dia avaliado, sendo p<0,05.
5.2.6 ASSOCIAÇÃO ENTRE AS AÇÕES as ações recebidas no dia –1, 37,8% e 39,0%
ESTUDADAS da atitude CHPE recebida esteve associada
(p<0,01) as ações CACA e PQGA recebidas,
As ações recebidas e efetuadas pelas vacas
respectivamente. As ações TM e PQGA
zebus variaram entre os dias do peri cio.
estiveram correlacionadas na ordem de 38,6%
Assim, buscou-se averiguar a existência de
(p<0,001). Para as ações realizadas pelas
correlação entre as variáveis características
vacas no proestro imediato (dia –1), foi
do comportamento sexual nos dias de
verificado que a ação correlacionada com o
receptividade para verificar se as ações foram
maior número de atitudes realizadas foi a
associadas ou ocorreram de maneira
MONTA, cujo coeficiente de correlação
independente durante este período.
obtido com as variáveis CACA, CHPE e TM
Não foi verificada associação entre as foi de 0,30; 0,28 e 0,27, respectivamente
variáveis: MONTA, CACA, CHPE, TM e (p<0,05). A interação CACA apresentou
PQGA, no dia –2, tanto para a receptividade correlação mais alta que as associações
sexual, quanto para a ação instigadora anteriores, sendo que 36% e 45,7% das TM e
(P>0,10). PQGA realizadas estiveram associadas a
No proestro imediato (dia –1), algumas CACA, respectivamente (p<0,005).
características da receptividade sexual As correlações sugerem que as fêmeas no
(CHPE e CACA; CHPE e PQGA; TM e proestro são investigadas e investigam as
PQGA) e da ação instigadora (Monta c/ demais fêmeas quanto à receptividade sexual,
CACA, CHPE e TM ; CACA e TM) identificando ferormônios, e interagindo com
estiveram associadas positivamente. Dentre
o grupo sexualmente ativo via CACA, CHPE, (r=0,27), apesar de significativas (p<0,05)
TM, PQGA e Monta. foram baixas, entre 18 e 27%, revelando a
menor associação entre as atitudes realizadas
As atitudes recebidas no dia do estro,
pela vaca em cio.
representativas da receptividade sexual,
foram correlacionadas positivamente, No metaestro, também verificou-se
sobretudo com a monta. Correlações correlações entre as variáveis estudadas, tanto
positivas, da ordem de 23 a 38% entre a para a recepção quanto para a realização das
aceitação da MONTA e as ações recebidas ações do comportamento sexual. No
CHPE (r=0,23; p<0,01), CACA (r=0,31; metaestro imediato (dia 1), das atitudes
p<0,001), TM (r=0,34; p<0,001) e PQGA recebidas, as ações CACA e PQGA, TM e
(r=0,38; p<0,0001), foram obtidas. Também PQGA estiveram associadas em 35,8% e
foi verificada associação positiva entre 38,6%, respectivamente (p<0,05). Porém, as
CACA e CHPE (r=0,41; p< 0,0001) e PQGA correlações entre as atividades realizadas
(r=0,29; p<0,001); e CHPE e PQGA (r=0,31; neste dia, foram as que refletiram maior
p<0,001). associação entre as variáveis estudadas, entre
40 a 55%. A realização da monta esteve
A associação das ações no dia do cio
associada à realização de CHPE (r=0,50) e
expressam o cortejo homossexual que a
PQGA (r=0,51), enquanto CACA esteve
fêmea recebe em estro, havendo atratividade
associada à TM (r=0,40) e PQGA (r=0,55), e
entre as fêmeas, com a aproximação dos
CHPE esteve associada a PQGA (r=0,44)
animais (CACA), a percepção dos
(p<0,05).
ferormônios (CHPE), o teste de imobilidade à
monta (PQGA e TM) e a realização da Para o segundo dia de metaestro (dia 2)
monta, onde as ações não ocorrem também registrou-se associação entre
obrigatoriamente nesta seqüência. algumas variáveis da receptividade sexual
(CHPE e TM; r= 1,0) e da ação instigadora
As ações realizadas pelas vacas instigadoras
(CACA e PQGA, r= 0,94).
no dia do cio, também estiveram associadas,
porém as correlações obtidas entre: Monta e 5.3 COMPORTAMENTO SEXUAL:
CACA (r=0,21); Monta e TM (r=0,18), ASSOCIAÇÃO DA RECEPTIVIDADE
Monta e PQGA (r=0,18); CACA e PQGA SEXUAL E AÇÃO INSTIGADORA
Tabela 27. Comparação entre a RECEPTIVIDADE sexual e a ação INSTIGADORA das vacas Bos
taurus indicus no proestro imediato (dia –1) e no estro (dia 0)
PROESTRO IMEDIATO (DIA –1) PERÍODO DO ESTRO (DIA 0)
AÇÕES RECEPTIVIDADE AÇÃO RECEPTIVIDADE AÇÃO
SEXUAL INSTIGADORA SEXUAL INSTIGADORA
A B
Monta 7,21 ± 7,25 (112) 27,33± 17,39 (150) 17,66 ± 14,10 (143)
2,84 ± 2,5 A
(85) 3,32 ± 2,68 A
(74) 11,16± 9,72 A (139) 10,66 ± 9,35 A (140)
CACA
PQGA 2,05 ± 1,49 A (67) 2,90 ± 2,09 B (61) 5,06± 3,87 A (134) 4,42 ± 3,60 A (119)
3,33 ± 2,81 A (102) 3,48 ± 2,77 A (98) 3,88± 4,11 A (116) 6,93 ± 6,03 B (142)
TM
CHPE 1,93 ± 1,21 A (73) 2,51 ± 1,87 A (84) 3,78± 2,83 A (119) 2,70 ± 1,88 A (107)
1,34 ± 0,81 A (29) 1,64 ± 1,05 A (35) 3,00± 2,61 A (99) 2,20 ± 1,65 A (69)
LPE
A, B – Médias com letras Maiúsculas distintas na mesma linha diferem (p<0,05)
Obs. A receptividade sexual e a ação instigadora não são comparáveis entre o proestro imediato e o estro
No presente trabalho, avaliando-se a Comparando-se a receptividade e a ação
receptividade sexual e a ação instigadora das instigadora no proestro imediato (dia –1), não
vacas zebu (Tab. 27 ), pode-se descrever o registrou-se diferenças (P>0,05) entre realizar
comportamento sexual das fêmeas de acordo e receber ações (Tab. 27), com exceção do
com as médias das atividades recebidas e comportamento de pressionar o queixo na
realizadas. A seqüência das atitudes garupa (PQGA). A realização (2,90±2,09)
realizadas não pôde ser determinada, pois desta ação foi maior (p<0,05) que a
variou amplamente entre os animais e as receptividade (2,05±1,49), apesar do número
demais variáveis estudadas (ano, raça, médio de PQGA ter sido baixo para as duas
estação, tipo de luteólise, etc). Galina et al., situações, o que torna a diferença entre
(1982) avaliando o comportamento estral de realizar e receber PQGA pouco conclusiva.
vacas Charolês e mestiças Brahman X
Charolês, concluíram ser difícil definir as No estro (dia 0), as vacas receberam mais
características do comportamento estral, não montas do que as efetuaram e tentaram
só devido a diferenças raciais mas também, montar mais em outras fêmeas (p<0,001).
devido a grande variação individual na Situação aceitável, já que neste dia (dia 0), a
expressão dos comportamentos. receptividade permitiu que as tentativas de
monta fossem completadas, tornando-se
Vacas aproximando-se do cio, interagiram montas efetivas. O número de montas
ativamente com o grupo de fêmeas, recebidas pelas fêmeas zebu em cio foi de
recebendo e praticando ações. A máxima 27,33±17,39 contra 17,66±14,10 efetuadas
interação ocorreu no dia do cio já que a (Tab. 27), enquanto, as vacas receberam
fêmea em estro, além de ser receptiva a 3,88±4,11 tentativas de monta e realizaram
muitas atitudes, também instigou outros 6,93±6,03 (Tab. 27 ). Para as demais ações do
animais de maneira mais intensa neste dia. comportamento sexual não foram verificadas
A característica decisiva da entrada no cio foi diferenças entre o fazer e o receber no dia do
a aceitação de montas pelas vacas. cio (p>0,05).
De acordo com o registrado no estudo, as De acordo com os resultados deste trabalho,
ações recebidas e realizadas: Monta, pode-se inferir que a troca mútua de ações ,
cabeçada na cabeça (CACA), pressionamento sobretudo MONTA, CACA, PQGA, TM,
de queixo na garupa (PQGA), tentativa de CHPE e LPE entre as fêmeas zebuínas torna-
monta (TM) cheirar (CHPE) e lamber períneo se perceptível na véspera do cio, onde a
(LPE), sinalizaram a fase de receptividade observação da realização de montas, mas não
sexual. sua aceitação são sinais importantes da
proximidade do estro.
Registrou-se diferenças entre receptividade
sexual e a ação instigadora somente no O aumento substancial nas atitudes recebidas
proestro imediato e no estro (Tab. 27). Na e realizadas ocorre no período do estro (dia
véspera do cio (dia –1), as fêmeas passaram a 0), sendo mais provável identificar uma
aceitar as ações acima descritas (exceto a maior atividade dos animais neste dia. A
monta) e sobretudo a efetuá-las, sendo que grande interação cabeça-cabeça, o montar,
neste dia, a vaca em proestro realizou tentar montar, pressionar o queixo na garupa
aproximadamente sete montas (sinal que só e cheirar o períneo serão atitudes realizadas
será observado se houver outra fêmea em cio preferencialmente pela fêmea em cio.
no lote).
As ações da fêmea em estro buscam atrair a 5.4 DIÂMETRO DO FOLÍCULO PRÉ
atenção do macho e de outras fêmeas para ela OVULATÓRIO E COMPORTAMENTO
(Phillips., 1993). A vaca deverá ser observada SEXUAL
quanto à recepção destas ações, sendo que a
A cada ciclo estral, com a regressão luteal,
aceitação da monta, concordando com os
ocorre o desenvolvimento final e a maturação
relatos da literatura (Hurnik & King, 1987;
do folículo ovulatório, culminando com sua
Phillips., 1993; Allrich, 1993; Lamothe
ovulação e uma nova oportunidade para a
Zavaletha et al., 1991a entre outros) será o
concepção (Pate, 1994). Durante o proestro
indicador maior do período de estro. Arave &
(final da onda de crescimento folicular), o
Albrigth., (1981) comentaram que o ser
folículo pré ovulatório desenvolve-se em um
montada é o melhor indicador de cio, mas
dos ovários sob ação do FSH e LH, induzindo
que confiar apenas neste sinal, poderá
maior atividade aromatase nas células
ocasionar o aumento significativo do número
foliculares, acarretando a secreção de
de estros não registrados.
elevadas concentrações de estradiol até níveis
Embora haja relatos de vacas aceitando de pico (Lucy et al., 1992; Driancourt, 2001).
montas no diestro (Williamson et al., 1972b), O início do comportamento de estro e a
a maior interação entre os animais se deu no liberação do pico de LH são coincidentes
período de receptividade sexual (proestro, com o pico plasmático do estradiol (Allrich,
estro e metaestro), visto que no presente 1994).
trabalho, os dias mais afastados do período de
Neste trabalho, a relação entre o diâmetro do
estro (dia –2 e dia 2) registraram a menor
folículo ovulatório e a manifestação do
atividade dos animais. Dessa maneira, de
comportamento sexual foi investigada no
acordo com os resultados, o cortejo sexual,
proestro e no estro. O diâmetro do folículo
isto é, o fazer e o receber ações, aliado a
dominante variou de 4 mm dois dias antes do
receptividade da monta são sinais confiáveis
estro até 19 mm no estro e diferenças entre os
para a detecção do cio de multíparas
grupos experimentais foram registradas em
zebuínas.
relação ao diâmetro médio do folículo pré-
Há de se considerar, que vários fatores podem ovulatório no estro. Assim, vacas da raça Gir,
influenciar o comportamento de cio, como o no inverno sob luteólise natural (14,75 ±1,98
número de fêmeas em estro no lote (Hurnik & mm) apresentaram folículos com maior
King, 1987; Phillips, 1993; Orihuela, 2000), a diâmetro à ovulação (p<0,05) que vacas da
idade e a experiência sexual prévia raça Guzerá, no verão em cio natural
(Gwazdauskas et al., 1983; Castellanos et al., (11,66±2,64 mm), sendo que as médias de
1997; Orihuela, 2000), a hierarquia social ambos os grupos foram semelhantes a dos
(Williansom et al., 1972; Galina et al., 1982; demais grupos experimentais (Alves, 2001).
Orihuela et al., 1983; Castellano et al., 1997),
o genótipo (Galina et al., 1982, Solano et al., O folículo dominante cresceu em média
1982) o ambiente (Willianson et al., 1972; 1,34±0,10 mm/dia (p<0,001), no período de
Pennington et al, 1985; Galina & Arthur, dois dias antes do cio até o dia do estro,
1990) e a interação genótipo ambiente segundo a equação linear Y=12,60+1,34X
(Williansom et al., 1972; Phillips;. 1993; (R2= 0,59, CV= 16%), sendo que o tipo de
Orihuela, 2000). luteólise não influenciou (p<0,05) a taxa de
crescimento folicular (1,27±0,13 e 1,38±0,16
mm/dia, no estro natural e induzido, A taxa de crescimento registrada foi
respectivamente). intermediária à relatada por Ginther et al.,
(1997), em novilhas Bos taurus, um dia após
A taxa de crescimento folicular foi superior
o desvio (momento da maior diferença no
àquelas observadas por Viana et al., (1999b)
diâmetro folicular entre o maior e o segundo
na raça Gir (1,08±0,09, sob estro natural e
maior folículo no ovário), que apresentaram
1,19±0,09 mm/dia, no estro induzido), por
taxas de crescimento médio de 1,10±0,2 e
Figueiredo et al. (1997), na raça Nelore
1,5±0,2 mm por dia em dois diferentes
(1,06±0,07 mm/dia) e próxima do registrado
experimentos.
por Rhodes et al., (1995) em vacas Brahman
(1,20±0,10 mm/dia). Estes autores Buscando conhecer a relação entre diâmetro
mensuraram a taxa de crescimento de todo o do folículo pré ovulatório e o comportamento
desenvolvimento folicular e não apenas dos sexual, agrupou-se os folículos em 5 classes
dias anteriores ao estro, como neste trabalho, de acordo com o diâmetro folicular (classe 1:
sendo provavelmente este o motivo da folículos de 4 a 7 mm, classe 2: de 8 a 10
diferença encontrada, já que o folículo mm, classe 3: de 11 a 13 mm, classe 4: de 14
dominante apresenta diversas taxas de a 16 mm e classe 5: de 17 a 19 mm),
crescimento durante seu desenvolvimento avaliando-se se o tamanho do folículo
(Ginther et al. 1997) dominante influenciou o total de ações
recebidas (Tab. 28) ou realizadas (Tab. 29).
Tabela 28. Número médio do total de ações RECEBIDAS de acordo com a classe de diâmetro do
folículo pré ovulatório de fêmeas Bos taurus indicus no proestro (dias –2 e –1) e no período do estro (dia
0)
Total de ações recebidas
Classes de Dia –2 Dia -1 Dia 0
diâmetro folicular
Média (n) Média (n) Média (n)
1 1,80±2,16aA (5) 11,50±7,78aB (2)
(de 4 a 7 mm)
2 3,15±3,44aA (84) 7,79±6,62aB (44) 55,61±22,98aC (18)
(8 a 10 mm)
3 2,38±3,75aA (39) 9,28±8,91aB (92) 56,61±34,40aC (91)
(11 a 13 mm)
4 1,00±1,41aA (2) 3,42±2,29aA (7) 56,53±33,87aB (36)
(14 a 16 mm)
5 2,50±3,53aA (2) 14,5±2,12aB (2) 54,00±32,44aC (3)
(17 a 19 mm)
Legenda: Médias com letras minúsculas iguais na mesma coluna assemelham-se (p>0,05);
A,B,C
- Médias com letras maiúsculas distintas na mesma linha diferem, sendo p<0,05)
Tabela 29. Número médio do total de ações REALIZADAS de acordo com a classe de diâmetro do folículo
pré ovulatório de fêmeas Bos taurus indicus no proestro (dias –2 e –1) e no período do estro (dia 0)
Total de ações realizadas
Classes de Dia –2 Dia -1 Dia 0
diâmetro folicular
Média (n) Média (n) Média (n)
1 6,00±4,76aA (3) 13,5±9,19aB (2)
(de 4 a 7 mm)
2 4,37±4,06aA (53) 14,39±11,82aB (43) 47,05±24,75aC (18)
(8 a 10 mm)
3 6,16±6,39aA (24) 18,23±16,11aB (87) 44,74±24,25aC (89)
(11 a 13 mm)
4 1,00±0,00aA (1) 6,00±3,82aA (7) 47,05±35,17aB (36)
(14 a 16 mm)
5 1,00±0,00aA (1) 12,00±8,48aB (2) 31,66±18,23aC (3)
(17 a 19 mm)
a
Médias com letras minúsculas iguais na mesma coluna assemelham-se (p>0,05);
A,B,C
- Médias com letras maiúsculas distintas na mesma linha diferem, sendo p<0,05).
Os níveis de P4 não foram diferentes (Tab. 30). Somente no dia 2, para a raça
(p>0,05) entre as raças Gir e Guzerá (Tab. Guzerá, o valor da P4 observado foi
31), nos diferentes dias de receptividade semelhante (p>0,05) ao verificado no dia –1.
sexual avaliados. Entretanto, em ambas as
A estação do ano: Inverno ou Verão, não
raças, os valores da progesterona plasmática
influenciou os níveis plasmáticos da
variaram conforme o dia (-2 a 2), da mesma
progesterona (Tab.32) nos dias de
forma, como observou-se anteriormente,
receptividade sexual avaliados.
quando avaliou-se as duas raças em conjunto
Tabela 32. Valores médios da progesterona plasmática (ng/ml) das fêmeas Bos taurus indicus no Inverno e no Verão durante o
proestro (dias –2 e –1), período do estro (dia 0) e metaestro (dias 1 e 2)
ES PROESTRO ESTRO METAESTRO
TA Dia -2 Dia -1 Dia 0 Dia 1 Dia 2
ÇÃO médias (n) médias (n) médias (n) médias (n) médias (n)
C A AB B AB
Inverno 1,59± 1,721 (57) 0,388 ± 0,670 (53) 0,267± 0,248 (37) 0,262± 0,364 (42) 0,310± 0,321 (46)
C A AB B B
Verão 1,24± 1,389 (54) 0,304 ± 0,253 (41) 0,194± 0,125 (33) 0,133± 0,075 (33) 0,155± 0,141 (35)
A,B,C
Letras maiúsculas distintas na mesma linha indicam efeito do dia avaliado, sendo p<0,05
A variação das médias de P4 pelos dias No inverno a média de P4 para o dia 2, foi
avaliados, no inverno e no verão, foi semelhante a do dia –1 (proestro imediato),
semelhante ao descrito para os dados enquanto no verão, o valor para o dia 2 foi
agrupados na Tab. 30, sendo os valores de P4 inferior (p<0,05) ao do proestro mediato.
maiores no dia –2 (p<0,05) em relação aos
Não foram observadas diferenças (p>0,05)
demais. O metaestro imediato (dia 1),
quanto aos valores de P4 entre os dois tipos
apresentou valores mais baixos (p<0,05) que
de luteólise, embora a concentração de P4
o proestro imediato (dia –1), enquanto os
não tenha se manifestado da mesma forma
valores do estro foram semelhantes (p>0,05)
entre os dias da receptividade sexual na
aos do proestro imediato (dia –1) e aos do
luteólise natural ou induzida (Tab. 33).
metaestro (dias 1 e 2).
Tabela 33. Valores médios da progesterona plasmática (ng/ml) das fêmeas Bos taurus indicus sob luteólise induzida pela
Pgf 2 α ou natural durante o proestro (dias –2 e –1), período do estro (dia 0)
e metaestro (dias 1 e 2)
Tipo PROESTRO ESTRO METAESTRO
de Dia -2 Dia -1 Dia 0 Dia 1 Dia 2
Luteólise
médias (n) médias (n) médias (n) Médias (n) médias (n)
C A A B B
Induzida 1,55± 1,66 (54) 0,299 ± 0,290 (50) 0,265± 0,261 (34) 0,189± 0,266 (37) 0,198± 0,228 (42)
C B A A AB
Natural 1,30± 1,49 (57) 0,411 ± 0,709 (44) 0,201± 0,120 (36) 0,221± 0,302 (38) 0,291± 0,303 (39)
A,B,C
Letras maiúsculas distintas na mesma linha indicam efeito do dia avaliado, sendo p<0,05
Tabela 34. Número médio do total de ações recebidas nos dias de receptividade sexual (-2 até 2), nos ciclos
de fêmeas Bos taurus indicus, de acordo com a classe de progesterona
Nº médio do total de ações recebidas nos diferentes dias de receptividade sexual
PROESTRO ESTRO METAESTRO
Classes de
Progesterona Dia -2 Dia -1 Dia 0 Dia 1 Dia 2
Média (n) Média (n) Média (n) Média (n) Média (n)
aC aB aA aB C
1 3,50± 3,78 (45) 8,44± 8,89 (79) 59,78± 36,21 (66) 7,75± 5,20 (72) 2,75± 3,94 (67)
Não houve diferenças (p>0,05) entre o total diminuindo após a sua ocorrência. O número
de ações realizadas nas classes de P4 para de ações, nesta classe de P4, triplicou entre os
cada dia estudado, no entanto, o total de dias –2 (5,24±5,36) e –1 (15,13 ±13,79;
ações variou entre os dias de receptividade p<0,001) e entre os dias –1 e 0 (45,2±27,3;
sexual dentro das classes de P4 avaliadas. p<0,001), diminuindo em maior proporção do
Nos ciclos estudados, quando a P4 esteve dia 0 para o dia 1 (8,48±6,97) e 2 (7,96±9,42)
abaixo de 1 ng/ml (Tab. 35) entre os dias –2 e (p<0,001).
2, verificou-se que o número médio de ações Para a classe 2 de P4, baixa ocorrência de
realizadas pelas vacas zebus, aumentou ciclos com níveis de P4 acima de 1 ng/ml foi
progressivamente com a proximidade do cio, registrado à partir do dia do cio (0), fato
esperado, devido a lise do corpo lúteo para a 5.6.1 CARACTERIZANDO O
ocorrência da ovulação e reorganização PROESTRO IMEDIATO
celular das células foliculares para a
Verificou-se, anteriormente, que o número
formação do novo corpo lúteo. No entanto, a
médio de ações recebidas pelas vacas zebus
baixa ocorrência (reduzido n) comprometeu
nos dias de receptividade sexual variou de
as comparações das ações realizadas entre
acordo com o dia avaliado (Tab. 8). Apesar
estes dias e os dias anteriores, dentro desta
disto, procurou-se estudar com mais
classe de P4.
detalhamento quando as ações: Tentativa de
Foi importante constatar que entre as classes Monta (TM), Cabeçada na cabeça (CACA),
de P4 não houve diferenças (p>0,05) quanto Cheirada no Períneo (CHPE), Pressão de
ao total de ações realizadas nos dias de Queixo na Garupa (PQGA) e Lambida no
receptividade sexual, o que indica que fatores Períneo (LPE), foram recebidas no dia
endócrinos, sensorias, sociais ou outros anterior ao estro (dia-1), obtendo-se a
devem ser responsáveis pelas atitudes ocorrência média de cada ação dentro de cada
realizadas pelo animal no peri cio, não hora deste dia, considerando-se o intervalo de
somente os níveis de progesterona circulantes –24 até –1 hora antes do cio (Tab. 36 e Tab.
neste período. Ao contrário do verificado 37).
para a receptividade sexual, quando a
5.7 O PROESTRO IMEDIATO
progesterona plasmática influenciou
negativamente o número de ações sexuais Na tabela 36 encontra-se o número médio de
recebidas no proestro (dia –2), as ações TM, CACA e CHPE e na tabela 37, o número
realizadas sofreram influência apenas dos de médio de PQGA e LPE, recebido nos
dias de receptividade sexual, sobretudo do ciclos das fêmeas zebuínas no dia anterior ao
estro, estando provavelmente associadas aos cio (dia –1) para cada hora do período de 24
elevados níveis de estradiol deste dia. Torna- horas.
se importante ressaltar aqui o trabalho de Verifica-se que com o aproximar do
Alexander et al., (1984), no qual observou-se momento do cio a porcentagem de ciclos nos
que vacas em estro em contato com fêmeas quais as ações foram recebidas aumentou,
em diestro realizam menor atividade sexual. sendo que em mais de 10% dos ciclos (Tab.
Ainda, Williamson et al., (1972a) que 36) houve o recebimento de CACA, CHPE e
observaram que fêmeas em estro agrupam-se TM quando faltavam menos de 4 horas para o
e apresentam maior atividade sexual. Diante início do estro.
destas observações, pretende-se que as ações
realizadas na véspera e nos dias posteriores Avaliando-se a freqüência acumulativa do
ao cio foram controladas não somente pela recebimento de TM, CACA, CHPE (Tab. 36)
alta do estradiol e baixa da progesterona, mas e PQGA (Tab. 37) pode-se observar que do
também pelo “status” endócrino do grupo de total de cada ação recebida no proestro
fêmeas, onde a presença de fêmeas no peri imediato, mais de 70 % ocorreu dentro do
cio liberando ferormônios estimulou a período de 7 horas para o cio (entre horas –7
atividade sexual e a ação instigadora de e horas –1) .
fêmeas com situação hormonal semelhante. O número médio de tentativas de monta (TM)
5.6 DISTRIBUIÇÃO HORÁRIA DAS recebido no dia –1 variou entre 1,00±00
AÇÕES RECEBIDAS NO PROESTRO (horas –22) até 1,84±1,46 (horas-2). As
IMEDIATO E NO ESTRO tentativas de monta (TM), passaram a ser
recebidas em mais de 11% dos ciclos Observando-se as ações recebidas: Lambida
avaliados em torno de 7 horas para o cio, no períneo (LPE) e Pressão de queixo na
sendo que 2 horas antes do cio em mais de garupa (PQGA) nas horas do dia –1, verifica-
20% dos ciclos esta ação foi recebida (Tab. se a sua presença em poucos ciclos, ou seja,
36). Considerando-se que o número médio de em menos de 3% dos ciclos avaliados para
TM recebidas no dia –1 foi de 3,33±2,81 (tab. LPE e em menos de 9% dos ciclos para
8), a chance do animal receber mais de uma PQGA até a hora –2. No entanto, a situação
TM no proestro foi maior dentro das 7 horas modifica-se quando falta uma hora para o cio,
que faltavam para o cio, que concentravam onde, em 21% dos ciclos avaliados houve
75% desta ação recebida, contra 25% das TM recepção à PQGA (Tab. 37). Avaliando-se o
recebidas entre –24 e –8 horas para o cio recebimento de pressão de queixo na garupa,
(Tab. 36). A interação cabeça-cabeça verifica-se que dentro das 7 horas que
(CACA) também possuiu valores médios faltavam para o início de cio, 81% desta ação
baixos em todo o pré-cio (1,00±0,00 até foi recebida. Além, disso, 30% do
2,00±1,34), sendo que, faltando 4 horas para recebimento de PQGA se deu na hora
o cio, verificou-se o recebimento desta ação anterior ao estro, indicando grande associação
em mais de 13% dos ciclos (Tab. 36). De desta ação com o estro, já que ocorreu num
maneira semelhante ao observado para TM número restrito de ciclos em cada hora do
até a hora –8 (de –24 até –8), concentraram- proestro imediato.
se 24% da CACA recebida, enquanto entre as Diante dos resultados pode-se afirmar que a
horas –7 e –1, concentrou-se 72% do possibilidade de se encontrar uma fêmea com
recebimento desta ação no dia –1. receptividade sexual é maior quanto mais
O recebimento de “cheirada” no períneo próximo estiver o momento do estro. A
aconteceu em 10% dos ciclos nas horas observação de sinais como recebimento de
próximas ao cio (hora –4, -2 e –1), sem tentativa de monta, interação cabeça-cabeça,
alteração no número médio desta ocorrência cheirada no períneo e pressão de queixo na
neste período (Tab. 36). Verificou-se que garupa será mais freqüente quando o animal
70% das CHPE recebidas ocorreram dentro estiver dentro do período de sete horas do
das 7 horas para o cio (Tab. 36), sendo que, início do cio. Neste período, ocorreu o
comparando-se esta distribuição entre os dois recebimento destas ações num maior número
anos experimentais, verificou-se que no de ciclos, sendo que o recebimento de TM,
ANO1, 73,44% das CHPE e 64,29% no ano 2 CACA e PQGA ocorreu em mais de 21% dos
ocorreram dentro das 7 horas do cio (tabela ciclos dentro uma hora antes do cio (hora 1).
88- apêndice). Assim, fatores externos, como Desta maneira, a visualização destes sinais na
diferentes animais utilizados entre os anos, fêmea bovina indica a necessidade de maior
podem ter influenciado a distribuição de observação do animal, pois se não está em
ocorrência desta ação no peri-cio. cio, este se aproxima.
Tabela 36. Ocorrência média de Tentativa de monta, Interação de cabeça com cabeça e Cheirada no Períneo a
cada hora do proestro imediato (dia –1) nos ciclos (n) das fêmeas Bos taurus indicus, freqüência em relação ao
total de cada ação recebida, freqüência acumulativa em relação ao total de cada ação recebida (ordem
decrescente) e freqüência em relação ao total de ciclos avaliados (150)
TENTATIVA DE MONTA CABEÇA-CABEÇA CHEIRADA NO PERÍNEO
H % % %
acumula % em % em acumula % em % em acumula % em
O % em tiva relação relação tiva relação relação tiva relação
R relação do total ao total ao total do total ao total ao total do total ao total
A ao total de de de de de de de de
S de TM TM ciclos CACA CACA ciclos CHPE CHPE ciclos
médias (n) (dia –1) (dia –1) (150) médias (n) (dia –1) (dia-1) (150) médias (n) (dia –1) (dia-1) (150)
-24
-23 1,25± 0,50 (2) 0,83 100,00 1 1,00± 0,00 (1) 0,59 100,00 1
-22 1,00± 0,00 (3) 1,24 99,17 2 1,00± 0,00 (3) 2,54 100,00 2
-21 1,00± 0,00 (2) 1,18 99,41 1 1,25± 0,50 (2) 1,69 97,46 1
-20 1,00± 0,00 (3) 1,24 97,93 2
-19 1,00± 0,00 (3) 1,78 98,22 2
-18 1,00± 0,00 (5) 4,24 95,76 3
-17 1,20± 0,45 (4) 1,66 96,68 3 1,00± 0,00 (4) 2,37 96,45 3 1,00± 0,00 (1) 0,85 91,53 1
-16 1,00± 0,00 (3) 1,78 94,08 2
-15 1,00± 0,00 (1) 0,41 95,02 1 1,00± 0,00 (2) 1,18 92,31 1 1,00± 0,00 (2) 1,69 90,68 1
-14 1,75± 1,16 (7) 2,90 94,61 5 1,33± 0,58 (3) 1,78 91,12 2 1,00± 0,00 (5) 4,24 88,98 3
-13 1,00± 0,00 (7) 2,90 91,70 5 1,57± 1,13 (7) 4,14 89,35 5 1,00± 0,00 (1) 0,85 84,75 1
-12 1,33± 0,58 (3) 1,24 88,80 2 1,00± 0,00 (1) 0,59 85,21 1 1,33± 0,58 (3) 2,54 83,90 2
-11 1,00± 0,00 (9) 3,73 87,55 6 1,00± 0,00 (6) 3,55 84,62 4 1,20± 0,45 (5) 4,24 81,36 3
-10 1,00± 0,00 (1) 0,41 83,82 1 1,33± 0,58 (3) 1,78 81,07 2 1,33± 0,58 (3) 2,54 77,12 2
-9 1,10± 0,32 (10) 4,15 83,40 7 1,00± 0,00 (5) 2,96 79,29 3 1,00± 0,00 (2) 1,69 74,58 1
-8 1,00± 0,00 (11) 4,56 79,25 7 1,25± 0,71 (8) 4,73 76,33 5 1,00± 0,00 (3) 2,54 72,88 2
-7 1,47± 0,72 (17) 7,05 74,69 11 1,20± 0,45 (5) 2,96 71,60 3 1,13± 0,35 (8) 6,78 70,34 5
-6 1,60± 0,82 (25) 10,37 67,63 17 2,00± 1,34 (11) 6,51 68,64 7 1,40± 0,52 (10) 8,47 63,56 7
-5 1,59± 1,22 (22) 9,13 57,26 15 1,42± 0,78 (7) 4,14 62,13 5 2,11± 1,69 (9) 7,63 55,08 6
-4 1,32± 0,57 (22) 9,13 48,13 15 1,32± 0,67 (19) 11,24 57,99 13 1,06± 0,24 (17) 14,41 47,46 11
-3 1,42± 0,72 (24) 9,96 39,00 16 1,53± 0,61 (19) 11,24 46,75 13 1,17± 0,41 (6) 5,08 33,05 4
-2 1,84± 1,46 (31) 12,86 29,05 21 1,83± 0,89 (23) 13,61 35,50 15 1,13± 0,50 (16) 13,56 27,97 11
-1 1,46± 0,85 (39) 16,18 16,18 26 1,51± 0,99 (37) 21,89 21,89 25 1,18± 0,39 (17) 14,41 14,41 11
Tabela 37. Ocorrência média de Pressão de Queixo na Garupa e Lambida no Períneo recebidas a cada hora do
proestro imediato (dia –1) nos ciclos (n) das fêmeas Bos taurus indicus, freqüência em relação ao total de
cada ação recebida, freqüência acumulativa em relação ao total de cada ação recebida (ordem decrescente) e
freqüência em relação ao total de ciclos avaliados (150)
PRESSÃO DE QUEIXO NA GARUPA LAMBIDA NO PERÍNEO
H % em % em % em
O relação % relação % relação
R ao total acumulativa ao total % em relação acumulativa ao total
A de do total de ao total de do total de
PQGA de PQGA ciclos LPE recebida de LPE ciclos
S
médias (n) (dia –1) (dia –1) (150) médias (n) (dia –1) (dia –1) (150)
-24 1,00± 0,00 1 0,97 100,00 1 1,00 ± 0,00 2 5,71 100,00 1
-23 2,00± 0,00 1 0,97 99,03 1 1,00 ± 0,00 1 2,86 94,29 1
-22 2,00± 0,00 1 0,97 98,06 1 1,00 ± 0,00 3 8,57 91,43 2
-21 1,00± 0,00 1 0,97 97,09 1 1,00 ± 0,00 1 2,86 82,86 1
-20 1,00± 0,00 1 0,97 96,12 1 80,00
-19 1,00 ± 0,00 1 2,86 80,00 1
-18 77,14
-17 77,14
-16 1,00 ± 0,00 3 8,57 77,14 2
-15 68,57
-14 1,00± 0,00 1 0,97 95,15 1 1,00 ± 0,00 1 2,86 68,57 1
-13 2,00 ± 0,00 2 5,71 65,71 1
-12 60,00
-11 1,00± 0,00 4 3,88 94,17 3 60,00
-10 1,00 ± 0,00 4 11,43 60,00 3
-9 1,00± 0,00 7 6,80 90,29 5 1,00 ± 0,00 2 5,71 48,57 1
-8 1,33± 0,58 3 2,91 83,50 2 1,00 ± 0,00 2 5,71 42,86 1
-7 1,00± 0,00 2 1,94 80,58 1 37,14
-6 1,66± 0,03 6 5,83 78,64 4 2,00 ± 0,00 1 2,86 37,14 1
-5 1,00± 0,00 7 6,80 72,82 5 1,00 ± 0,00 2 5,71 34,29 1
-4 1,14± 0,36 14 13,59 66,02 9 1,00 ± 0,00 1 2,86 28,57 1
-3 1,36± 0,50 11 10,68 52,43 7 1,00 ± 0,00 4 11,43 25,71 3
-2 1,75± 0,97 12 11,65 41,75 8 1,00 ± 0,00 1 2,86 14,29 1
-1 1,45± 0,88 31 30,10 30,10 21 1,50 ± 1,00 4 11,43 11,43 3
5.8 O DIA DO ESTRO
Tabela 38. Número mínimo e máximo de ações recebidas nos ciclos das vacas Bos taurus indicus no período
do estro e número de ações recebidas pelo primeiro e segundo maior número de ciclos e as respectivas
frequências em relação ao total da ação recebida
Número mínimo da Número máximo da Nº da ação recebida Nº da ação recebida
ação recebida ação recebida num maior nº de ciclos pelo segundo maior
Ação
(N) (N) (N) número de ciclos
recebida
Nº de Nº de Nº de Nº de
(N) ciclos freq (%) (N) ciclos freq (%) (N) ciclos freq (%) (N) ciclos freq (%)
MONTA 2 1 1,32 98 1 0,66 29 9 5,92 4 8 5,26
TM 1 33 28,45 23 1 0,86 1 33 28,45 2 23 19,83
CACA 1 10 7,19 55 1 0,72 2 13 9,35 8 11 7,91
CHPE 1 30 25,21 13 2 1,68 1 30 25,21 2 20 16,81
LPE 1 38 38,38 13 1 1,01 1 38 38,38 2 17 17,17
PQGA 1 22 16,42 17 1 0,75 2 24 17,91 1 22 16,42
(N) – Número recebido da ação
O número mínimo e máximo das ações: animais receberam pouco de cada ação no dia
MONTA, TM, CACA, CHPE, LPE e PQGA do estro” (Tab. 90 - apêndice)
recebidas no dia do cio pela vaca alvo e o 5.8.1 CARACTERIZANDO O PERÍODO
número destas ações que foi recebido pelo DO ESTRO
maior e o segundo maior número de ciclos no Quantificando o recebimento de ações em
dia do cio, pode ser observado na Tab. 38. intervalos horários do cio, buscou-se
Para TM, CHPE e LPE (Tab. 38), o caracterizar a receptividade para CACA,
recebimento de uma única ação desta, foi PQGA, TM (Tab. 39), CHPE e LPE (Tab.40)
registrado num maior número de ciclos durante o estro. Com o início do cio, todas as
(n=33, 30 e 38, respectivamente) no estro, ações (exceto LPE) foram recebidas em mais
enquanto para CACA e PQGA, o de 20% dos ciclos avaliados dentro das duas
recebimento de duas destas ações foi a primeiras horas do cio.
ocorrência registrada num maior número de
ciclos, grupos compostos por 13 e 24
animais, respectivamente.
O número máximo e mínimo de montas
recebidas no dia do cio foi, respectivamente,
de 98 e duas. O número de montas recebidas
numa maior quantidade de ciclos foi de 29
montas, registradas em nove ciclos (Tab. 38).
Verificou-se que, com exceção da monta, as
demais ações da receptividade sexual foram
recebidas com baixa freqüência na maioria
dos ciclos, ou seja, “poucas fêmeas
receberam muitas ações, enquanto muitos
Tabela 39. Ocorrência média de Cabeçada na cabeça, Pressão de Queixo na Garupa e Tentativa de monta, a
cada hora do estro imediato (dia 0) nos ciclos (n) das fêmeas Bos taurus indicus, freqüência em relação ao
total de cada ação recebida, freqüência acumulativa em relação ao total de cada ação recebida e freqüência
em relação ao total de ciclos avaliados (150)
PRESSÃO DE QUEIXO NA
CABEÇADA NA CABEÇA GARUPA TENTATIVA DE MONTA
% % % em %
H
% em acumula acumula relaç acumula
O relaçã tiva tiva ão tiva
R o em % em % em em % em ao em % em
A ao relação relação relação relação relação total relação relação
S total ao total ao total ao total ao total ao total de ao total ao total
de de de de de de Tm de de
CACA CACA ciclos PQGA PQGA ciclos (dia TM ciclos
médias n (dia 0) (dia 0) (150) Médias n (dia 0) (dia 0) (150) médias n 0) (dia 0) (150)
1 1,95± 1,39 62 8,68 8,68 41 1,43± 0,81 40 8,75 8,75 27 1,43± 0,71 41 12,6 12,65 27
2 2,05± 1,60 55 7,70 16,39 37 1,43± 0,76 45 9,85 18,60 30 1,48± 0,87 30 9,26 21,91 20
3 2,16± 1,60 63 8,82 25,21 42 1,38± 0,36 33 7,22 25,82 22 1,41± 0,65 25 7,72 29,63 17
4 2,27± 1,79 64 8,96 34,17 43 1,56± 1,03 40 8,75 34,57 27 1,71± 1,45 20 6,17 35,80 13
5 2,13± 1,61 62 8,68 42,86 41 1,49± 0,87 37 8,10 42,67 25 1,63± 1,17 22 6,79 42,59 15
6 2,24± 1,83 70 9,80 52,66 47 1,55± 0,74 29 6,35 49,02 19 1,19± 0,48 26 8,02 50,62 17
χ 2,14 ± 1,64 (376)
A
1,47± 0,77 (225)
A
1,46± 0,85 (164)
A
7 2,06± 1,30 53 7,42 60,08 35 1,70± 1,17 27 5,91 54,92 18 1,29± 0,62 24 7,41 58,02 16
8 2,58± 3,30 50 7,00 67,09 33 1,62± 0,80 25 5,47 60,39 17 1,33± 0,73 20 6,17 64,20 13
9 2,58± 2,40 43 6,02 73,11 29 1,46± 0,74 32 7,00 67,40 21 1,20± 0,50 22 6,79 70,99 15
10 2,46± 1,97 45 6,30 79,41 30 1,29± 0,63 30 6,56 73,96 20 1,30± 0,72 19 5,86 76,85 13
11 2,26± 1,72 38 5,32 84,73 25 1,61± 0,89 20 4,38 78,34 13 1,47± 0,72 22 6,79 83,64 15
12 1,59± 1,01 31 4,34 89,08 21 1,29± 0,62 25 5,47 83,81 17 1,63± 0,74 9 2,78 86,42 6
χ 2,29 0,70 (260)
A
1,49 0,80 (159)
A
1,34 0,39 (116)
A
13 2,26± 1,76 20 2,80 91,88 13 1,26± 0,45 18 3,94 87,75 12 1,09± 0,30 12 3,70 90,12 8
14 1,93± 1,44 15 2,10 93,98 10 1,30± 0,48 11 2,41 90,15 7 1,00± 0,00 10 3,09 93,21 7
15 1,66± 0,86 11 1,54 95,52 7 1,75± 0,75 13 2,84 93,00 9 1,00± 0,00 8 2,47 95,68 5
16 2,28± 1,98 8 1,12 96,64 5 1,87± 1,12 9 1,97 94,97 6 1,00± 0,00 6 1,85 97,53 4
17 1,50± 0,55 7 0,98 97,62 5 1,83± 1,60 7 1,53 96,50 5 1,00± 0,00 5 1,54 99,07 3
18 1,50± 0,71 5 0,70 98,32 3 1,50± 1,22 7 1,53 98,03 5 2,00± 0,00 1 0,31 99,38 1
χ 1,95 1,24 (66)
B
1,54 0,81 (65)
A
1,05 0,08 (42)
A
19 1,00± 0,00 4 0,56 98,88 3 1,00± 0,00 3 0,66 98,69 2 1,50± 0,71 2 0,62 100,00 1
20 2,50± 0,71 3 0,42 99,30 2 1,00± 0,00 3 0,66 99,34 2
21 1,00± 0,00 3 0,42 99,72 2 1,00± 0,00 1 0,22 99,56 1
22 1,00± 0,00 2 0,28 100,00 1 1,00± 0,00 2 0,44 100,00 1
23
24
χ 1,38 0,17 (12)
B
1,00 0,00 (9)
B
1,50 0,71 (2)
A
50
recebidas
40
30 c c
c c
20 b,c
a,b
a
10
(p<0,05) 1a 2 3 4 5a6 7a8 9 a 11 mais de
Nº fêmeas em cio 12
Quando o lote em cio foi composto por até recebidas aumentou (p<0,05) quando o grupo
duas fêmeas em estro, o número de montas foi composto por cinco ou mais animais em
recebidas foi de 15,82±11,96 (n=22), relação aos grupos de uma a duas ou de três
aumentando, na presença de um maior fêmeas em cio. Não houve incremento ao
número de fêmeas em cio no grupo (Fig. 4). número de montas recebidas quando o grupo
Para três fêmeas o valor registrado foi de foi constituído por mais de quatro fêmeas em
21,42±15,33 (n=26); para 4: 25,77±13,55 cio. Estes resultados estão de acordo com os
(n=18), para 5 ou 6 vacas: 31,22±14,43 citados para Bos taurus, onde o número de
(n=27), para 7 ou 8: 30,52±13,35 (n=21), de montas recebidas aumentou com o número de
9 até11: 35,87±18,49 (n=16) e de 12 até 18 fêmeas em cio quando o grupo foi constituído
fêmeas em estro no lote o número de montas por até quatro animais, decaindo a partir de
recebidas foi de 36,3±23,96 (n=20). No fig. 4, então (Esslemont et al., 1980), fato que
visualiza-se a distribuição das montas discorda dos achados deste experimento,
recebidas de acordo com o número de fêmeas onde o número de montas para grupos com
em cio. Observa-se que quando o grupo foi mais de cinco fêmeas em cio, foi semelhante
constituído de quatro ou mais fêmeas em cio, ao de quatro fêmeas em estro.
o número de montas recebidas foi maior A atividade sexual aumenta com o aumento
(p<0,05) que quando o lote foi composto por do número de estros simultâneos e novos
uma ou duas fêmeas. O número de montas parceiros estimulam a atividade sexual
(Arave & Albrigth, 1981). Entretanto, grupos animal recebendo monta, em períodos
de apenas duas vacas demonstram pouco restritos de observação. Porém, o número de
interesse sexual, reduzindo a manifestação do fêmeas em cio não afetou somente o número
comportamento de estro (Alexander et de montas recebidas, mas também a duração
al.,1984). Hurnik et al., (1975) verificaram média do cio (Tab. 41). Desta maneira,
que o número médio de montas recebidas calculou-se o número médio de montas
para uma, duas e três fêmeas em cio foi, recebidas por hora de estro, considerando-se
respectivamente, de 11, 36 e 53 montas, o número de montas e a duração do cio dos
valores bem superiores aos encontrados neste diferentes lotes de fêmeas em estro (Fig. 5).
trabalho. Constatou-se, entretanto, que o número
médio de montas recebidas por hora de estro
Considerando-se que a duração média do cio
foi semelhante (p>0,05) entre os diferentes
foi de 12,44±4,81, a possibilidade de se
grupos de fêmeas em cio (1 a 2♀: 2,25±1,37
encontrar uma fêmea em cio seria maior
quanto maior fosse o número de fêmeas em h; 3♀:1,95±1,36 h; 4♀:2,11±0,96 h; 5 a 6♀:
estro no lote, já que aumentando-se o número 2,42±1,98 h; 7 a 8♀:2,39±1,17 h; de 9 até
de montas realizadas dentro de cada hora do 11♀: 2,37±1,18 h; de 12 até 18♀:2,70±1,79
cio, aumentaria-se a chance de visualizar um h).
3
de estro
0
(p>0,05) 1a 2 3 4 5a6 7a8 9 a 11 mais de
nº de fêmeas em cio 12
Tabela 43. Duração média dos ciclos estrais das fêmeas Bos taurus indicus
ANO 1 ANO 2
Gir (58) 20,68±2,78aA (57) 20,63±2,22aA
RAÇA Guzerá (33) 20,27±2,50aA (25) 20,76±1,89aA
A duração do ciclo estral foi semelhante entre uteólise natural (19,80±1,98) que para a
os dois anos experimentais (p>0,05), embora induzida (21,23±3,05), enquanto no Ano 2
tenha sido registrada a interação entre o tipo esta diferença não tenha sido registrada
de luteólise e o ano experimental. O ciclo (p>0,05). Os valores encontrados no presente
estral foi mais curto (p<0,05) no Ano 1 para a trabalho, para a duração do ciclo estral, estão
de acordo com os registrados para fêmeas Anos experimentais para vários pontos da
zebuínas, cuja variação citada é de 18 até 24 curva de P4 (Fig. 6). A concentração
dias (Plasse et al., 1970; Martinez et al., plasmática média da progesterona, foi
1984; Vaca et al., 1985; Hurnik & King, superior (p<0,05) no Ano 1 para os dias 2, 7,
1987; Mattoni et al., 1988; Valle et al., 1994). 9, 11, 12, 14, 16 e 18 do ciclo estral, em
relação ao Ano 2 (Tab. 44).
Os valores registrados para a progesterona
plasmática não foram semelhantes entre os
5,0
4,0
P4 ng/ml
3,0
2,0
1,0
0,0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
ANO 1 ANO 2 Dias do ciclo
4
P4 ng/ml
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
GIR GUZERÁ dias do ciclo
4
P4 ng/ml
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
GIR GUZERÁ
dias do ciclo
5.9.2 PROGESTRONA PLASMÁTICA entre o inverno e verão em ambos os anos
DAS FÊMEAS Bos taurus indicus NO experimentais(p<0,0001) sendo os valores de
A estação do ano afetou os valores da
INVERNO E NO VERÃO P4 superiores no inverno (Tab. 46,47 e 48).
progesterona plasmática sobretudo no Ano 1
(p<0,05).
Nas figuras 9 e 10, visualiza-se as curvas da Tabela 48. Concentração plasmática da
progesterona plasmática das fêmeas zebu no progesterona (ng/ml) no diestro de fêmeas Bos
inverno e no verão dos Anos 1 e 2, taurus indicus no inverno e verão dos Anos 1
respectivamente. (98/99)e 2 (99/00)
INVERNO VERÃO
Houve superioridade nos valores da P4 no ANO 1 4,11±2,22
aA
3,13±1,89
aB
inverno em relação ao verão nos dias: 2, 10, ANO 2 bA bB
3,26±1,96 2,54±1,67
12, 13, 14, 16, e 17 nos ciclos estrais do Ano a,b
– Médias com letras minúsculas distintas na mesma coluna
1 (98/99) (Tab. 46) e nos dias 4, 15, 17 e 18,
diferem (p<0,05)
do Ano 2 (99/00) (Tab. 47). A,B
–Médias com letras maiúsculas distintas na mesma linha
diferem (p<0,05)
Tabela 46. Valores da progesterona plasmática
(ng/ml) para os dias que apresentaram médias Os valores médios diários da progesterona no
diferentes entre o Inverno e o Verão do ANO 1 inverno e verão dos Anos 1 e 2 encontram-se
(98/99) respectivamente, nas tabelas 96 e 97 do
D INVERNO VERÃO
I
apêndice.
Valor de
A p Neste estudo, constatou-se a sazonalidade da
S Médias n médias n
2 0,48±0,54 18 0,24±0,51 23 0,007 progesterona plasmática das vacas zebuínas,
10 4,74±1,58 16 3,50±1,13 20 0,020 já que o efeito da estação manifestou-se nos 2
12 5,65±2,68 21 3,99±1,06 17 0,001 anos experimentais (Tab. 48).
13 5,43±1,99 20 3,65±1,59 0 0,001
14 5,32±1,63 20 4,13±2,13 19 0,049 Há controvérsias sobre as concentrações de
16 4,85±1,99 22 3,07±1,95 20 0,008 progesterona durante o ciclo estral nos
17 4,24±2,45 28 2,38±1,83 32 0,002
bovinos em condições tropicais nas diferentes
épocas do ano (Galina & Arthur, 1990).
Tabela 47. Valores da progesterona plasmática
Castellanos et al., (1984) registraram valores
(ng/ml) para os dias que apresentaram médias
diferentes entre o Inverno e o Verão do ANO 2 mais elevados de P4 nos meses de verão
(99/00) úmido, que no inverno seco em Cuba,
D INVERNO VERÃO somente para vacas da raça Holandesa, sem
I Valor de que esta característica fosse registrada nas
A p
S n n fêmeas zebu.
Médias médias
4 1,06±1,17 23 0,56±0,47 24 0,061 Um estudo realizado no México, com fêmeas
15 4,45±2,23 22 3,36±1,42 21 0,072
17 3,72±1,77 24 2,33±2,04 26 0,031 Indubrasil, sob nove meses de
18 2,66±1,79 24 1,68±1,77 20 0,048 acompanhamento dos valores séricos de
progesterona, não detectou efeitos da
Observa-se que nas duas estações climáticas, sazonalidade sobre os mesmos (Rubio et al.,
em vários pontos da curva de progesterona, a
1989). Manjarrez et al., (2000) estudando a
concentração de P4 foi diferente no diestro influência sazonal nos ciclos de fêmeas
Figura 9. Progesterona plasmática de fêmeas Bos taurus indicus nos
ciclos estrais do inverno e verão do Ano 1 (98/99)
6
4
P4 ng/ml
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Inverno Verão dias do ciclo
4
P4 ng/ml
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Inverno Verão dias do ciclo
Indubrasil, também no México e, secretam níveis anormais de esteróides na
acompanhando os animais durante as quatro fase estral e no diestro (Hansen & Arechiga,
estações do ano, não registraram diferenças 1999). Elevados níveis de progesterona,
quanto a sazonalidade sobre a P4 no diestro provavelmente, de origem da glândula
tardio (dias 13 a 15 do ciclo). adrenal, são detectados em animais sob
estresse durante o estro, níveis que podem
Ledezma et al., (1984) registraram tendência
inibir o pico de LH e impedir a ovulação
da progesterona 15 a 28% mais baixa nos
(Lee, 1993). No metaestro o estresse térmico
meses quentes, em relação aos mais frios. Já
proporciona aumento na concentração do
Lamothe-Zavaletha et al., (1991b),
estradiol-17 beta, enquanto a influência sobre
registraram concentrações de progesterona
os níveis da progesterona são controversos
mais elevadas em alguns dias do ciclo na
nesta subespécie durante a fase luteal
estação chuvosa, no entanto, o valor médio da
(Hansen & Aréchiga, 1999).
P4 no diestro foi semelhante entre esta
estação e a época da seca. No presente trabalho, verificou-se que os
valores níveis circulantes de progesterona
Randel, (1989) registrou maior concentração
foram detectados no verão. Entretanto, a
de progesterona nos corpos lúteos
associação deste evento com o estresse
desenvolvidos no inverno em relação aos do
térmico nas fêmeas zebu pode não ser
verão, em novilhas da raça Brahman, o
apropriada, pois a temperatura média durante
mesmo não sendo verificado nas mestiças
o período experimental, esteve dentro da
Holandês x Hereford. Segundo o autor, o pico
faixa de conforto térmico para animais Bos
de LH em novilhas Brahman é tardio em
taurus indicus, de 16 a 27º C (Johnston, 1963
resposta ao estradiol, quando comparado ao
apud Plasse et al., 1970). Além disso, as
de fêmeas Bos taurus e a maior produção de
vacas não estavam em lactação, estado
P4 no inverno poderia estar associada ao
fisiológico que pode comprometer a
menor pico de LH detectado nesta estação,
capacidade de termorregulação corporal nas
concluindo que a função do corpo lúteo e da
situações de temperatura e umidade elevada
pituitária de fêmeas zebu é moderada pela
(Berman et al., 1985).
estação do ano (Randel, 1989).
A maior concentração da P4 plasmática no
Por outro lado, Vahdat et al, (1979)
inverno pode sinalizar maiores taxas de
registraram que a progesterona pode ser
concepção nesta estação, embora esta
degradada pelas células vermelhas antes da
variável não tenha sido avaliada neste estudo.
centrifugação, sendo a elevada temperatura
Aproximadamente 25% da perda embrionária
ambiente um fator agravante à situação,
bovina ocorre durante as três primeiras
enquanto Owens et al., (1980) constataram
semanas de vida, assim a manutenção da
perdas de progesterona em amostras expostas
secreção de progesterona por um corpo lúteo
à temperatura ambiente. Embora tal
viável é fundamental para o início da
observação não deva ser desconsiderada, no
gestação (Peters, 1996). À partir do 13º dia de
presente experimento, cuidados foram
gestação, o embrião sinaliza sua presença ao
tomados para que as amostras de sangue
endométrio materno alterando o padrão de
ficassem em ambiente refrigerado até a
secreção da prostaglandina para que a
centrifugação.
gestação seja mantida (Thatcher et al., 1995),
Tem sido estabelecido que animais Bos até este momento, a concentração da
taurus, sob condições de estresse térmico, progesterona deve ser mantida
independentemente da presença do embrião disponibilidade de forragens, fato que pode
para que este sobreviva (Hansen & Aréchiga, estar influenciando a atividade reprodutiva e
1999). não a estação do ano (Manjarrez et. al, 2000).
Lamothe-Zavaletha et al., (1991b) sugeriram
Shelton et al., (1990) associaram menores
de acordo com o resultado de seus estudos
níveis plasmáticos de progesterona pós
que vacas Zebu bem nutridas apresentam
ovulatória com a subfertilidade.
melhor desempenho reprodutivo durante a
Caso esta relação seja válida para os ciclos do estação seca que na chuvosa.
inverno e do verão estudados, o embrião teria
Como a nutrição não foi fator limitante no
maiores chances de sobrevivência diante do
estudo, o efeito sazonal não pode ser
maior aporte de P4, que ocorreu no inverno,
confundido com a condição nutricional.
até que iniciasse seu alongamento e
Alterações sazonais ocorreram mediando a
secretasse interferón-tau sinalizando sua
função lútea e/ou a produção de progesterona
presença para a unidade materna (Thatcher et
extra luteal (p. ex. glândula adrenal) e/ou os
al., 1995; Hansen & Aréchiga, 1999). No
caminhos metabólicos da degradação da
entanto, o acasalamento de fêmeas no inverno
progesterona e talvez a função hipofisária.
poderia acarretar dificuldades no manejo pós-
parto na época de menor disponibilidade de 5.9.3 PROGESTRONA PLASMÁTICA
forragem. DAS FÊMEAS BOS TAURUS INDICUS
SOB ESTRO INDUZIDO OU NATURAL
De maneira contrária ao exposto tem sido
registrado para fêmeas zebu que as taxas de Para o tipo de luteólise também foram
concepção tendem a ser maiores no verão que verificadas diferenças em pontos da curva de
no inverno, período de maior quiescência P4, nos Ano 1 e 2, que refletiram padrões de
reprodutiva (Chenoweth, 1994). Por outro curvas diferentes no Ano 1 entre os tipos de
lado, Manjarrez et. al, (2000) comentaram luteólise (valores da P4, nas tabelas 98 e 99
que o fenômeno de estacionalidade do apêndice)
reprodutiva de dias longos nesta subspécie,
coincide com a época de maior
Figura 11. Progesterona plasmática nos ciclos advindos da luteólise natural
ou induzida de fêmeas Bos taurus indicus no Ano 1 (98/99)
6
4
P4 ng/ml
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Natural Induzida dias do ciclo
3,27±2,18 3,20±1,89
2 bA bA
a,b
– Médias com letras minúsculas distintas na mesma coluna
diferem (p<0,05)
A
–Médias com letras maiúsculas iguais na mesma linha
assemelham-se (p>0,05)
4
P4 ng/ml
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Natural Induzido dias do ciclo
Tabela 51. Valores da progesterona plasmática como neste trabalho, tais valores não
(ng/ml) para os dias que apresentaram médias influenciaram os valores da P4 no diestro,
diferentes entre os ciclos da luteólise natural e semelhantes entre os dois tipos de
induzida no ANO 2 (99/00) luteólise.
D TIPO DE LUTEÓLISE
I Natural Induzida Valor de p Os resultados acima descritos, indicam
A
S médias n médias n que apesar da evidente sazonalidade, a
15 4,81±1,98 16 3,33±1,71 26 0,008 variação individual influenciou os valores
20 0,91±2,02 8 1,84±1,79 22 0,022 da progesterona plasmática no ciclo
estral, visto haver diferenças entre os anos
experimentais. Tal observação decorre,
No ano 2, (Tab. 51) registrou-se uma
provavelmente, da não repetibilidade das
elevação atípica dos valores da P4 no dia 15
fêmeas em todas as etapas experimentais.
do ciclo natural, superior (p<0,005) aos do
induzido. Além disso, observou-se que a P4
decresceu rapidamente após o 15º dia na
luteólise natural (Fig. 12), atingindo valores
mais baixos (p<0,05) de P4 no dia 20 em
relação ao ciclo induzido. Apesar destas
diferenças, os valores da P4 no diestro foram
semelhantes (p<0,05) entre os dois tipos de
luteólise em ambos os anos experimentais
(Tab. 50).
Rubio etal., (1993) verificaram que os ciclos
naturais e induzidos apresentaram
concentrações diferentes de progesterona
plasmática em alguns dias do ciclo estral, e
131
6. CONCLUSÕES expressará plenamente os sinais
de estro;
Em relação ao comportamento sexual das
fêmeas multíparas Bos taurus indicus, das 9. A concentração da progesterona
raças Gir e Guzerá concluiu-se que: plasmática no proestro
influenciou negativamente a
1. Nos dias próximos ao estro as fêmeas atividade sexual, porém, no estro,
interagiram entre si, com a maioria não afetou o cortejo sexual;
tornando-se mais receptiva ao cortejo
sexual aproximadamente sete horas Em relação ao período de estro das
antes do cio, sendo o auge da fêmeas multíparas Bos taurus indicus, das
atividade sexual o período do estro; raças Gir e Guzerá concluiu-se que:
2. A vaca em cio, além de receber, 10. O número de montas recebidas
executou várias ações do foi distribuído de maneira
comportamento sexual em outras uniforme durante o período de
fêmeas; estro, não havendo picos de
receptividade para esta ação;
3. A receptividade à monta foi o melhor
indicador de estro; 11. O número de montas recebidas e
conseqüentemente a duração do
4. No estro, as fêmeas receberam estro foram influenciados pela
preferencialmente a monta, o presença de grupos de fêmeas em
pressionamento de queixo na garupa, cio, indicando que a
cheirada e lambida no períneo, sincronização do estro de no
enquanto interagiram cabeça com mínimo três fêmeas favorece a
cabeça, realizaram montas, tentaram sua detecção;
montar e pressionaram o queixo na
garupa das demais; Quanto os valores da progesterona
plasmática durante o ciclo estral das
O comportamento sexual foi influenciado por fêmeas Bos taurus indicus, multíparas das
variações individuais, raciais e sazonais para raças Gir e Guzerá concluiu-se que:
algumas das ações avaliadas, sobretudo no
estro, onde foi importante constatar que:
5. A receptividade à monta não foi 12. Os valores deste esteróide foram
influenciada pelas variáveis extremamente variados entre os
estudadas; indivíduos;
6. Vacas da raça Guzerá realizaram 13. Foi constatada sazonalidade para
menos montas no verão e receberam a progesterona plasmática, que
mais cheirada no períneo nesta teve seus valores elevados
estação que vacas Gir; durante o inverno;
7. O tipo de luteólise: induzida pela 14. Fatores raciais ou relacionados ao
prostaglandina ou natural não tipo de luteólise não
influenciou a atividade sexual; influenciaram esta medida;
8. O comportamento sexual não variou
com o tamanho do folículo pré O estudo forneceu informações
ovulatório, não permitindo importantes sobre o comportamento
reconhecer previamente se a fêmea sexual de multíparas zebuínas
confirmando que a aceitação da monta
132
constitui o sinal decisivo para determinar o
status reprodutivo da fêmea e por indicar
ações características do cortejo homossexual
que por estarem intimamente associadas ao
estro constituem ferramentas auxiliares para a
sua detecção. Permitiu constatar a
maximização da expressão do estro pelo
agrupamento de fêmeas em cio e registrar a
ocorrência da sazonalidade para os valores da
progesterona plasmática durante o ciclo
estral.
133
134
II- COMPORTAMENTO SEXUAL E CONCENTRAÇÃO DE PROGESTERONA DE
FÊMEAS ZEBUÍNAS (Bos taurus indicus) SUBMETIDAS À SUPEROVULAÇÃO, EM
DIFERENTES ESTAÇÕES CLIMÁTICAS
135
em agosto de 399,81±37,23 e 5,62±0,96, administração IM de 5 mg de Valerato de
respectivamente. Da estação Verão para o Estradiol (Estrogin ) (Fig. 13).
Inverno seis animais mantiveram a
condição corporal, dois perderam um ponto
na escala de escore, seis e dois animais
adquiriram um e dois pontos no escore
corporal, respectivamente (Tab. 53).
8.2 O EXPERIMENTO:
Os animais foram submetidos ao protocolo
de superovulação ovariana em duas
estações climáticas: verão e inverno do ano
de 2002.
O comportamento sexual, composto pela
receptividade e realização de ações pelas
fêmeas superovuladas foi avaliado nos dias:
–1, 0 e 1 do ciclo estral, sendo que o
período do estro, foi denominado dia zero
(0). Mensurou-se a progesterona
circulante, o desenvolvimento dos folículos
ovarianos em resposta ao tratamento
gonadotrópico, o momento da ovulação ao
ultra-som, os intervalos dos eventos
reprodutivos e o número de estruturas
recuperadas e viáveis obtidas (Fig. 16).
Para o acompanhamento da manifestação
do cio os animais foram agrupados em
piquete de 0,5 ha, com sombra natural
disponível, receberam sal mineralizado ad
libitum e capim Napier picado em dois
tratos diários.
8.3 SUPEROVULAÇÃO
As fêmeas tiveram seus ciclos
sincronizados com duas aplicações de 500
µg de Cloprostenol (Ciosin) IM
intervaladas de 11 dias (Fig. 13). Foi
considerado o cio base (dia 0) para o
protocolo de superovulação o cio advindo
da 2ª aplicação deste hormônio. As vacas
que não manifestaram o cio base,
receberam dispositivo intravaginal de
liberação controlada de progesterona (6 mg
de Norgestomed -CIDR ) aliado a
136
CIO BASE
Pgf 2 α Pgf 2 α OU
DIA 0
-11 0 1 2 3 4 (dias)
CIO ESPERADO
CIDR na ausência de
manifestação de estro
2
*Ciosin- Coopers
*CIDR –InterAg-Edvet HD
*Estrogin –Farmavet Veterinary Products LTDA
3
*Pluset – Serono Produtos Farmacêuticos LTDA
Figura 14. Esquema das doses hormonais e da retirada do CIDR utilizado no tratamento
superovulatório das vacas Gir em Fevereiro e Agosto do Ano de 2002
Dias Dose: 250 UI de FSH (*Pluset) em 5 ml de soro fisiológico distribuídos
de nos (n) ml abaixo:
Tratamento MANHÃ TARDE
1 0,8 0,8
2 0,7 0,7
3 0,5 0,5+750µg cloprostenol
4 0,5+ 250µg cloprostenol 0,5
+ retirada do CIDR
8.4 DETECÇÃO DOS CIOS E INSEMI- Para facilitar o registro das informações
NAÇÃO ARTIFICIAL sobre o comportamento animal, além do
número tatuado na garupa, cada fêmea
Os animais foram observados
recebeu uma faixa de tecido presa ao dorso
continuamente, a partir de 24 horas após a
com símbolos coloridos diferentes para
primeira aplicação da PgF2α do protocolo
cada vaca. Iluminação de baixa intensidade
superovulatório, para a identificação dos
foi utilizada para auxiliar na identificação
sinais de cio, sendo determinado como
da atividade noturna.
início e o término do estro, o momento
(h:m) da primeira e última aceitação da Foram registradas as seguintes abreviações
monta, respectivamente. (códigos) para os respectivos
comportamentos manifestados:
Os animais foram inseminados pela manhã
e a tarde quando identificados em cio,
sendo realizadas no total três inseminações
artificiais (IA) intervaladas de
aproximadamente 12 h. Quando da
detecção da ocorrência de ovulação nos
animais apresentados, a terceira
inseminação não foi realizada.
Para os dados quantitativos realizou-se Para estas ações (Tab. 54), verificou-se que
análise de variância e os testes T de Student com exceção da ação CHPE, as demais
e o de Tukey para a comparação de duas ou apresentaram valores semelhantes (p>0,05)
mais médias, respectivamente. no proestro e metaestro imediato, as quais
tiveram ocorrências médias inferiores ao
Utilizou-se a correlação de Pearson para o dia do estro (p<0,001). A ação CHPE
registro da associação entre as ações do apresentou os valores do metaestro
comportamento sexual, as avaliações ultra- imediato inferior (p<0,05) aos do proestro
sonográficas e a concentração da imediato e estro (Tab. 54 e Fig.. 27
progesterona plasmática. apêndice).
9. RESULTADOS E DISCUSSÃO
9.1 RECEPTIVIDADE SEXUAL
Tabela 54. RECEPTIVIDADE SEXUAL -Número médio de ações recebidas nos ciclos (n) das
fêmeas Gir superovuladas no proestro imediato (dia –1), no período do estro (dia 0) e no metaestro
imediato (dia 1)
Proestro (dia –1) Período do estro (Dia 0) Metaestro (dia 1)
AÇÕES RECEBIDAS
Médias (n) médias (n) médias (n)
Monta 39,09± 20,99 (32)
Cabeçada na cabeça 7,63 ± 4,76 B (24) 50,23± 26,27 A (30) 5,23± 3,29 B (23)
Cabeçada no pescoço 3,27 ± 3,09 B (22) 25,33± 13,72 A (30) 3,23± 2,19 B (21)
Cabeçada no flanco 4,71 ± 7,49 B (17) 15,06± 10,5 A
(30) 2,16± 1,72 B (18)
B A
Cheirada no períneo 3,83 ± 2,66 (29) 13,68± 7,83 (31) 2,78± 2,04 C (23)
Cabeçada no períneo 1,43 ± 0,85 B (14) 11,32± 6,84 A
(31) 1,36± 0,50 B (11)
B A
PQGA 1,87 ± 1,60 (15) 8,61± 7,19 (31) 1,81± 1,08 B (11)
Tentativa de Monta 3,55 ± 2,83 B (27) 6,17± 5,63 A
(30) 3,58± 2,98 B (24)
A,B,C- Letras maiúsculas distintas na mesma linha indicam efeito do dia avaliado, sendo p<0,001
Obs. Figuras ilustrativas do comportamento sexual no apêndice (fig. 30 a 35)
60
50
40
30
20
10
0
dias
-1 0 1
Monta PQGA Tentativa de Monta
Cabeçada na cabeça Cheirada no períneo Cabeçada no flanco
Cabeçada no períneo Cabeçada no pescoço
As ações recebidas pelas vacas Gir Enquanto Voh et al. (1987) registraram
superovuladas, no proestro, estro e número médio elevado de montas em
metaestro, sobretudo a monta durante o cio, fêmeas zebu, somente na estação chuvosa
foram superiores às registradas na literatura (51,2 montas/ estro).
para fêmeas Bos taurus indicus em ciclo
Um número elevado de montas na fêmea
natural (Orihuela et al., 1983; Mattoni et
em cio é registrado em vacas Bos taurus
al., 1988; Lamothe-Zavaletha et al., 1991a)
taurus, cujo número médio de montas
ou induzido pela PgF2α (Orihuela et al., recebidas esteve em torno de 45 (Galina et
1983; Voh et al., 1987;), semelhantes à de al., 1982) a 50 montas/estro (Esslemont et
fêmeas Bos taurus da raça Charolês sob cio al, 1976). Apesar dos ciclos das fêmeas do
induzido (Galina et al., 1982 ) e inferior à experimento I e II não serem
de vacas da raça Holandês em cio natural contemporâneos, o número de atitudes
(Esslemont et al, 1976). recebidas pelas fêmeas superovuladas foi
O principal componente da receptividade claramente superior ao do experimento 1
sexual avaliado nos estudos de (vacas gir e guzerá sob luteólise natural e
comportamento é a aceitação de monta no induzida) e em relação aos números da
dia do estro, que foi em média de 28,8 e 9,3 literatura consultada.
montas no estro natural, registrado por Registrou-se que o regime gonadotrópico
Lamote-Zavaletha et al., (1991) e Orihuela influenciou o comportamento sexual das
et al., (1988), respectivamente e de 18,1 vacas Gir, que interagiram amplamente no
montas/estro no ciclo induzido de fêmeas proestro, metaestro e principalmente no
zebu no México (Orihuela et al., 1983). Em estro, sendo receptivas à muitas ações
outros estudos, observou-se 9,2 montas no realizadas pelo grupo homossexual.
estro natural de fêmeas Bos indicus na
Etiópia (Mattoni et al., 1988) e 17,9 na Por outro lado, estes achados discordam
época da seca na Nigéria (Voh et al., 1987). dos de Coe & Allrich (1989) que
compararam estros induzidos pela PgF2α estabelecer uma relação inversa entre
com os superovulados, de novilhas da raça progesterona plasmática e comportamento
Holandesa. Apesar das novilhas exibirem sexual. Entretanto, não foi possível
concentrações plasmáticas de estradiol 17 β estabelecer uma associação entre níveis de
elevadas, o número médio de montas progesterona no estro e número de montas
recebidas foi semelhante (p>0,05) entre os recebidas (r=-0,08; p>0,1), nem uma
dois tipos de estro (63,00±7,00 vs. relação linear entre estas variáveis
75,00±8,00 montas para os ciclos induzidos (p<0,05).
ou superovulados, respectivamente).
Entretanto, os autores verificaram relação
linear positiva entre pico de estradiol e 9.1.1 ESTAÇÃO DO ANO E
número de montas aceitas, indicando que o RECEPTIVIDADE SEXUAL DE
aumento no estradiol endógeno promoveu VACAS GIR SUPEROVULADAS
aumento na receptividade sexual durante o Tanto a sazonalidade reprodutiva quanto a
estro. Coe & Allrich (1989) citaram que a influência da época do ano sobre o
elevação da progesterona plasmática nos comportamento sexual de fêmeas
ciclos superovulados pode ter atenuado a superovuladas não estão ainda bem
manifestação do comportamento sexual, estabelecidas nos bovinos.
igualando-os aos ciclos sob luteólise
induzida, em virtude de ser a progesterona, Nas vacas Gir superovuladas registrou-se
um potente bloqueador do comportamento diferenças (P<0,05) entre as duas estações
estral induzido pelo estradiol (Allrich, climáticas estudadas (Inverno e Verão),
1994). para algumas das ações sexuais recebidas
(Tab. 55).
No presente experimento, como os níveis
estrogênicos não foram dosados, buscou-se
Tabela 55. RECEPTIVIDADE SEXUAL – Número médio de ações recebidas por fêmeas Gir superovuladas
durante o proestro (dia –1), estro (dia 0) e metaestro (dia ) no inverno e verão de 2002.
AÇÕES RECEBIDAS ESTA Proestro (dia –1) Estro (dia 0 ) Metaestro (dia 1)
ÇÃO médias (n) médias (n) médias (n)
Monta Verão 36,69± 24,93 (16)
Monta Inverno 41,5± 16,65 (16)
B
Cabeçada na cabeça Verão 6,10 ± 3,60 (10) 34,78± 12,1 **A (14) 5,58± 3,2 B (12)
B
Cabeçada na cabeça Inverno 8,71 ± 5,30 (14) 63,75± 28,1 **A (16) 4,93± 3,45 B (14)
B
Cheirar períneo Verão 3,20 ± 2,08 (15) 10,26± 6,56 *A (15) 1,75± 1,29 *C (12)
B
Cheirar períneo Inverno 4,50 ± 3,10 (14) 16,87± 7,74 *A (16) 3,91± 2,17 *B (11)
B
Cabeçada no pescoço Verão 2,44 ± 1,33 (9) 16,64± 8,21 **A (14) 2,72± 2,20 B (11)
B
Cabeçada no pescoço Inverno 3,85 ± 3,83 (13) 32,93± 13,2 **A (16) 3,80± 2,14 B (10)
B
Cabeçada no flanco Verão 3,00± 2,61 (6) 8,50 ± 4,52 **A (14) 1,7± 1,57 B (10)
B
Cabeçada no flanco Inverno 5,64± 9,15 (11) 20,81 ± 11,0 **A (16) 2,75± 1,83 B (8)
B A
PQGA Verão 1,83± 1,70 (6) 7,86± 7,82 (15) 2,20± 1,30 B (5)
B A
PQGA Inverno 1,88± 1,05 (9) 9,31± 6,72 (16) 1,50± 0,83 B (6)
B A
Tentativa de Monta Verão 3,00± 1,60 (15) 5,64± 5,35 (14) 3,61± 3,52 B (15)
B A
Tentativa de Monta Inverno 4,25± 3,84 (12) 6,62± 5,99 (16) 3,54± 2,34 B (11)
** Presença de ** na mesma coluna, indica diferenças entre as duas estações climáticas estudadas, onde p<0,005
* Presença de * na mesma coluna, indica diferenças entre as duas estações climáticas estudadas, onde p<0,05
A,B,C - Letras maiúsculas distintas na mesma linha indicam efeito do dia avaliado, sendo p<0,01
No período do estro a aceitação da monta, estavam alojados os animais, que foi
de PQGA e de TM não foram influenciadas corrigido com a colocação de cascalho.
(P>0,05) pela estação climática. As demais Fatos como estes podem ter comprometido
ações apresentaram médias superiores a interação do grupo homossexual.
(p<0,05) no estro do inverno em relação ao
De maneira geral, animais Bos indicus
do verão, o mesmo ocorrendo para a atitude
manifestam o comportamento estral
cheirada no períneo também no metaestro
preferencialmente nos meses quentes
imediato (dia 1) (Tab. 55).
(Orihuela, 2000), enquanto fêmeas Bos
A superioridade das ações recebidas no taurus são mais susceptíveis ao estresse
inverno foram muito evidentes. Assim, com térmico, manifestando mais intensamente o
exceção de CHPE (dia 0 e 1), as demais estro nos meses de temperatura e umidade
ações foram recebidas mais que o dobro de mais amenas (Allrich, 1993).
vezes nesta estação em relação ao verão no
A não ocorrência de efeitos sazonais
estro (p<0,005) (Tab. 55).
(p>0,05) no recebimento das ações de
O maior recebimento de ações no inverno, monta, PQGA e TM, pode indicar serem
provavelmente, não está associada à estas ações mais representativas da
variações na temperatura e umidade receptividade sexual que as demais por não
ambiental, que foram aproximadas nas duas variarem de acordo com fatores ambientais,
estações. Porém, podem estar associadas às mas com os dias de proximidade do estro
chuvas de verão, capazes de prejudicar a (p<0,01).
interação dos animais, bem como as
atividades relacionadas ao estro (Vaca et
al., 1985). Na época das chuvas observou- 9.1.2 TIPO DE CIO DO PROGRAMA
se o acúmulo de lama no piquete onde SUPEROVULATÓRIO
Como nem todas as vacas responderam a CAFL (r = 0,46; p<0,01), CHPE (r = 0,45;
sincronização do cio base com a PgF2α, p< 0,01), PQGA (r = 0,47; p<0,01) e
naquelas, em que o cio base não pode ser MONTA (r = 0,42; p<0,01).
estabelecido, implantou-se um dispositivo Além de estar associada à CACA e CAPE,
intravaginal com progesterona (CIDR), de CHPE também esteve associada à PQGA (r
forma a mimetizar a presença do corpo = 0,54; p<0,001), e a MONTA associada às
lúteo. Como a presença deste progestágeno TM recebidas (r = 0,49; p< 0,01).
poderia influenciar o comportamento de
cio, estudou-se a influência do tratamento Estas associações, apesar de medianas, são
hormonal sobre a receptividade sexual. muito sugestivas da existência de um
Entretanto, para nenhuma das ações da padrão de comportamento para a
receptividade sexual, nos dias avaliados, abordagem da fêmea superovulada em cio.
foram detectadas diferenças (p>0,05) As atividades podem ocorrer de maneira
quanto ao tipo de sincronização utilizada. seqüencial, envolvendo a interação CACA,
CAPES, CAFL e CAPE, seguidas pela
realização de CHPE, PQGA, TM e
9.1.3 ASSOCIAÇÃO ENTRE AS finalmente a MONTA, ou de maneira
AÇÕES ESTUDADAS aleatória; porém, estas ações envolvidas
culminarão com a aceitação da monta pela
As ações cabeçada no pescoço e cabeçada
vaca em estro.
no flanco foram altamente correlacionadas
no proestro imediato (r =0,92; p<0,001). 9.2 AÇÃO INSTIGADORA DE VACAS
SUPEROVULADAS
No dia do cio várias atitudes recebidas
estiveram associadas entre si. As ações As vacas superovuladas pelo FSH exógeno
realizadas envolvendo a cabeça da vaca mostraram-se mais ativas no dia do cio
instigadora em determinadas regiões (p<0,05) que no proestro e metaestro
anatômicas da vaca alvo possuíram imediatos (Tab. 56), os quais tiveram
correlações medianamente positivas. A ocorrência média de ações realizadas
interação CACA esteve associada à CAPES semelhantes (p>0,05). A exceção se deu
(r = 0,45; p<0,01), à CAFL (r =0,70; para o pressionamento de queixo na
p<0,0001), à CAPE (r = 0,55; p<0,001) e a garupa, realizado com maior intensidade no
CHPE (r = 0,44; p<0,01), enquanto o proestro (dia -1) que no metaestro imediato
recebimento de cabeçada no períneo (dia 1) (p<0,05).
(CAPE) foi associada às ações recebidas:
Tabela 56. AÇÃO INSTIGADORA –Número médio de ações realizadas nos ciclos (n) das fêmeas Gir
superovuladas no proestro imediato (dia –1), no período do estro (dia 0) e no metaestro imediato (dia 1)
AÇÕES Proestro (dia –1) Período do estro (Dia 0) Metaestro (dia 1)
REALIZADAS Médias (n) médias (n) médias (n)
Monta 8,62 ± 8,02 B (21) 31,51± 19,59 A (31) 5,57± 7,01 B (14)
Cabeçada na cabeça 9,62 ± 9,46 B (26) 48,90± 28,65 A (31) 5,15± 4,77 B (27)
B A B
Cabeçada no pescoço 6,43 ± 7,58 (23) 22,70± 14,79 (30) 3,81± 2,80 (21)
Cabeçada no flanco 4,62 ± 6,97 B (26) 12,67± 13,39 A (30) 2,44± 2,01 B (18)
B A B
Cheirada no períneo 5,33 ± 6,06 (24) 15,00± 10,66 (31) 3,35± 3,80 (23)
Cabeçada no períneo 2,93 ± 2,98 B (15) 10,23± 7,88 A
(30) 1,75± 1,48 B (16)
B A B
Tentativa de Monta 5,32 ± 7,55 (22) 9,10± 6,57 (30) 2,65± 3,57 (17)
PQGA 4,66 ± 3,65 B (12) 8,45± 7,40 A
(29) 1,82± 1,47 C (11)
A,B,C - Letras maiúsculas distintas na mesma linha indicam efeito do dia avaliado, sendo p<0,001
60
50
40
30
20
10
0
-1 0 1 dias
Monta PQGA Tentativa de Monta
Cabeçada na cabeça Cheirada no períneo Cabeçada no flanco
Cabeçada no períneo Cabeçada no pescoço
80
70
60
50
40
30
20 * *
*
* * *
10
0
Recebidas Realizadas Recebidas Realizadas Recebidas Realizadas
P<0,05
DIA -1 ESTRO DIA 1
Monta CACA CAPES CAFL CHPE CAPE TM PQGA
Na figura 18 verifica-se a distribuição do com a cabeça, além de ser instigada,
número médio de ações recebidas e principalmente, pela interação CACA. De
realizadas, respectivamente, por vacas Gir acordo com os resultados, a maior
superovuladas no peri cio. evidência de fêmea no proestro imediato
será a observação da realização de monta,
Comparando-se as ações recebidas e
acompanhada pelas demais ações, que, no
realizadas (Fig. 18) pelas fêmeas
entanto, também podem ser indicativas de
superovuladas, verificou-se que o número
fêmeas no primeiro dia de metaestro.
médio de ações recebidas foi semelhante ao
número médio de ações realizadas em cada O estro da fêmea Gir superovulada foi
dia do periestro. Porém, atitudes como muito evidente, devido ao grande número
PQGA, no dia –1 e TM, nos dias 0 e 1, de ações recebidas e realizadas
foram distintas quanto ao receber ou (167,37±76,99 e 156,17±76,17;
realizá-las nestes dias (Fig. 18) (p<0,05). respectivamente, p>0,05). A vaca tornou-se
As vacas no proestro imediato (dia –1), hiper ativa e interagiu plenamente com o
interagiram mais (p<0,01) com as grupo homossexual, aceitando o cortejo e
companheiras pressionando o queixo na sobretudo a monta, que foi decisiva para
caracterizar o animal em estro.
garupa (4,66±3,65) (Tab. 56) do que
receberam esta mesma ação (1,87±1,60 - A atividade sexual geral das fêmeas Bos
Tab. 54). Tais fêmeas poderiam estar indicus superovuladas mostrou-se superior
“buscando” as companheiras em cio ao relatado na literatura para fêmeas desta
realizando PQGA, ao mesmo tempo em que subespécie sob ciclo natural ou induzido
aceitavam ou recebiam menos esta ação, (Galina et al., 1982; Orihuela et al., 1983;
justamente por não estarem em estro. Com Voh et al., 1987; Mattoni et al., 1988;
a chegada do cio, os animais passaram a Lamothe-Zavaletha, et al., 1991a). Visto
receber 4,6 vezes mais a ação PQGA em que o comportamento sexual é induzido
relação ao proestro (1,87±1,60 vs pela ação do estradiol nos núcleos
8,61±7,19; p<0,01), enquanto passaram a hipotalâmicos e que este esteróide exerce
realiza-la 1,8 vezes a mais que no proestro efeito tudo ou nada para liberação do GnRH
imediato (4,66±3,65 vs 8,45±7,40; p<0,05). e indução do comportamento sexual
(Allrich, 1994), a exacerbação da atividade
Registrou-se diferenças (p<0,05) entre o sexual das fêmeas superovuladas parece
número de TM (Fig. 18) recebidas e contraditória; porém, até o presente
realizadas no estro (6,17±5,63 vs momento, nem todos os caminhos cerebrais
9,10±6,57, respectivamente, tab. 54 e 56); regulatórios da ação esteróide sobre o
que podem ser explicadas, pelo fato das comportamento sexual foram definidos.
fêmeas em cio receberem muitas tentativas
de monta que serão bem sucedidas, A interação entre os hormônios esteróides e
culminando com a monta, enquanto sistemas monoaminérgicos (dopamina,
interagem com outras fêmeas que poderão noradrenalina e serotonina) exerce grande
estar em diversas fases da receptividade importância na integração do
sexual, como proestro e metaestro, as quais comportamento reprodutivo com a função
não serão receptivas às montas. gonadal. As monoaminas estão implicadas
no controle do comportamento sexual de
Pelos achados, pode-se dizer que a vaca Gir machos e fêmeas, sendo a interação entre
superovulada, na véspera do cio (dia –1), progesterona, estradiol e a noradrenalina
montou as companheiras em cio tentou responsáveis pela indução do reflexo de
montá-las, pressionou o queixo na garupa, imobilidade nas fêmeas. Os esteróides,
cheirou o períneo e instigou outras fêmeas sobretudo a progesterona e o estradiol
modulam a síntese das monoaminas, bem proporção de sítios de alta e baixa afinidade
como a afinidade e o número de receptores pelas monoaminas são alterados pelo
para estas substâncias (Fabre-Nys, 1998). tratamento esteróide, variando os efeitos de
acordo com a dose e a duração do
Sugere-se que a exposição prolongada e
tratamento (Fabre-Nys, 1998).
crescente a elevados níveis de estradiol
endógeno, proporcionados pelo
superovulação ovariana pelo FSH, tenha
9.4 ESTAÇÃO DO ANO E AÇÃO
influenciado o sistema monoaminérgico
INSTIGADORA DE VACAS GIR
cerebral (ou outros caminhos regulatórios)
SUPEROVULADAS
de forma a exacerbar o comportamento
sexual das fêmeas estudadas, uma vez que, A superioridade na realização de alguns
a concentração de receptores, bem como a comportamentos foi verificada no inverno
(Tab. 57).
Tabela 57. AÇÃO INSTIGADORA – Número médio de ações realizadas por fêmeas Gir superovuladas
durante o proestro (dia –1), estro (dia 0) e metaestro (dia ) no inverno e verão de 2002.
AÇÕES ESTA Proestro (dia –1) Estro (dia 0 ) Metaestro (dia 1)
REALIZADAS ÇÃO Médias (n) Médias (n) médias (n)
B A B
Monta Verão 9,77 ± 8,23 (9) 29,73± 19,57 (15) 9,60± 10,60 (5)
B A C
Monta Inverno 7,75 ± 8,11 (12) 33,18± 20,08 (16) 3,33± 2,83 (9)
B A B
Cabeçada na cabeça Verão 7,08 ± 9,93 * (12) 35,46± 14,33 * (15) 5,00± 5,76 (13)
B A C
Cabeçada na cabeça Inverno 11,79± 8,82 * (14) 61,50± 33,18 * (16) 5,29± 3,85 (14)
B A B
Cabeçada no flanco Verão 2,62 ± 4,09 * (13) 6,00± 3,35 * (14) 2,40± 2,37 (10)
B A C
Cabeçada no flanco Inverno 6,62 ± 8,71 * (13) 18,50± 16,10 * (16) 2,50± 1,60 (8)
B A B
Cheirar o períneo Verão 5,91 7,95 (12) 12,33 8,83 (15) 1,60 1,34 (5)
B A B
Cheirar o períneo Inverno 4,75 3,57 (12) 17,50 11,85 (16) 2,80 2,38 (5)
Cabeçada no
B
pescoço Verão 5,00 ± 6,39 (11) 15,29± 7,80 *A (14) 5,00± 3,63 B
(8)
Cabeçada no
B
pescoço Inverno 7,75 ± 8,59 (12) 29,19± 16,56 *A (16) 3,08± 1,98 B
(13)
B A B
Tentativa de Monta Verão 6,08 8,68 (12) 8,40 5,08 (15) 3,66 4,76 (9)
B A B
Tentativa de Monta Inverno 4,40 6,27 (10) 9,80 7,90 (15) 1,50 0,53 (8)
B A B
PQGA Verão 5,40 4,27 (5) 7,71 7,26 (14) 2,00 1,73 (7)
B A B
PQGA Inverno 4,14 3,38 (7) 9,13 7,70 (15) 1,50 1,00 (4)
A presença de na mesma coluna, indicam que as médias diferem entre as duas estações climáticas estudadas, onde p<0,005
** **
* A presença de
* na mesma coluna, indicam que as médias diferem entre as duas estações climáticas estudadas, onde p<0,05
A,B,C - Letras maiúsculas distintas na mesma linha indicam efeito do dia avaliado, sendo p<0,001
As ações: Monta, CHPE, TM e PQGA não são para fêmeas sob ciclos naturais ou
tiveram suas realizações variando com a induzidos pela PgF2α (Tab. 8 e 17),
estação climática, enquanto as ações fazendo-se ressalvas para a interação
CACA, CAFL (dias –1 e 0) e CAPES (dia Cabeça com cabeça, que apesar de variar
0) foram realizadas com superioridade no com a estação do ano teve sua ocorrência
inverno (p<0,05) em relação ao verão (Tab. altamente exacerbada no dia do estro, tanto
57), assim como foram mais recebidas no ciclo superestimulado (Tab. 54 e 56)
nesta estação (Tab. 55). quanto no natural ou induzido (Tab. 8 e 17).
Como verificado para a receptividade
sexual, a ocorrência média das atitudes
9.5 NÚMERO DE FOLÍCULOS
realizadas no inverno foi aproximadamente
OVARIANOS E COMPORTAMENTO
o dobro das realizadas no verão, sendo que
SEXUAL
neste as vacas realizaram aproximadamente
três vezes menos CAFL no estro (6,00±3,35 O número de estruturas ovarianas
vs 18,50±16,10; p<0,005) em relação ao detectadas pela ultra-sonografia no dia do
inverno. estro, variou de 1 a 35, quando somou-se a
leitura dos dois ovários. Assim, foi
No proestro imediato também foi registrada verificado se o número de folículos
a superioridade no inverno para as ações ovarianos influenciou o comportamento
realizadas: CACA e CAFL, sem que tal sexual das vacas Gir superovuladas. Para
situação fosse registrada no metaestro tal, estabeleceu-se classes de números de
imediato. folículos na tentativa de estudar uma
Como relatado para o efeito da estação na associação desta variável com as ações
receptividade sexual, a ocorrência de recebidas pelas vacas no proestro imediato
chuvas e/ou de problemas ocasionados por e no estro. Após o estabelecimento de
estas no piso do piquete podem ter quatro classes de número de folículos (Tab.
interferido na manifestação do 58) verificou-se que o número de estruturas
comportamento sexual no verão. ovarianas, neste experimento, não
influenciou o comportamento da
Foi importante constatar que a
receptividade sexual. Todas as ações
receptividade ou a realização de montas,
recebidas dentro de cada classe de número
cheirar o períneo, pressão de queixo na
de folículos foram somadas e comparadas
garupa e tentativa de monta não foram
entre si, sem que se constatasse qualquer
influenciadas pela época do ano, enquanto o
associação entre as variáveis (p>0,05),
cortejo envolvendo interações da cabeça
tanto no proestro quanto no estro e
com outras regiões do corpo tiveram suas
metaestro. Na tabela 58, encontram-se as
ocorrências vulneráveis às condições
classes do número de folículos e o número
ambientais. O fato indica que a Monta,
médio total de ações e montas recebidas
cheirar o períneo, PQGA e a TM podem ser
dentro de cada classe, no dia do estro (0).
ações mais informativas do comportamento
sexual de fêmeas superovuladas, como o
Tabela 58. Classes de número de folículos ovarianos detectados ao ultra-som no dia do estro e número
médio do total de ações e montas recebidas dentro de cada classe no dia do cio de vacas Gir
superovuladas
Classe de número de folículos (n) Total de ações recebidas Montas recebidas
(Média) (Média)
Classe 1
(8) 136,75 ± 98,01 33,13 ± 26,02
(1 até 8 folículos)
Classe 2
(10) 176,20 ± 73,79 44,33 ± 21,30
(9 até 11 folículos)
Classe 3
(6) 185,33 ± 81,83 46,33 ± 23,81
(12 até 19 folículos)
Classe 4
(8) 173,88 ± 58,67 33,12 ± 11,06
(20 até 35 folículos)
Não houve diferença entre a classe de número de folículos e o número de ações recebidas (p>0,05)
Como para o recebimento das ações ovários sobre o total de ações realizadas,
associadas ao comportamento sexual, não tanto no proestro, quanto no estro e
registrou-se na ação instigadora (Tab. 59) metaestro (p>0,05).
influência do número de folículos nos
Tabela 59. Classes de número de folículos ovarianos detectados ao ultra-som no dia do estro e número
médio do total de ações e montas realizadas dentro de cada classe no dia do cio de vacas Gir
superovuladas
Classe de número de folículos (n) Total de ações realizadas Montas realizadas
(Médias) (Médias)
Classe 1
(8) 109,62 ± 84,93 21,57 ± 15,28
(1 até 8 folículos)
Classe 2
(10) 164,80 ± 55,66 34,00 ± 26,02
(9 até 11 folículos)
Classe 3
(6) 175,66 ± 57,49 41,50 ± 13,60
(12 até 19 folículos)
Classe 4
(8) 177,25 ± 93,38 29,62 ± 15,61
(20 até 33 folículos)
Não houve diferença entre a classe de número de folículos e o número de ações realizadas (p>0,05)
80
dia do cio
60
40
20
0
p>0,05 1 2 3 4 5 6 7 8
Nº de fêmeas em estro
60
Nº médio de montas
50
40
30
20
10
0
(p>0,05) 1 2 3 4 5 6 7 8
Nº de vacas em estro
Tem sido registrado que o agrupamento de noturno ou nas primeiras horas da manhã
fêmeas em estro pode favorecer a (Orihuela, 2000).
manifestação do comportamento sexual
O número de montas recebidas pelas vacas
(Willianson et al., 1972; Kilgour et al.,
Gir superovuladas, apesar de não ter
1977; Hurnik, 1987; Medrano et al., 1995;
variado quanto à estação climática nem
Orihuela, 2000). Entretanto, no presente
quanto a utilização do CIDR, apresentou
trabalho, não foi possível estabelecer esta
ocorrência distinta entre noite e dia, para
relação para fêmeas da raça Gir
algumas destas variáveis.
superovuladas, embora os resultados
tenham indicado uma possibilidade de tal No verão não houve distinção entre número
associação. de montas recebidas durante o dia ou noite
(p>0,05), enquanto no inverno o número de
O número de montas recebidas pela
montas recebidas foi maior (p<0,05)
doadora da raça Gir não foi influenciado
durante o dia (Tab. 60). Além disso,
pela estação do ano, nem pela presença ou
observou-se interação entre número médio
ausência do CIDR durante o regime
de montas recebidas durante o dia ou noite
gonadotrópico (p>0,05).
entre as estações do ano. Durante o dia a
receptividade média à monta foi superior
9.6.2 MONTAS NOTURNAS E (p<0,05) no inverno (30,73±18,72) em
DIURNAS relação ao verão (17,35±14,15), enquanto
para as montas noturnas a situação
A maioria das informações publicadas inverteu-se, de forma que o número médio
sobre animais zebuínos indica que o de montas recebidas no verão
comportamento de cio ocorre, (22,66±15,64) foi superior (p<0,05) àquelas
preferencialmente, durante o período do inverno (11,86±6,48).
Tabela 60. Número médio de montas recebidas pelas fêmeas da raça Gir superovuladas pelo FSH no
período noturno e diurno no Verão e no Inverno de 2002
Número médio de montas recebidas
PERÍODO
VERÃO INVERNO
DIURNO
17,35 ± 14,15aA (14) 30,73 ± 18,72aB (15)
(6 às 18 h)
NOTURNO
22,66 ± 15,64aA (15) 11,86 ± 6,48bB (14)
(18 às 6 h)
a- Letras minúsculas distintas na mesma coluna diferem (p<0,05)
A,B- Letras maiúsculas distintas na mesma linha diferem (p<0,05)
Os resultados assemelham-se aos de Gir superovuladas tenha sido mais intenso
Mattoni et al., (1988) que verificaram em durante o dia, quando a temperatura
fêmeas Bos indicus em ciclo natural, ambiente proporcionou melhor conforto
atividade de monta diurna mais evidente térmico aos animais.
durante a estação seca em relação às montas
Para os animais que tiveram o cio induzido
noturnas (62,5% vs 37,5%,
apenas pelas duas aplicações de
respectivamente), embora maior atividade
prostaglandina, o número de montas
diurna de montas na estação chuvosa
diurnas foi superior (p<0,05) ao de montas
também tenha sido registrada pelos autores
noturnas, enquanto para as fêmeas que
(56,5% diurna vs 43,5% noturna).
receberam CIDR o número de montas
Observou-se, no presente trabalho, que no recebidas foi semelhante (p>0,05) entre os
dia do estro, com exceção da monta, PQGA dois períodos (Tab.61). As fêmeas que
e tentativa de Monta, a maior receptividade utilizavam CIDR receberam um maior
às ações sexuais ocorreu no inverno (Tab. número de montas noturnas (P<0,05) que às
55), que o número de montas recebidas que não receberam o dispositivo (Tab 61),
durante o dia foi maior no inverno (Tab. sem que houvesse uma explicação coerente
60) e que a receptividade à estas ações para o fato.
foram associadas. Diante destas
Não foi registrada interação (p>0,05) entre
constatações, sugere-se que devido às
estação climática e o uso ou não do CIDR
menores temperaturas noturnas durante o
sobre a ocorrência de montas diurnas e
inverno, o cortejo homossexual das fêmeas
noturnas.
Tabela 61. Número médio de montas recebidas pelas fêmeas da raça Gir superovuladas pelo FSH no
período noturno e diurno sob cio induzido apenas pela PgF2α e pela PgF2α mais a retirada do CIDR
Número médio de montas recebidas
PERÍODO Após a dupla aplicação de Após a dupla aplicação de
PgF2α PgF2α e retirada do CIDR
DIURNO
26,13 ± 18,17aA (15) 22,36 ± 17,69aA (14)
(6 às 18 h)
NOTURNO
11,35 ± 6,19bA (14) 23,13 ± 15,38aB (15)
(18 às 6 h)
a
- Letras minúsculas distintas na mesma coluna diferem (p<0,05)
A,B- Letras maiúsculas distintas na mesma linha diferem (p<0,05)
As menores médias registradas para o A correlação entre a P4 e o total de ações
número de montas recebidas em ambas as recebidas e realizadas não foi significativa
estações climáticas (Tab. 60) e programas (r=-0,10 e r=-0,09; p>0,1, respectivamente)
de indução do cio (Tab. 61) nos períodos não sendo possível, assim, identificar
avaliados, ocorreram à noite, de forma que associação entre estas variáveis.
a época do ano ou o protocolo utilizado não
Nas tabelas 62 e 63, verifica-se a
limitaram o número médio de montas
distribuição das ações recebidas e
ocorridas durante o dia, indicando que
realizadas de acordo com a classe de
programas de detecção de cio diurnos
progesterona, respectivamente.
podem permitir a identificação do cio de
vacas Gir superovuladas. O número de ações realizadas variou com o
dia da receptividade sexual, sem variar
entre as classes de progesterona (Tab. 63).
9.7 PROGESTERONA PLASMÁTICA
E COMPORTAMENTO SEXUAL
Tabela 62. Número médio do total de ações RECEBIDAS pelas vacas Gir superovuladas de acordo com a
progesterona plasmática
Classes de Progesterona Proestro (dia –1) Estro (dia 0) Metaestro (dia 1)
ng/ml (n) Média (n) Média (n) Média
1
(9) 17,44±11,89 aB
(22) 119,59±76,36 aA
(13) 16,54±10,43aB
(0 até 1)
2
(13) 19,00±9,88aB (8) 176,00±58,26aA (12) 17,33±6,94aB
(acima de 1)
a -médias com letras minúsculas iguais na mesma coluna assemelham-se (p>0,05)
A,B – médias com letras maiúsculas distintas na mesma linha diferem (p<0,01)
Tabela 63. Número médio do total de ações REALIZADAS pelas vacas Gir superovuladas de acordo com
a progesterona plasmática
Classes de Progesterona Proestro (dia –1) Estro (dia 0) Metaestro (dia 1)
ng/ml (n) média (n) média (n) média
1
(9) 38,00±45,26 aB
(22) 154,36±82,43 aA
(13) 16,46±11,22aC
(0 até 1)
2
(13) 34,15±30,15aB (8) 159,50±58,61aA (12) 23,91±26,27aB
(acima de 1)
a -médias com letras minúsculas iguais na mesma coluna assemelham-se (p<0,05)
A,B
- médias com letras maiúsculas distintas na mesma linha diferem (p<0,05)
As ações sexuais realizadas pelas vacas Gir (r=0,44; p<0,05). (Obs: Dia 0=dia do início
superovuladas não variaram com os valores do regime superovulatório). Duas fêmeas
da progesterona plasmática (Tab.63), mas não responderam a superovulação, uma no
somente com os dias de proximidade ao inverno e outra no verão. Provavelmente, a
estro, no qual as ações foram mais intensas ausência de resposta deveu-se ao dia
(p<0,01). inadequado de início do tratamento com o
FSH nestes animais, já que o maior folículo
Os resultados indicam não ser possível
ovariano presente continuou seu
estimar o grau de atividade sexual de
desenvolvimento até a ovulação. A
fêmeas superovuladas baseando-se apenas
presença de um folículo dominante ao
nos valores da progesterona plasmática.
início do tratamento gonadotrófico tem sido
Assim, a dosagem do estrógeno, além da
reconhecida como redutora da resposta
progesterona, parece ser fundamental para
superovulatória por vários autores (Grasso
estabelecer associações entre esteróides
et al., 1989; Guibalt et al., 1991; Huhtinem
ovarianos e comportamento sexual em
et al., 1992; Stock et al., 1996), enquanto há
resposta ao FSH exógeno. Estudos da ação
registros de que sua presença não interfere
estrogênica sobre os centros hipotalâmicos
nos resultados (Wilson et al., 1990;
de fêmeas sob ciclo natural, induzido ou
Rajamahendran & Calder, 1993; Santiago
superestimulado parecem ser essenciais
et al., 2002). Por outro lado, uma única
para a compreensão dos mecanismos
avaliação dos ovários para determinar o
regulatórios associados ao comportamento
diâmetro do maior folículo ovariano, no dia
sexual.
do início da superovulação, não permite
concluir a fase funcional do folículo
9.8 AVALIAÇÃO DA RESPOSTA AO dominante (Driancourt, 2001). Segundo
FSH PELA ULTRA-SONOGRAFIA Sunderland et al., (1994) deve-se associar
aos exames ultra-sonográficos a dosagem
O número médio de estruturas ovarianas das concentrações intrafoliculares do
ovuladas (registro do número de folículos estradiol e da progesterona para distinguir
que havia antes do início das ovulações os folículos dominantes dos não
menos o número de folículos que restaram dominantes.
nos ovários após as ovulações) foi
correlacionado positivamente (p<0,01) com A alta correlação, registrada no presente
as avaliações dos ovários no terceiro dia de trabalho, entre o número médio de
aplicação do FSH (r=0,47), no 4o dia do estruturas ovuladas e a avaliação dos
FSH (r=0,86), no 5o dia ou dia do estro ovários no 4o e 5º dia (dia do estro) do
(r=0,90) e com o número de estruturas tratamento FSH, de 86,2% e 89,61%,
recuperadas quando da coleta dos embriões respectivamente, pode ser útil para predizer
a resposta ao tratamento superovulatório Onde:
num programa de transferência de
US no 5º dia= A soma do número de
embriões, por oferecer uma perspectiva do
folículos de ambos os ovários visualizados
número de folículos que irão ovular.
pela ultra-sonografia no 5º dia do programa
No presente experimento, as primeiras superovulatório (dia do estro da doadora);
inseminações de alguns animais foram
Para cada folículo detectado nos ovários
realizadas no 5o dia pela manhã ou à tarde,
das fêmeas Gir superovuladas no momento
já que estas foram realizadas quando da
da inseminação artificial ou durante o estro,
identificação das doadoras em cio. Desta
0,66±0,63 folículos foram ovulados.
maneira, a avaliação dos ovários no
momento da primeira IA ou da detecção do Assim, para fêmeas da raça Gir
cio da doadora, pode ser útil no programa superovuladas, segundo a equação linear
de TE para determinar o número de acima, pode-se, por exemplo, esperar, que
estruturas com potencial ovulatório, já que quando detectados 10 folículos nos ovários
exames contínuos de ultra-som para a no momento da IA, aproximadamente 7
detecção do momento da ovulação são (6,8) folículos serão ovulados.
trabalhosos e pouco práticos para serem
O número médio, mínimo e máximo de
adotados na rotina de um programa de
folículos detectados, de folículos ovulados,
transferência de embriões.
bem como o número de embriões
De acordo com a equação linear (R2=0,80; recuperados e viáveis, após avaliação
CV= 31%; p<0,0001): ultrassonográfica no 1o e no 5o dia do
programa superovulatório, podem ser
observados na tabela 64. Estas variáveis
Nº de estruturas ovuladas=0,083+0,66 (US não foram influenciadas (p>0,05) nem pela
no 5º dia) estação climática, nem pela utilização do
CIDR.
Tabela 64. Número de folículos ovarianos no início do tratamento FSH e no dia do estro à ultra-
sonografia, número de folículos ovulados, estruturas recuperadas e embriões viáveis de fêmeas Gir
superovuladas com FSH-p (média, mínimo e máximo)
Avaliações (n) Média Mínimo Máximo
Nº de folículos ovarianos no início do tratamento FSH (32) 11,78±6,21 2,00 30,00
Nº de folículos ovarianos no dia do estro (30) 14,10±8,83 2,00 35,00
Nº de folículos ovulados (29) 9,55±6,54 1,00 27,00
Nº estruturas recuperadas na coleta de embriões (27) 4,48±4,37 0 17,00
Nº de embriões viáveis (25) 3,51±2,85 0 11,00
Ushinohama et al., (1998) registraram, no 5º dia, aproximadamente 120 horas do
estudando a dinâmica folicular de vacas programa superovulatório, foi realizada
superovuladas da raça Japanese black, que contando-se apenas os maiores folículos
folículos com mais de 5 mm emergiram a ovarianos, desprezando-se as estruturas de
partir de 24 horas e atingiram o pico de menor diâmetro que destoavam do grupo de
emergência às 36 horas do programa folículos. Assim, os folículos contados
superovulatório. Os folículos ovulatórios foram, provavelmente, aqueles que
emergiram maiores do que 5 mm até as 84 emergiram antes das 84 horas do protocolo
horas do protocolo, ao passo que folículos de acordo com o estudo de Ushinohama et
que emergiram entre 84 e 96 horas foram al., (1998).
menores ao momento da ovulação, não
O número de folículos sensíveis ao FSH
chegando a ovular. A avaliação dos ovários
nos ovários varia mais que 20 vezes entre
fêmeas. Além disso, as características máxima (Barros & Nogueira, 2001). Como
morfológicas dos folículos ovulatórios, o no presente trabalho, as doses utilizadas de
tamanho, o número de folículos ou de FSH foram de 250 UI, a síndrome da
células da granulosa por folículo num superovulação, provavelmente, não foi o
mesmo animal, pode variar de 3 a 4 vezes fator responsável pela não ovulação de
(Driancourt, (2001). Estas situações são todas as estruturas presentes no ovário, já
capazes de gerar variações nas respostas que esta dosagem está abaixo da
superovulatórias entre fêmeas e no número recomendada pelo fabricante para animais
de estruturas recuperadas em relação a Bos indicus (de 350 a 450 UI, Pluset).
avaliação ultra-sonográfica. Santiago et al., (2002) não verificaram
Não houve correlação (p>0,05) entre a efeitos da superovulação dos ovários com a
leitura do 5º dia e o número de estruturas utilização de 250 UI ou 500 UI de FSH em
coletadas e ou viáveis, mas registrou-se um programa superovulatório envolvendo
correlação média (r = 0,44 – p<0,05) entre novilhas da raça Nelore. No entanto,
o número de folículos ovulados e estruturas verificaram que a menor dose de FSH
recuperadas. A ausência de correlação entre proporcionou resultados menos variáveis no
leitura ao US e estruturas recuperadas na que se refere à produção de embriões
coleta pode ser justificada pelo grande viáveis. Segundo Driancourt (2001), a
número de interferências que cercam uma busca de respostas ovulatórias máximas
coleta de embriões. Dentre elas, vale num animal, geralmente, são associadas
salientar os problemas inerentes ao animal com inúmeros problemas, como reduzida
que comprometem o lavado do útero qualidade embrionária e baixo número de
(presença de muco e ou pus, temperamento folículos que ovulam (Driancourt, 2001).
do animal, cérvix tortuosa, etc) e problemas Falhas na ovulação podem ser
na lavagem uterina (flushing inadequado, conseqüência da menor resposta folicular
recuperação parcial do líquido introduzido, ao LH e/ou pela produção de fatores
presença de sangue no líquido recuperado, inibidores do pico de gonadotropinas
etc). Alvarez et al., (1997) relataram que (Gnsif) pelos maiores folículos em
oócitos perdidos na cavidade abdominal e crescimento (Driancourt, 2001).
embriões retidos no oviduto são Ovulações prematuras durante o tratamento
responsáveis por parte da variação na taxa com FSH podem originar corpos lúteos
de recuperação de embriões de vacas prematuros que irão secretar baixos níveis
superovuladas; ainda Santiago et al, (2002) de progesterona no período do estro
citaram que ovulações tardias, obstruções e esperado, comprometendo o pico pré
trânsito lento na tuba uterina podem ovulatório de LH e as ovulações (Barros e
constituir fatores capazes de reduzir a taxa Nogueira, 2001). O conteúdo de LH do
de recuperação embrionária. preparado FSH pode elevar os níveis de
Anormalidades na ovulação são progesterona plasmática precocemente
relacionadas à ovulação prematura de antecipando o pico de LH, induzindo a
grandes folículos ovarianos, a síndrome da ovulação dos maiores folículos e
superovulação ou dose gonadotrópica comprometendo a ovulação dos demais
exacerbada e a luteinização de folículos não (Kafi &McGowan, 1997). Por outro lado, a
ovulados (Kafi &McGowan, 1997). falta de sincronia no crescimento folicular
pode permitir que grandes folículos
Estudos no zebu indicam que esta respondam ao pico de LH, ovulando,
subespécie pode requerer menores enquanto a maioria dos folículos
quantidades de FSH que animais Bos (principalmente os menores) permanecem
taurus para exibir resposta superovulatória nos ovários por não possuírem maturidade
suficiente para responder ao pico de LH dominante e extrínsecos
(D’occhio et al., 1999; Barros e Nogueira, como:sazonalidade, condições ambientais,
2001). nutrição, infecções subclínicas, repetidas
superovulações e variações na pureza dos
As leituras realizadas nos ovários no 1º e 2º
preparados gonadotróficos são fatores que
dia do FSH foram correlacionadas entre si
afetam a resposta ovulatória. Por outro
(r=0,59, p<0,001), embora não estivessem
lado, anormalidades do desenvolvimento
associadas à eventos importantes como o
folicular e da maturação dos oócitos, da
número de folículos ovulados (r=0,07 e
ovulação, do transporte espermático e nos
0,34, respectivamente; p>0,05). Singh et
níveis de hormônios ovarianos e da
al., (1995) também não encontraram
pituitária constituem problemas associados
correlação entre número de folículos
com a superovulação dos bovinos (Kafi &
presentes no início do tratamento com FSH
McGowan, 1997).
e número de ovulações. Purwantara et al.,
(1993) registraram que o número total de O número médio de estruturas recuperadas
folículos nos ovários ao início do na coleta dos embriões foi de 4,48±4,37,
tratamento gonadotrópico, foi menor que no das quais 3,51±2,85 eram viáveis.
período de estro, pois folículos não Registrou-se correlação positiva (p<0,0001)
detectáveis nos ovários cresceram e entre estruturas recuperadas e o número de
tornaram-se grandes folículos, já que os pré embriões viáveis, de 84,5%.
antrais, maiores que 1,7 mm são mais
sensíveis a estimulação gonadotrópica que A estação do ano e a utilização do CIDR
folículos de maior diâmetro. não influenciaram (p>0,05) o número de
estruturas recuperadas (verão: 4,71±4,74 e
Outras correlações detectadas não foram inverno: 4,18±3,97) (ciclo sem CIDR:
importantes do ponto de vista operacional 4,43±4,68 e com CIDR: 4,55±3,90) e
para um programa de TE (quadro de viáveis (verão:3,28±3,09 e inverno:3,77
correlações no apêndice).
±2,65) (ciclo sem CIDR: 3,21±3,16 e com
De acordo com os resultados encontrados, CIDR :3,81±2,44). Andrade et al., (2002b)
não foi possível predizer a resposta ao utilizaram o CIDR em diversas fases do
programa superestimulatório nas primeiras ciclo estral de fêmeas Nelore submetidas ao
avaliações ultra-sonográficas, o que protocolo de superovulação e verificaram
permitiria racionalizar a utilização da que a associação de hormônios esteróides
gonadotropina exógena. A ausência de ao protocolo não trouxe prejuízos à taxa de
correlação entre a avaliação ultra- recuperação embrionária. Pelo contrário, foi
sonográfica dos ovários e a qualidade útil por permitir a redução no intervalo de
embrionária concorda com os achados de colheitas de uma mesma doadora e por não
Desaulniers et al., (1995), embora depender do conhecimento prévio do estro
Kawamata (1994) tenha sugerido que uma para o início do regime superestimulatório.
única avaliação dos ovários antes do início Nogueira et al., (2002) registraram, também
da superovulação para detectar folículos de em fêmeas Nelore superovuladas, que a
3 a 6 mm possa predizer a resposta manutenção do CIDR de 48 até 60 horas
superovulatória. após a administração da PgF 2 alfa não
9.9 NÚMERO DE ESTRUTURAS acarretaram efeitos detrimentais na
RECUPERADAS E EMBRIÕES quantidade ou qualidade dos embriões
VIÁVEIS recuperados.
Fatores intrínsecos como: raça, idade, status O número médio de embriões viáveis
lactacional e presença do folículo coletados por doadora é variável na
literatura, entretanto, raramente ultrapassa a
faixa de três a sete transferíveis por doadora técnica de transferência de embriões em
(Gordon, 1996), variação na qual se bovinos (Kafi & Mcgowan, 1997;
encontram os resultados deste trabalho. D’Occhio et al., 1999; Price et al., 1999;
Para fêmeas da raça Nelore, utilizando 250 Barros & Nogueira, 2001; Driancourt,
UI de FSH, Santiago et al. (2002) e Molina 2001).
& Saturnino, (1993) obtiveram 4,16 e 5,4
embriões viáveis, respectivamente,
enquanto Visintin et al., (1999) utilizando 9.10 INTERVALO DE OVULAÇÃO
350 UI obtiveram 5,20 transferíveis. Da DOS FOLÍCULOS OVARIANOS
mesma forma, Gradela et al., (1996) A estimulação ovariana com o FSH resulta
utilizando 22 mg de FSH obtiveram 5,23 no aumento do número de folículos em
embriões viáveis. Andrade et al., (2002b) crescimento nos ovários, dos quais
avaliando diversos protocolos com a geralmente 70% ovulam dentro de 24 a 48
utilização do CIDR em fêmeas Nelore horas (Driancourt, 2001).
superovuladas obtiveram média de
embriões viáveis de 7,30 até 11,25, O período ovulatório médio foi de
considerando os diferentes tratamentos. 7,60±3,69 h, semelhante ao registrado por
Freitas et al., (1997) registraram em 112 Purwantara et al., (1994) de 8,3 h para
coletas de vacas da raça Gir superovuladas, novilhas mestiças de leite. A taxa de
o número médio de 8,7 e 3,3 estruturas ovulação registrada neste trabalho foi de
recuperadas e embriões viáveis por coleta, 68%, onde 32, 20, 13 e 3% dos folículos
respectivamente. Fonseca et al., (2001) ovarianos foram ovulados dentro das
registraram média de 5,2 embriões viáveis primeiras 4, 8, 12, e 16 horas do período
por doadora avaliando 26 doadoras de ovulatório, respectivamente (Tab. 65), de
diferentes raças zebuínas, incluindo a raça maneira que no período de 12 horas
Gir. Entretanto, a média para esta raça, concentrou-se 95% das ovulações.
apesar de não citada pelos autores, foi de 15
O número médio de folículos ovulados a
embriões viáveis para 4 doadoras, cada quatro horas do período ovulatório
perfazendo uma média de 3,75 embriões
está registrado na tabela 65. Na fig. 29
por fêmea da raça Gir. Os valores obtidos (apêndice) encontra-se o número médio de
no presente trabalho foram semelhantes aos
folículos nos ovários, a cada 4 horas do
registrados por Freitas et al., (1997) e período ovulatório, a partir do início das
Fonseca et al., (2001). O número de viáveis
ovulações.
citado para as doadoras Nelore, superiores
ao deste estudo com fêmeas Gir, pode advir
de diferenças raciais, da seleção prévia dos
animais para a entrada no programa de
superstimulação e de uma possível
melhoria genética na raça Nelore,
trabalhada com mais intensidade que a raça
Gir. O único critério para a entrada das
fêmeas Gir no programa superovulatório,
no presente experimento, foi a presença de
ciclicidade ovariana.
A variabilidade das respostas registradas
neste trabalho concorda com os registros de
ser este, no presente momento, o maior
fator limitante para a ampla utilização da
Purwantara et al., (1994) registraram que a
Tabela 65. Número de folículos nos ovários maioria das ovulações de novilhas de leite
antes do início das superovulações, número de superovuladas ocorreu dentro das primeiras
folículos ovulados a cada 4 horas, e respectiva quatro horas iniciais do período ovulatório,
porcentagem e número médio de folículos. e que até às 12 horas cessaram as
(n) % de Nº médio ovulações, enquanto Laurincik et al., (1993)
folículos de registraram que 80% dos maiores folículos
ovulados folículos
ovarianos ovularam dentro das 12 horas
a cada 4
horas iniciais do período ovulatório. Ushinohama
Total de folículos nos et al.(1998) detectaram em vacas Black
ovários antes do início 422 - 14,07±9,1 Japanese, que a maioria das ovulações
das ovulações
Folículos ovulados entre
concentraram-se dentro das 12 horas
a hora 0 e 4 do período 134 31,75 4,36±3,95 iniciais do período ovulatório, embora
ovulatório ocorressem ovulações até 24 horas após o
Folículos ovulados entre
a hora 4 e 8 do período 82 19,43 2,80±3,07
início das mesmas. Os resultados do
ovulatório presente trabalho concordam com os de
Folículos ovulados entre Laurincik et al., (1993) e Ushinohama et al
a hora 8 e 12 do período 56 13,27 1,75±2,64
ovulatório (1998), já que aproximadamente 95% das
Folículos ovulados entre ovulações ficaram concentradas dentro das
a hora 12 e 16 do período 14 3,31 0,46±1,42 primeiras 12 horas, embora não tenham
ovulatório
Total de folículos sido detectadas ovulações à partir das 16
286 67,76 9,55±6,54
ovulados horas.
Obs. A percentagem foi calculada baseando-se no número
de folículos ovarianos antes do início das ovulações (422)
4
P4 ng/ml
0
-13 -12 -11 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0
100
80
60
40
20
0
0 1 2 3 4 dias
5 6 7 8 9
Na figura 22, visualiza-se as três curvas da ovários no dia do estro (grupo 3) foi de
progesterona plasmática obtidas de acordo 35,23±1,11 ng/ml dia (Y= -91,88+35,23X,
com o agrupamento dos animais de acordo CV=4,15 e R2=0,997; p<0,0001), enquanto nas
com a avaliação dos ovários no dia do fêmeas que exibiram de 10 a 16 folículos
estro, bem como a média geral dos valores ovarianos (grupo 2), a taxa foi de 8,88±1,15
registrados. ng/ml dia (Y=-19,607+8,885X, CV=14,68,
A taxa de ascensão da progesterona (Fig. R2=0,95; p<0,005).
22), entre o dias 3 e 7, no grupo de animais Surpreendentemente, registrou-se valores
que apresentaram mais de 19 folículos nos elevados da P4 para vacas Gir a partir do 4º dia
após o estro para o grupo 3 e do 5º dia no a aplicação do GnRH para a indução da
grupo 2, bem como até o 7º dia para ambos ovulação nas fêmeas alimentadas com 200%
os grupos (tab. 75), enquanto na literatura dos requisitos da mantença, enquanto nas
consultada os valores de P4 registrados em novilhas alimentadas com 100% dos requisitos,
fêmeas superovuladas foram inferiores a 40 os valores da progesterona plasmática não
ng/ml para Bos taurus indicus (Gradela et ultrapassaram 30 ng/ml. Os autores associaram
al., 1994 e 1996; Moraes et al., 1995; a maior produção de progesterona ao maior
Bernal et al., 1999; Lopéz et al., 1999, número de corpos lúteos nas fêmeas
Gradela et al., 2000). superalimentadas, sem descartar o efeito do
estímulo luteotrófico da insulina nos corpos
Para fêmeas zebu, os valores médios mais
lúteos jovens, já que a concentração plasmática
elevados registrados para a progesterona
deste hormônio elevou-se com a
plasmática, no dia da coleta dos embriões,
superalimentação.
variou entre os autores, sendo de
29,90±3,67 ng/ml em vacas da raça Nelore Os resultados deste estudo concordam com
em estudo realizado no Brasil (Gradela et Morris et al., (1988) que registraram em
al., 1994 e 1996); de 15,79±14,06 ng/ml em taurinos, concentração plasmática de apenas 2,1
fêmeas taurinas e zebuínas, também no ng/ml em animais com apenas um corpo lúteo e
Brasil; de 20,9±2,8, registrado em fêmeas valores de P4 acima de 56, 7 ng/ml quando o
Brahman na Flórida com hipotiroidismo número de corpos lúteos foi superior a 20.
induzido por medicamento (Bernal et al., Independentemente dos valores registrados
1999) e de 30,44±2,70 ng/ml em fêmeas para a progesterona no dia da coleta dos
Nelore, no Brasil, superovuladas na embriões, da raça ou dos tratamentos
ausência de folículo dominante nos ovários preconizados, tem sido registrada uma
(Gradela et al., 2000). associação entre número de corpos lúteos nos
Borges et al., (2001), registraram valores ovários neste dia e o valor da progesterona
acima de 60 ng/ml em fêmeas mestiças circulante (Goto et al., 1987 e 1988; Morris et
holandês-zebu no dia da coleta dos al., 1988; Gradela et al., 1994 e 1996; Bernal et
embriões, sendo que as concentrações al., 1999; López et al., 1999; Borges et al.,
médias da progesterona plasmática foram 2001; Costa et al., 2001 e Chagas e Silva et al.,
superiores a 36 ng/ml neste dia. Os autores 2002). Tal afirmativa concorda com os
registraram que uma animal apresentou P4 resultados do presente trabalho, que apesar de
acima de 90 ng/ml. não quantificar a resposta ovulatória pelo
número de corpos lúteos, avaliou-a pelo
Em fêmeas Bos taurus taurus, os valores número de folículos pré ovulatórios na ultra-
médios da progesterona plasmática também sonografia. A associação encontrada com os
não ultrapassaram 40 ng/ml nos estudos valores da P4 indica provavelmente, que a taxa
conduzidos por Goto et al., (1987 e 1988); ovulatória foi associada ao número de folículos
Moraes et al., (1995); Maciel et al., (1996); ovarianos presentes no dia do estro, onde a
Singh et al., (1997); López et al., (1999); maioria tornou-se corpos lúteos após a
Costa et al., (2001) e Chagas e Silva et al., ovulação.
(2002).
De acordo com Robertson et al., (1993), apesar
Gong et al., (2002), registraram, em da leitura ultra-sonográfica dos corpos lúteos
novilhas taurinas, progesterona plasmática de fêmeas superovuladas apresentar correlação
acima de 40 ng/ml à partir do 4,5º dia após
altamente positiva com o número destas
estruturas verificadas após a excisão dos
ovários no dia da coleta dos embriões, o
exame subestimou o número de estruturas
luteais. A subestimação se deu,
principalmente, quando a resposta
ovulatória foi exacerbada, não permitindo
ainda distinguir folículos luteinizados de
corpos lúteos, sendo a contagem destas
estruturas pouco precisa em determinar o
número de folículos ovulados e a resposta
ao tratamento gonadotrófico.
A alta variabilidade nos valores da
progesterona plasmática registrada nas
vacas Gir superovuladas é condizente com
a elevada variação na reposta ao programa
superovulatório em bovinos, o maior fator
limitante para o pleno êxito da técnica de
transferência de embriões.
6. Não houve associação entre a atividade
sexual e o nível de progesterona
10 CONCLUSÕES
circulante no proestro, no estro e no
Em relação ao cortejo homossexual de metaestro, indicando a necessidade da
multíparas Gir superovuladas pelo FSH dosagem do estradiol para melhor
exógeno, pode-se concluir que: caracterização destes períodos;
1. No proestro e metaestro as fêmeas 7. O número de montas recebidas e
mostraram-se bastante ativas realizadas no estro tendeu a ser
porém, no estro tanto a maximizado com o agrupamento de
receptividade quanto a ação fêmeas em cio, indicando que a
instigadora foram exacerbadas, sincronização de doadoras pode ser útil
manifestadas pela grande interação num programa de transferência de
entre as fêmeas; embriões;
2. A aceitação da monta foi o sinal 8. As montas foram recebidas
característico do estro, embora a preferencialmente durante o dia no
ação mais recebida e realizada no inverno, enquanto no verão não houve
estro tenha sido a interação cabeça distinção no padrão de distribuição da
com cabeça; receptividade à monta;
3. As fêmeas em estro investigaram o Em relação ao programa superestimulatório das
status sexual das demais fêmeas Gir, concluiu-se que:
cabeceando várias regiões
9. A estação do ano ou a utilização de
anatômicas como a cabeça, o
hormônios esteróides durante o
pescoço, o flanco e o períneo,
programa superovulatório
sendo investigadas da mesma
(norgestomed e estradiol) não
maneira;
influenciaram a resposta ovariana, a
4. Além das ações acima, verificou-se taxa de recuperação embrionária ou o
que o cheirar o períneo, o número de embriões viáveis;
pressionar o queixo na garupa e o
10. Elevada freqüência de estros iniciando-
tentar montar foram ações
se à noite foi registrada no verão,
importantes do cortejo
indicando a necessidade de se
homossexual;
inseminar imediatamente as fêmeas
5. As ações: monta, tentativa de superovuladas detectadas em estro pela
monta e pressão de queixo na manhã;
garupa não foram influenciadas por
11. A duração do estro não foi influenciada
fatores ambientais e/ou climáticos,
pelo número de vacas em cio nas
sendo importantes sinalizadoras da
fêmeas que utilizaram progestágeno
fase estral das fêmeas
exógeno, indicando que a utilização do
superovuladas. Para as demais
dispositivo intravaginal pode
ações a atividade sexual foi
proporcionar estros menos variáveis
superior no inverno em relação ao
facilitando o manejo da inseminação
verão;
artificial da doadora;
Sobre a avaliação dos ovários pela ultra- de doadoras ou utilização de progestágenos no
sonografia durante a superovulação programa superovulatório. Caracterizou o
constatou-se que: período ovulatório das fêmeas superovuladas e
os intervalos dos eventos reprodutivos
12. Não houve associação entre a
importantes para o sucesso da técnica de
resposta ao protocolo de
transferência de embriões, fornecendo
superovulação e a atividade sexual,
informações que podem auxiliar futuros
de maneira que a avaliação do
projetos.
número de folículos ovarianos no
dia do estro não permite predizer se
a fêmea expressará adequadamente
os sinais de estro;
13. A avaliação dos ovários no início
do programa superestimulatório
não permitiu predizer o potencial
das fêmeas em responder a
superovulação ovariana, que
poderia evitar a administração
desnecessária de gonadotropinas
exógenas ;
14. A avaliação ultra-sonográfica dos
ovários no dia do estro foi
associada positivamente com o
número de folículos ovulados e
com o nível de progesterona
plasmática no dia da coleta dos
embriões, permitindo predizer o
potencial da doadora durante o
programa superovulatório;
15. As ovulações concentraram-se no
início do período ovulatório e o
número de folículos nos ovários no
estro foi associado positivamente
com a taxa de ovulação.
O estudo permitiu caracterizar o
comportamento homossexual de fêmeas
zebuínas superovuladas, retratando a
intensa interação das vacas no estro.
Apontou ações importantes do
comportamento sexual e a influência da
estação climática sobre elas. Indicou a
utilidade da leitura ultra-sonográfica dos
ovários no dia do estro e da sincronização
11. REFERÊNCIAS AGUILAR, A., GALINA, C.S., HUMMEL, J.
BIBLIOGRÁFICAS Estudio morfológico comparativo de los
ovários de la vaca cebu y la vaca Holstein.
ADEYEMO, O.; HEATH, E. Plasma Veterinaria México, v.14, n.3, p.133-36,
progesterone concentration in Bos 1983.
taurus and Bos taurus indicus heifers.
Theriogenology, v.14, n.6, p.411-420, ALBERRO, M. Comparative performance of
1980. F1 Friesian x Zebu heifers in Ethiopia.
Animal Production, v.37, n.2, p.247-252,
ADEYEMO, O.; HEATH, E.; 1983.
STEINBACH, J.; ADADEVOH, B.K.
Estrous in Bos indicus and Bos taurus ALBRIGHT, J.L.; ARAVE, C.W. Reproductive
heifers acclimatized to the hot humid behaviour. In: The Behaviour of Cattle,
seasonal equatorial climate. Animal 1997. p.67-99.
Reproduction Science, v.26, n.10, ALEXANDER, T.J., HAGEN, D.R.,
p.788-799, 1979. ROSENBERGER, J.L.; SENGER, P.FL.
AGARWAL, S.K.; TANEJA, V.K.; The influence of the stage of the estrous
YADAV, M.C.; SHANKAR, U. Effect cycle and novel cows upon mounting
of season on superovulation response, activity of dairy cattle. Journal of Animal
recovery rate and quality of embryos in Science, v.59, n.6, p.1430-1439, 1984.
crossbred cattle. Indian Journal of ALLRICH, R.D. Endocrine and Neural control
Animal Science, v.63, p.505-510, of estrus in dairy cows. In: Simposium
1993ª Estrus, New Devices, And Monitoring.
AGARWAL, S.K.; TANEJA, V.K.; 1994. Journal Dairy Sci., n.77, p.2738-
YADAV, M.C.; SHANKAR, U. 2760, 1994.
Influence of ovulation rate on recovery ALLRICH, R.D. Estous behavior and detection
and quality of embryos in crossbred in cattle. Veterinary Clinical of North
cattle. Indian Journal Dairy, v.48, n.1, America Food Animal Practice, 9 (2), p.
p.72-74, 1995. 249-261, 1993
AGARWAL, S.P.; RAHMAN, S.A.; ALVAREZ, R.H., CARVALHO, J.B.P.,
LAUMS, K.R. et al.. Studie on steroid CARVALHO, M.I.A.B. Factors affecting
hormones: progesterone concentration the rates of embryo recovery after uterine
in the blood serum of zebu cows during flushing of superovulated cows. Arquivos
oestrous cycle. Ind. Journal of Animal da Faculdade de Veterinária da UFRGS.
Science, v.47, n.11, p.715-739, 1977. V.25, n. 1,. P.161., (abstract). Suplemento.
AGARWAL,S.P., RAHMAN, S.A., REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE DE
LAUMAS, K.R. et al. Studie on steroid TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES, 12.,
hormones: progesterone concentration 1997.
in the blood serum of zebu cows during ALVAREZ, R.H.; CARVALHO, J.B.P. de.;
oestrus cycle. Indian Journal of CARVALHO, M.I. de A.B. Embriões
Animal Science., v. 47, n. 11, p. 715- retidos no oviduto como fator de variação
719, 1977. na taxa final de recuperação após lavagem
uterina de vacas superovuladas. Boletim da
Indústria Animal, v.56, n.1, p.89-93, CIDR antes da superovulação de doadoras
1999. Nelore em diferentes fases do ciclo estral:
resultados preliminares. Revista Brasileira
ALVAREZ, R.H.; COELHO, L.A.;
de Reprodução Animal., v.26, n.3, p.224-
MEIRELLES, C.F. Ovarian response of
226, 2002a.
Nelore cows superovulation in cattle
using FSH after passive immunization ANGEL, A.H.M. Endoscopic examination in
against bovine follicular fluid. cattle with special reference to
Arquivos da Faculdade de Veterináia superovulation. Inaugural Dissertation,
UFRGS, n. 26 (Suppl. 1), p.209 abst., Tierarztliche Hochschule, Hannover. 1979.
1998.
ARAVE, C.W., ALBRIGHT, J.L. Cattle
ALVES, N.G. Efeito do ano e tipo de behavior. Journal of Dairy Science, v. 64.
luteólise sobre as características do p. 1318-1329, 1981.
proestro e estro de vacas das raças
AZEVEDO, N.A., CHOW., COELHO, E.N. et
Gir e Guzerá (Bos taurus indicus).
al., Transferência de embriões em bovinos.
Belo Horizonte. Escola de Veterinária
Informe Agropecuário, v. 13, n. 148, p.
da UFMG. 2001. 93p. Dissertação
17-22, 1987.
(mestrado).
BAKER, A.A.; The pattern of oestrus behaviour
AMYOT, E., HURNIK, J.F. Diurnal
in Sahiwal-Shorthorn heifers in South
patterns of estrous behavior of dairy
Eastern Queensland. Australian
cows housed in free stall. Canadian
Veterinary Journal, v.43, n.4, p.140-144,
Journal of Animal Science, 67, p.
1967.
605-611, 1987.
BARROS, C.M.; FIGUEIREDO, R.A.;
ANDERSON, J. The periodicity and
PINHEIRO, O.L. Estro ovulação e
duration of oestru in zebu and grade
dinâmica folicular em zebuínos. Revista
cattle. Journal Agriculture Science,
Brasileira de Reprodução Animal, v.19,
London, v.34, s/n, p.57-68, 1944.
p.9-22, 1995.
ANDRADE, J.C., OLIVEIRA, M.A.L.
BARROS, C.M.; NOGUEIRA, M.F.G. Embryo
Syncronization of the superovulation of
transfer in Bos indicus cattle.
zebu donors through association
Theriogenology, n.56, p.1483-1496, 2001.
between steroid hormones. Arquivos
da Faculdade de Vetrinária UFRGS, BARROS, C.M.; NOGUEIRA, M.F.G.;
v. 26, p. 217, 1998. BELTRAN, M.P., ANDREUSSI, P.A.T.
Administration of progesterone and GnRH
ANDRADE, J.C.O.; OLIVEIRA, M.A.L.;
to control the pre-ovulatory LH surge of
LIMA, P.F.; SANTOS FILHO, A.S.;
Nelore cows that were superstimulated and
PINA, V.M.R. Use of steroid hormone
inseminated at fixed time. Theriogenology,
treatments prior to superovulation in
55:511 abst. 2001.
Nelore donors. Animal Reproduction
Science, v.69, p.9-14, 2002b. BEAL, W.E. Application of knowledge about
corpus luteum function in control of estrus
ANDRADE, J.C.O.; OLIVEIRA, M.A.L.;
and ovulation in cattle. Theriogenology, v.
LIMA, P.F.; SANTOS FILHO, A.S.;
45, n. 7, p. 1399-1412, 1996.
GUIDO, S.I.; TENÓRIO FILHO, F.;
CAVALCANTI NETO, C.C. Uso do
BERMAN, A., FOLMAN, Y., KAIM, M. et by plasma progesterone in anoestrus zebu
al. Upper critical temperatures and (Bos indicus) cattle following temporary
forced ventilation effects for high- weaning and progestogen treatment.
yielding dairy cows in a subtropical Reproduction Domestic Animal, v. 32, p.
enviroment. Journal Dairy Science, v. 267-71, 1997.
68, p. 1488-1495, 1985.
BORGES, A.M., TORRES, C.A., RUAS,
BERNAL, A.; DeMORAES, G.V.; J.R.M., et al. Resposta superovulatória de
THRIFT, T.A.; WILLIARD, C.C.; novilhas mestiças holandês-zebu tratadas
RANDEL, R.D. Effects of induced com somatotropina bovina recombinante
hypothyroidism on ovarian response to (rbST). Revista Brasileira de Zootecnia,
superovulation in Brahman (Bos set/out/2001,v. 30, n. 5, p. 1439-1444,
indicus) Cows. Journal of Animal 2001.
Science, v.77, p.2249-2756, 1999.
BORGES, L.E. Concentração plasmática de
BLACHE, D., FABRE-NYS, C., progesterona durante o ciclo estral em
VENIER, G. Inhibition of sexual vacas da raçaIndubrasil (Bos taurus
behavior and the luteinizing indicus) e mestiças Holando-zebu (Bos
hormone surge by intracerebral taurus taurus X Bos taurus indicus). Belo
progesterone implants in the female Horizonte: Escola de Veterinária da
sheep. Brain Researche, v. 741, p. 117- UFMG, 1989 35 p. Tese (Mestre em
122, 1996. Medicina Veterinária).
BLAZQUEZ, N.B., FRENCH, J.M., BRITT, J.H.; SCOTT, R.G.; ARMSTRONG,
LONG, S.E., PERRY, G.C. A J.D.; WHITACHE, M.D. Determinants of
pheromenal function for the perineal estrous behaviour in lactating Holstein
skin glands in the cows. Veterinary cows. Journal Dairy Science, v.69,
Record, v.123, p. 49-50, 1988. p.2195, 1986.
BLOCKEY, M.A.B.; CHAMLEY, W.A.; BURATINI JR., J. Avanços na superovulação
CUMMINS, L.; PERRY, M.; proporcionados pela crescente
GODING, J.R. Steroid plasma levels compreensão da fisiologia ovariana.
about oestrus in the beef cow. Journal Reprodução em dia (CBRA – Colégio
Reproduction and Fertility.v.32, n.2, Brasileiro de Reprodução Animal), v.15,
p. 342-343, 1973. p.3-5, 1997.
BO, G.A., ADAMS, G.P., PIERSON, R.A CALLESEN, H.; GREVE, T.; HYTTEL, P.
et al. Exogenous control of follicular Preovulatory endocrinology and oocyte
wave emergence in cattle. maturation in superovulated cattle.
Theriogenology, v. 43, p. 31-40, 1995. Theriogenology, v.25, p.71-86, 1986.
BO, G.A.; ADAMS, G.P.; PIERSON, R.A. CAMARGOS, R.K. Papel da Associação
et al. Exogenous control of follicular Brasileira dos Criadores de Zebu na
wave emergence in cagg1le. produtividde do Zebu. In: CONGRESSO
Theriogenology, v.43, p.32-40, 1995. BRASILEIRO DE REPRODUÇÃO
ANIMAL, 10, 1993. Belo Horizonte.
BOLANOS, J.M., GALINA, C.S.,
Anais... Belo Horizonte, 1993, p. 170-181.
ESTRADA, S. et al. Resumption of
post-partum ovarian activity monitored
CASTELLANOS, F.; GALINA, C.S.; COSTA e SILVA, E.V.da; Comportamento
MONDRAGÓN, R.; NAVARRO- sexual de touros Nelore (Bos taurus
FIERRO, R.; ORIHUELA, J.A. Estrous indicus) em monta a campo e em testes
expression in dairy cows and heifers de libido. Jaboticabal, 2002 (Tese de
(Bos taurus) following repeated PGF2α Doutorado).
injection and choice of selecting a COSTA, L.L., SILVA, J.C., SILVA, J.R.
mounting partner. Applied Animal Superovulatory response, embryo quality
Behavior Science, v.51, p.29-37, 1997. and fertility after treatment with different
CASTELLANOS, R. Seasonal variations of gonadotrophins in native cattle.
plasma progesterone in cows from Theriogenology, v. 5, p. 65-77, 2001.
different genotypes in Cuba. Cuban D´OCCHIO, M.J., JILLELLA, D., LINDSEY,
Journal Agricultural Science, 18:101- B.R. Factors influence follicle recruitment,
112 (1984). growth and ovulation during ovarian
SILVA, J.C., COSTA, L.L., SILVA, J.R. superstimulation in heifers: Opportunities
Embyo yield and lasma progesterone to increase ovulation rate and embryo
profiles in superovulated dairy cows recovery by delaying the exposure of
and heifers. Animal Reproduction follicles to LH. Theriogenology, v. 51, p.
Science, v 69, p. 1-8, 2002 9-35, 1999.
CHENOWETH, P.J. Aspects of D’OCCHIO, M.J.; JILLELLA, D.; LINDSEY,
reproduction in female Bos taurus B.R. Factors that influence follicle
indicus cattle: a review. Australian recruitment, growth and ovulation during
Veterinary Journal, v.71, n.12, p.422- ovarian superstimulation in heifers;
426, 1994. opportunities to increase ovulation rate and
embryo recovery by delaying the exposure
CHRISTENSEN, D.S.; HOPWOOD, M.L.;
of follicles to LH. Theriogenology, n.51,
WILTBANK, J.N. Levels of hormones
p.9-35, 1999.
in the serum of cycling beef cows.
Journal of Animal Science, v.38, n.3, DAVIDGE, S.T.; WIEBOLD, J.L.; SENGER,
p.577-583. 1974. P.L.; HILLERS, J.K. Influence of varying
levels of bood progesterone upon estrous
COE, B.L.; ALLRICH, R.D. Relationship
behaviour in cattle. Journal Animal
between endogenous estradioçl-17β Science, v.64, n.1, p.126-132, 1987.
and estrous behavior in heifers.
Journal of Animal Science, n.67, DAWUDA, P.M., EDUVIE, L.O., ESIEVO,
p.1546-1551, 1989. K.A.N. Silent oestrus manifestation in
Nigerian Bunaji Zebu cows. Animal
COELHO, E.N., AZEVEDO, N.A. Production, v. 21, p. 79-85, 1989.
Particularidades da transferência de
embriões zebuínos. In: CONGRESSO De SILVA, A.W.M.V.; ANDERSON, G.W.;
BRASILEIRO DE REPRODUÇÃO GWAZDAUSKAS, F.C.; McGILLIARD,
ANIMAL, 9, 1991. Belo Horizonte, M.L.; LINEWEAVER, J.A.
Anais... Belo Horizonte: Colégio Interrelationships with estrous behaviour
Brasileiro de Reprodução Animal, and conception in dairy cattle. Jounal
1991, p. 33-45. Dairy Science, v.64, p.2409, 1981.
DESAULNIERS, D.M.; LUSSIER, J.G.; progesterona, em vacas Nelore. In:
GOFF, A.K.; NOUSQUET, D.; ENCONTRO ANUAL DE ETOLOGIA,
GUILBAULT, L.A. Follicular 13. 1995. Pirassununga. Anais...
development and reproductive Pirassununga: 1995, p.398.
endocrinology during and after
ESSLEMONT R.J. & BRYANT, M.J. Oestrus
superovulation in heifers and mature
behavior in a herd of dairy cows.
cows displaying contrasting
Veterinary Record, 99, p. 472-476, 1976.
supervulatory responses.
Theriogenology, n.44, p.479-497, ESSLEMONT, R.J., BRYANT, M.J., Oestrus
1995. behaviours in a herd of dairy cows.
Veterinary Record, v.99, p. 472-475.,
DIAZ, T.; MANZO, M.; TROCONIZ, J.;
1976.
BENACCHIO, N.; VERDE, O. Plasma
progesterone levels during the estrous ESSLEMONT, R.J., GLENCROSS, R.G.,
cycle of Holstein and Brahman cows. BRYANT, M.J., POPE, G.S. A quantitative
Carora type and crossbred heifers. study of pre ovulatory behaviour in cattle.
Theriogenology, v.26, n.1, p.419-432, Applied Animal Ethology, v. 6, p. 1-17.,
1986. 1980.
DISKIN, M.G.; AUSTIN, E.J.; ROCHE, EVANS, N.P.; RICHTER, T.A.; ROBINSON,
J.F. Exogenous hormonal manipulation J.E.; SKINNER, D.C. Neuroendocrine
of ovarian activity in cattle. Domestic mechanisms underlying the effects of
Animal Endocrinology, n.23, 2002. progesterone on the oestradiol-induced
p.211-228. GnRH/LH surge. Journal Reproduction
Fertility (Suppl), n.59, p.57-66, 2002.
DOBSON, H.; KAMONPATANA, M. A
review of female cattle reproduction FABRE-NYS, C. Steroid control of
with special reference to a comparison monoamines in relation to sexual
between buffaloes, cows and zebu. behaviour. Journal Reproduction and
Journal of Reproduction and Fertility, Reviews of Reprod. n.3, p.31-41,
Fertility, v.77, n.1, p.1-36, 1986. 1998.
DRIANCOURT, M.A. Regulation of FÉO, J.C.S.A., BARNABE,R.C. Incidência e
ovarian follicular dynamics in farm fertilidade de cios noturnos em vacas da
animals. Implications for manipulation raça Nelore. Revista Brasileira de
of reproduction. Theriogenology, n.55, Reprodução Animal, v. 4, n. 3-4, p.25-29,
p.1211-1239, 2001. 1980
DUCHENS, M., KINDHAL, H., FIGUEIREDO, R.A.; BARROS, C.M.;
FORSBERG, M., et al. Influence of PINHEIRO, O.L. et al. Ovarian follicular
low progesterone concentration on the dynamics in Nelore breed (Bos indicus)
release of prostaglandin F2α during cattle. Theriogenology, v.47, p.14839-
luteolysis and oestrus in heifers. Anim. 1505, 1997.
Reprod. Sci., v. 40, p. 261-268, 1995. FONSECA, J.F.; SILVA FILHO, J.M.; PINTO
ENCARNAÇÃO, R.O.; VALLE, E.R.; NETO, A.; PALHARES, M.S. Estádios de
BARROS, C.M. et al. Observações desenvolvimento embrionário de vacas
com cio natural e cio sincronizado com zebuínas superovuladas. Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinária e GALINA, C.S.; CALDERON, A.;
Zootecnia, v.53, n.6, p.671-676, 2001. McCLOSKEY, M. Detection of signs of
estrus in the Charolais cow and its
FOOTE, R.H. Estrus detection and estrus
Brahman cross under continuous
detection aids. Journal Dairy Science.,
observation. Theriogenology, v.17, n.5,
58, 248-256, 1975.
p.485-498, 1982.
FRENCH, J.M.; MOORE, G.F.; PERRY,
GALINA, C.S.; ORIHUELA, A.; RUBIO, I.
G.C.; LONG, S.E. Behavioural
Behavioural trends affecting oestrus
predictors of oestrus in domestic cattle,
detection in Zebu cattle. Animal
Bos taurus. Animal Behavior, v.38,
Reproduction Science, v.42, n.1, p.465-
p.913-919, 1989.
470, 1996.
FUENTES, J.R.B.; GUTIÉRREZ, E.P.;
GALINA, C.S.; ORIUELA, A.; RUBIO, I.
GALINA, C.S. Comportamiento
Reproductive Physiology in Zebu cattle,
reproductive de cavas Bos taurus x Bos
characteristics related to estrous expression
indicus bajo programas de
and performance of bulls utilized in natural
inseminación artificial a estro
mating. In: CONGRESSO BRASILEIRO
sincronizado y natural em condiciones
DE REPRODUÇÃO ANIMAL, 11. 1995.
del trópico seco de Costa Rica.
Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte:
Veterinaria Mexico, v.29, n.1, p.67-
1995, p.46-61.
73, 1998.
FREITAS, C, FERREIRA, A.M., SÁ, L.S.A
et al. Desempenho de vacas gir na
resposta superovulatória e produção de
embriões . Arquivos da Faculdade de
Veterinária da UFRGS, v. 25, n. 1
(suppl), p. 232-233, 1997.
GALINA , C.S., ORIHUELA, A, RUBIO, I.
Behavioral characteristics of Zebu
cattle with emphasis on Reproductive
Efficiency. In:. FIELDS, J.F & SAND,
R.S. (ed) Factors affecting calf crop, p.
345-361, 1994.
GALINA, C.S., CALDERÓN, A,
MCCLOSKY, M. Detection of signs of
Oestrus in the Charolais cos and its
Brahman cross under continuous
observation. Theriogenology, v. 17, p.
485-498, 1982.
GALINA, C.S.; ARTHUR, G.H. Review on
cattle reproduction in the tropics. Part.
4. Oestrus cycles. Animal Breeding
Abstracts, v.58, n.8, p.697-707, 1990.
GEARY, T.W., REEVES, J.J. Relative GOSSELIN, N.; PRICE, C.A.; ROY, R.;
importance of vision and olfaction for CARRIÈRE, P.D. Decreased LH pulsatility
detection of estrus by bulls. Journal of during initiation of gonadotropin
Animal Science, v.70, n.9, p. 2726- superovulation treatment in the cow:
2731, 1992. evidence for negative feedback other than
estradiol and progesterone.
GINTHER, O.J. selection of the dominant
Theriogenology, n.54, p.507-521, 2000.
follicle in cattle and horses. Anim.
Reprod. Sci., v.60, n.61, p.67-79, 2000. GOTO, K.; NAKANISHI, Y.; OHKUTSU, S.;
OGAWA, K.; TASAKI, M.; OHTA, M.;
GINTHER, O.J.; KOT, K.; KULICK, L.J.;
IINOHAE, S.; TATEYAMA, S.;
WILTBANK, M.C. Emergence and
KAWABATA, T. P1lasma progesterone
deviation of follicles during the
profiles and embryo quality in
development of follicular waves in
superovulated Japanese black cattle.
cattle. Theriogenology, 1997; 48:75-
Theriogenology, v.27, p.819-826, 1987.
87.
GOTO, K.; OHKUTSU, S.; NAKANISHI, Y.;
GLENCROSS, R.G., ESSLEMONT, R.J.,
OGAWA, K.; TASAKI, M.; OHTA, M. et
GRYANT, M.J. et al. Relationship of
al. Endocrine profiles and embryo quality
the numbers of heifers in oestrus
in superovulated Japanese Black cattle.
together to the intensity of oestrus
Theriogenology, v.29, p.615-629, 1988.
behaviour and the concentration of
plasma estradiol-17β to the initiation of GOULDING, D., WILLIANS, D.H., ROCHE
standing behaviour. Proc. Soc. Study J.F., et al. Superovulation in heifers using
Fertil. V. 16, Abstract, 1977. either pregnant mare´s serum
gonadotrophin or follicle stimulating
GONG, J.G.; ARMSTRONG, D.G.;
hormone during the mid luteal stage of the
BAXTER, G.; HONG, C.O.;
estrous cycle. Theriogenology, v. 36, p.
GARNSWORTHY, WEBB, R. The
949-958, 1991
effect of increased dietary intake on
superovulatory response to FSH in GRADELA, A.; ESPER, CR.; ROSA e SILVA,
heifers. Theriogenology, v.57, p.1591- A.A.M. Plasma concentrations of
1602, 2002. progesterone, 17β-estradiol and
androstenedione and superovulatory
GONZALEZ, J.P.S. Observações sobre a
response of Nelore cows (Bos indicus)
duração do estro e momento de
treated with FSH. Theriogenology, n.45,
ovulação no gado zebu. Belo
p.843-850. 1996.
Horizonte. Escola de Veterinária da
UFMG. 1972. 47p. (Dissertação, GRADELA, A.; ROSA e SILVA, A.A.M.;
Mestrado em Medicina Veterinária). ESPER, C.R. Progesterona plasmática e
resposta superovulatória em vacas Nelore
GORDON, I. Embryo transfer and
(Bos taurus indicus) tratadas com FSH.
associated techniques in cattle. In:
ARS Veterinária, v.10, n.1, p.6-14, 1994.
Gordon, I. Controlled Reproduction In
Cattle and Buffaloes, Solidus Bristol GRADELA, A., MALHEIROS, R.,
Limited, Cambridge v.1, 1996, p. 492. URBINATTI, E.C. et al. Influência do
folículo dominante sobre a dinâmica
folicular ovariana em vacas Nelore HAFEZ, E.S.E. Reprodução Animal. Lea &
tratadas com FSH. Brazilian Journal Febiger (6 ed)., Philadelphia, 1995, 582 p
Veterinary Research Animal Science.,
HALL, S.J.G., VINCE, M.A., WALSER, E.,
v. 37, n. 4, p. 325-329, 2000.
SHILLITO, A., GARSON, P.J.
GRASSO, F.; GUILBAULT, L.A.; ROY, Vocalizations of the Chillinghan cattle.
G.L.; LUCCIER, J.G. Ultrasonographic Behaviour, v. 104., p. 78-104., 1988.
determination of ovarian follicular
HANSEN, P.J.; ARÉCHIGA, C.F. Strategies
development in superstimulated heifers
for managing reproduction in the heat-
pretreated with FSH-P at the beginning
stressed dairy cow. Journal of Animal
of the estrous cycle. Theriogenology,
Science, v.77, Suppl. 2; Journal Dairy
n.31, p.1209-1220, 1989.
Science., v.82, suppl. 2, p. 36-50, 1999.
GRIFFIN, P.G., GINTHER, O.J. Research
HARDIN, D.R.; WARNICK, A.C.; FIELDS,
applications of ultrasonic imaging in
M.J. Artificial insemination of subtropical
reproductive biology. Journal Animal
commercial beef cattle following
Science, v. 70, p. 953-972, 1992.
synchronization with cloprostenol. 2.
GUIBAULT, L.A.; GRASSO, F.; Estrous response. Theriogenology, 14, p.
LUSSIER, J.G.; ROULLIER, P.; 259-268, 1980
MATTON, P. Decreased
HARRISON, L.M.; HANSEN, T.R.; RANDEL,
superovulatory response in heifers
R.D. Evidence for seasonal and nutritional
superovulated in the presence of a
modification of ovarian and pituitary
dominant follicle. Journal
function in crossbred heifers and Brahman
Reproduction Fertility, n.91, p.89,
cows. Journal of Animal Science, v.55,
1991.
n.3, p-649-656, 1982.
GUTIERREZ, A.C., ZARCO, L., GALINA,
HARRISON, R.O; FORD, S.P., YOUNG, J.W.,
C.S., RUBIO, I, et al. Predictive value
et al. Increased milkproduction versus
of palpation per rectum for detection of
reproductive and energy status of high
tthe CL in zebu cattle as evaluated by
producing dairy cows. Journal Dairy
progesterone concentrations and
Science., 73, p. 2749-2758, 1990.
ultasonography. Theriogenology, v.
46, p. 471-79, 1994. HEIN, K.G., ALLRICH, R.D. Influence of
exogenous adrenocorticotropic hormone on
GWAZDAUSKAS, F.C., NEBEL, R.L.,
estrous behavior in cattle. Journal Animal
SPRECHER, D.J. effectiveness of
Science, v. 70, suppl. 1, p. 243-247, 1992.
rump-mounted devices and
androgenized females for detection of HELMER, S.D & BRITT, J.H. Mountig
oestrus in dairy cattle. Journal Dairy Behaviour as affected by stage of oestrus
Science., v. 73, p. 2965-2970, 1990. cyc-le in Holstein heifers. Journal Dairy
Science, 68, 1290-1297, 1985.
GWAZDAUSKAS, F.C.; LINEWEAVER,
J.A.; McGILLIARD, M.L. HORREL, R.I.; KILGOUR, R. Oestrous
Environmental and management factors Behaviour. In: FRASER, A.F. (ed.).
affecting estrous activity in dairy cattle. Ethology of farm animals. Amsterdam:
Journal of Dairy Science, v.66, n.7, Ed. Elsevier. 1985, p.289-312.
p.1510-1514, 1983.
HUHTINEN, M.; RAINIO, V.; AALTO, J.; heifers. Journal Agric. Sci., London, v.92,
BREDBACKA, P.; MÄKI-TANILA, n.3, p.689-694, 1979.
A. Increased ovarian response in the
JOHNSON, A.O.; ONI, O.O. Oestrus detection
absence of a dominant follicle in
by mounts received friesian x bunaji and
superovulated cows. Theriogenology,
bunaji heifers. Journal of Agricultural
n.37, p.457-463, 1992.
Science, London, v.107, n.1, p.67-79,
HURLEY, W.L., EDGERTON, L.AS., 1986.
OLDS, D. et al. Estrus behavior and
JOHNSTON, R. Chemical Signals and
endocrine satus of dairy heifers with
reproductive behavior. In: Vanderbergh,
varied intakes of phosphorus. Journal
J.G,I, 1983. Pheromones and Reproduction
Dairy Science., 65, p.1979-1983, 1982.
in Mamals. Academic Press, Orlando,
HURNICK, J.F., KINGG.J., ROBERTSON, Florida, p. 3-33, 1983.
H.A. Oestrus and related behaviours in
KAFI, M.; McGOWAN, M.R. Factors
post partum dairy cows. Applied
associated with variation in the
Animal Ethology, v. 2, 55-68., 1975.
superovulatory response of cattle. Animal
HURNIK, J.F. Sexual behaviour of female Reproduction Science, n.48,. p.137-157,
domestic mammals. Veterinary 1997.
Clinical of North America, n.3, p.423-
KATZ, L.S., McDONALD, T.J. Sexual
461, 1987.
behavior of farm animals. Theriogenology,
HURNIK, J.F., KING, G.J. Estrous v. 38, n. 2, p. 239-253, 1992.
behavior in confined cows. Journal
KAWAMATA, M. Relationships between the
Animal Science, v. 65, n. 2, p. 431-
number of small folicles prior to
438, 1987.
superovulatory treatment and
HURNIK, J.G.; KING, G.J.; superavolutory response in Holstein cow.
ROBERTSON, H.A. Oestrous and Journal of Veterinary Medical Science,
related behaviour in postpartum v. 56, n. 5, p. 965-967, 1994.
Holstein cows. Applied Animal
KHARCHE, S.D.; TARU SHARMA, G.;
Ethology, n.2, p.55-58, 1975.
AGARWAL, S.K.; MAJUMDAR, A.C.;
IETS. Manual of the international embryo SHARMA, N.C.; SANWAL, P.C.
transfer society, STRINGFELLOW, Endocrine profile and embryo of cows
D.A.; SEIDEL, S.M. (Eds.). Third superovulated with super-On following
Edition, International Embryos HCG and estradiol 17β pretreatment.
Transfer Society. Inc., Illinois, USA, Indian Journal Science., v.72, n.8, p.635-
1998. 639, 2002.
JEZIERSKI, T. The effects of KILGOUR, R., SKARSCHOLT, B.H., SMITH,
superovulation hormone treatments on J.F. Observation of the behaviour and
the frequency of oestrus behaviour in factors influencing the sexually active
cow. Applied Animal Behavior group in cattle. In:Proc. N.Z. Soc. Anim.
Science, v. 36, p. 81-86, 1993. Prod., v. 37, p. 129-135, 1977.
JOHNSON, A.O.; GAMBO, A. Oestrous KNUSTON, R.J & ALLRICH, 1988. Influence
behaviour in Bunaji (white fulani) of nutrition on serum concentrations of
progesterone, luteinizing hormone na on the levels of progesterone estradiol-17β,
estrous behavior in dairy heifers. cortisol and LH during the estrous cycle.
Journal of Animal Science, v. 66, p. Theriogenology, v.36, p.897-912, 1991b.
90-97, 1988.
LANDAETA-HERNÁNDEZ, A.J.; YELICH,
KNUSTON, R.J., ALLRICH, R.D., J.V.; LEMASTER, J.W.; et al.
Influence of nutrition on serum Environmental, genetic and social factors
concentrations of progesterone, affecting the expression of estrus in beef
luteinizing hormone and estrous cows. Theriogenology, v.57, p.1357-1370,
behavior in dairy heifers. Journal 2002.
Animal Science, v. 66, 90-103, 1988.
LAURINCIK, J., OBERFRANC, M.,
KOGER, M. In: FIELDS, M. J. & SAND, HYTTEL, P. et al. charactericterization of
R. S. (ed). Factors Affectings Calf the preovulatory period in superovated
Crop. CRC Press, 1967.p.239-42. heifers. Theriogenology, v. 39, p. 537-544,
LAMONTHE, C., MONTIEL, F., 1993.
FREDRIKSOON, G., GALINA, C.S. LEDEZMA, J.J.H.; RAMIREZ, F.J.P.; RIZO,
Reproductive performance of zebu E.T.K. et al. Comportamiento reproductivo
cattle in Mexico. Influence of season ganado bovino lectero em clima tropical. 6.
and social interacion on the timing of Fertiles de progesterona, estradiol 17-B y
expressed oestrus. Tropical hormona luteinizante durante el ciclo estral
Agriculture, v.72, n.4, p. 319-323, em tres genotipos em dos estaciones del
1995. año. Tecnica Pecuaria en Mexico;
LAMORDE, A. G. & KUMAR, M. S. A. Mexico, v.47, s/n, p.102-115, 1984.
Reserch Veterinary Science, v.24, LEE, C.N. Environmenta1 stress effects on
1978. bovine reproduction. Veterinary Clinical
LAMOTHE, C.; MONTIEL, F. of North. America, v.9, n.2, p.263-273,
Reproductive performance of Zebu 1993.
cattle in Mexico. Influence of season LEE, D.H.K. Manual of field studies on the
and social interaction on the timing of heat tolerance of domestic animals. Food
expressed oestrus. Tropical and Agriculture Organisation Paper No. 38
Agriculture, v.72, n.4, p-319-323, FAO, Rome., 1953.
1995.
LINARES, T.K.; KING, W.A.; PLOEN, L.
LAMOTHE-ZAVALETA, C., Observations on the early development of
FREDRIKSSON, G.; KINDAHL, H. embryos from repeat breeder heifers.
Reproductive performance of zebu Nordisk Veterinare Medicin, v.32, p.433-
cattle in Mexico 1. Sexual behavior and 443, 1980.
seasonal influence on estrous cyclicity.
LINDSELL, C.E.; MURPHY, B.D.;
Theriogenology, v.36, n.6, p.887-896,
MAPLETOFT, R.J. Superovulatory and
1991a.
endocrine responses in heifers treated with
LAMOTHE-ZAVALETA, V.; FSH-P at different stages of the estrous
FREDRIKSSON, G.; KINDAHL, H. cycle. Theriogenology, v.26, p.209-219,
Reproductive performance of Zebu 1986.
cattle in Mexico, 2. Seasonal influence
LLEWELYN, C.; MUNRO, C.D.; DVSc Thesis. University of Guelph,
LUCKINS, A.G.; et al. Behavioural Canadá, 1992
and ovarian changes during the
MALPAUX, B.; TRICOIRE, H.; MAILLIET,
oestrous cycle in the Boran (Bos
F.; DAVEAU, A.; MIGAUD, M.;
indicus). British Veterinary Journal,
SKINNER, D.C.; PELLETIER, J.;
v.143, n.1, p.75-82, 1987.
CHEMINEAU, P. Melatonin and seasonal
LÓPEZ, J.R.A.; GAMBOA, M.E.A.; reproduction: understanding the
ARCEO, A.M.A.; HOLY, L. neuroendocrine mechanisms using the
Concentración plasmática de sheep as a model. Journal Reproduction
progesterona y producción embrionaria, and Fertility, v.56 (suppl.), p.167-179,
em vacas superovuladas bajo 2002.
condiciones tropicales. Vet. Méx.,
MANJARREZ, E.V.A.; ROJAS, H.C.; VILLA-
v.30, n.1, p.19-23, 1999.
GODOY, A.; et al Influencia estacional
LUCY, M.C.; SAVIO, J.D.; BADINGA, L.; sobre el ciclo estral y el estro en hembras
DE LA SOTA, R.L.; THATCHER, cebú mantenidas em clima tropical.
W.W. Factors that affect ovarian Tecnica Pecuaria en Mexico, v.38, n.2,
follicular dynamics in cattle. Journal p.89-103, 2000.
of Animal Science, n.70, p.3625-3626,
MAPLETOFT, R.J. Bovine embryo transfer.
1992.
In Morrow, D.A.(ed) Current Therapy in
LYMO, Z.C.; NIELEN, M.; OUWELTJES, Theriogenology. W.B. Saunders,
W.; et al. Relationship among estradiol, Philadelphia, p. 54-58, 1986.
cortisol and intensity of estrous
MAPLETOFT, R.J., PIERSON, R.A. Fasctors
behaviour in dairy cattle,
affecting superovulation in the cow:
Theriogenology, v.53, n.9, p.1783-
practical considerations. Embryo Transfer
1795, 2000.
Newsletter, v. 11, n. (3), p. 15-24, 1993.
MACIEL, M., EDQVIST, L.E.,
MARTINEZ, G.; SOLANO, R.; CARAL, L.; et
GUSTAFSON., et al. Pre-ovulatory
al. Estudio del comportamiento
patterns of estradiol-17β in relation to reproductivo de um rebaño de hembras
the superovulatory response in cows zebu. III. Ciclo Estral. Revista Cubana de
and heifers. Reproduction Domestic Reproducción Animal, v.10, n.2, p.7-23,
Animals, v. 30, p. 49-53, 1995. 1984.
MACIEL, M.; GUSTAFSSON, H.; MATTONI, M.; MUKASA-MUGERWA, G.;
RODRIGUEZ-MARTINEZ, H. CECCHINI, G.; SOVANI, S. The
Ovarian activity in superovulated dairy reproductive performance of East African
cattle following cloprostenol injection (Bos indicus) Zebu cattle in Ethiopia. I.
on the day of embryo collection. Oestrous cycle length, duration, behaviour
Journal of Reproduction and and ovulation time. Theriogenology, n.30,
Development, v.42, n.2, p.73-80, 1996. p.961-971, 1988.
MADILL, S. The use of GnRH analogues MAXWELL, D.P., MASSEY, J.M.,
to delay the LH surge and ovulation KRAEMER, D.C. Timing of ovulation in
in superovulated Holstein heifers. the superovulated bovine. Theriogenology,
v. 9. p. 97-113, 1978.
MEDRANO, E.A.; HERNANDEZ, O.; MUCCIOLO, R.G. Teores de progesterona em
LAMOTHE, C.; GALINA, C.S. raças zebuínas. In: SIMPÓSIO
Evidence of asynchrony in the onset of NACIONAL DDE REPRODUÇÃO
signs of oestrus in Zebu cattle treated ANIMAL. 15. 1995. Anais... Belo
with a progestagen ear implant. Horizonte: 1995, p.73-82.
Research Veterinary Science, n.60,
MUCCIOLO, R.G.; BARBERIO, J.C. Níveis
p.51-54, 1995.
de progesterona no plasma sanguíneo,
MILVAE, R.A.; HINCKLEY, S.T.; durante o ciclo estral e a gestação, de vacas
CARLSON, J.C. Luteotropic and nelore (Bos indicus). Revista Brasileira de
luteolytic in the bovine corpus luteum. Reprodução Animal, v.7, n.1, p.11-21,
Theriogenology, v.45, n.7, p.1327- 1983.
1349, 1996.
MUKASA-MUGERWA, E., TEGEGNE, A.
MOLINA, L.R.; SATURNINO, H.M. FRANCHESCHINI, R. Influence of
Avaliação do método one-step na suckling and continuous calf-cow
criopreservação de embriões bovinos da association on the resumption of
raça Nelore. Revista Brasileira de postpartum ovarian function in Bos Indicus
Reprodução Animal, v. 17, n.3-4, cows monitored by plasma progesterone
p.89-96, 1993. profiles. Reproduction Nutrition
Development, v. 31, p. 241-47, 1991.
MONNIAUX, D.; CHUPIN, D.;
SAUMANDE, J. Superovulatory MUKASA-MUGERWA,E., BEKELE,E.,
response of cattle. Theriogenology, 19, TESSEMA, T. The productivity of
55-81, 1983. indigenous Ethiopian highland cattle.
Tropical Animal Health Production, v.
MOOR, R.M.; KRUIP ThAM., GREEN, D.
21, p. 120-26, 1989.
Intraovarian control of folliculogenesis:
limits to superovulation? NEBEL, R.L , JOBST, S.M., DRANSFIELD,
Theriogenology, v.21, p.103-116, M.B.G., et al. Use of radio frequency data
1984. communication system, Heatwatch, to
describe behavioral estrus in dairy cattle.
MORAES, I.A., SANTOS, M.R.C.,
Journal Dairy Science, v. 80 (Suppl. 1), p.
PINHO, T.G., et al. Biotecnologia de
179 , 1997.
embriões: II – Análise qualitativa e
quantitativa de embriões obtidos de NETT, T.M.; TURZILLO, A.M.; BARATTA,
vacas superovuladas para transferência M.; RISPOLI, L.A. Pituitary effects of
de embriões. Revista Brasileira de steroid hormones on secretion of follicle-
Ciência Veterinária, v.2, n.1, p.17-21, stimulating hormone and luteinizing
1995. hormone. Domestic Animal
Endocrinology, v.23, p.33-42, 2002.
MORRIS, C.A.; DAY, A.M.; PETERSON,
A.J. An experiment to measure the NOGUEIRA, M.F.G.; BARROS, B.J.P.;
dose-response relationship of ovulation TEIXEIRA, A.B.; TRINCA, L.A.;
rate to FSH in cows selected with a D’OCCHIO, M.J.; BARROS, C.M.
history of twinning. New Zeland Embryo recovery and pregnancy rates after
Veterinary Journal, v.36, p.189-191, the delay of ovulation and superstimulated
1988.
beef cows. Theriogenology, v.57, PATHIRAJA, N., OYEDIPE, E.O., VOH Jr,
p.1625-1634, 2002. A.A. , et al. Accuracy of rectal palpation in
the diagnosis of corpora lutea in zebu cows.
ORIHUELA, a. Some factors affecting the
British Veterinary Journal, v. 142, p.
behavioural manifestation of oestrus in
467-71, 1986.
cattle: a review. Applied Animal
Behavior Science., n.70, p.1-16, 2000. PENNINGTON, J.A., ALBRIGTH, J.L.,
DIEKMAN, M.A., CALLAHAN, C.
ORIHUELA, A.; GALINA, C.; ESCOBAR,
Sexual activity of Holstein cows: seasonal
J.; RIQUELME, E. Estrous behavior
effects. Journal Dairy Science., v.63, p.
following prostaglandin F2∝ injection
3023-3030., 1985.
in zebu cattle under continuous
observation. Theriogenology, v.19, PENNINGTON, J.A.; ALBRIGHT, J.L.;
n.6, p.795-809, 1983. DIEKMAN, M.A. Sexual activity of
Holstein cows: seasonal effects. Journal
ORIHUELA, A.; GALINA, C.S.;
Dairy Science., n.68, p.3023-3030, 1985.
DUCHATEAU, A. Behavioural
patterns on Zebu bulls towards cows PERRY, R.C., CORAH, L. R., KIRACOFE, G.
previously synchronized with H. Endocrine changes and ultrasonography
prostaglandin F2. Applied Animal of ovarian function in postpartum suckled
Behavior Science, v.21, p. 267-276, beef cows. Journal of Animal Science.
1988. Suppl., v.67, n.1, 807 (abstr.), 1989.
OYEDIPE, E.O., PATHIRAJA, N., VOH PETERS, A.R. Embryo mortality in the cow.
Jr, A.A. et al. Use of plasma Animal Breeding Abstracts, v.64, n.8,
progesterone profiles for the p.587-598, 1996.
assessment of reproductive functions in PHILLIPS, C.J.C. (Ed.). Reproductive
indigenoius Nigerian zebu cattle. behaviour. Farming Press, UK, pp.113-
Theriogenology, Los altos, v. 30, n. 3, 150, 1993.
p. 629-41, 1988.
PIERSON, R.A., GINTHER, O.J.
OYEDIPE, E.O.; VOH, A.A.J.; MARIRE, Ultrassonography of the bovine ovary.
B.N.; PATHIRAJA, N. Plasma Theriogenology, v. 21, n. 3, p. 495-505,
progesterone concentrations during the 1984.
oestrous cycle and following fertile and
non-fertile inseminations of zebu PINHEIRO, O.L.; BARROS, C.M.;
heifers. British Veterinary Journal, FIGUEIREDO, R.A.; DO VALLE, E.R.;
v.142, n.1, p.41-46, 1986. ENCARNAÇÃO, R.O.; PADOVANI, C.R.
Estrous behavior and the estrus-to-
PADMANABHAN, V.; KARSCH, F.J.; ovulation interval in Nelore cattle (Bos
LEE, J.S. Hypothalamic, pituitary and taurus) with natural estrus or estrus
gonadal regulation of FSH. Journal
induced with prostaglandin F2α or
Reproduction and Fertility, n. 59
norgestomet and estradiol valerate.
(suppl), p. 67-82, 2002.
Theriogenology, n.49, p.667-681, 1998.
PATE, J.L. Cellular components involved in
PINHO, T.G.; MUCCIOLO, R.G.;
luteolysis. Journal of Animal Science,
VERRESCHI, T.T.N. Níveis de
v.72, p.1884, 1994.
progesterona no plasma sanguíneo durante
o ciclo estral e início de prenhez em follicle of the first wave. Theriogenology,
bovinos mestiços leiteros (Bos taurus x v. 40, p. 99-109, 1993.
Bos indicus). Revista Brasileira de
RAKHA, A.M.; IGBOELI, G. The estrous
Reprodução Animal, v.12, n.1, p.17-
cycle of indigenous central African cattle.
26. 1988.
Jounal Animal Science, v. 32, p. 411-414,
PLASSE, D., WARNICK, A. C., KOGER, 1971.
M. Reproductive behaviou of Bos
RAKHA, A.M.; IGBOELI, G.; HALE, D. The
indicus females in subtropical
oestrus cycle of Zebu and Sanga breeds of
enviroment. I.Puberty and ovulation
cattle in Centra Africa. Journal
frequency in Brahman and Brahman x
Reproduction and Fertility, v.23, n.3,
British females. Journal of Animal
p.411-414, 1970.
Science, v27, n.1, p.94, 1968.
RANDEL, R.D. Endocrine aspects of the zebu
PLASSE, P.; WARNICK, A.C.; Koger, M.
cow. Revista Brasileira de Reprodução
Reproductive behavior of Bos indicus
Animal, Suplemento n.1, p.1-26, 1989.
females in a subtropical environment.
IV. Length of oestrous cycle, duration RANDEL, R.D. Nutrition and postpartum
of estrus, time of ovulation, fertilization rebreeding in cattle. Journal of Animal
and embryo survival in grade Brahman Science, v.68, n3, p. 853-62, 1990
haifers. Journal of Animal Science, RANDEL, R.D. Seasonal effects ou female
v.30, p.63-72, 1970. reproductive functions in the bovine
PRICE, C.A.; CARRIÈRE, P.D.; (Indian Breeds). Theriogenology, v.21,
GOSSELIN, N.; et al. Effects of n.1, p.170-185, 1984.
superovulation on endogenous LH REEVES, J.J., RANTANEN, N.W.,
secretion in cattle, and consequences HAUSER,M. Transretal real-time
for embryo production. ultrasound scanning of the cow
Theriogenology, n.51, p.37-46, 1999. reproductive tract. Theriogenology, v. 21,
PURWANTARA, B.; CALLESEN, H.; n. 3, p. 485-504, 1984.
GREVE, T. Characteristic of ovulations REICHERT, R.H. Estudo do ciclo estral em
in superovulated cattle. Animal novilhas nulíparas zebu (Nerole). In:
Reproduction Science, v.37, p.1-5, SEMINÁRIOS DO DEPARTAMENTO
1994. DE CLÍNICA E CIRURGIA. Escola de
PURWANTARA, B.; SCHMIDT, M.; Veterinária UFMG, Belo Horizonte, 1985,
GREVE, T.; CALLESEN, H. Follicular 8p.
dynamics prior to and during REINHARDT, V. Flehmen, mountig and
superovulation in heifers. copulation among members of a smi-wild
Theriogenology, n.40, p.913-921, cattle herd. Animal Behavior, v. 31, p.
1993. 641-650, 1983.
RAJAMAHENDRAN, R.; CALDER, M.D. REKWOT, P.I.; OGWU, D.; OYEDIPE, E.O.;
Superovulatory responses in dairy cow SEKONI, V.O. The role of pheromones
following ovulation of the dominant and biostimulation in animal reproduction.
Animal Reproduction Science, v.65,
p.157-170, 2001.
RHODES, F.M.; FITZPATRICK, L.A.; ROMERO, ª, ALBERT, J., BRINK., Z. et al.
ENTWISTLE, K.W.; De’Ath G. Numbers of small follicles in ovaries affect
Sequential changes in ovarian follicular superovulation response in cattle.
dinamics in Bos indicus heifers before Theriogenology, v. 35, p. 265-273, 1991.
and after nutritional anoestrus. Journal
RUBIO, I. Niveles sericos de progesterona en
Reproduction and Fertility, v. 104,
vacas Indobrasil (Bos taurus) durante los
p.41-49, 1995.
meses de noviembre a febrero en el trópico.
RHODES, R.C.III.; RANDEL, R.D.; Veterinaria Mexico, v. 16, p. 290-290,
LONG, C.R. Corpus luteum function in 1985.
the bovine: in vivo and in vitro
RUBIO, I., MORENO, I.Y.D., GALINA, C.S.
evidence for both a seasonal and
et al., Progesterona sérica, expression de
breetype effect. Journal of Animal
estro y fertlidad después de la inyección de
Science, v.55, n.1, p.159-167, 1982.
prostaglandina F2α en ganado cebú en
RIBADU, A.Y.; NAKAO, T. Bovine verano e inverno. Veterinaria México, v.
reproductive ultrasonography: a review. 20, n. 2, p. 145-149, 1993.
Journal Reproduction and
RUBIO, I.; MORENO, I.Y.D.; GALINA, C.S.;
Development, v.45, n.1, p.13-28, 1999.
et al. Progesterona serica, expresion de
ROBERGE, S.; RIEGER, D.; ROWLING, estro y fertilidad despues de la inyección de
N.C. Periovulatory LH, FSH and prostaglandina F2α en ganado cebu en
steroid hormone profile in verano e invierno. Serum progesterone,
superovulated and unstimulated oestrus expression and fertility aftar
Holstein heifers. Theriogenology, v.44, PGF2α injection in Zebu cattle during the
p.59-70, 1995. summer and winter. Veterinaria Mexico,
ROBERTSON, L.; CATTONI, J.C.; v.20, p. 145-149, 1993.
SHAND, R.L.; JEFFCOATE, I.A. A SAACKE, R.G. Optimal brreding time is
critical evaluation of ultrasonic compromise. Hoard’s Dairyman, nov.
monitoring of superovulation in cattle. 1999, p. 778, 1999.
British Veterinary Journal, v.149,
p.477-484, 1993. SAACKE, R.G., DALTON, J.C., NADIR, S., et
al. Relationship of seminal traits and
ROLLINSON, D.H.L. Reproductive habits insemination time to fertilzation rate and
and fertility of indigenous cattle to embryo quality. Journal Reproduction
artificial insemination in Uganda. and Fertility, v. 117, n. 1, p. 159-67, 1999.
Journal Agriculture Science, v.60,
n.2, p.279-284, 1963. SAMBRAUS, H.H. Nutztierethologie. Paul
Pary Verlag. Berlin, 1978.
ROMAN-PONCE, H. ThATCHER. W.W.,
WILCOX. Hormonal interrelationships SANTIAGO, L.L.; TORRES, C.A.A.;
and physiological response of lactating NOGUEIRA, E.T.; et al. Folículo
dairy cows to a shade management dominante e resposta superovulatória em
system in a subtropical enviroment. novilhas da raça Nelore. Revista
Theriogenology, v. 16, p. 139-154, Brasileira de Zootecnia, v.31, n.1, p.363-
1981. 368 (supl.), 2002.
SAS. Statistical Analyses Systems the onset of puberty in the beef heifer.
User’s Guide. SAS Inst. Inc., Cary, Journal of Animal Science, v.70, n.12
N.C.1996. 192p ,p.3994-4005, 1992.
40
Nº de ações recebidas
35
30
25
20
15
10
0
dias
-2 -1 0 1 2
Monta Cabeça-cabeça Tentativa de Monta
PQGA Cheirada no períneo Lambida no períneo
35
30
25
20
15
10
5
0
dias
-2 -1 0 1 2
Monta CACA TM PQGA CHPE LPE
Tabela 78. Correlação de Pearson entre as atitudes RECEBIDAS pelas vacas Gir e Guzerá no
experimento 1, dois dias antes do estro (dia –2)
AÇÕES RECEBIDAS Cabeçada Cheirada Pressão de Lambida
NO DIA -2 na no queixo na no
cabeça Períneo garupa Períneo
Tentativa de Monta 0,50000 -0,90453
0,6667 0,0955
Tabela 79. Correlação de Pearson entre as atitudes REALIZADAS pelas vacas Gir e Guzerá
no experimento 1, dois dias antes do estro (dia –2)
AÇÕES REALIZADAS Tentativa Cabeçada Cheirada Pressão de Lambida
NO DIA -2 de na no queixo na no
Monta cabeça Períneo garupa Períneo
Monta 0,98198 0,44811
0,1210 0,5519
Tentativa de Monta
Tabela 81. Correlação de Pearson entre as atitudes REALIZADAS pelas vacas Gir e Guzerá
no experimento 1, na véspera do estro (dia –1)
AÇÕES REALIZADAS Tentativa Cabeçada Cheirada Pressão de Lambida
NO DIA -1 de na no queixo na no
Monta cabeça Períneo garupa Períneo
Monta 0,27280 0,29888 0,26525 0,24822 -0,09916
0,0126 0,0156 0,0301 0,0703 0,6372
Tabela 82. Correlação de Pearson entre as atitudes RECEBIDAS pelas vacas Gir e Guzerá no
experimento 1, durante o período de estro (dia 0)
AÇÕES RECEBIDAS Tentativa Cabeçada Cheirada Pressão de Lambida
NO PERÍODO DO de na no queixo na no
ESTRO Monta cabeça Períneo garupa Períneo
Monta 0,33970 0,31184 0,23184 0,38006 0,30164
0,0002 0,0002 0,0112 0,0001 0,0024
Tabela 83. Correlação de Pearson entre as atitudes REALIZADAS pelas vacas Gir e Guzerá
no experimento 1, durante o período de estro (dia 0)
AÇÕES REALIZADAS Tentativa Cabeçada Cheirada Pressão de Lambida
NO PERÍODO DO de na no queixo na no
ESTRO Monta cabeça Períneo garupa Períneo
Monta 0,18091 0,21170 0,22145 0,18702 0,34881
0,0351 0,0137 0,0239 0,0435 0,0038
Tabela 84. Correlação de Pearson entre as atitudes RECEBIDAS pelas vacas Gir e Guzerá no
experimento 1, no dia posterior ao estro (dia 1)
AÇÕES RECEBIDAS Cabeçada Cheirada Pressão de Lambida
NO DIA 1 na no queixo na no
cabeça Períneo garupa Períneo
Tentativa de Monta -0,07469 -0,25374 0,38653 0,21814
0,6024 0,1191 0,0019 0,3058
Tabela 85. Correlação de Pearson entre as atitudes REALIZADAS pelas vacas Gir e Guzerá
no experimento 1, no dia posterior ao estro (dia 1)
AÇÕES REALIZADAS Tentativa Cabeçada Cheirada Pressão de Lambida
NO DIA 1 de na no queixo na no
Monta cabeça Períneo garupa Períneo
Monta 0,09618 0,26388 0,49041 0,51282 0,09916
0,5497 0,0873 0,0059 0,0007 0,6606
Tabela 87. Correlação de Pearson entre as atitudes REALIZADAS pelas vacas Gir e
Guzerá no experimento 1, dois dias após o estro (dia 2)
AÇÕES REALIZADAS Cabeçada na Cheirada Pressão de Lambida
NO DIA 2 cabeça no queixo na no
Períneo garupa Períneo
Monta 0,72283 -0,40573 0,85746 0,61619
0,1046 0,5943 0,0632 0,2684
7
6
5
4
3
2
1
0
15
1
11
13
17
19
21
23
horas do cio
Figura 26. Número médio de montas recebidas pelas vacas gir e guzerá
durante as horas de estro (Experimento I)
6
Nº de montas recebidas
0
1
11
15
13
17
19
21
23
70
Número médio de ações
60
50
recebidas
40
30
20
10
0
Dias
-1 0 1
Monta Cabeçada na cabeça Cabeçada no pescoço
Cabeçada no flanco Cheirada no períneo Cabeçada no períneo
PQGA Tentativa de Monta
60
realizadas
50
40
30
20
10
0
Dias
-1 0 1
Monta Cabeçada na cabeça Cabeçada no pescoço
Cabeçada no flanco Cheirada no períneo Cabeçada no períneo
Tentativa de Monta PQGA
Figura 29. Número médio de folículos ovarianos a cada 4 horas do período
ovulatório de vacas gir superovuladas
24
Nº médio de folículos nos
21
18
15
ovários
12
9
6
3
0
0 4 8 12 16 20
Horas do período ovulatório
Tabela 100. Modelo da análise de variância para a duração do estro das vacas Gir superovuladas pelo FSH
Fonte de Variação GL SQ Valor-p
Modelo 15 766,92564309 0,0274
Erro 14 248,38589358
Total 29 1015,31153667
Tabela 101. Modelo da análise de variância para o intervalo entre a administração da PgF2α e o início do
estro em vacas Gir superovuladas pelo FSH
Fonte de Variação GL SQ Valor-p
Modelo 8 2174,37678767 0,0011
Erro 20 1018,17259854
Total 28 3192,54938621
Tabela 103. Modelo da análise de variância para o intervalo entre o início do estro e o
início das ovulações nas vacas Gir superovuladas pelo FSH
Fonte de Variação GL SQ Valor-p
Modelo 11 549,85994847 0,0453
Erro 17 343,24943774
Total 28 893,10938621
Cabeçada no -0,14364
Flanco 0,7344
Tabela 105. Correlação de Pearson entre as atitudes REALIZADAS pelas vacas Gir superovuladas pelo FSH
na véspera do estro (dia –1)
AÇÕES Pressão de Tentativa de Cabeçada Cheirada no Cabeçada Cabeçada no
REALIZAD Queixo na Monta na cabeça Períneo no Flanco Períneo
AS Garupa
NO DIA -1
Monta 0,77347 0,69726 0,67277 0,26253 0,66873 0,41393
0,0052 0,0019 0,0012 0,2776 0,0013 0,1810
Cabeçada no 0,39270
Flanco 0,1476
Valores na primeira linha referem-se ao coeficiente de correlação de Pearson (r)
Valores na segunda linha referem-se ao grau de significância (p)
Tabela 106. Correlação de Pearson entre as atitudes RECEBIDAS pelas vacas Gir superovuladas pelo FSH no
período do estro (dia 0)
AÇÕES RECEBIDAS
Pressão de Tentativa de Cabeçada Cheirada no Cabeçada Cabeçada no
NO ESTRO Queixo na Monta na cabeça Períneo no Flanco Períneo
Garupa
Monta 0,74746 0,48473 0,26142 0,29522 0,29386 0,42332
0,0001 0,0066 0,1629 0,1069 0,1150 0,0176
Cabeçada no 0,46545
Flanco 0,0095
Tabela 107. Correlação de Pearson entre as atitudes REALIZADAS pelas vacas Gir superovuladas pelo FSH
no período do estro (dia 0)
AÇÕES Pressão de Tentativa de Cabeçada Cheirada no Cabeçada Cabeçada no
REALIZAD Queixo na Monta na cabeça Períneo no Flanco Períneo
AS Garupa
NO ESTRO
Monta 0,45617 -0,15643 0,36225 -0,14718 0,14528 0,33777
0,0129 0,4177 0,0452 0,4377 0,4437 0,0679
Tabela 108. Correlação de Pearson entre as atitudes RECEBIDAS pelas vacas Gir
superovuladas pelo FSH no dia posterior ao estro ( dia 1)
AÇÕES Tentativa de Cabeçada Cheirada no Cabeçada Cabeçada no
RECEBIDA Monta na cabeça Períneo no Flanco Períneo
S
NO DIA 1
Pressão de Queixo 0,53404 0,40382 -0,14808 -0,13056 0,00000
na Garupa 0,1386 0,2471 0,7514 0,8053 1,0000
Cabeçada no -0,25820
Flanco 0,5370
Tabela 109. Correlação de Pearson entre as atitudes REALIZADAS pelas vacas Gir superovuladas pelo
FSH no período do estro (dia 0)
AÇÕES Pressão de Tentativa de Cabeçada Cheirada no Cabeçada no Cabeçada
REALIZAD Queixo na Monta na cabeça Períneo Flanco no Períneo
AS Garupa
NO DIA 1
Monta 0,78841 0,91776 0,72221 -0,14155 0,41651 0,93517
0,0624 0,0001 0,0053 0,6780 0,2648 0,0002
Pressão de Queixo 0,89598 0,87403 0,17531 0,55365 0,98644
na Garupa 0,0063 0,0009 0,6062 0,1545 0,0136