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Janeiro de 2003
Situada no alto da colina da Nossa Senhora do Sardão, a Cidadela de Bragança é um dos
núcleos muralhados mais harmoniosos e bem preservados de Portugal
A seu lado, formando um harmonioso conjunto, fica a Igreja de Santa Maria, de fundações
românicas mas completamente reconstruída no século XVIII, na qual se misturam os estilos
renascentista e barroco. Enquanto no seu interior se destaca a pintura do tecto, o exterior
distingue-se pela bela fachada principal, com colunas decoradas por folhas de videiras e
cachos de uvas.
Junto à fachada oeste do castelo, abrigado agora por uma alameda de grandes plátanos,
encontra-se o velho pelourinho, onde eram castigados os criminosos da época medieval.
Curiosamente, a coluna está assente sobre uma figura suíno-
mórfica, a que os locais chamam de "Porca da Vila", e que
representa um berrão. Os berrões eram um ídolo pré-histórico,
sendo o seu culto uma prática característica dos povos
transmontanos. O monumento é encimado pelo escudo das
armas de Bragança e um capitel do qual partem quatro
braços, cujas extremidades são decoradas com carrancas.
De Brigantia a Bragança
Muralha e Cidadela
Da primitiva Brigantia,
fundada cerca de dois séculos
antes do nascimento de
Cristo, nada resta. Guerras
entre árabes e cristãos, com
os consequentes saques e
destruição, arrasam por completo a povoação que na
época se dividia em dois núcleos distintos: um situado no
lugar da actual cidadela e outro no vale onde agora se
encontra a Sé. Em 1130 volta a ser reconstruída por ordem de Fernão Mendes, cunhado de D.
Afonso Henriques. Cinco décadas mais tarde D. Sancho I concede-lhe foral mandando erguer a
fortificação, indispensável na zona de fronteira do jovem reino. O castelo surge então no lugar
de Benquerença, pertencente aos frades beneditinos do Mosteiro de Castro de Avelãs. Em
finais do século XIV a vila é oferecida como dote por D. Fernando I a uma das suas cunhadas,
irmã de D. Leonor Teles. Finalmente, Bragança torna-se ducado em 1422, tendo como primeiro
duque D. Afonso, filho ilegítimo de D. João I e genro de Nuno Álvares Pereira. Com o correr
dos anos, o burgo torna-se próspero e nove anos depois D. Afonso V eleva-o finalmente à
categoria de cidade, a pedido do segundo duque, D. Fernando. Ironicamente, nenhum dos
membros da Casa de Bragança alguma vez ali estabeleceu residência. Enquanto o primeiro
Duque preferiu construir o Paço Ducal nas suas propriedades de Guimarães, os nobres
seguintes escolheram o clima ameno do sul, habitando o Paço de Vila Viçosa.
A Torre de Menagem, gótica, distingue-se pela elegância das janelas em ogiva, ameias e seteiras. As
A suas linhas apresentam semelhanças com castelos ingleses
A muralha que cerca a Cidadela é recortada por ameias e acompanhada pelo caminho da ronda,
B possui 15 torreões em forma de cubo e duas portas
Fachada da Igreja de Santa Maria, cujo portal barroco é ladeado por colunas salomónicas e quatro
C nichos
A Domus Municipalis, exemplar único da arquitectura civil em toda a Península, foi utilizada como
D cisterna, lugar de reunião e abrigo de peregrinos
O pelourinho medieval assenta sobre uma escultura pré-histórica a que os locais chamam de Porca da
E Vila. Além das Armas de Bragança, é enfeitado por quatro carrancas com uma figura humana, um cão
e uma ave
In Rotas e
Destinos