Exercícios Resolvidos: Continuidade

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Escrito por Diego Oliveira - Publicado em 06/03/2016 - Atualizado em 24/11/2017

Como saber se uma função é contínua?

Uma função ƒ () é continua em  ∈ R se:

) f(a) existe;

) se lim ƒ () existir;

→

) e se lim ƒ () = ƒ ()

→

Propriedades:

1. Toda função polinomial é contínua em todo o R.

2. Toda função racional (divisão de polinômios) é contínua em seu domínio.
3. As funções sen(), cos() e e são contínuas em todo R.
4. Se ƒ e g são funções contínuas em um ponto , então:

4.1) ƒ ± g é contínua em ;
4.2) ƒ · g é contínua em ;
4.3) ƒ / g é contínua se g() 6= 0;

5. Se ƒ e g são contínuas em , então a função composta g ◦ ƒ também é

contínua em .
6. A função n(g()) é contínua apenas para g() > 0.
p
7. Uma função raiz ƒ () =  é contínua para todo  ∈ R+ .

Exemplo 1: Verifique se a função a baixo é descontínua em 1.

3 − 5 se  6= 1
§
ƒ () =
2 se  = 1

Solução:

i) ƒ (1) = 2

ii) lim ƒ () = lim (3 − 5) = −2

→1 →1

1
 iii) Como 2 6= -2, então a função não é contínua em  = 1.

Exemplo 2: Verifique se a função a baixo é descontínua em -2.

2 + 2 se  ≤ −2

ƒ () =
3 − 6 se  > −2

Solução:

i) ƒ (−2) = (−2)2 + 2(−2) = 0;


 lim (2 + 2) = 0
→−2−
ii) lim ƒ () ⇒
→−2  lim (3 − 6) = 4
→−2+

Assim conclui-se que: lim ƒ () não existe, pois os limites laterais quando 
→−2
tende a -2 são distintos. Assim, a função não é contínua.

2 + 1
Exemplo 3: Verifique se a função ƒ () = é descontínua em -1.
3 + 1

Solução:

i) Como ƒ (−1) não existe então já pode-se afirmar que a função não é contínua.

−1
 
Exemplo 4: Para que valores a função ƒ () = n é contínua?
+2

Solução:

Como vimos (na lista de propriedades) a função n(g()) é contínua para todo
g() > 0. Resolvendo então a inequação

−1
>0
+2

chegamos a solução de  < −2 e  > 1. Esses então são os valores para o qual
ƒ () é contínua.

esen()
Exemplo 5: Para que valores de  a função ƒ () = p é descontínua?
4 − 2 − 9

2
 Solução:

Sabe-se que a função e e sen() são contínuas em todo o R (veja propriedades)

e que a composição de uma função, por meio de funções contínuas, geram uma
composição também contínua. Assim e ◦ sen() = esen() é também uma função
contínua.

Agora que já sabemos que a parte superior de ƒ () (que é esen() ) é contínua
temos de verificar ainda quando a parte inferior também é contínua. Sabendo que
a soma (ou subtração) de funções contínuas também é contínua
p (propriedade 4.1)
e que todapfunção constante é contínua então a função 4 − 2 − 9 será contínua
apenas se 2 − 9 também for. Para verificar quais os valores em que a função raiz
quadrada é contínua basta descobrir quais os valores de  para os quais 2 − 9 é
maior que zero (veja propriedade 7).

2 − 9 < 0
⇒ −3 <  < 3
p
/ (−3, 3) a função 2 − 9 é contínua o que implica
p assim, para todo  ∈
Sendo
em 4 − 2 − 9 também é contínua neste mesmo intervalo.
Depois de verificar os valores para os quais a parte de cima e de baixo da função
são contínuas finalmente chegamos ao ultimo passo que é verificar para quais va
-lores de  a parte de baixo é diferente de zero (propriedade 4.3).

p
4 − 2 − 9 6= 0
⇒  6= ±5

esen()
Então ƒ () = p / (−3, 3) e  6= ±5.
é contínua para  ∈
4 − 2 − 9

−1

p se  > 1





 −1


Exemplo 6: Para que valores de  a função ƒ () = 5 − 3 se − 2 ≤  ≤ 1 é



6



se  < −2


−4
continua?

Solução:

−1
Note que ƒ () = p é contínua para  > 1;
−1

3
 Do mesmo modo ƒ () = 5 − 3 é continua em todo R, pois é uma função polino-
mial;

6
E por fim verifica-se que é contínua para  < −2.
−4

A função parece ser continua em todo o R, mas ainda pode haver descontinuidades
do tipo salto em  = −2 e  = 1.

TESTANDO A CONTINUIDADE EM 1

ii) ƒ (1) = 5(1) − 3 = 2

−1
 
ii) lim p = lim (5 − 3) = 2 que implica na existência de lim ƒ ()
→1+ −1 →1− →1

iii) Como f(1) = lim ƒ () então a função é continua em 1.

→1

TESTANDO A CONTINUIDADE EM -2

Note que não existe limite da função para  = 2, pois os limites laterais são
diferentes.

lim (5 − 3) = 11
→−2+

6
 
lim = −1
→−2− −4

Como os limites laterais são distintos então conclui-se que não existe limite de
ƒ () quando  = 2. Portanto, ƒ () é descontínua apenas para  = 2.

2 + 3 + 5
Exemplo 7: Para que valores de  a função é ƒ () = contínua ?
2 + 3 − 4

Solução:

Sabe-se que toda função polinomial é continua, assim para determinar as des-
continuidades de ƒ () (veja a lista de propriedades) basta determinar os valores de
 para o qual o seu denominador é diferente de zero.

2 + 3 − 4 6= 0

( − 1)( + 4) 6= 0 ⇒  6= 1;  6= −4

4
 Portanto, a função é continua para todo  ∈ R exceto para  = −1 e  = −4.

Exemplo 8: Determine todos os valores da constante  A para que a seguinte

2
A  − A se  ≥ 3
função seja contínua para todos os valores de . ƒ () =
4 se  < 3

Solução:

Como funções polinomiais são contínuas para todo o R então basta investigar a
continuidade em  = 3 para verificar a existência de descontinuidades do tipo salto.

Se ƒ () for contínua em 3 então deve existir o limite neste ponto. Ou em outras
palavras a igualdade abaixo deve ser verdadeira.

lim ƒ () = lim ƒ ()

→3+ →3−

⇒ 3A2 − A = 4

⇒ 3A2 − A − 4 = 0

⇒ A = 4/ 3; A = −1

Ou seja, A = 4/3 ou então -1.

Exemplo 9: Verifique se a função a baixo é descontínua em −3.

 p
  + 19 − 4
se  6= −3


ƒ () = +3
1
se  = −3



8

Solução:

) Agora calculamos ƒ (−3).

1
ƒ (−3) = .
8

) Primeiro verificamos o limite.

‚p
 + 19 − 4
Œ
lim
→−3 +3

5
 ‚p p
 + 19 − 4  + 19 + 4
Œ
= lim ·p
→−3 +3  + 19 + 4

( + 19) − 16
= lim p
→−3 ( + 3)(  + 19 + 4)

+3
= lim p
→−3 ( + 3)(  + 19 + 4)

1 1 1
= lim p =p =
→−3  + 19 + 4 16 + 4 8

‚p
 + 19 − 4
Œ
) Como lim = ƒ (−3) então a função é contínua em 3.
→−3 +3

6
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