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Presena amerndia na Amrica Portuguesa encontros, confrontos e dilemas

Prlogo
Aquando da defesa do meu doutoramento, fui interpelada pela mesa quanto ao que
verdadeiramente defendia na minha monografia. Ao longo de mil e tantas pginas,
distribuam-se por trs volumes no uma mas vrias teorias, afinal.
Acima de tudo, respondera a inquietaes muito especficas que, por seu turno,
correspondiam ao desabrochar de um novo e mais maturado esprito enquanto
investigadora.
Ciente, pois, das fragilidades de alguns discursos que povoam a historiografia
portuguesa e brasileira sobre a temtica, percebia a necessidade de devolver alguma
dignidade aos atores histricos os amerndios, uma presena silenciada, e os
missionrios, uma presena contestada, tanto pela excessiva eloquncia e retrica em
sua defesa, como por uma construo forjada em ataques deslocados ou mesmo
generalizados.
No era meu intuito reescrever a histria mas antes estabelecer nexos e interseces
com uma maior variedade de esferas do social e do cultural. Acima de tudo, pressentia a
urgncia de atestar factos, contrariar lugares-comuns e vises estereotipadas ao
convocar um variado leque de fontes da poca. Reconhecendo os meus evidentes
limites, pela ausncia de formao especfica na rea, senti ainda mais a exigncia de
ser rigorosa nos argumentos e de demonstrar com clareza o que no passava de
suposies.
A ideia que preconizara de incio desenvolveu-se e converteu-se num projecto sem
dvida ambicioso e perigosamente vasto, tanto em termos geogrficos, como a nvel da
cronolgico. Em minha defesa, importa alegar como o recorte no foi imposto, antes
respondendo naturalmente s demandas emanadas pelo prprio cruzamento de fontes e
suas interpretaes, sem se negar, contudo, ser um trabalho com temporalidades
distintas. Foi uma busca constante do como se chegou aqui e de o que isto gerou.

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