Educao e Crise do Trabalho Gaudncio Frigotto (Org.

)
Apresentao
A coletnea se origina do desconforto que o GT Trabalho-Educao da ANPEd vinha
percebendo na produo acadmica dos seus componentes ou mais amplamente na rea e
reas afins, ao longo particularmente da ultima dcada, sobre as relaes entre o mundo do
trabalho, da educao escolar, da formao humana ampla e da qualificao tcnicoprofissional. P. 15, 16
Trata-se de uma coletnea que busca interlocuo com um amplo conjunto de sujeitos sociais
desafiados a entender as determinaes histricas que conformaram uma realidade social,
econmica, cultural e educacional desigual, excludente e, ao mesmo tempo, de buscar
construir alternativas sociais de carter igualitrio, solidrio ou socialista. P. 22
Objetiva-se portanto garantir cada vez mais, o direito ao trabalho e remunerao dignos. P.
22
[...] o eixo dos embates bsicos que se trava neste final de sculo, particularmente na
realidade brasileira, entre propostas educativas que tm como sujeito ordenador o capital ou o
Estado a ele subordinado cujo iderio da educao, formao ou qualificao para a
produo ou para a empregabilidade, das propostas societrias e de formao, educao e
qualificao tcnico-profissional centradas nas necessidades mltiplas da produo da
existncia dos direitos humanos, individuais ou coletivos. P. 22, 23

Educao, Crise do Trabalho Assalariado e do Desenvolvimento: Teorias em conflito Gaudncio Frigotto

Somos conformistas de algum conformismo, somos sempre homem-massa ou homenscoletivos. [...] O problema o seguinte: qual e o tipo histrico de conformismo e de homemmassa do qual fazemos parte? (GRAMSCI, A.). P. 25
Trata-se de entender a formao humana no contexto da reestruturao produtiva e
globalizao excludente, da dramtica crise estrutural do trabalho assalariado que produz
esterilizao de vidas numa existncia provisria sem prazo (FRANKEL, 1945) e, portanto,
das novas formas de alienao do trabalho. P. 25, 26
[...] o mais importante intelectual marxista deste sculo, Antnio Gramsci [...]. P. 26
se voc realmente l o manifesto comunista de 1848, ficara surpreso com o fato de que o
mundo, hoje, muito mais parecido que aquele que Marx predisse em 1848. Idia do poder
capitalista dominando o mundo inteiro, como tambm uma sociedade burguesa destruindo
todos os velhos valores tradicionais, parece ser muito mais vlida hoje do que quando Marx
morreu (HOBSBAWN, 1997: 2). P. 27
O autor ressalta a relevncia da interao social na relao trabalho-educao.