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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
UEPA-CCSE
EPISTEMOLOGIA - ATIVIDADE I- TURMA 16
Capítulo de Livro (X)

Título: A “pedagogia” marxiana. Marx e a pedagogia moderna


Autor(a): MANACORDA, Mario
Professora: Ivanilde Apoluceno de Oliveira
Aluno do PPGED: NARCIZA VALERIA DOS SANTOS CARVALHO NEVES
Matrícula: 2020100929
Páginas: 13 A 110

Nº Trecho Pág.
1. A vitalidade do marxismo se expressa não apenas pela persistência dos 15
problemas por ele formulados, mas também por sua capacidade de exercer a
crítica tanto externamente, isto é, em relação à sociedade burguesa à qual se
contrapõe, quanto internamente, quer dizer, em relação às diferentes
apropriações de Marx e do marxismo efetuadas por aqueles que se definem
como marxistas.
2. Os limites da tentativa de ajustar o ensino às necessidades dos trabalhadores: A 16
chave do desequilíbrio é, bem entendido, a ausência do proletariado enquanto
força social tendo uma expressão política autônoma. Na ausência, pois, de toda
linha de massa, depois do desaparecimento de fato dos sovietes operários e
camponeses pobres, a hegemonia proletária não pode se impor por decreto
(Lindenberg, 1972, p. 299-300).
3. A história nos desmentiu, bem como a todos que pensavam de maneira 17
análoga. Ela demonstrou claramente que o estado de desenvolvimento
econômico no continente ainda estava muito longe do amadurecimento
necessário para a suspensão da produção capitalista (Marx; Engels, s/d, vol. 1,
p. 99).
4. Marx, o “organismo social” referido no texto se materializa na sociedade 18
capitalista. É esta que Marx estuda e cujas leis de nascimento, existência,
desenvolvimento, morte e substituição por outra de mais alto nível, ele revela.
O socialismo é apenas o nome dessa forma social de mais alto nível que se
gesta no interior do próprio capitalismo a partir de suas contradições internas.
Uma organização social nunca desaparece antes que se desenvolvam todas as
forças produtivas que ela é capaz de conter; nunca relações de produção novas
e superiores se lhe substituem antes que as condições materiais de existência
destas relações se produzam no próprio seio da velha sociedade (Marx, 1973,
p. 29, grifos nossos).
5. COMO SE CONFIGURA UMA PEDAGOGIA MARXIANA.
6. O homem não nasce homem: isto o sabem hoje tanto a fisiologia quanto a 22
psicologia. Grande parte do que transforma o homem em homem forma-se
durante a sua vida, ou melhor, durante o seu longo treinamento por tornar-se
ele mesmo, em que se acumulam sensações, experiências e noções, formam-se
habilidades, constroem-se estruturas biológicas – nervosas e musculares – não
dadas a priori pela natureza, mas fruto do exercício que se desenvolve nas
relações sociais, graças às quais o homem chega a executar atos, tanto
“humanos” quanto “não-naturais”, como o falar e o trabalhar segundo um
plano e um objetivo.
7. A tecnologia transforma imediatamente a fábrica, mas não muda 24
imediatamente a escola (ainda que lhe forneça novos conteúdos e novos
instrumentos). Assim, enquanto a fábrica de hoje, não obstante a
inalterabilidade de certos processos “naturais” de trabalho, de que já falava
Marx, não pode assemelhar-se senão a si mesma e à sociedade de que faz
parte, de fato, a nossa estrutura educativa.
8. Quanto mais a sociedade se distancia de suas origens “naturais” e se torna 25
histórica, tanto mais se torna imprescindível nela o momento educativo; quanto
mais a sociedade se torna dinâmica – e é assim ao máximo grau, uma
sociedade tecnológica que, rapidamente, muda os processos produtivos e
aumenta os próprios conteúdos científicos – tanto mais se torna necessária uma
estrutura educativa que, gradativamente, adapte a este processo não apenas as
novas gerações (mesmo que se nasça homem, nem por isso se nasce homem do
século XX),

9. A ciência estava substancialmente separada da produção, ou melhor, cada 26


ramo da produção, limitado a si mesmo, dispunha da sua pequena ciência
operativa e, além dessas tarefas imediatas, a ciência em geral apresentava-se
como busca desinteressada da pura verdade, como compreensão da natureza
enquanto imutável dado de contemplação.

10. E, na realidade, muda: mudam os seus conteúdos, mudam os seus próprios 27


meios de uso cotidiano (desde os instrumentos imediatos de escrita aos tipos de
textos e até as mais complicadas máquinas de ensinar), mas, com extrema
lentidão, com irremediável atraso em relação às transformações da ciência e da
tecnologia diretamente ligadas à produção.
11. PARTE 1: A PEDAGOGIA MARXIANA

12. Existe uma pedagogia marxiana? Ou, em outras palavras, é possível localizar, 33
no interior do pensamento de Marx – da sua análise, interpretação e
perspectiva de transformação do real – uma indicação direta para elaborar uma
temática pedagógica distinta das pedagogias do seu e do nosso tempo?
13. Teria tido uma atitude análoga perante o problema pedagógico [uma vez que] 34
como a filosofia da miséria mostra apenas a miséria da filosofia, assim a
filosofia da alienação mostra apenas a inutilidade de uma pedagogia abstrata
(Plebe, 1965, p. 10-1).

14. Os princípios do comunismo e o manifesto

15. Dois momentos do processo educativo: o que se inicia logo que as crianças 36
podem prescindir dos cuidados maternos e, em seguida, aquele que está
associado ao trabalho
16. Marx formula, quase com as mesmas palavras do parágrafo 18 dos Princípios 39
de Engels, a sua tese sobre o ensino.

17. A definição histórico-dialética da divisão do trabalho como nada mais que “a 41


expressão econômica da sociabilidade do trabalho na condição histórica da
alienação humana”, isto é, da propriedade privada.
18. As instruções os delegados e o capital Pág
19. Nas Instruções (Marx; Engels, 1962, p. 192-5)7, Marx, tendo definido como 43
progressiva e justa (apesar da maneira horrível como se realiza) a tendência da
indústria moderna de fazer colaborar na produção crianças e adolescentes dos
dois sexos, e tendo reforçado a tese de que, a partir de nove anos, toda criança
deve-se tornar um operário produtivo, e de que todo adulto deve, segundo a lei
geral da natureza, “trabalhar não apenas com o cérebro, mas também com as
mãos”
20. Por ensino entendemos três coisas: Primeira: ensino intelectual; Segunda: 44
educação física, dada nas escolas e através de exercícios militares; Terceira:
adestramento tecnológico, que transmita os fundamentos científicos gerais de
todos os processos de produção e que, ao mesmo tempo, introduza a criança e
o adolescente no uso prático e na capacidade de manejar os instrumentos
elementares de todos os ofícios.

21. Marx. Um elemento desse processo de subversão, desenvolvido 46


espontaneamente sobre a base da grande indústria, são as escolas politécnicas e
de agronomia, um outro elemento são as “écoles d’enseignement
professionnel”, nas quais os filhos dos operários recebem algum ensino de
tecnologia e do manejo prático dos diferentes instrumentos de produção. Se a
legislação sobre as fábricas, que é a primeira concessão arrancada, com muito
esforço, do capital, combina com o trabalho de fábrica apenas o ensino
elementar, não há dúvida de que a inevitável conquista do poder político por
parte da classe operária conquistará também lugar nas escolas dos operários
para o ensino tecnológico teórico e prático.

22. A crítica ao programa de Gotha


23. Educação popular [ou ensino elementar: Volkserziehung]: igual para todos? O 53
que se quer dizer com essas palavras? Acredita-se, talvez, que na sociedade
atual (e apenas desta se trata) o ensino possa ser igual para todas as classes? A
escola popular – única compatível com as condições econômicas, tanto dos
trabalhadores assalariados quanto dos camponeses?...
24. PARTE 2: O QUE É O TRABALHO?

25. Trabalho é, em Marx, termo historicamente determinado, que indica a 58


condição da atividade humana no que denomina economia política, ou seja, a
sociedade fundada sobre a propriedade privada dos meios de produção e a
teoria ou ideologia que a expressa.
26. A atividade vital ou manifestação de si mesmo
27. A divisão do trabalho, portanto, dividiu o homem e a sociedade humana, mas 62
tem sido a forma histórica do desenvolvimento da sua atividade vital, da sua
relação-domínio sobre a natureza.
28. Continuidade da mesma temática
29. O trabalho seja, por uma parte, a miséria absoluta enquanto objeto e, por outra 64
parte, a possibilidade absoluta de riqueza, enquanto sujeito e atividade; de fato,
os dois aspectos se condicionam e reciprocamente resultam da divisão do
trabalho (Marx, 1953, p. 203).

30. Objeções provocadas por essa antinomia


31. O Capital e, em especial, tanto a sua documentação historiográfica sobre a luta 68
pela jornada de trabalho, quanto a sua pesquisa estrutural sobre a relação entre
tempo de trabalho e tempo livre.

32. O reino da liberdade


33. Marx (1953, p. 197-8) A participação do operário em prazeres superiores, 70
incluindo os intelectuais – combater por seus próprios interesses, dispor de
jornais, assistir a conferências, educar os filhos, apurar seu gosto etc. – única
participação na sociedade que o separa do escravo, só é possível
economicamente desde que aumente o âmbito dos seus prazeres nos períodos
de prosperidade.
34. O livre desenvolvimento da individualidade, e, portanto, não a redução do 72
trabalho necessário para colocar sobre trabalho necessário da sociedade, a que
corresponde à formação artística, científica etc., dos indivíduos mediante o
tempo tornado livre para eles todos e mediante os meios procurados (Marx,
1953, p. 593).
PARTE 3: O HOMEM ONILATERAL
35. A onilateralidade é considerada objetivamente como o fim da educação. A 77
divisão do trabalho condiciona a divisão da sociedade em classes e, com ela, a
divisão do homem; e como esta se torna verdeiramente tal apenas quando se
apresenta como divisão entre trabalho manual e trabalho mental, assim as duas
dimensões do homem dividido, cada uma das quais unilateral, são
essencialmente as do trabalhador manual, operário, e as do intelectual (aqui,
Marx retoma a oposição de Adam Smith entre o carregador e o filósofo)
(Marx, 1952, p. 281).

36. Unilateralidade do proletário e do capitalista


37. O trabalho produz deformidade, imbecilidade, cretinismo no operário, que se 79
torna um objeto estranho e desumano, no qual nenhum dos sentidos existe
mais, e que não apenas não mais tem necessidades humanas, mas em que
também as necessidades animais cessam, pois tornou-se um ser insensível e
sem necessidades (Marx, 1952, p. 184, 185, 189, 225, 228, 261, 270, 274).

38. Uma moral dividida


39. Não apenas todos os teus sentidos imediatos, como o comer etc., deves poupar; 82
até mesmo a participação nos interesses gerais, a piedade, a confiança etc.,
tudo isto também deves poupar, se queres ser um homem econômico, se não
queres arruinar-te atrás de ilusões (Marx, 1952, p. 273)
40. A alienação em sua essência significa que cada esfera (como a economia, a 83
moral, a religião) me impõe uma norma diversa e antitética: uma da moral, a
outra da economia política, porque cada uma é uma determinada alienação do
homem e estabelece um determinado setor de atividade substancial alienada e
se comporta como estranha em relação à outra alienação (Marx, 1952, p. 273).

41. Aspectos positivos do homem unilateral


42. “cada necessidade real e eficaz apenas se existem as condições de sua 84
atualização”.

43. Marx e Engels: Quando operários comunistas se reúnem, seu fim é, antes de 85
tudo, a doutrina, a propaganda etc. Mas, ao mesmo tempo, adquirem com isso
uma nova necessidade, a necessidade da sociedade, e aquilo que aparece como
meio se torna fim..
Pág 86. Marx reafirma que, hoje em dia, é justamente entre os proletários que
se desenvolve o máximo do individualismo (Marx, 1958, p. 223).
44. O conceito de homem onilateral
45. Frente à realidade da alienação humana, na qual todo homem, alienado por 87
outro, está alienado da própria natureza, e o desenvolvimento positivo está
alienado a uma esfera restrita, está a exigência da onilateralidade, de um
desenvolvimento total, completo, multilateral, em todos os sentidos, das
faculdades e das forças produtivas, das necessidades e da capacidade da sua
satisfação.

46. A onilateralidade é, portanto, a chegada histórica do homem a uma totalidade 89/90


de capacidades produtivas e, ao mesmo tempo, a finalidade da produção, pode
afirmar sua limitada personalidade, passe-se à situação atual, na qual o homem
está degradado a acessório de uma máquina, a produção se apresenta como
finalidade dos homens e a riqueza como finalidade da produção. Mas, que é a
riqueza, uma vez abandonada a limitada forma burguesa,

47. PARTE 04: ESCOLA E SOCIEDADE

48. O conteúdo do ensino


49. As principais ideias pedagógicas de Marx pode ser dada por duas intervenções, 95
em agosto de 1869, no Conselho Geral da Associação Internacional dos
Trabalhadores (Internacional),
50. Ensino tecnológico e trabalho infantil
51. O primeiro ponto diz respeito à questão do trabalho produtivo das crianças e 98
pretende dar resposta a duas objeções diversas: 1. Que ele com porta,
inevitável mente, uma forma de exploração do trabalho infantil; 2. Que o custo
menor do trabalho infantil traz con sigo uma diminuição dos salários dos
trabalha do res adultos.

52. O sistema atual, com todas as misérias que acumula sobre a classe operária, 100
engendra, ao mesmo tempo, as condições materiais e as formas sociais
necessárias para uma reconstrução econômica da sociedade (Marx, 1955, p.
94).
53. Relação da escola com a sociedade, o estado e a igreja.
54. (Marx, 1957, p. 9-13). Marx ali estabelece uma relação, no mínimo tripla, 102
entre: a. Uma base real, dada pelo conjunto das relações de produção, que,
além disso, já pressupõem um determinado grau de desenvolvimento das
forças produtivas materiais e constituem a estrutura econômica da sociedade;
b. Uma superestrutura jurídica e política que se ergue sobre aquela base e à
qual correspondem; c. Determinadas formas de consciência social.
55. Objetividade do ensino
56. O papel social da escola configura-se, pois, para ele, sobretudo, como uma 109
integração à fábrica, do mesmo modo como a aprendizagem dos ofícios era
uma integração à oficina artesanal.

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