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1. A vitalidade do marxismo se expressa não apenas pela persistência dos 15
problemas por ele formulados, mas também por sua capacidade de exercer a
crítica tanto externamente, isto é, em relação à sociedade burguesa à qual se
contrapõe, quanto internamente, quer dizer, em relação às diferentes
apropriações de Marx e do marxismo efetuadas por aqueles que se definem
como marxistas.
2. Os limites da tentativa de ajustar o ensino às necessidades dos trabalhadores: A 16
chave do desequilíbrio é, bem entendido, a ausência do proletariado enquanto
força social tendo uma expressão política autônoma. Na ausência, pois, de toda
linha de massa, depois do desaparecimento de fato dos sovietes operários e
camponeses pobres, a hegemonia proletária não pode se impor por decreto
(Lindenberg, 1972, p. 299-300).
3. A história nos desmentiu, bem como a todos que pensavam de maneira 17
análoga. Ela demonstrou claramente que o estado de desenvolvimento
econômico no continente ainda estava muito longe do amadurecimento
necessário para a suspensão da produção capitalista (Marx; Engels, s/d, vol. 1,
p. 99).
4. Marx, o “organismo social” referido no texto se materializa na sociedade 18
capitalista. É esta que Marx estuda e cujas leis de nascimento, existência,
desenvolvimento, morte e substituição por outra de mais alto nível, ele revela.
O socialismo é apenas o nome dessa forma social de mais alto nível que se
gesta no interior do próprio capitalismo a partir de suas contradições internas.
Uma organização social nunca desaparece antes que se desenvolvam todas as
forças produtivas que ela é capaz de conter; nunca relações de produção novas
e superiores se lhe substituem antes que as condições materiais de existência
destas relações se produzam no próprio seio da velha sociedade (Marx, 1973,
p. 29, grifos nossos).
5. COMO SE CONFIGURA UMA PEDAGOGIA MARXIANA.
6. O homem não nasce homem: isto o sabem hoje tanto a fisiologia quanto a 22
psicologia. Grande parte do que transforma o homem em homem forma-se
durante a sua vida, ou melhor, durante o seu longo treinamento por tornar-se
ele mesmo, em que se acumulam sensações, experiências e noções, formam-se
habilidades, constroem-se estruturas biológicas – nervosas e musculares – não
dadas a priori pela natureza, mas fruto do exercício que se desenvolve nas
relações sociais, graças às quais o homem chega a executar atos, tanto
“humanos” quanto “não-naturais”, como o falar e o trabalhar segundo um
plano e um objetivo.
7. A tecnologia transforma imediatamente a fábrica, mas não muda 24
imediatamente a escola (ainda que lhe forneça novos conteúdos e novos
instrumentos). Assim, enquanto a fábrica de hoje, não obstante a
inalterabilidade de certos processos “naturais” de trabalho, de que já falava
Marx, não pode assemelhar-se senão a si mesma e à sociedade de que faz
parte, de fato, a nossa estrutura educativa.
8. Quanto mais a sociedade se distancia de suas origens “naturais” e se torna 25
histórica, tanto mais se torna imprescindível nela o momento educativo; quanto
mais a sociedade se torna dinâmica – e é assim ao máximo grau, uma
sociedade tecnológica que, rapidamente, muda os processos produtivos e
aumenta os próprios conteúdos científicos – tanto mais se torna necessária uma
estrutura educativa que, gradativamente, adapte a este processo não apenas as
novas gerações (mesmo que se nasça homem, nem por isso se nasce homem do
século XX),
12. Existe uma pedagogia marxiana? Ou, em outras palavras, é possível localizar, 33
no interior do pensamento de Marx – da sua análise, interpretação e
perspectiva de transformação do real – uma indicação direta para elaborar uma
temática pedagógica distinta das pedagogias do seu e do nosso tempo?
13. Teria tido uma atitude análoga perante o problema pedagógico [uma vez que] 34
como a filosofia da miséria mostra apenas a miséria da filosofia, assim a
filosofia da alienação mostra apenas a inutilidade de uma pedagogia abstrata
(Plebe, 1965, p. 10-1).
15. Dois momentos do processo educativo: o que se inicia logo que as crianças 36
podem prescindir dos cuidados maternos e, em seguida, aquele que está
associado ao trabalho
16. Marx formula, quase com as mesmas palavras do parágrafo 18 dos Princípios 39
de Engels, a sua tese sobre o ensino.
43. Marx e Engels: Quando operários comunistas se reúnem, seu fim é, antes de 85
tudo, a doutrina, a propaganda etc. Mas, ao mesmo tempo, adquirem com isso
uma nova necessidade, a necessidade da sociedade, e aquilo que aparece como
meio se torna fim..
Pág 86. Marx reafirma que, hoje em dia, é justamente entre os proletários que
se desenvolve o máximo do individualismo (Marx, 1958, p. 223).
44. O conceito de homem onilateral
45. Frente à realidade da alienação humana, na qual todo homem, alienado por 87
outro, está alienado da própria natureza, e o desenvolvimento positivo está
alienado a uma esfera restrita, está a exigência da onilateralidade, de um
desenvolvimento total, completo, multilateral, em todos os sentidos, das
faculdades e das forças produtivas, das necessidades e da capacidade da sua
satisfação.
52. O sistema atual, com todas as misérias que acumula sobre a classe operária, 100
engendra, ao mesmo tempo, as condições materiais e as formas sociais
necessárias para uma reconstrução econômica da sociedade (Marx, 1955, p.
94).
53. Relação da escola com a sociedade, o estado e a igreja.
54. (Marx, 1957, p. 9-13). Marx ali estabelece uma relação, no mínimo tripla, 102
entre: a. Uma base real, dada pelo conjunto das relações de produção, que,
além disso, já pressupõem um determinado grau de desenvolvimento das
forças produtivas materiais e constituem a estrutura econômica da sociedade;
b. Uma superestrutura jurídica e política que se ergue sobre aquela base e à
qual correspondem; c. Determinadas formas de consciência social.
55. Objetividade do ensino
56. O papel social da escola configura-se, pois, para ele, sobretudo, como uma 109
integração à fábrica, do mesmo modo como a aprendizagem dos ofícios era
uma integração à oficina artesanal.