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A Imortalidade Da Alma Humana Segundo São Tomás de Aquino - Carlos Ancêde Nougué - Cropped
A Imortalidade Da Alma Humana Segundo São Tomás de Aquino - Carlos Ancêde Nougué - Cropped
pode ser limitado seno por uma potncia na qual ele seja
recebido, ou ento pelo seu papel potencial com respeito a
um ato superior.
Determinada potncia sempre a capacidade real de
determinada perfeio. Esta noo, todavia, implica em si
mesma limitao que ela remete a um aspecto da
realidade constitudo precisamente por tal capacidade e no
por nenhuma outra, ou seja, por uma capacidade de certo
grau e no por uma capacidade de grau superior. Ora, se
quanto potncia no h perguntar o que a limita, por ser
patente a resposta, o mesmo no se d com respeito ao ato.
Que no se lhe busque a razo da limitao na atividade da
causa que o pe na existncia, fazendo-o justamente finito e
limitado ser vo. Esta tentativa, feita por Surez,25 ao
mesmo tempo que recorre a uma explicao exterior
realidade considerada, sem explic-la de dentro da sua
finitude essencial, esquece que a causa exterior, Deus, no
pode produzir o ato como limitado seno enquanto ele
recebido precisamente numa potncia que o limite. Desse
modo, a forma limitada pela matria prima que a recebe,
assim como a existncia limitada pela essncia receptora.26
Por natureza e por definio ato quer dizer perfeio, e tende a
comunicar-se e expandir-se sem nenhuma limitao
intrnseca. Ele no traz em si a idia de limitao. O real no
pode, sem ferir o princpio de no-contradio,27 ser o que
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Anexo
O SENSO COMUM
E A IMORTALIDADE DA ALMA
A razo natural alcana a espiritualidade e, portanto, a
imortalidade da alma humana. Di-lo Spinoza: Sentimus nos
ternos esse,82 e afirma Santo Toms: omne habens
intellectum naturaliter desiderat esse semper.83 Por certo
fim ltimo do homem. Distingue-se, pois, obviamente, do termo
escatologia que se formou a partir do grego skato- (< grego skr, skats,
excremento), e que quer dizer justamente tratado acerca dos
excrementos.
81 Louis Jugnet, ibid., pp. 94-95.
82 Cf. P. Reg. Garrigou-Lagrange, O. P., Le Sens commun La Philosophie de
ltre et les formules dogmatiques, Paris, Descle de Boruwer & Cie.,
diteurs, 1936, pp. 119-120.
83 Sum. theol., Ia, q. 75, a. 6 (o homem deseja naturalmente existir
sempre). E acrescenta, no mesmo passo: e ele sente que este desejo
natural no pode ser vo. O que se encontra entre os negros africanos
Ibid., p. 123.
Cf. Sum. theol., Ia, q. 75, a. 5 e a. 6.
94 P. Reg. Garrigou-Lagrange, O. P., ibid., p. 123.
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