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Construtivismo-NíveisConceituaisLínguísticos
Através dos estudos de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky sobre a psicogênese da língua escrita,
compreendeu-se um novo significado para o processo de aquisição do código escrito realizado
pelas crianças. “A leitura e a escrita não dependem exclusivamente da habilidade que o
alfabetizando apresenta de ‘somar pedaços de escrita’, e sim, antes disso, de compreender
como funciona a estrutura da língua e a forma como é utilizada na sociedade”.
Para Grossi (1990) quando alguém se alfabetiza, percorre uma longa trajetória à qual é dado
o nome de psicogênese da alfabetização. Caracterizado pelos níveis[1] de concepção dos
sujeitos que aprendem.
Assim sendo, diante de uma nova situação, a criança modifica seus esquemas, adaptando-se
a novas situações. A ação de aprender fundamentada na teoria construtivista, acontece na
complementação destes dois processos, os quais deverão estar em interação constante.
das explicações da atividade significativa. Vários autores partiram dessas idéias para
desenvolver e conceitualizar as várias dimensões envolvidas na educação escolar, trazendo
inegáveis contribuições à teoria e à prática educativa. O núcleo central da integração de
todas essas contribuições refere-se ao reconhecimento da importância da atividade mental
construtiva nos processos de aquisição de conhecimento. Daí o termo construtivismo,
denominando essa convergência. Assim, o conhecimento não é visto como algo situado fora
do indivíduo, a ser adquirido por meio de cópia do real, tampouco como algo que o indivíduo
constrói independentemente da realidade exterior, dos demais indivíduos e de suas próprias
capacidades pessoais. É, antes de mais nada, uma construção histórica e social, na qual
interferem fatores de ordem cultural e psicológica. A atividade construtiva, física ou mental,
permite interpretar a realidade e construir significados, ao mesmo tempo que permite
construir novas possibilidades de ação e de conhecimento. Nesse processo de interação com
o objeto a ser conhecido, o sujeito constrói representações, que funcionam como verdadeiras
explicações e se orientam por uma lógica interna.
Mediar este processo é tarefa essencial do professor para que ele possa perceber quando
deve intervir e propor novos desafios. Desta forma, através deste processo, a alfabetização
vai se constituindo e a criança vai construindo o conhecimento da base alfabética da escrita.
A alfabetização, como processo passa então a ser vista também com uma nova visão: como
código de comunicação que promove à socialização e o acesso à cultura. Segundo a
Wikipédia:
· Nível 1: pré-silábico
· Nível 2: intermediário I
· Nível 3: silábico
· Nível 4: intermediário II ou silábico-alfabético
· Nível 5: alfabético
Nível Pré-Silábico
A criança quando se encontra neste nível apresenta em seu processo algumas fases bem
definidas: a fase pictórica, fase gráfica primitiva e fase pré-silábica.
Mais adiante a criança passa para a fase gráfica primitiva. Esta fase surge logo após quando a
criança já consegue fazer o registro de símbolos e pseudoletras, misturadas com letras e
números. Apresenta uma linearidade e utiliza-se do seu conhecimento do meio ambiente para
escrever, podendo ser bolinhas, riscos, ensaios de letras. Nesta etapa surge uma reflexão
sobre os sinais escritos. É bastante questionadora sobre a representação que o cerca.
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Nível 2- intermediário
Após ser questionada e problematizada pelo professor a criança entra em conflito. É o conflito
que caracteriza o nível intermediário entre o pré-silábico e o silábico. O professor, como
mediador, faz com que a criança repense suas certezas. O aluno, por sua vez, ainda não
entende a organização do sistema lingüístico. O professor, então, passa a exercer papel
fundamental para que a criança dê continuidade no seu entendimento.
Nível 3- Silábico
Neste nível a criança desenvolve certa confiança porque já consegue escrever estabelecendo
certa lógica.
Segundo Grossi (1990) a compreensão da estabilidade da escrita das palavras é o pré-
requisito para o nível silábico.
Na concepção silábica a criança conta os’ pedaços sonoros’ (sílabas) e coloca um símbolo
(letra) para cada sílaba, podendo ou não apresentar valor sonoro convencional. Nesta fase, a
leitura das palavras, frases e textos continuam com dificuldades, pois o professor não
consegue ler o que a criança escreveu.
O nível silábico apresenta as seguintes características: após escrever uma palavra, acrescenta
mais letras; apresenta a possibilidade de convivência com a hipótese de quantidade mínima
de letra por um bom tempo; utilização de uma letra para cada palavra ao escrever uma frase;
falta de definição das categorias lingüísticas (artigo, substantivo, verbo); maior precisão na
correspondência som/letra, o que não ocorre sempre; uso de recorte silábico nas frases.
Percebemos nesta hipótese que a criança distingue a sonorização ou fonetização da escrita,
que não é existente em fases anteriores.
É um nível marcado novamente pelo conflito estabelecido pela criança, pois precisa negar a
lógica do nível silábico. É o conflito que é gerado pela incapacidade de compreensão daquilo
que a criança escreveu. Neste momento a criança sente-se sem saída. O papel do professor é
primordial para que ela consiga perceber sua escrita e compará-la com a convencional, a fim
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de que possa perceber o valor sonoro das sílabas. Nesta fase a criança está a um passo da
escrita alfabética. Ela precisa ser estimulada a refletir sobre o sistema lingüístico a partir da
observação da escrita alfabética e da reconstrução do código.
Nível 5- alfabético
Nesta etapa ocorre uma estruturação dos vários elementos que compõem o sistema de
escrita. Segundo Grossi é a fase de conhecimento do valor sonoro convencional de todas ou
de algumas letras, bem como a de saber juntá-las para que constituam as sílabas. As crianças
já distinguem basicamente algumas unidades lingüísticas, tais como letras, sílabas e frases.
Apresenta as seguintes características: compreensão da logicidade da base alfabética escrita;
conhecimento do valor sonoro convencional de todos ou de parte das letras, juntando-as para
que formem sílabas e palavras, distinção de letra, palavra frase; pode ou não dividir a frase
convencionalmente, e sim de acordo com o ritmo frasal, escrita fonética, mas não ortográfica.
De posse do conhecimento teórico acerca de como os alunos aprendem e constroem seus
conhecimentos é necessário nos perguntarmos por que tantas crianças reprovam nas classes
de alfabetização? De que forma poderemos, enquanto educadores, contribuir para que de
fato, nossos alunos consigam avançar em suas hipóteses e chegar ao final do ano letivo
dominando o código escrito ? Que propostas de construção deste conhecimento poderemos
trazer para a escola a fim de auxiliá-los?
Todos estes questionamentos estão presentes em nossas práticas, visto que percebemos que
existem altos índices de reprovação, principalmente nos alunos de 2º anos da escola ao qual
fazemos parte.