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Desenvolvimento Humano
para a Cidade de São Paulo
Florianópolis 0.824 0.875 0.898 0.960 0.771 0.797 0.803 0.867 342,315
Porto Alegre 0.824 0.865 0.907 0.951 0.748 0.775 0.818 0.869 1,360,590
Curitiba 0.799 0.856 0.875 0.946 0.728 0.776 0.793 0.846 1,587,315
Vitória 0.797 0.856 0.882 0.948 0.715 0.762 0.793 0.858 292,304
Brasília 0.799 0.844 0.864 0.935 0.731 0.756 0.801 0.842 2,051,146
Rio de Janeiro 0.798 0.842 0.887 0.933 0.714 0.754 0.794 0.840 5,857,904
São Paulo 0.805 0.841 0.868 0.919 0.726 0.761 0.822 0.843 10,434,252
Belo Horizonte 0.791 0.839 0.866 0.929 0.727 0.759 0.779 0.828 2,238,526
Goiânia 0.778 0.832 0.862 0.933 0.718 0.751 0.755 0.813 1,093,007
Cuiabá 0.760 0.821 0.860 0.938 0.689 0.734 0.731 0.790 483,346
Campo Grande 0.770 0.814 0.857 0.915 0.717 0.757 0.737 0.771 663,621
Belém 0.767 0.806 0.883 0.928 0.710 0.758 0.708 0.732 1,280,614
Salvador 0.751 0.805 0.856 0.924 0.679 0.744 0.719 0.746 2,443,107
Palmas 0.696 0.800 0.755 0.934 0.649 0.712 0.683 0.754 137,355
Recife 0.740 0.797 0.818 0.894 0.676 0.727 0.727 0.770 1,422,905
Aracaju 0.734 0.794 0.832 0.901 0.666 0.729 0.703 0.752 461,534
Natal 0.733 0.788 0.808 0.887 0.693 0.730 0.699 0.746 712,317
Fortaleza 0.717 0.786 0.784 0.884 0.683 0.744 0.685 0.729 2,141,402
João Pessoa 0.719 0.783 0.803 0.885 0.660 0.720 0.693 0.743 597,934
Boa Vista 0.731 0.779 0.828 0.910 0.645 0.702 0.720 0.725 200,568
São Luís 0.721 0.778 0.845 0.901 0.670 0.737 0.648 0.696 870,028
Manaus 0.745 0.774 0.843 0.909 0.681 0.711 0.712 0.703 1,405,835
Teresina 0.713 0.766 0.793 0.870 0.708 0.734 0.637 0.695 715,360
Porto Velho 0.710 0.763 0.806 0.898 0.633 0.664 0.692 0.728 334,661
Rio Branco 0.703 0.754 0.760 0.860 0.677 0.697 0.673 0.704 253,059
Maceió 0.687 0.739 0.743 0.834 0.636 0.667 0.682 0.715 797,759
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano dos Municípios Brasileiros
0,5
Manari/PE
0,4
0,3
Brasil São Paulo Subprefeituras munic. São Paulo UDHs munic. São Paulo
o número de anos que elas levariam para de 2000 é educação, renda e longevi-
alcançar a subprefeitura de Pinheiros, dade. Entre as UDHs, a maioria segue
de maior IDH-M nos dois anos em es- a seqüência: educação, longevidade e
tudo. Em 1991, Parelheiros gastaria 50 renda. Em 2000, Educação é o subín-
anos para alcançar o nível de Pinheiros dice mais alto em todas as UDHs, à
no mesmo ano e, em 2000, esse tempo exceção de 14% delas, nas quais o su-
passou para 53 anos. A subprefeitura de bíndice Renda o supera. Longevidade,
Socorro precisava de 37 anos em 1991 e embora supere a renda em 53% das
de 42 anos em 2000. UDHs, nunca é o subíndice mais alto,
O melhor desempenho foi da sub- já que, em nenhuma delas, supera ao da
prefeitura da Lapa, que passou do educação.
quinto para o quarto lugar entre 1991 Conforme mostra o gráfico 3, é na
e 2000 entre as subprefeituras, trocan- dimensão renda do IDH-M que se ob-
do de posição com a subprefeitura da servam as maiores disparidades entre as
Sé. Se em 1991 ela precisava de 11 anos UDHs, seja em 1991 ou em 2000. Note-
para alcançar Pinheiros, esse tempo re- se que, como na determinação do índice
duz praticamente para metade em 2000, renda é utilizado o logaritmo da renda
6 anos. per capita, de fato as disparidades em
No Estado e no município de São renda per capita são bem maiores que
Paulo, a ordem de importância dos su- as observadas pelo índice. Essa questão
bíndices para a composição do IDH-M será retomada mais adiante.
0,950
0,900
0,850
São Paulo - 2000
0,800
São Paulo - 1991
0,750
0,700
Cidade Tiradentes
Pirituba
Parelheiros
Guaianazes
Itaim Paulista
São Miguel
M' Boi Mirim
Perus
Freguesia/Brasilândia
Socorro
Itaquera
V.Prudente/Sapopemba
Casa Verde/Cach.
V.Maria/V.Guilherme
Penha
Aricanduva
Ipiranga
Butantã
Mooca
Santana/Tucuruvi
Lapa
Santo Amaro
Vila Mariana
Pinheiros
São Mateus
Cidade Ademar
Tremembé/Jaçanã
Jabaquara
Campo Limpo
Ermelino Matarazzo
Sé
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano do Município de São Paulo
Fonte: Atlas do Trabalho e Desenvolvimento da Cidade de São Paulo
1,000
_ 0,919
0,900
_ 0,868
_ 0,841 _ 0,843
_ 0,822
_ 0,805
0,800
_ 0,761
_ 0,726
0,700
0,600
0,500
1991 2000 1991 2000 1991 2000 1991 2000
IDH-M IDH-M-Renda IDH-M-Educação IDH-M-Longevidade
40
30
%
20
988.466
1.118.133
10
350.239
382.107
0
% de 15 anos ou mais % de 15 anos ou mais % de 25 anos ou % de 25 anos ou % de 25 anos ou mais
analfabetas com menos de quatro mais analfabetas mais com menos de com menos de oito
anos de estudo quatro anos de estudo anos de estudo
60
50
(%)
40
SP = 27.32
30
20
10 SP = 6.69
SP = 1.47
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Porcentagem acumulada das UDHs
13,15 anos e 4,21 anos, ou seja, a mé- rações mais novas, como a de jovens
dia de anos de estudo da população adultos (18 a 24 anos), que tiveram
adulta em Moema é três vezes mais melhores oportunidades de acesso ao
alta do que a de Paraisópolis. ensino apresentam elevadas taxas de
Considerando os crescentes requi- analfabetismo, representando expres-
sitos mínimos para o completo acesso sivos contingentes que deverão entrar
das pessoas às disponibilidades e exi- na fase adulta despreparados do ponto
gências do mundo moderno e para o de vista educacional. Pior do que isso,
pleno desenvolvimento de suas poten- as melhores e piores taxas continuam
cialidades, os indivíduos com menos se verificando nas mesmas UDHs, com
de oito anos de estudo (ensino fun- a agravante de que naquelas com os
damental incompleto), inserido num piores resultados os patamares repre-
contexto cosmopolita como o do mu- sentam mais de 50% de seus jovens.
nicípio de São Paulo, podem ser con- Em 26% das UDHs o porcentual de
siderados praticamente analfabetos. jovens com menos de 8 anos de estu-
Sob esse ângulo, a situação da região do é maior que um terço, chegando ao
requer muito esforço, principalmente máximo de 69% na UDH União da
quando se constata que mesmo ge- Vila Nova/Vila Nair.
90 Analfabetos
Analfabetos funcionais
80 Analfabetos fundamentais
70
60
(%)
50
SP = 46.55
40
30
20
SP = 16.86
10
0 SP = 5.96
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Porcentagem acumulada das UDH’s
110
109,7
100
90
TMI (por mil nascidos vivos)
80
70
60
50
42,35
40
35,74
30
20
10
5,38 5,38 3,38
0
Brasil Estado SP UDHs
dois terços do valor observado para o Muitas dessas UDHs que já atingiram
País em 1990). Nas UDHs Parelheiros- a meta da ONU podem melhorar bastan-
Cratera e União da Vila Nova/Vila Nair te seus resultados, considerando-se que
será necessário reduzir pela metade os em 216 delas a TMI é maior que a de São
níveis verificados em 2000 para que a Caetano do Sul/SP, de 5,4 mortes/mil.
meta possa ser atingida. Finalmente, das UDHs que não haviam
Se a taxa de mortalidade infantil de- atingido a meta do milênio em 2000, 26%
crescesse com a mesma velocidade média estavam acima da média do município,
verificada para o município entre 1991 e chegando a um máximo de 36 mortes/mil.
2000, São Paulo atingiria o patamar pro- Em 18 delas, inclusive, as taxas continuam
posto pela meta do milênio em torno do piores que a média do município em 1991.
ano 2005. Seguindo esse mesmo raciocí- Nesses casos, exige-se um grande esforço
nio, 15 UDHs não alcançariam a meta para para que a meta seja alcançada.
2015, e aquelas em pior situação somente
atingiriam essa meta em torno de 2020. Renda
Vale distinguir a situação entre Em 2000, a renda familiar per capi
UDHs, conforme ilustrado no gráfico 8. ta do município de São Paulo era de R$
Primeiro, em 2000, 53% das UDHs 610,04, classificando-a na 13a posição en-
já haviam atingido a meta da ONU tre os 5.507 municípios brasileiros e na 7a
para 2015, e 24% já a haviam alcança- posição entre os municípios do Estado,
do em 1991. no qual desponta o município de Águas
50
Mortalidade Infantil 2000
40
SP 1991 = 30.4
30
SP 2000 = 21.7
20 Meta do Milênio = 17
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Porcentagem acumulada das UDHs
de São Pedro (R$ 954,65). A renda per capital e 27%, inferior à do Brasil (R$
capita da capital era significativamente 297,23). As três UDHs com menor renda
superior à do Estado (R$ 442,67). por pessoa estavam em situação semelhan-
O gráfico 9 mostra as disparidades de te à dos 10 municípios do Estado com os
renda por pessoa dentro do município mais baixos níveis de renda individual.
de São Paulo, entre suas subprefeituras Cabe lembrar que a disparidade em
e entre suas UDHs. Neste último caso, termos de renda per capita é bem supe-
verifica-se que a maior renda individual rior àquela em termos do IDH-M-Ren-
(Cidade Jardim, com R$ 3.384,67) era da, uma vez que este índice é constru-
equivalente a 5,5 vezes a do município ído a partir do logaritmo daquela. É o
e a 25 vezes a menor renda per capita que mostra também o gráfico 9: o maior
(União de Vila Nova/Vila Nair, com R$ IDH-M-Renda entre as UDHs é somen-
135,04). Entre as subprefeituras a dispa- te 70% superior ao menor.
ridade é também grande: a maior renda Entre 1991 e 2000, o Estado de São
per capita (Pinheiros, com R$ 2.405,17) Paulo apresentou um dos mais baixos
era 11 vezes superior à menor (Cidade ritmos de crescimento da renda per ca
Tiradentes, com R$ 218,93). pita (1,6% ao ano), bem inferior ao ob-
Destaca-se que 66% das UDHs apre- servado para o País (2,9% ao ano) e su-
sentavam renda per capita inferior à da perior apenas aos Estados de Roraima,
0,9
3500
São Paulo - 2000 0,8
3000
0,7
Renda per capita (R$)
2500
0,6
IDH-M-Renda
RPC-UDHs RPC- subprefeituras IDH-M-UDHs
2000 0,5
1500 0,4
0,3
1000
São Paulo - 2000 0,2
500 0,1
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
0,70
0,60
30,3%
0,50 41,2%
Índice de Theil
26,3%
34,6%
0,40
0,30
0,20 Inter
Intra
0,10
0,00
1991 2000 1991 2000
UDHs Subprefeituras
26% delas, mas em 30% a desigualdade pacial foi bem empreendido (se a divisão
cresceu, em termos relativos, mais que fosse perfeita, isolando-se áreas totalmente
no município. No caso das subprefeitu- homogêneas, 100% dessa diversidade se-
ras, esses porcentuais ficaram em 10% (3 ria “inter”, ou seja, entre as UDHs). Com
subprefeituras) e 35%, respectivamente. efeito, a desigualdade de renda entre os
Em 2000, a desigualdade no município municípios brasileiros responde por ape-
era um pouco inferior à existente no Brasil, nas 30% da diferença total no País.
uma das maiores no mundo, mas superior à Outra forma de mostrar o grau de
do Estado, uma das menores do País. desigualdade na distribuição de renda
3 Assim, nas UDHs
Dado o criterioso trabalho de divisão do município de São Paulo é por meio
Vila Andrade, Parque
dos Príncipes, Cidade espacial em UDHs, buscando-se o maior da apropriação da renda por estratos
Jardim, Vila Pruden- grau de homogeneidade possível dentro da população. Conforme o gráfico 11,
te-Ford, Parelheiros delas, a desigualdade de renda nessas uni- enquanto os 20% mais pobres apropria-
e Jardim Iara/Virgi-
dades é, em média, muito menor que a do vam-se de apenas 2% da renda total do
nia Bianca, o índice
de Gini supera o da município como um todo. Mas em algu- município em 2000, os 20% mais ricos
capital. Em geral, mas delas (10, pelo índice de Theil, e 6, ficavam com 66% e os 10% mais ricos,
os maiores níveis de pelo Gini) é maior3. Mesmo assim, o fato com 49%.
desigualdade encon-
tram-se nas UDHs de
da diferença entre as UDHs responder Em função dessa elevada desigual-
maior renda per capi por 41,2% da desigualdade total do muni- dade de renda, mesmo um município
ta, e vice-versa. cípio indica que o trabalho de divisão es- como São Paulo, com uma das maiores
17,36%
16,70%
90
80
70
% dos pobres
60
50
40 UDH’S
Subprefeituras
30
20
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Legenda
Conforme foi observado no texto, os resultados do IDH-M para as 454 Unidades de Desenvolvi-
mento Humano – UDHs – de São Paulo, ainda que tenham uma escala de variação razoável, 0,689
(União da Vila Nova/Vila Nair), e 0,972 (Jardim Marajoara), não permitem uma grande distinção entre
elas: 304 UDHs (67%) estão na categoria de alto desenvolvimento humano (IDH-M acima de 0,800) e
150 (33%) na de médio desenvolvimento humano (IDH-M entre 0,689 e 0,800).
O IDH-M, uma adaptação do IDH aos níveis municipais, segue estritamente os princípios deste
índice que sintetiza o nível de sucesso atingido pela sociedade no atendimento a três necessidades
básicas e universais do ser humano: acesso ao conhecimento (dimensão educação); direito a uma vida
longa e saudável (dimensão longevidade) e direito a um padrão de vida digno (dimensão renda). Para
a dimensão educação os indicadores selecionados são a taxa de alfabetização da população acima de
15 anos e a proporção de pessoas com acesso aos níveis de ensino primário, médio e superior, (medida
pela matrícula bruta nestes três níveis de ensino). Para a dimensão longevidade, o indicador é a ex-
pectativa de vida ao nascer. Para a dimensão renda é utilizado o logaritmo da renda familiar per capita,
como síntese da capacidade da população em adquirir os bens e serviços que estimulem e garantam
seu desenvolvimento.
Certamente, um dos pontos mais vulneráveis do índice é a dimensão educação, exatamente a que
tem apresentado maior índice de crescimento no país. A taxa de alfabetização, além de ser um conceito
pouco objetivo por depender da resposta do entrevistado é, sobretudo, um indicador muito pouco exi-
gente para avaliar as possibilidades de acesso ao conhecimento, entendendo esse como base para com-
preender e atuar no mundo moderno, ou ainda como requerimento mínimo para competir no mercado
de trabalho. A taxa bruta combinada de freqüência nos três níveis de ensino apresenta o inconveniente
de ser bruta (leva em consideração a população total freqüentando a escola mas a mede em relação à
população de 7 a 22 anos) e dessa forma não capta a questão do atraso escolar.
Para efeitos de cálculo de um novo índice – um IDH-M modificado – para São Paulo, faz-se aqui
apenas um exercício substituindo a taxa de alfabetização de adultos pelo porcentual dessas pessoas que
têm pelo menos oito anos de estudos completos, e que concluíram o ciclo fundamental, o que pode
ser chamado de taxa de alfabetização fundamental. Calculando-se o IDH-M para as UDHs de São
Paulo com este indicador e mantendo-se os demais, obtém-se resultados significativamente diferentes,
que ampliam a escala de variação e as possibilidades de utilização deste índice como classificador das
UDHs.
De fato, ocorre mesmo a mudança de categoria do IDH-M do município de São Paulo, que passaria
do alto (0,841) para o médio desenvolvimento humano (0,747). Para todas as UDHs nota-se, também,
uma sensível queda nos valores do IDH-M inclusive com 22 UDHs passando para categoria de médio-
baixo desenvolvimento – o IDH-M de União da Vila Nova/Vila Nair chegaria a 0,545. Médio-médio e
médio alto desenvolvimento humano passariam a ser as duas categorias mais representativas com 33%
das UDHs cada uma. A participação das UDHs no alto desenvolvimento humano cairia para metade,
30%, e então Moema/Jardim Novo Mundo passaria a ter o maior IDH-M com 0,953.