Análise Crítica do IDH Enquanto Índice para Comparação Entre os
Países
Igor Cauan Primor, Marcio Umberto Festa Filho, Vitor Inacio Borges, Eduardo Soares Athayde
Palavras-chave: IDH, desigualdade, desenvolvimento
Introdução
Antes de Manhub ul Haq e Amartya Sen desenvolverem o IDH, os
fatores puramente econômicos vigoravam como forma de analisar o
desenvolvimento humano. No entanto, esse modelo foi criticado ao
longo do tempo por apresentar variados pontos de inconsistência,
impulsionando o desenvolvimento do índice vigente atualmente. Ainda
assim, existem questões fundamentais às sociedades que são
desconsideradas por ele, como, por exemplo, a desigualdade. Portanto,
faz-se necessário investigar os eixos que embasam o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), identificar os eventuais fatores que
não são contemplados por ele e compará-lo ao sistema anterior. O
presente trabalho busca uma visão social e livre das métricas
econômicas generalistas utilizadas para estabelecer o padrão e
qualidade de vida das diferentes sociedades. Para tanto serão
analisadas a origem das desigualdades, seus desdobramentos e novas
abordagens metodológicas.
Objetivo
Geral: Avaliar o uso do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
para análises comparativas entre países.
Específicos:
Definir IDH, seus eixos estruturantes e suas categorias, assim como
os entraves para o desenvolvimento humano;
Diferenciar a classificação realizada apenas por fatores econômicos
(PIB per capita) do IDH;
Entender, por meio de pesquisas, e comparações, diferenças entre
países emergentes, subdesenvolvidos e desenvolvidos em relação ao
seu IDH, e como isso afeta o plano material.
Metodologia
O presente estudo é de caráter descritivo, ou seja, busca informações
que já são legitimadas e interpretá-las, no caso, foram utilizadas as
obras "A Origem da Desigualdade Entre os Homens"-de Jean-Jacques
Rousseau- e " Economia Global e Desenvolvimento Social", de Gilberto
Dupas, além da dissertação "ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO
HUMANO (IDH) NO BRASIL: Uma avaliação de sua capacidade de
retratar a realidade social", de Roseane Barcellos Marques, e do Índice
de Gini.
Resultados e Discussões
Percebe-se a desigualdade como algo originado juntamente da criação
de terras e divisão do trabalho, haja vista que seus desdobramentos
surgiram a partir desse ponto, ou seja, a concepção humana do
conceito de propriedade privada conduz ao surgimento da
desigualdade.
O Gini é um índice que avalia o nível de desigualdade na distribuição de
renda em uma sociedade, variando de 0 (igualdade total) a 1
(desigualdade total).Esta ferramenta é muito útil para avaliar a
desigualdade dentro dos países e possui diversas aplicações que
mostram sua capacidade de questionar a ideia de que o Índice de
1. Professor Orientador: Danilo Petla
2. Itinerário Formativo: Humanas
Desenvolvimento Humano (IDH) é um indicador perfeito, uma vez que
não considera as desigualdades sociais: avalia de forma abrangente três
aspectos principais: renda per capita, expectativa de vida e anos de
educação.O índice de Gini desempenha um papel crucial em oferecer
uma visão mais abrangente da forma como o rendimento está distribuído
em um país. Isso revela que, mesmo que um país tenha um Índice de
Desenvolvimento Humano elevado, pode ainda assim apresentar altos
níveis de desigualdade, com grande parte da riqueza concentrada em
uma pequena minoria da população.
A internacionalização da economia, isto é, a Globalização, processo que
se inicia no século XV e ganha força na década de 80 com a Revolução
no Meio Técnico-Científico Informacional, gerou notórios impactos
sócio-econômicos. Nesse sentido, surge a mobilidade crescente de
capital e tecnologia, em contraste com a mão-de-obra pouco qualificada
e com condições sociais frágeis, que não transita tão facilmente no
espaço geográfico quanto os outros elementos e, assim, fica submetida
a lógica de emprego do setor privado (empresas transnacionais)
presente em sua região. Logo, o deslocamento da cadeia produtiva
(tecnologia e capital) entre países desestabiliza a estrutura de salários
ao moldá-la por padrões internacionais. Além disso, essa nova
articulação produtiva viabiliza que as multinacionais explorem as
vantagens das reservas de low-wage labor (mão-de-obra mal
remunerada) e relações contratuais informais.
Segundo Relatório do Banco Mundial de 1997, utilizado na pesquisa de
Dupas,:“Com a crescente competição e insegurança no trabalho, os
trabalhadores irão depender mais de recursos estáveis para
seguro-desemprego, educação e treinamento nos próximos anos.[…] O
desenvolvimento econômico e social sustentável mostra-se , pois,
impossível sem um Estado ativo. Um Estado atuante – e não um Estado
mínimo – é central ao desenvolvimento econômico e social, ainda que
como parceiro e facilitador”.
Conclusões
Conclui-se, que, o índice destacado é uma forma de análise, que
considera taxas, índices complementares, conceitos e dados socio-
-ecônomicos com o objetivo de definir, por meios desses, um parâmetro
de desenvolvimento de países e sociedades, sendo um dos índices mais
usados no mundo atualmente. Contudo, nota-se uma falta de
abrangência dele na sua consideração por dados importantes e
essenciais para essa conclusão como desigualdade e aspectos
cotidianos, assim como culturais. Portanto, o modelo explora uma visão
de mundo muito pequena relacionada ao seu objetivo de criação tendo
muitos aspectos a serem trabalhados por meio da incorporação desses
novos dados e características sociais podendo melhorar ainda mais.
Referências Bibliográficas
DUPAS, Gilberto. A Lógica da Economia Global e Exclusão Social. São Paulo,
1999.https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/7767443/mod_resource/content/0/Desi
gauldade_Gini.pdf. MARQUES, R. B. ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
(IDH) NO BRASIL: Uma avaliação de sua capacidade de retratar a realidade social,
São Paulo, PUC - SP, 2006. Rosseau, J. J. A Origem da Desigualdade entre os
Homens. França, Académie des Sciences, Arts et Belles-Lettres de Dijon. 1755.