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Divindade da Caça, assemelha e confunde-se muito com Ode, mas trata-se de caçadores
totalmente distintos um do outro. Unidos como se fossem único, são os protetores das matas
e dos animais silvestres e selvagens. Nasceu da concepção de Erinlèʹ o pai e Àbatà , Oxum
Ypondá ʹ sua mãe.

Otìn usa capanga e lança e vive na floresta a margem dos rios. Come toda espécie de caça
assim como Ode, mas o que aprecia mesmo, são todas as espécies de porco-do-mato.

Otìn é uma Iyagba que possui três mamilos. Um mito nos revela que ao se casar com Ode seu
primeiro e único marido, na núpcias pede para que ele faça um juramento de nunca revelar a
ninguém esta sua anormalidade. As esposas de Ode enciumadas, e desconfiadas de que há um
segredo entre os dois, embriagam-no e ele acaba por contar o segredo de Otìn. Humilhada
pelas esposas Otìn foge apavorada da cidade e se refugia no fundo do rio com sua família.
Traída pela confiança que teve em seu marido, nunca mais se envolveu com nenhuma outra
divindade.

Em alguns mitos esta divindade é mencionada como homem, talvez pelo fato desta se
comportar como tal, pois sabemos que na Cultura Yoruba à mulher esta vedada a arte da caça
e da guerra, inclusive esta não pode tocar as instrumentos de caça, colocando em risco a
sucesso e prestigio de um caçador. Em outras que sua beleza, compara-se com a de uma
mulher, caso semelhante ao de Logunede.

Nos Terreiros de origem Ketu ou Nagô, Otìn esta ͞acomodado͟ no Agbo Ode e só pode ser
cultuada juntamente com Ode, pois não se sacrifica para um sem dar para o outro. Esta ligação
esta expressa em uma das linhas de seu Oriki...

Ode o m'óta! (Ode você rende os inimigos)

Otìn bò rò Ode (Otìn vem ajudar Òde)

Os animais são os mesmos, mudando apenas o sexo, com exceção dos animais de caça, que
sempre devem ser machos, pois esta proibido a um caçador que se honre, sacrificar uma
fêmea selvagem, esta irá garantir a caça futura. Suas comidas prediletas, são elaboradas a
partir do feijão fradinho, milho verde, coco, inhame, cebola, camarão seco, raiz de gengibre e
azeite-de-dendê.

Os filhos de Otìn são quase inexistentes, raros e muitos deles são consagrados e iniciados à
Ode com Oro para Otìn. Vestidos em tons de azul e rosa, ornamentados com capangas,
braceletes e uma lança em punho, usando um chapéu com uma das abas laterais dobrada e
metade do rosto coberto por um fila, simbolo de realeza, esta magnífica Divindade se destaca
entre os outros caçadores. Dança sobre o som dos atabaques em ritmo do Àgèrè mas seu
principal ritmo é o Bàtá,onde suas cantigas são entoadas:

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