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LIBER DCCCXXXVII

A LEI
DA LIBERDADE

Sub Figurâ DCCCXXXVII

A.· . A.· .
Publicação em Classe C

Um texto de TO MEGA THERION 666, sendo um Magus 9°=2° A.· .A.·.

(As referências neste ensaio são a Liber Legis - O Livro da Lei.)

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2004 e.v.
LIBER DCCCXXXVII

A LEI
DA LIBERDADE

Sub Figurâ DCCCXXXVII

Faze o que tu queres deverá ser o todo da Lei

I
Eu s ou ger almente per guntado por que começo minhas car tas des ta for ma. Não
impor ta s e eu es tou es cr evendo par a minha s enhor a ou par a meu açougueir o,
s empr e começo com es tas onz e palavr as . Por que, de outr a for ma eu dever ia
começar ? Que outr o cumpr imento poder ia s er tão alegr e? Olhe, ir mão, não s omos
livr es ! Regoz ij a comigo, ir mã, não ex is te L ei além de Faz e o que tu quer es ?

II
Eu es cr evo is to par a aqueles que não ler am nos s o livr o s agr ado, o Livr o da L ei, ou
par a aqueles que, lendo- o, falhar am de alguma for ma em entender s ua per feição.
Pois ex is tem muitos as s untos nes te Livr o, a as B oas Novas es tão or a aqui, or a ali,
es palhadas atr avés do Livr o como es tr elas es tão es palhadas pelo campo da noite.
Regoz ij a comigo, todos vós povo! B em no início do livr o es tá a car ta magna de
nos s a divindade: " T odo homem e toda mulher é uma es tr ela" . Nós s omos todo
livr e, todo independente, todo glor ios amente br ilhante, cada um, um univer s o
r adiante. I s to não s ão boas novas ?
Então vem a pr imeir a chamada da Gr ande Deus a Nuit, s enhor a do par aís o
es tr elado, que também é a matér ia em s eu mais pr ofundo s entido metafís ico, que é
o infinito no qual todos nós vivemos e nos movemos e temos nos s a ex is tência.
Ouçam a pr imeir a convocação dela à nós homens e mulher es : " S aí; pois , ó
cr ianças , s ob as es tr elas , & tomai vos s a far tur a de amor ! Eu es tou s obr e vós e em
vós . Meu êx tas e es tá no vos s o. Minha alegr ia é ver vos s a alegr ia" . Mais tar de ela
ex plica o mis tér io da aflição: " Pois eu es tou dividida por caus a do amor , pela
chance de união" .
" Es ta é a cr iação do mundo, que a dor da divis ão é como nada, e a alegr ia da
dis s olução é tudo."

É mos tr ado mais tar de como is to pode s er , como a pr ópr ia mor te é, um êx tas e
como o amor , por ém mais intens o, a r eunião da alma com s eu ver dadeir o s i-
mes mo.

E quais s ão as condições des te goz o e paz , e glór ia? É nos s o o as cetis mo


melancólico do cr is tão, e do budis ta, e do hindu? Es tamos caminhando em temor
eter no que algum " pecado" nos afetar ia da " gr aça" ? De for ma alguma.

" S ede gr acios os por tanto: ves ti- vos todos com finos tr aj es ; comei r icas comidas e
bebei doces vinhos e vinhos que es pumam! T ambém, tomai vos s a far tur a e
vontade de amor como vós quis er des , quando, onde e com quem vós quis er des !
Mas s empr e par a mim! "
Es te é o único ponto a s e ter em mente, que todo ato deve s er um r itual, um ato de
ador ação, um s acr amento. Vivam como os r eis e pr íncipes , cor oados e não-
cor oados , des te mundo, tenham s empr e vivido, como mes tr es s empr e vivem;
por ém que não s ej a auto- indulgência; faça de s ua auto- indulgência s ua r eligião.

Quando você bebe e dança e us ufr ui delícias , você não es tá s endo " imor al" , você
não es tá " ar r is cando s ua alma imor tal" ; você es tá r ealiz ando os pr eceitos de nos s a
s agr ada r eligião, pr ovidenciado apenas que você s e lembr e de encar ar s uas ações
nes ta luz . Não r ebaix e- s e e des tr ua e vulgar iz e o s eu pr az er por omitir o goz o
s upr emo, a cons ciência da paz que ultr apas s a a compr eens ão. Não abr anj as apenas
Mar iana ou Melus ine; ela é a pr ópr ia Nuit, es pecialmente concentr ada e encar nada
numa for ma humana par a lhe dar amor infinito, par a pr oclamar que você s abor eie
mes mo na T er r a o elix ir da imor talidade. " Mas êx tas e s ej a teu e alegr ia da ter r a;
s empr e A mim! "

Novamente ela fala: " Amor é a lei, amor s ob vontade" . Mantenha pur o s eu mais
elevado ideal; lute s empr e em dir eção a ele s em per mitir que algo lhe par e ou lhe
des vie, como uma es tr ela per cor r e s eu incalculável e infinito cur s o de glór ia, e tudo
é amor . A Lei de nos s o s er tor na- s e Luz , Vida, Amor , e Liber dade. T udo é paz , tudo
é har monia e belez a, tudo é goz o.

Pois ouça, quão gr acios a é a Deus a; " Eu dou inimagináveis alegr ias s obr e a ter r a;
cer tez a, não fé, enquanto em vida, s obr e a mor te; paz indes cr itível, r epous o,
êx tas e; s em ex igir algo em s acr ifício" .

I s to não é melhor que a mor te- em- vida dos es cr avos dos Deus es - es cr avos , indo
opr imidos pela cons ciência de " pecado" , cans ativamente bus cando ou s imulando
fatigantes e tedios as " vir tudes " ?

Com tais , nós que temos aceitado a Lei de T helema não temos nada a faz er . Nós
temos ouvido a voz da Deus a- es tr ela: " Eu amo você! Eu des ej o você! Pálido ou
púr pur a, velado ou voluptuos o, Eu que s ou todo pr az er e púr pur a, e embr iagues do
s ens o mais íntimo, des ej o você. Ponha as as as e er gue o es plendor enr os cado
dentr o de você: venha em mim! " , e então ela ter mina:

" Cantai a ar r ebatador a canção de amor a mim! Queimai per fumes a mim! T r aj ai
j óias a mim! B ebei a mim, pois eu vos amo! Eu vos amo! Eu s ou a filha de
pálpebr as az uis do Pôr do s ol; eu s ou o br ilho nu do voluptuos o céu notur no. A
mim! A mim! " , e com es tas palavr as " A Manifes tação de Nuit es tá em um fim."

III
No capítulo s eguinte de nos s o L ivr o é dada a palavr a de Hadit que é complemento
de Nuit. Ele é ener gia eter na, o eter no movimento das cois as , o âmago centr al de
todo o s er . O univer s o manifes to s ur ge do cas amento de Nuit e Hadit; s em is to
cois a alguma poder ia haver . Es ta eter na, es ta per pétua fes ta de cas amento é então
a pr ópr ia natur ez a das cois as ; e por tanto tudo o que é, é uma cr is taliz ação do
êx tas e divino.

Hadit conta- nos s obr e ele mes mo: " Eu s ou a chama que queima em todo cor ação
de homem, e no âmago de toda es tr ela" . Ele é então nos s a íntima es s ência divina;
é você e não outr o, que es tá per dido na cons tante volúpia do abr aço da infinita
belez a. Um pouco depois ele fala de nós :

" Nós não s omos pelos pobr es & tr is tes : os lor des da ter r a s ão nos s os par entes ."
" Haver á um Deus de viver num cão? Não! Mas os mais elevados s ão de nós . Eles
dever ão s e r egoz ij ar , nos s os es colhidos : aqueles amar gur ados não s ão de nós ."

" B elez a & for ça, gar galhada s obr es s altada e langor delicios o, for ça e fogo, s ão de
nós ." Mais tar de, a r es peito da mor te, Ele diz : " Não pens es , ó r ei, s obr e aquela
mentir a: Que T u Deves Mor r er : em ver dade tu não dever ás mor r er , mas viver .
Agor a pas s a is s o s er entendido: s e o cor po do Rei dis s olve, ele dever á per manecer
em pur o êx tas e par a s empr e." Quando você s abe is to, o que r es ta a não s er
delícias ? E como vamos viver por enquanto?

" I s to é uma mentir a, es ta tolice contr a ti." [...] " S ê for te, ó homem! des ej ai, us ufr ui
todas as cois as de s entido e ar r ebatamento: não temas que qualquer Deus venha
te r enegar por is to" .

De novo e de novo, em palavr as como es tas , Ele vê a ex pans ão e o des envolvi-


mento da alma atr avés do goz o.

Aqui es tá o calendár io de nos s a igr ej a: " Por ém vós , ó meu povo, levantai- vos e
acor dai! Que os r ituais s ej am cor r etamente ex ecutados com alegr ia e belez a! "
Lembr e- s e que todos os atos de amor e pr az er s ão r ituais , devem s e r ituais ,
" Ex is tem r ituais dos elementos e fes tas das es tações . Uma fes ta pela pr imeir a noite
do pr ofeta e s ua noiva! Uma fes ta pelos tr ês dias de es cr itur a do Livr o da Lei. Uma
fes ta par a T ahuti e a cr iança do pr ofeta, s ecr eta, ó pr ofeta! Uma fes ta pelo
S upr emo Ritual, e uma fes ta pelo Equinócio dos Deus es . Uma fes ta par a o fogo e
uma fes ta par a a água; uma fes ta par a a vida e uma fes ta ainda maior par a a
mor te! Uma fes ta todos os dias em s eus cor ações na alegr ia de meu êx tas e! Uma
fes ta toda noite par a Nu, e o pr az er do máx imo deleite! S im! fes tej ai! r ej ubilai- vos !
não há temor daqui por diante. Ex is te a dis s olução, e o êx tas e eter no nos beij os de
Nu." T udo depende em s ua pr ópr ia aceitação des ta nova Lei, e não s e ex ige que
você cr eia em alguma cois a, que aceite uma ex tens ão de fábulas idiotas abaix o do
nível intelectual de um lenhador e do nível mor al de um dr ogado. T udo o que você
tem a faz er é s er você mes mo, faz er s ua vontade, e r egoz ij ar .

" T u falhas ? Es tás ar r ependido? Ex is te medo em teu cor ação?" . Ele diz de novo:
" Onde eu s ou es tes não s ão." Ex is te muito mais do mes mo teor ; o s uficiente j á foi
mencionado par a tor nar tudo clar o. Por ém ex is te um inj unção s eguinte. " S abedor ia
diz : s ê for te! Então poder ás s upor tar mais goz o. Não s ej a animal; r efina teu
ar r ebatamento! S e tu bebes , bebe pelas oito e noventa r egr as da ar te: s e tu amas ,
ex cede em delicadez a; e s e tu faz es qualquer cois a pr az er os a, que ex is ta s utilez a
nis to. Mas ex cede! ex cede! Es for ça s empr e por mais ! e s e tu és ver dadeir amente
meu - e não o duvides , s e tu es tás s empr e cheio de pr az er - mor te é a cor oa de
tudo."

Er gam- s e meus ir mãos e minhas ir mãs da T er r a! Ponham s ob teus pés todos os


medos , todos es cr úpulos , todas hes itações ! Er gam- s e! Venham adiante, livr es e
goz os os , por noite e dia, par a faz er tua vontade; pois " Não ex is te lei além de faz e o
que tu quer es " . Er gam- s e! S igam em fr ente conos co na Luz e Vida e Amor e
Liber dade, tomando nos s o pr az er como Reis e Rainhas no Par aís o e s obr e a T er r a.

O s ol es tá er guido; o es pectr o das er as foi pos to a voar . " A palavr a de pecado é


Res tr ição" , ou como foi de outr a for ma dito nes te tex to: Aquilo é pecado, apr is ionar
teu s agr ado es pír ito! S igam em fr ente, s igam em fr ente em teu poder ; e que
nenhum homem lhe atemor iz e .

Amor é a lei, amor s ob vontade.


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