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Apresentação:

“Pomar das Romãs” é uma rápida visita à micro-obra “@


Romã – Um livro analógico de ditos de amor”, de Novembro
de 2016, acoplando os ditos analógicos à inspiração Vultur,
para dar impulso ao grande feitiço de amor entre o Vultur &

Pomar das Romãs Ariana e acordar o amor dionisíaco que o Vultur quer afirmar:
Transparência.
Assim para a surpresa do autor, ao começar em certa
manhã chuvosa de Janeiro a compor essa micro-obra, eis que
foram se concatenando sincronisticamente do futuro os
pontos de rompimentos que desejavam emergir, vir à tona, se
AnaLogions apresentarem para dar sentido inconsciente ao conteúdo
deste libelo.
de AmorFrater O texto Vultur parte, depois de uma introdução que visa
_________________________________________ situar o dissonante (Intradução), do mundo quadridimencional
Eduardo Moura Tronconi (O Jardim Octagonal), onde o mal finalmente fora instalado
como parte da consciência, e alcança o ponto de
rompimento com todas as formas e sentimentos mundanas
(Encontro/Partida: Romper) onde o Vultur e sua Shakti Ariana
encontram em si, nas significâncias do pensamentos e da
poesia, seu verdadeiro mundo, e fundam o seu próprio pomar
para além de desertos e jardins (A Fundação do Pomar). Em
tais estâncias enfim encontram rotos sentidos para velhos
termos, e o principal é a tranfinição de Amor-Fati, que não é
mais circular, mas espiral, sendo Amorfrater, amor afetuoso,
sem o feto do amor, base para o corpo-sem-orgão da
consumação entre o Vultur e Ariana, que traz reverberâncias
da gilânia, sentido qual deve pairar na relação humana entre
Obra Vultur macho e fêmea.
Toda essa epopeia de sentidos e dessentidos é coberta em
parcos 5 pseudo-capítulos, que são capitulações ao
ATdAcC/c
verdadeiro sentido das coisas engendrado pelo Vultur onde
MMXVIII os “ditos” tornam-se “des-ditos”, ou seja Dis-Curso: Analogions!
e. m. tronconi
Janeiro de 2018
“De qualquer forma, é
como algumas cosmogonias
estabeleceram os inícios das Assim também é com o
coisas: o divino primeiro se homem; ele primeiro veste
veste com a imagem de si os deuses na imagem de
mesmo. sua mais intima natureza; ele
os personifica como modos
de sua própria consciência
maior.”

G. R. S. Mead
Analogions

Eu sou o Alpha \/ Tu és o Ômega


Eu a serpente \/ Tu a flor
Eu sou o 1 \/ Tu és o 0
Eu sou o Kaos \/ Tu és o Kênoma
Nem Paraíso \/ Nem Inferno
Abutre & Aranha
Tu & Eu dançamos
vestidos de labaredas
colidindo estrelas
pois o Logos
está em deleite
de prazer & dor
na espiral do Amor
Intradução

Pelas teias de Ariana


o caminho secreto da obsessão...

Eis as Lâminas Alphadançantes ao Canto do Bode


pressagiam dionisíaco hipersentimentos em
trânsfugas...
PlenaTeias
Instantâneos de um baile da Linguagem
rompante rumo ao ômega do dito...
SagAção
São feitiços-dizeres da força de uma vontade
que materializar-se-ão...

& voa o abutre & tece a aranha


o sentido que escolheu escorrer...
Amor... & sua ausência, eis aqui a questão... o diferentes, formando a projeção holográfica do
caso, sobrepostos, nada sobre nada, o amor que
interdito, não sabido, ou esquecido!
alcançou a nadificação do êxtase...
O amor é uma teia de aranha que escorre no
Do Amor, Teogonia e Teoria estão prontos, Mito e
labirinto das paixões & maldições, labirinto de fogo,
Filosofia, aguarda o Vultur agora a Práxis desse amor,
labirinto de nada & caos...
a tecedeira do seu labirinto, a aranha primordial que
Como falar do amor? Como defender a guerra?
vem do futuro que sonhou para si & para ela...
Como justificar a ignominia?
Enquanto isso não se concretiza
As atrocidades deste sentimento, & pior, de suas
pneumaticamente, o Vultur lança seus feitiços-
cegueiras... Ele que tem tudo a ver com som, pois o
indigestivos na trilha da reverberância da linguagem
amor é uma música, um ruído, um hino, na boca da
que é a comunicação, que senão a mensagem,
morte & da vida... Canto de sereia que arrebenta
então a vibração, há de alcançar Ariana,
arrebata a almanau...
empurrando cada dobra do universo para reformar o
Vultur idealizou o amor, o cortejou, mas um amor
passado em que enfim estarão juntos.
direcionado a uma única pessoa, seu Alpha &
Há de se destruir então o jardim, & invadir o
Ômega... Primeiro era nada, depois caos... Primeiro
pomar... de Hades, como Perséfone o fez...
foi paixão, à sexta vista, até descobrir a raridade do
Plenas, as teias que formam toda uma galáxia de
que estava explicito... depois se tornou obsessão,
sentimentos, palco da saga desse amor, é sagrado
profunda obsessão, & sendo algo platônico ele teve
na ação de uma mito-poiésis que urdirá desde o
que a matar em seus sonhos, para tentar se livrar de
inconsciente, uma nova real-idade!
uma agonia irreal constante... Porém antes disso ele
tentou ordenar o caos...
Erigiu de pensamentos outros, que ouvira falar, de
um tal amor dionisíaco, o amor do inferno então, de
Hades por Perséfone, amor do Submundo, da
Morada dos Mortos, pois assim é o amor sem o objeto
amado em si, aprisionada por vontade própria sob a
custódia de seis favos de romã...
Então idealizou o ‘Amor como Transparência’. A
ideia é simples, cada amante é uma placa
transparente, que se co-penetram em suas cores
O Jardim Octogonal

Eis que o jardim se sustinha sob


as teias agarradas aos quatro pontos cardeais...

do Caos O Norte
& Nada a dilaceração de seu sorriso...

O Leste
o esplendor distante do seu colo...

O Oeste
o espaço inaudito entre teus seios...
arrotamos
Gozo O Sul
o rastro dos teus passos perdidos...
Eis que abaixo do Pleroma, além do Hórus, exalam de volta o perfume da rebeldia, da ousadia
de amar... Gozam!
situa-se o mundo abortal dos Arcontes... a
Isso é um convite para todos os pneumáticos!
coagulação da materialidade, o cubo, Hysterême, o
Inferno onde viemos habitar & aqui criar rebelião,
baderna, Kaos...
Chamado de “fruto comum do Pleroma”, é o Pilar
que indica a própria porta de entrada\/retorno à
Plenitude, o Pilar é o Falo que se fez coluna, a porta é
a Vulva, ambos quando juntos, já são o Pomar & o
Pomar é o Inicio-Fim do próprio Éden falido em
Hysterême.
Por isso o jardim ancorado pelas teias universais do
esclarecimento de Ariana, deve ser transmutado nas
feições-afetos do ser amado, para dali se referir à
plenitude além de toda parca materialidade morte
final...
As coordenadas indicam espaço-tempo, e essas
são ferramentas para a própria rebelião, pois sem
coordenadas não poderíamos partir, & nos perder,
dentro um do outro...
O espaço-tempo que o Vultur voa é o corpo, o
corpo como um todo, o seu & o dela, em pura
atmosférica transparência holografada galáxia! As
teias-sentidos excretada pela aranha, o vomito-
poema emanado pelo abutre, o corpo é o começo
& o fim do inferno onde o espírito está...
Ingerindo indefectivelmente a matéria, a forma & o
vazio, o caos & o nada, Kaos & Kenoma, Vultur &
Ariana, abutre & aranha, falo & vulva, extasiam-se no
Banquete Supersensualista da Vida & Morte, &
Se nutrem do suco da romã
(Encontros\/Partidas) Romper amor do submundo...

Eis que falo prisão


eis que vulvas alcovas...

O poste do açoite
o foço do afogo...
RotundAções
Conjunção de voo
& textura sob abismo...

Te verto em palavra
que dança sob a língua...

& contorce & retorce


no prazer da dissolução...

Deixamos para traz o jardim


& o Vultur plana acima & abaixo Ariana & nos instalamos no pomar...
nos pontos da quadridimencionalidade...
Nosso reino, nosso lote
O Buitre & a Aracna fruto & flores, asas & teias...
engendram mito-poiésis...
O mundo gira em incessante insensatez... A espinhos, mas atraem ferrões, bicos das aves, asas
dos insetos, pois a flor que dá fruto é um órgão
saga de cada um se desenrola, rotacional, presos
sexual.
todos no Eterno Retorno circular, das ações &
reação, da causa/efeito, e nos tornamos longe ou
esquecidos de nossos mitos pessoais nada mais do
que “mais um”, um brinquedo nas mãos dos mais
fortes, um bibelô, um produto do meio, nunca do
fim...
Só o Vultur sabe da verdade, mas a revela, o fim é
o passado... Viemos do futuro... só isso já faz a prisão
desabar, a rebelião anarquiza... a bastilha é ataca
por filósofos da alcova, de dentro dela mesma... os
mitos se repetem, mas perceba, por mais
circularidade que tenham, apontam para cima ou
para baixo em suas rotundações...
Voando a Aranha-Ariana nas asas do Abutre-Vultur,
sobre a égide dos corpos, macho & fêmea, Alpha &
Ômega, Serpente Oroboros, esse corpo, morada do
ser-lingua, ser-pente, ser-mente, semente do dizer,
que por ali brota, não rosa & espinho, mas flor & fruto,
desfrute, deflore, o dito poético revira-revolta o
mundo, incendeia o inferno de abolição, um fogo
maior, elétrico, sonoro, extático, dançante...
Nos modos-de-ser desviantes, que usa a rotação
para afastarem-se do centro & da borda, pois são
ilusões, se lançam na espiral do jogo do prazer, a
brincadeira de ser, & ser é Ser\/Não-Ser, ser dó pode
ser dois, & diferentes...
As diletas & mais belas flores, flores de árvores, são
as que expelem em gozo, uma fruta! Elas não têm
A Fundação do Pomar Eis que o inferno foi abolido
assim que o jardim secou...
Novos rumos tomamos
quando excomungamos os cardeais...
Agora somos hospedes das frutas
& da fruta pulmonar por excelência...
Pleromática
romã...
Pneumático
êxtase...
Agora os pontos de referência são
atrás, na frente, ao lado, sob, sobre...
Um é cultura
mas dois são Arte...

&ntão Vulturarte
desde o Pilar erototransparecer...
já é Pomar
A quadratura se instalou & rompeu
& elevamos no êxtase sêxtuplo...
Um canto... espiral...
na escuridão...
Partir do Éden, que já é só uma promessa
vencida, saída das barbas de um Demiurgo raivoso...
Partir de casa, da pátria, do lar, da terra, desenraizar,
tornar-se árvore-que-caminha, e lançar-se na
trânsfuga rota em busca de habitar território etéreos,
mutantes, não mais estabelecido nas amarras da lei,
das regras, da moral, desterritorializar é livrar-se das
vestes todas do mundo...
Não mais laço nenhum com nada, nenhum nó, só
transparências, nudezes de espírito, sem medos, sem
ancoras... Adeus Zeus! Tiranos de nossa consciência,
que os parasitas fiquem com os territórios
abandonados... Voamos...
Deixando Paraíso, extinguimos o Inferno!
Não mais quatro rumos para se ir, rumos-mil se
abrem... desde que o pilar, ereto, porteia o pomar,
somos atmosféricos... eu & você!
Remidos! Salvos a si mesmo, eis um corpo & um
corpo, a finitude encontrando a finitude se tornam
eternidades.
A transparência nega-se ser sombra, & projeta o
holograma dimensional da fatuidade, mas sua real
intenção é ser Nada & Tudo, é estar de posse da
consciência de sua potencialidade, sua
Completude-Pleroma, sua Totalização, Racional-
Sentimental, eroto-filosófico, espiritual... Dançante...
estrelas das constelações de uma galáxia toda...
bailarina!
Saiba, o Jardim é do Verbo, mas o Pomar é do
Logos!
Infindus: Amorfrater

& podemos enfim


repoutesar...

Dos voos & do tecer


incessantes...
Entendes?
Espiral Na livredade de sermos
o Eterno Indecentes...
Retorno
é! Repouso em ti
reteces em mim...

Pomar por amor transfinimos


& fizemo-nos infindos na transparência...
Elevando-se sobre a inundação de sentidos
vencidos, Vultur & Ariana se lançam no voo espiral
ascendente...
Deixam que os enraizados fiquem sob o julgo do
eterno retorno circular, dizendo sim às vicissitudes...
Agora esclarece na costa do olhar, o sol negro
imerge ao meio dia... Amor-fati espiralado, Amor-
frater...
Macho & Fêmea rompendo com a dominação e
se alinhando na dança gilânica da irmandade
superior, nem pai nem mãe, mas philia ascendente...
Um no outro repousa & se retesam... re-
energizam... complementam... na polaridade auto-
anulada... total...
Voam por uma tessitura aracnídea que leva além,
para o alto, espiraladamente... perene...
O voo já não é mais voo, o tecer já não é mais
tecer... é tudo dança... desde a palavra... rodopios...
a redenção do movimento... ritornelos aeternus...
Além do bem & do mal... sem moral, cheio de
honra... Abandonando os parâmetros & territórios da
decência... da decadência... da atração
gravitacional, causal...
No Pomar... eis que são o repouso & a teia um do
outro... Fruta dileta da alucinada transparessência...
enfim redefinida, nas teias da linguagem, nos voos
do sentido... nas espirais da imaginação, da
imaginalucinação... da inaudita & sentida
Iluminação!
O Baile só começou.........................
e. m. tronconi

Pomar
das Romãs
micro-obra Vultur

A Textura desse Abismo chamado Consciência


www.texturadoabismo.blogspot.com.br
emtronconi@hotmail.com

Uberlândia/MG – Brasil
Janeiro de 2018
Verão no Sul

...aqui se encerra esse livro!


e. m. tronconi

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