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Alessandra Morais Sousa

Acadêmica 6° ano – Medicina


Universidade Presidente Antônio Carlos
Belo Horizonte – 13/05/2010

FIOS E SUTURAS
Objetivos

 Classificações dos fios cirúrgicos


 Principais fios cirúrgicos, características,
utilização
 Nó cirúrgico, ponto cirúrgico, sutura cirúrgica
 Tipos de sutura e utilizações
 Retirada de sutura
Síntese cirúrgica

 Conceito
 Objetivos
 Facilitar o processo de cicatrização
 Contiguidade
 Continuidade
Fios cirúrgicos
Características do fio ideal
 Resistência à tração e torção
 Calibre fino e regulador
 Mole, flexível e pouco elástico
 Reação tecidual
 Esterilização
 custo
Classificação dos fios cirúrgicos

Quanto à estrutura
 Monofilamentar
 Categute simples e cromado
 Nylon
 Aço inoxidável
 Polipropileno
 Polidioxanone
Classificação do fio

 Quanto à estrutura
 Multifilamentar
 Algodão
 Seda
 Nylon
 Dacrón
 Ácido poliglicólico
 Poliglactin revestido
Classificação do fio
Classificação do fio

Quanto à absorção

 Absorvíveis
 Categute simples/ cromado
 Ácido poliglicólico (Dexon)
 Ácido poligaláctico (Vicryl)
 Polidioxanona (Maxon, PDS)
Classificação do fio

Quanto à absorção

 Inabsorvíveis
 Seda
 Algodão
 Poliéster
 Nylon
 Polipropileno (Prolene)
Classificação do fio
Quanto à origem
 Origem sintética
 Nylon
 Origem animal
 Polipropileno
 Categute
 Poliéster
simples/cromado
 Origem orgânica  Origem metálica
 seda  Prata
 Cobre
 Origem vegetal
 Aço vitálico
 algodão
 Agrafes ou clips de
Michel
Classificação do fio

Quanto à presença de agulhas


 Agulhados
 Não agulhados

Quanto à reação tissular


 Desprezível
 Mínima
 Muito baixa
 Moderada
Classificação do fio

Quanto à memória
 Desprezível
 Baixa
 Moderada
 Alta
 Bastante alta
Classificação do fio

Quanto ao calibre

Maior diâmetro Menor diâmetro

3-2–1–0–2.0–3.0–4.0–5.0–6.0–7.0–8.0– 9.0–10.0–11.0–12.0
Categute
 Biológico
 Submucosa do int.
delgado de ovelhas ou
serosa de bovinos
 monofilamentado
 Simples:
 absorção mais rápida – 5 a 10 dias
 Perde tensão em 1 a 2 semanas
 Cromado:
 tratamento com bicromato de potássio
 absorção mais lenta – 20 dias
 Força tênsil aumentada – 2 a 3 sem
Categute
Vantagens Desvantagens
 Manuseio  Permeável
 Absorvível  Reação tecidual
  Infecção
 Alergênico
Categute

Indicações
 Suturas gastrintestinais
 Amarraduras de vasos na tela subcutânea
 Suturas no peritônio
 Cirurgias ginecológicas
 Bexiga

Contra indicação
 Suturas superficiais
 Aponeurose
Ácido poliglicólico (Dexon)
 Sintético
 multifilamentado

Vantagens

 Absorvível – 60 a 90
dias
 ↓ Reação inflamatória
 Resistente
Ácido poliglicólico (Dexon)

Desvantagens
 Perda da
tensão efetiva de
seus nós em torno
de 3 semanas
 ↑ custo
 Infecção
Ácido poliglicólico (Dexon)

Indicações

 Peritônio
 Músculos
 Subcutâneo
 Chuleio intradérmico
 Laqueadura vascular
 Não indicado - aponeurose
Ácido poligaláctico (Vicryl)

 Sintético
 Semelhante ao ác.
Poliglicólico
 Absorvido em 60 dias

Indicações
 Cirurgias gastrintestinais, urológicas, ginecológicas,
oftalmológicas, aproximação de tec. Subcutâneo, pele
 Ponto intradérmico (3.0)
Polidioxanona (Maxon,PDS)

 Sintético
 Monofilamentado
 Absorção lenta – 90 a 180 dias
 Manutenção da resistência tênsil por longo
período
Indicações
 Sutura de tendões, capsulas articulares e
fechamento da parede abdominal
Seda

 Filamento protéico
obtido do bicho-da-
seda
 Multifilamentado
 Fibras retorcidas ou
trançadas
 Inabsorvível porém
biodegradável
Seda
Desvantagens
Vantagens  Infecção
 reação tecidual -
 Ñ irritante corpo estranho
 Barato
 fácil manuseio
 Nó firme
 Cicatrização
Seda
Utilização
 Fechamento de parede
 Hemostasia de vasos
 Cirurgias gastrointestinais
 Cirurgias Oftálmicas
 Cirurgias torácicas
 Cirurgias ortopédicas
Algodão
Vantagens Desvantagens
 Barato  Infecção
 Maleável  Reação tecidual –
 nós firmes granuloma de corpo
 Resistente estranho

Utilização
 Cirurgias gerais
Poliéster
 Sintético
 Multifilamentado
 Resistência e durabilidade
 ↓ reação tecidual
 ↓ resposta inflamatória
Indicações
 Aponeuroses, tendões, vasos
Contra indicações
 Infecção no local da sutura
Nylon

Vantagens Desvantagens

 Mono/multifilamentar  ↑ elasticidade
 ↑ resistência  Difícil manuseio
 Flexível  Perde resistência
 ↓ reação tecidual  Não produz nó firme
 Não irritante
Nylon

 Não absorvível porém


biodegradável

Utilização
 Usado em todos os tecidos
– praticamente inerte
 Preferidos para suturas de
pele
 Cirurgia arterial
 Fechar paredes
Polipropileno (Prolene)
 Sintético
 Monofilamentado
 Produz ↓ reação tecidual
 ↑ resistência – vários anos
 Facilmente removível

Utilização
 Sutura vascular
 Sutura intradérmica
 Fechamento de aponeurose
Aço

Vantagens
 Resistência Desvantagens
 Inerte aos tecidos
 Difícil manuseio
 Maleável
 Elasticidade
 Grande força
tensional  Nós volumosos
 Infecção
 Opaco ao RX
 Esterilização
 Uso limitado
Aço
Utilização
 Finos – cir. Plástica
 Médio – parede
 Grosso – osso
Origem metálica

Prata - clips de neurocirurgias e cirurgias


vasculares.
Cobre – cirurgias bucomaxilofaciais.
Aço vitálico – osteossínteses.
Agrafes ou clips de Michel – aproximação
de bordas de pele.
Nós e suturas
Nó cirúrgico
 É o entrelaçamento
ordenado feito com as
extremidades livres do
fio cirúrgico

Objetivos do nó cirúrgico
 Fácil execução
 Perfeito ajuste das
bordas da ferida
 Evitar afrouxamento
Nós e suturas

Ponto cirúrgico
 É o segmento de fio
cirúrgico compreendido
entre uma ou duas
passagens deste no
tecido.
 Distância entre dois
locais consecutivos
 É a unidade de síntese
Nós e suturas

Sutura cirúrgica
 Ponto ou conjunto de
pontos aplicados nos
tecidos com o objetivo
de união, fixação e
sustentação
 A importância da
sutura cirúrgica diminui
com o progredir da
cicatrização
Nós cirurgicos

Compostos por 3 seminós

1°- Contenção
2º- Fixação
3°- Segurança
Tipos de suturas

Sutura em pontos separados


Vantagens
 Afrouxamento de um nó não interfere no restante
da sutura
 ↓ quantidade de corpo estranho na ferida
 ↓ isquemia da ferida

Desvantagem
 Mais trabalhosa e mais demorada
Tipos de suturas
Sutura em pontos separados
1) Ponto simples
2) Ponto simples com nó para o interior da ferida
3) Ponto em U horizontal
4) Ponto em U vertical
5) Ponto em X horizontal
6) Ponto em X horizontal com nó para o interior da
ferida
7) Ponto recorrente
8) Ponto helicoidal duplo
Ponto simples
U horizontal – Wolf U vertical - Donatti
Donatti
ponto em X
Tipos de suturas

Sutura contínua
1) Chuleio simples
2) Chuleio ancorado
3) Sutura em barra grega
4) Sutura intratecidual, em barra grega
5) Sutura em pontos recorrentes
Sutura contínua simples ou sutura de Kurschner
Sutura ancorada de Ford, Retrógrada, festonada ou
de Reverdin
Sutura em barra grega
Sutura intradérmica
Sutura em bolsa
Suturas da pele
 Fios inabsorvíveis → ↓ reação
tecidual → cicatrizes estéticas
 Nylon, poliéster
 Pontos separados
 Pontos intradérmicos
– fios inabsorvíveis ou
absorvível tipo poliglicólico
 Aproximação com tiras de
esparadrapo microporado
Sutura de tela subcutânea

 Evitar formação de espaço morto e conseq


coleções serosas e hemáticas
 Pontos separados
 Fio absorvível
 Categute ou poliglicólico
Sutura de aponeurose
 Pontos separados
 Fio inabsorvível
 Nylon, poliéster, algodão
ou seda
 Sutura contínua – facilita
eventrações
Sutura muscular

 Quando a aponeurose
que recebe o músculo é
delicada
 Fios absorvíveis
 Evitar pontos
isquemiantes
Sutura de vasos e nervos

 Pontos separados ou contínuos


 Sempre com fios inabsorvíveis
 Nylon ou poliéster
Sutura do tudo digestivo

Anastomoses gastrintestinais
Lembert (1825): sutura serosa-serosa
Halsted (1887): inclusão da submucosa + sutura
em um plano
Posteriormente: anastomose intestinal em 2
planos
Gambee (1951): Bons resultados com
anastomoses intestinais em 1 plano
Recentemente: estudos clínicos e esperimentais
confirmam este estudo
Anastomoses gastrintestinais

Disposição das bocas

 Término-terminal
 Término-lateral
 Látero-lateral
Enteroentero-
anastomose
término-terminal
em dois planos

Fechamento da brecha
mesenterial
Enteroentero-
anastomose
látero-lateral em
dois planos
Sutura através de grampeadores

 Grampos metálicos
 Técnica adequada, rápida, segura
 Pequena reação tecidual
Retirada dos fio de sutura cutânea

 Devem ser mantidos


enquanto úteis
 Retirar o mais breve
possível – resistência da
cicatriz
 Incisões pequenas (≤4cm)
– 4° a 5° dias
 Incisões extensas – 7° a
8° dias
 Experiência do cirurgião
Retirada dos fio de sutura cutânea

Avaliação
 Aspecto da cicatriz
 Local da ferida – tensão?
 Direção da cicatriz – linhas de força
 Condições que interferem na cicatrização
 Tipo de tecido e capacidade de adquirir
resistência tênsil ao processo de cicatrização
 Tensão a que o tecido será submetido

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