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PORTO SANTO

Um Portugal melhor, o paraíso dos profetas

PLANTAS
CURATIVAS

BY: João Novaes e Marina Varisco Novaes


CUIDADOS A TER NA APANHA DAS PLANTAS:

1º Não apanhar plantas perto das estradas;


2ºTer atenção se alguém usou herbicidas ou pesticidas nas
plantas, visto que para algumas pessoas estas plantas são
daninhas.
3º Todas as plantas têm uma época de serem colhidas.

4º Depois de colhidas as plantas devem ser secas à sombra.


5º Não colher plantas perto de ribeiras perto de esgotos.
6º Não apanhar todas as plantas para que seja preservada a
espécie e assim não entrarem em extinção.
7º Não se automedicar sem pedir conselho a um especialista.
RINCHÃO
Sisymbrium officinalis S.
História
“Vou ter que desistir – lamenta-se um dos componentes do coro de Notre-Dame
ao seu médico. Estou afónico há dois meses, como consequência de um
catarro, e sem poder cantar. Não desesperes. Toma esta erva e faz gargarejos
com ela. Verás como voltas a ter a tua voz – responde Morin, famoso médico
parisiense do século XVII.
E o rinchão fez o seu efeito. Na época em que não existiam microfones, os
cantores, oradores e actores de toda a Europa encontravam nesta planta o
segredo para manter a voz clara e forte.

Propriedades e indicações:
Tem propriedades béquicas (acalma a tosse e a irritação da garganta), anti-
inflamatórias e expectorantes.
Torna-se muito útil nos casos de faringite, rouquidão ou afonia por laringite
(inflamação das cordas vocais) e bronquite.
Os melhores resultados obtêm-se quando se combina o uso interno (infusão)
com o externo (bochechos e gargarejos).
RINCHÃO
Sisymbrium officinalis S.

Uso interno:
Infusão com 50 gramas de sumidades floridas e folhas por litro de água. Tomar
até 5 a 6 chávenas quentes por dia. Pode-se comer as folhas cozidas como
salada.
Uso externo:
Bochechos e gargarejos com a mesma infusão que se emprega para o uso
interno. Não se deve engolir o liquido usado para os bochechos e gargarejos.
MALVAS
Malva sylvestris L.
Esta planta , símbolo do sossego e da doçura, já era utilizada pelos gregos há mais de
dois mil anos. Hipócrates recomendava-a como emoliente e laxante, propriedades que
foram demonstradas e que continuam a ter aplicação hoje.

Propriedades e indicações:
Prisão de ventre crónica – actua como um laxante não agressivo, inclusive em doses
elevadas, que lubrifica o tracto intestinal. Recomenda-se especialmente para crianças
pequenas e idosos.
Afecções respiratórias: tem efeito expectorante e antitússico, pelo que se prescreve nos
catarros, gripes, bronquites, tosse irritativa ou seca, e em caso de asma.
Afecções das mucosas e da pele: aplicada localmente, ajuda a curar as faringites, as
vaginites, as inflamações do ânus e do recto, os eczemas, a acne, os furúnculos.
Uso interno:
Infusão ou decocção de flores e folhas, com 30 g por litro de água, da qual se tomam 3 ou 4
chávenas por dia.
Uso externo:
Infusão ou decocção de flores e folhas: a mesma que se aplica em uso interno, mas um
pouco mais concentrada, também se utiliza externamente em gargarejos, irrigações vaginais
e compressas sobre a pele afectada.
MARACUJÁ
Passiflora incarnata L.
Esta planta chamou a atenção dos europeus que viajaram até ao Mundo Novo, os quais julgaram ver, nos diversos órgãos
das suas lindas flores, os instrumentos utilizados na paixão de Cristo: o azorrague, os cravos e o martelo. O Maracujá foi
introduzido na Europa e cultivada como planta ornamental, até que, nos fins do século XIX, descobriu-se que tinha um
acentuado efeito sedativo sobre o sistema nervoso.
Propriedades e indicações:
Tem uma acção sedativa, Anti-espasmódica e soporífera.
Usada na ansiedade e nervosismo, stress: actua como um ansiolítico suave, sem risco de dependência ou habituação. É a
planta ideal para os que se encontram submetidos a tensão nervosa.

Insónia: causa um sono natural, sem que se produza


depressão ou sonolência ao despertar. Devido à sua falta
de toxicidade, pode ser administrada às crianças.
Dores e espasmos diversos: descontrai os órgãos
abdominais ocos, cuja contracção causa dor do tipo cólica:
• Estômago, intestino (cólica intestinal);
• Vesícula e vias biliares (cólica biliar);
• Vias urinárias (cólica renal);
• Útero (dismenorreia);
Epilepsia: Como tratamento complementar, o maracujá
permite diminuir a frequência e a intensidade das crises
epilépticas.
Os frutos do maracujá são ricos em provitamina A, vitamina C e ácidos orgânicos. São refrescantes e
tonificantes. Recomendam-se no caso de esgotamento físico e na convalescença de doenças febris ou
infecciosas.

Uso interno:
Infusão de flores e folhas, com 30 g por litro de água, deixando em repouso por 2 ou 3 minutos. Convém
ingerir 2 ou 3 chávenas diárias, podendo ser adoçadas com mel, e mais 1 antes de deitar, no caso de
insónia.
CANA DE AÇÚCAR
Saccharum officinarum L.
A Cana de açúcar é originária do Sudeste Asiático. Os árabes estenderam a sua cultura pelo
mediterrâneo, e os portugueses e espanhóis levaram-na para a América no século XVI.
É dela que se obtém o açúcar de cana, assim como o melaço, também chamado mel de cana, que é
o resíduo, em forma de xarope, que fica depois de separar so sumo da cana o açúcar cristalizado.

Propriedades e indicações:
O sumo de cana de açúcar contém de 16 a 20% de sacarose, sais minerais e vitaminas, a maior
parte das quais ficam no melaço.
O sumo da cana de açúcar e a decocção da sua polpa tem propriedades peitorais, além de
tonificantes e refrescantes. O seu emprego beneficia os que sofrem de catarros brônquicos,
bronquite crónica e asma.

Uso interno:
Sumo fresco: extrai-se triturando ou esmagando os caules da cana de açúcar.
Decocção: fervem-se 250g de cana de açúcar, descascada, num litro de água. Beber ao longo do
dia.
FUNCHO
Foeniculum vulgaris L.
O Funcho já era usado pelos antigos Egípcios, contra as más digestões.

Propriedades e indicações:
Toda a planta, especialmente as sementes, contém uma essência rica em anetol, estragol e
hidrocarbonetos terpénicos.
Tem propriedades:
Carminativo: facilita a expulsão dos gases intestinais e estimula os movimentos peristálticos
do intestino. Ligeiramente laxante.
Digestivo: facilita o esvaziamento do estômago e a digestão. Dá bons resultados nas
digestões pesadas ou lentas, e nos excesso de gases ou eructos no estômago.

Expectorante: indicado em catarros brônquicos e constipações.


Galactagogo: aumenta a produção de leite nas mães que amamentam.
Externamente:
Utiliza-se para lavagens ou banhos ou oculares, nas conjuntivites crónicas (chá preto).

Uso interno:
Infusão com uma colher de sobremesa de sementes por cada chávena de água. Tomam-se
3 ou 4 chávenas por dia, depois da refeições. Para os catarros adoça-se com mel.
Também se usa como salada cozida.
Uso externo:
Lavagens oculares com uma infusão igual àquela que se usa internamente (fria). Aplicar
com algodão de maquiagem (aplicar de olhos fechados 5 minutos) – Camomila.
ALCACHOFRA BRAVA
Cynara cardunculus L.

Desde o século XIX que a alcachofra é utilizada para as doenças hepáticas e biliares.
Propriedades e indicações:
Os princípios activos da alcachofra, que se concentram sobretudo nas folhas, são a
cinarina (principio amargo) e alguns flavonóides derivados da luteina (É o principal
antioxidante presente nas membranas oculares (retina e mácula).
Colerética (aumenta a secreção da bílis), Hepatoprotectora (anti-tóxica): recomenda-
se nos casos de dispepsia ou cólica biliar e de insuficiência hepática – indicada em caso
de hepatite.
Hipolipemiante: faz descer a concentração de colesterol e de outros lípidos no sangue,
pelo que se torna muito recomendável no caso de arteriosclerose.
Hipoglicemiante: pelo seu conteúdo em inulina, favorece a diminuição do nível açúcar
no sangue;
Diurética, depurativa e eliminadora de ureia: apropriada no caso de insuficiência
renal e na albuminúria.
BOLDO DA TERRA
Coleus barbatus ou Plectranthus barbatus

Propriedades e indicações:

Colerético: aumenta a produção de


bílis no fígado, e Colagogo: facilita o
esvaziamento da vesícula biliar: por isso
as folhas do Boldo são indicadas no
caso de congestão hepática e
disquinésia biliar (vesícula preguiçosa) e
cólicas biliares.

O chá é um tónico amargo que facilita o trabalho da vesícula biliar, estimulando


a secreção da bílis e favorecendo a digestão de gorduras. É indicado no
combate às dores estomacais, males do fígado, diarreia e desconforto causado
por gases intestinais.
DENTE DE LEÃO - SERRALHA
Taraxacum officinalis L.

Propriedades e indicações:
Aperitivo, digestivo, tónico estomacal: aumenta as secreções de todas as glândulas
digestivas, facilitando deste modo a digestão e aumentando a capacidade digestiva.
Aumenta a produção da saliva, do suco gástrico, intestinal e pancreático, assim como a
bílis.
Colerético: Aumenta a produção da bílis no fígado.
Colagogo: Facilita o esvaziamento da vesícula biliar.

Insuficiência hepática, hepatite e cirrose: pode chegar a triplicar a produção da bílis,


descongestionando assim o fígado e facilitando a sua função de desintoxicação.
Disquinésia biliar: Vesícula preguiçosa e outros transtornos do seu funcionamento.
Diurético e depurativo: É um dos seus efeitos mais notáveis. Aumenta o volume da urina
e favorece a eliminação de substâncias ácidas residuais, que sobrecarregam o
metabolismo. Muito útil nos gotosos e artríticos.
Laxante suave: não irritante, especialmente nos casos de preguiça ou atonia intestinal. O
seu efeito laxante, unido ao depurativo, tornam esta planta um bom remédio para casos de
eczema, erupções, furúnculos e celulite, que muitas vezes são consequência de uma auto-
intoxicação produzida pela prisão de ventre (visão da medicina Holistica).
DENTE DE LEÃO - SERRALHA
Taraxacum officinalis L.

Uso interno:

Salada: o seu agradável sabor, ligeiramente amargo, torna as folhas do dente de leão um
ingrediente muito apropriado para saladas primaveris, em que se procura sobretudo o efeito
aperitivo e depurativo. Pode temperar-se com azeite e limão.

Sumo fresco: obtêm-se por pressão ou trituração das folhas e raízes. Tomam-se 2 ou 3
colheres antes de cada refeição. Para conseguir um efeito depurativo importante, deve
tomar-se diariamente durante um mês e meio, na Primavera.

Infusão: Prepara-se com 60 gramas de folhas e raízes por litro de água. Toma-se uma
chávena antes de cada refeição.
ALFARROBEIRA
Ceratonia siliqua L.

FAMÍLIA: Leguminosas.

GEOGRAFIA: Própria dos países mediterrânicos. Conhecem-se algumas


variedades na América.

PARTES EMPREGADAS: Os frutos (alfarrobas) e as sementes.

COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A polpa dos frutos, contém açúcares abundantes


(sobretudo sacarose) e pectina, assim como amido (3,8%), proteínas (4%),
gorduras (0,5%), celulose e sais minerais. As sementes contêm mucilagem.

PROPRIEDADES: As alfarrobas frescas são laxantes. Em contrapartida, a sua


farinha seca é antidiarreica, e além disso possuí a propriedade especial de
absorver as toxinas do tubo digestivo. Dá um excelente resultado nas diarreias
infantis, ao ponto de ser um dos tratamentos mais utilizados nas gastroenterites
dos lactentes.
Pode obter-se das sementes a goma da alfaroba, a qual forma no estômago um
gel viscoso que, devido ao seu grande aumento de volume de absorção de
líquidos no estômago, proporciona uma sensação de saciedade e tira o apetite,
pelo que costuma ser usada nas curas de emagrecimento. No intestino, a goma
de alfarroba tem um efeito emoliente (suavizante) e laxante.
ALFARROBEIRA
Ceratonia siliqua L.

MANEIRA DE PREPARAR: uso interno: Farinha: vende-se em casas de


produtos naturais, e com ela prepara-se uma papa de sabor agradável que, ao
mesmo tempo que corta a diarreia, alimenta.
Goma: também se vende nas farmácias em cápsulas. A dose normal (salvo
indicação de preparados farmacêuticos) para tirar o apetite é de 0,5 a 1,5 g de
goma de alfarroba, meia hora antes de cada refeição, tomada juntamente com
um copo de água.

OUTRAS ALFARROBAS: Na Argentina cria-se a Alfarrobeira negra (Prosopis


Nigra L.) e na América Central e do Sul a chamada Alfarrobeira das Antilhas
(Hymenaea courbaril L.).
PITEIRA
Agave americana L.

Conhecem-se mais de 150 espécies de piteira ou Agave, muito semelhantes no aspecto e


nas propriedades que apresentam, repartidas pelo México.

Da piteira e das espécies similares, obtém-se uma fibra com a qual se fabricam cordas.

As folhas carnudas de algumas espécies que se criam no México produzem uma seiva ou
suco açucarado, que lhe chamam “Aguamiel”.

Em Portugal vende-se esta seiva de Agave para adoçar e juntar em sumos.

Propriedades e indicações:

Internamente, tem uma acção diurética e depurativa, usada em caso de edema e retenção
de líquidos.

Externamente, o sumo ou a seiva que emana do caule é cicatrizante. Aplica-se em


compressas sobre contusões e feridas da pele.
Uso interno:

Usar o sumo ou seiva já embalado e comercializado por centros dietéticos.

Uso externo:

Aplicar o sumo ou a seiva das folhas na região afectada.


FIGUEIRA
Ficus carica L.

FAMÍLIA: Rosáceas.

GEOGRAFIA: Planta da flora portuguesa, habita também nos


Açores, na Madeira e em cabo verde. Faz parte ainda de outras
floras.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém muito açúcar, vitaminas A,
B e outras do complexo B, C, etc. Possui grande valor
alimentar.

PROPRIEDADES: Os frutos, quando comidos frescos ou


secos, são muito laxantes. O cozimento da casca também é
usado como adstringente externo (anginas) e interno (diarreias).
O suco látex dos ramos e folhas é empregado como tópico nas
verrugas para as destruir. Os figos secos são muito peitorais,
podendo também ser usados em forma de xarope ou
cozimento, em água ou leite (nas tosses, etc). Externamente, o
cataplasma de figos é usado como calmante e resolutivo
(abcessos, tumores, etc). Usado também no esgotamento físico
ou mental (acção tonificante).
MANEIRA DE PREPARAR: Figos secos: para
combater a prisão de ventre, comem-se de
manhã, em jejum, uns 200 gramas de figos secos
postos de molho, de véspera.
Decocção: Uso interno: prepara-se com 10 a 12
figos secos num litro de água ou leite. Deixa-se
ferver até que o líquido se reduza a metade. Para
combater as afecções digestivas ou respiratórias
ingerem-se 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia
deste líquido, quente. Os figos também se podem
comer. Uso externo: cataplasma: tritura-se um
punhado de figos frescos, ou de figos secos
postos de molho, e com a pasta resultante
prepara-se um cataplasma, que se aplica
envolvido num pano fino de algodão sobre a zona
afectada. Deixa-se ficar durante o dia e retira-se
à noite, lavando bem a pele. Também se pode
aplicar directamente um figo aberto ao meio.

Látex: aplicar umas gotas sobre as verrugas,


todos os dias, durante várias semanas.
ALECRIM - ROSMANINHO
Rosmarinus officinalis L.

FAMÍLIA: Labiadas.

GEOGRAFIA: É planta vivaz indígena de Portugal,


dos Açores e de Cabo Verde.

COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Matéria amarga e resinosa,


óleo essencial (nas folhas e sumidades floridas), tem
grande quantidade de tanino, um glucósido. A
essência está formada especialmente por pineno,
canfeno, cineol, cânfora.
Conforme a época do ano e os terrenos onde se
encontra, assim a sua maior ou menor quantidade de
essência.
ALECRIM - ROSMANINHO
Rosmarinus officinalis L.

PROPRIEDADES: Planta estimulante, anti-espasmódica,


ligeiramente diurética, óptimo estimulante vesicular (talvez
igual ou superior ao Boldo, que poderá substituir na falta
deste). É também utilizado nos casos patológicos ligados ao
engrossamento do sangue. Pode agir como colagogo (na
vesícula) e por isso é empregado com grande proveito nos
casos de disquinésia vesicular (deficiente função da
vesícula). É igualmente, estimulante da célula hepática.
Em uso externo, serve para melhorar as feridas e úlceras de
mau carácter.
Nestes casos, lavam-se as partes afectadas e aplicam-se
compressas embebidas na infusão da planta.

MANEIRA DE PREPARAR:
20 gramas da planta para 1 litro de água. Infusão:
20 a 30 minutos. Coar e adoçar. Emprega-se em dispepsia,
clorose, na bronquite. Para uso externo: 20 a 30 gramas,
com o mesmo tempo de infusão e fervura prévia de um
minuto. Para fricções: 60 gramas da planta para ½ litro de
álcool. 6 a 8 dias de maceração. Filtrar e juntar 5 gramas de
cânfora.
FIGUEIRA DA ÍNDIA - TABAIBOS
Opuntia ficus-indica L.
Os antigos indígenas já usavam as pás da Figueira da Índia, ou tabaibos, como
cataplasmas para curar feridas e contusões.
Propriedades e indicações:

Os frutos: são adstringentes, e têm bom resultado para cortar as diarreias. O seu sumo
usa-se em xaropes para acalmar a tosse.

As flores: são diuréticas e antiespasmódicas, e usam-se em caso de oliguria (escassa


produção de urina) e cistite.

As pás: contêm abundância de mucilagem e celulose, o que as torna emoliente. Usam-se


em cataplasmas para sarar feridas, contusões e irritações da pele.
Uso interno:

Os frutos devem-se descascar com precaução para não lhes tocar com os dedos, pois os
seus espinhos são perigosos. Podem comer-se frescos ou em xarope.

Xarope: prepara-se cortando os frutos às rodelas e cobrindo-se com açúcar escuro. Umas
dez horas depois extrai-se o xarope (o liquido resultante), passando por um coador para
separar as sementes. Podem tomar-se 3 a 5 colheres de sobremesa por dia.

Infusão: de flores: 20-30 g por litro de água. Podem ingerir-se 3 a 4 chávenas por dia.
Infusão fria ou quente.

Uso externo: Cataplasmas: as pás cortam-se pelo meio, aquecem-se um pouco no forno e
aplicam-se directamente sobre a zona afectada (deixar arrefecer).
CHAGAS Antibiótico natural de eficácia comprovada

Tropaeolum majus L.
A indústria farmacêutica investigou confirmando o seu poder medicinal. Tanto nas suas
folhas como nas flores e nos frutos, encontra-se uma substância com acção anti-microbiana
que actua como um verdadeiro antibiótico bacteriostático, impedindo a reprodução de
numerosos micoorganismos patogénicos (Bacillus subtilis, Bacillus coli, salmonella,
estafilococos, pneumococos).

A imensa maioria dos antibióticos que se usam em terapêutica são produzidos por fungos
ou bactérias.

As chagas são um das poucas plantas superiores conhecidas, capazes de produzir uma
substância natural de acção antibiótica, que apresenta além disso, as seguintes vantagens:

1º Não destrói a flora bacteriana, que normalmente existe no tubo digestivo. Com esta
planta não aparece diarreia nem desarranjo intestinal.

2º Não provoca sensibilizações nem reacções alérgicas, tão frequentes com o uso de
outros antibióticos.

3º De aplicação fácil e cómoda, Não precisa de ser injectada por meio de agulha, nem
aplicada em forma de supositório. Pode comer-se como uma apetitosa verdura, em salada;
mas a melhor maneira de administrar é a da forma galénica – ampolas – VEGATIMUM.
CHAGAS Antibiótico natural de eficácia comprovada

Tropaeolum majus L.
Propriedades e indicações:

Todas as partes da planta contêm um glicósido sulfurado,


a glicotropeolina, que, pela acção da mirosina, uma
enzima contida na mesma planta e que se liberta quando
esta é partida ou triturada, produz uma potente acção
antibiótica.

Infecções das vias respiratórias: sinusite, rinite,


faringite, e especialmente bronquite, tanto agudas como
crónicas. Propriedades anti-gripais.

Infecções das vias urinárias: pielonefrite (da pélvis renal


e rim), e cistite.

Reguladora menstrual: Os banhos de assento com flores


ou frutos regulam e normalizam as regras.

Uso interno:

Salada: como tonificante e aperitivo: usam-se as flores e as folhas bem tenras. Combina muito bem com a alface.

Infusão ou decocção: prepara-se para 30 g de flores, folhas e frutos por cada litro de água. Bebe-se uma chávena de 4
em 4 horas.

Uso externo:

Banho de assento: um punhado de flores ou de frutos por cada litro de água. O banho tem que ser morno.
Labaça
Rumex cristatus L. NOME BOTÂNICO: Rumex patientia L,
Rumex crispus L.

FAMÍLIA: Poligonáceas.

GEOGRAFIA: Existe na Europa Central e


em Portugal.

PARTES EMPREGADAS: A raiz e as flores.


COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Raiz: contém
enxofre, ferro, tanino e pequenas
quantidades de derivado de antrocénicos.

PROPRIEDADES: A raiz é utilizada como


tónica, amarga, depurativa, etc., tendo
actuação também nas doenças da pele
(eczema, psoríase, etc.), reumatismo, sífilis,
escrófulas e doenças de alteração do
sangue, doenças do fígado, etc.

MANEIRA DE PREPARAR: Raiz: 20 a 25


gramas para 1 litro de água, em forma de
cozimento. Flores: em forma de infusão (20
a 25 gramas por litro de água).
PERREXIL DO MAR
Crithmum maritimum ou canariense L.

Utilização culinária:

Os caules, folhas e sementes de vagens pode ser a


quente decapados, salgados, ou em vinagre, ou as
folhas frescas utilizadas em saladas.

Propriedades terapêuticas:
Diurético, aperitivo digestivo.
DRAGOEIRO
Dracaena draco
O dragoeiro é uma planta rodeada de mistério, à volta da qual
surgem mitos devidos à sua estranha forma, suposta longevidade e
ao seu “sangue”, uma resina ou goma vermelha que brota do seu
tronco quando é cortada. Uma planta originária da Macronésia
(Madeira, Canárias e Cabo verde), o dragoeiro apresenta-se em
estado selvagem, em escarpas, rochas e locais inacessíveis.

Trata-se de uma das espécies mais raras de Portugal, já mal


representada nos arquipélagos portugueses, encontrando-se
inclusive, na Red List da IUCN, como espécie ameaçada e em vias
de extinção. Mesmo assim é possível encontrar alguns exemplares
em território continental, como por exemplo no jardim botânico da
Ajuda em Lisboa, nas encostas do Castelo de São Jorge e no
Parque das Nações, em Lisboa; no Parque de Monserrate, em
Sintra, na aldeia do Meco, em Sesimbra e na Serra d’ el Rei.

Na realidade, o dragoeiro não é uma árvore, mas sim uma erva


gigante, uma planta arborescente que não emite verdadeiros anéis
lenhosos de crescimento em espessura e que pertence a um
estranho grupo de plantas com câmbio extra-fascicular (um tipo de
tecido vegetal).
As suas folhas agrupam-se nas extremidades dos ramos e podem chegar a
medir 60 cm de largura. As flores são de cor creme, com 6 pétalas e 6 estames,
e apresentam-se em grandes cachos.
Os frutos, bagas esféricas e rugosas, de cor alaranjada ou avermelhada, podem
ser consumidos, pois embora não tenham muita “carne”, são ligeiramente doces.

O “Sangue do dragão”
O conhecido “sangue de dragão” é o liquido que brota quando se faz um
corte no caule ou nos ramos do dragoeiro, e que se torna vermelho em
contacto com o ar, solidificando. São-lhe atribuídas propriedades
cicatrizantes, adstringentes, tónicas, sedativas, ou mesmo anti-
cancerigenas.
Assim, desde a Idade Média que esta resina ou goma era procurada como
remédio curativo infalível: para a disenteria, a indigestão, o alivio de dores, etc.
Para além dos fins medicinais, a seiva do dragoeiro era também utilizada
antigamente na tinturaria (tintas para tingir tecidos e tapeçarias) e na produção
de um verniz encarnado, aplicado nos famosos violinos Stradivarius,
embelezando-os e contribuindo para a sua louvada qualidade.

Diz-se ainda que o dragoeiro absorve as energias electromagnéticas negativas


e os contaminantes atmosféricos, sendo então uma planta ideal para ter ao
lado do computador, por exemplo.
Esta planta figura no brasão de Porto Santo, apesar de restarem apenas alguns exemplares na ilha, no Pico do Castelo e nos
Morenos. Um exemplar dito milenário faz sensação em Tenerife, Canárias.
Stradivarius, criador dos mais célebres violinos de sempre, envernizava os seus instrumentos musicais com um
produto obtido a partir da seiva vermelha do dragoeiro.
SALVEMOS A “ÁRVORE DO
DRÃGÃO”

ESPÉCIE EM VIAS DE EXTINÇÃO

Texto do Dragoeiro, retirado da revista “Saúde Actual”

Preparação em PowerPoint:
João Novaes
Marina Varisco Novaes

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