Turi Collura - FAMES, Faculdade de Música do Espírito Santo, Dep.

to de Música Popular
A SÉRIE DOS SONS HARMÔNICOS

INTRODUÇÃO
Cada som é a origem de um grande número de outros sons chamados “harmô-
nicos”, que, gradativamente, diminuem a própria intensidade de forma propor-
cional à distância da nota que os originou. O som é produzido por vibrações de
materiais (no caso mais típico de cordas, tipo o violino, o piano, o violão), ou
de colunas de ar (os sopros).

Todas as considerações “verticais” da harmonia (estruturas de acordes, exten-

sões de acordes, escritura de acordes, notas dobradas ou omitidas) podem ser
relacionadas á estrutura da série dos sons harmônicos.

A primeira nota que gera a série, se chama de “nota fundamental”, ou “pri-

meiro harmônico”, e por isso é numerado com “1”. As notas que seguem são
numeradas em ordem crescente.

Os harmônicos são aqui escritos até o vigésimo-segundo. Assim como, na ver-

dade, eles são infinitos quando analisados com um aparelho tipo osciloscópio,
os mais importantes para nós são os primeiros treze.
Os primeiros seis harmônicos (e as notas que os dobram nas oitavas acima:
harmônicos 8,10,12,16,20,24) são escritos em branco porque são as notas
mais fáceis de perceber. Esses formam o acorde maior.

O terceiro harmônico gera um intervalo de quinta (3/2).

O quinto harmônico gera um intervalo de terça (5/4).

No caso dos harmônicos 7,9,11,13, existe uma relação entre os números e o

intervalo (o décimo terceiro harmônico se situa entre um intervalo de décima
segunda e um de décima terceira).

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CARACTERÍSTICAS DOS INTERVALOS DA SÉRIE HARMÔNICA

Além das características de intervalo maior, menor, diminuto, etc.., cada inter-
valo pode ser considerado pela sua:

1) FORÇA HARMÔNICA
2) FUSÃO
3) TENSÃO
4) CLARIDADE
5) DENSIDADE

Cada uma dessas características é relacionada com a posição que o intervalo

ocupa na série harmônica. Vamos analisar cada característica:

1) A FORÇA HARMÔNICA
Mais um intervalo se situa perto da nota fundamental, mais ele define ou suge-
re a tonalidade. Por exemplo: o primeiro intervalo sugere um acorde de Dó
maior, enquanto o segundo não está muito claro. Veja:

O primeiro intervalo está em uma relação de 3/2, o segundo de 12/11.

Começando pela fundamental de Mib, vamos ver o que acontece:

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Mais um intervalo se afasta da real base acústica, mais ele fica fraco.
Nota: a força ou a fraqueza de um intervalo se refere á sua capacidade de ser
reconduzível, auditivamente, á sua base harmônica. Isso não tem nenhuma
relação com o conceito de consonância ou dissonância de um intervalo, do qual
se falará em breve.

INTERVALOS VIBRAÇÕES
Intervalos FORTES 1. Oitava justa 2/1
2. Quinta justa 3/2
3. Quarta justa 4/3
4. Sexta maior 5/3
5. Terça maior 5/4

Intervalos MÉDIOS 6. Sétima menor 7/4

7. Terça menor 6/5
8. Quinta dim. 7/5
9. Sexta menor 8/5

Intervalos FRACOS 10. Segunda maior 8/7

11. Sétima maior 11/6
12. Segunda menor 12/11

Observações: nas inversões, os intervalos mantêm a mesma base acústica

(com a exceção do intervalo de trítono, que muda a base).

Note como, na inversão do trítono, a segunda base dista um trítono da primei-

ra. Por isso o intervalo de trítono é definido como intervalo NEUTRAL, ou ambí-
guo. Esse fato sublinha a teoria da substituicão entre os dois acordes de domi-
nante (Lab7 no lugar de Re7).

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Classifique se os seguintes intervalos são fortes, médios ou fracos.

Classifique as relações entre os intervalos procurando a base acústica.

Classifique as relações entre os intervalos procurando a base acústica e, logo

depois, individue as inversões.

Em geral, qualquer intervalo, seja esse dentro de um acorde ou não, cuja

base acústica é inferior ao La1 (27.5 Hz), não será claro. A série do La1 con-
tém, portanto, os limites de segurança de cada intervalo. Os intervalos abaixo
dessa série soam escuros.

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