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ANTÍGENOS E ANTICORPOS

Fernando Vital
ANTÍGENOS
ANTÍGENO
 É qualquer substância que pode ser
especificamente ligada por um anticorpo ou
por um receptor de célula T.
Anticorpos: quase todas as moléculas biológicas
Receptor T: peptídeos
 Imunógenos: moléculas que estimulam a
resposta imune.
ANTÍGENO
 Característica principal: não-próprio.
Antígenos próprios não desencadeam resposta
imune.
 Imunogenicidade: capacidade de desencadear
a resposta imune.
Depende do peso molecular, da complexidade
química, e da “estranheza”.
ANTÍGENOS
 “Estranheza”:
Antígenos autólogos: são do mesmo indivíduo
Antígenos singênicos: são de indivíduos
geneticamente idênticos
Antígenos alogênicos: de indivíduos
geneticamente diferentes.
Antígenos xenogênicos: indivíduos de espécies
diferentes.
ANTÍGENOS
 Peso molecular
Haptenos
ANTÍGENOS
 Hapteno: substância química de baixo peso
molecular, que por isso não é capaz de
sozinha desencadear a resposta imune.
 Carreador: macromolécula que tem por
função “dar peso” ao hapteno.
 O complexo hapteno-carreador tem peso
suficiente para desencadear a resposta imune.
ANTÍGENOS
ANTÍGENOS
 Complexidade química
Estrutura da proteína
ANTÍGENOS
 Epítopo (ou determinante antigênico): refere-
se à parte da macromolécula à qual o
anticorpo se liga especificamente.
Macromoléculas são muito maiores que a região
de ligação do anticorpo.
 Polivalência (ou multivalência) de um
antígeno: presença de multiplos
determinantes.
ANTÍGENOS
ANTÍGENOS
 Determinantes não sobrepostos: quando são
bem separados, de forma que dois ou mais
anticorpos possam se ligar ao antígeno sem
influenciarem um ao outro.
ANTÍGENOS
 Determinantes sobrepostos: quando estes
estão próximos, a ligação de um anticorpo
interfere na ligação do segundo.
Interferência estérica
Interferência alostérica: quando há mudança
conformacional do antígeno.
ANTÍGENOS
 O arranjo espacial dos epítopos pode
influenciar a ligação dos anticorpos.
Determinante conformacional
Determinante linear
Determinante neo-antigênico (alteração da
estrutura covalente por modificações, como
proteólise)
ANTÍGENOS
ANTÍGENOS
 Classes de antígenos
 Polissacarídeos (antígenos ABO)
 Lipídios (raramento imunogênicos)
 Ácidos nucléicos (pouco imunogênicos)
 Proteínas (altamente imunogênicos)
Antígenos T-independentes: antígenos não
protéicos que podem estimular respostas de
anticorpo sem a exigência de linfócitos T
auxiliares específicos.
ANTICORPOS
ANTICORPOS
 Produzidos pelos linfócitos B.
 Ligam-se especificamente aos antígenos,
desencadeando vários mecanismos de
eliminação destes.
Neutralização de microrganismos ou seus tóxicos
Ativação do sistema complemento
Opsonização de antígenos para facilitar a
fagocitose
Hipersensibilidade imediata
ANTICORPOS
 Superfície de células
 Forma secretada (plasma, secreções de
mucosas, líquido intersticial de tecidos
 Anticorpos monoclonais e policlonais
Anti-soro: soro sanguíneo com número
detectável de moléculas de anticorpo.
ANTICORPOS
 Proteínas do plasma:
Albuminas
Globulinas
 Gamaglobulinas: eletroforese
 Gamaglobulina = imunoglobulina
Imunoglobulina = anticorpo
ANTICORPOS
 Estrutura
Cadeias pesadas (H) e cadeias leves (L)
Regiões constantes (C) e regiões variáveis (V)
Pontes dissulfeto
Regiões de dobradiça
ANTICORPOS
ANTICORPOS
 Domínios de imunoglobulina
Folhas β-pregueadas
 Região constante da cadeia pesada
Três ou quatro domínios Ig
 Região variável da cadeia pesada
Um domínio Ig
ANTICORPOS
 Região constante da
cadeia leve
 Um domínio Ig
 Região variável da
cadeia leve
 Um domínio Ig
ANTICORPOS
 Regiões variáveis
Diferentes para anticorpos produzidos por clones
diferentes.
VH justapõe-se a VL para formar o sítio de ligação
de antígenos.
 Regiões constantes
Não participam do reconhecimento do antígeno
Funções efetoras
ANTICORPO
 Segmentos hipervariáveis: três curtas
extensões nas regiões variáveis de ambas
cadeias leves e pesadas.
Regiões determinantes de complementariedade
(CDRs): formam uma superfície complementar à
estrutura tridimensional do antígeno
- CDR1
- CDR2
- CDR3: as mais variáveis
ANTICORPOS
 Classes (isotipos) e subclasses de anticorpos
IgA
- IgA1 e IgA2
IgD
IgE
IgG
- IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4
IgM
ANTICORPOS
 Diferentes isotipos de imunoglobulinas
exercem diferentes funções.
ANTICORPOS
 A molécula de anticorpo é dotada de
flexibilidade.
Região de dobradiça
Permite ligar-se a diferentes determinantes de
agentes multivalentes.
ANTICORPOS
ANTICORPOS
 Fragmentos
Fab
Fc
ANTICORPOS

OBS: F(ab’)2: quebra abaixo da dobradiça (pepsina)


INTERAÇÃO Ag-Ac
 CDRs e antígeno
A interação Ag-Ac se dá por múltiplas ligações.
INTERAÇÃO Ag-Ac
 O reconhecimento do antígeno pelo anticorpo
envolve uma ligação reversível, não-
covalente.
 Conceitos importantes:
Valência da interação
Afinidade da interação
Avidez da interação
INTERAÇÃO Ag-Ac
 Valência da interação
Exprime o número de ligações entre uma
molécula de anticorpo e vários epítopos de uma
superfície celular.
INTERAÇÃO Ag-Ac
 Afinidade da interação
É a força da ligação entre um sítio de combinação
do anticorpo e seu antígeno.
Constante de dissociação (Kd): concentração de
antígenos necessária para ocupar metade dos
sítios de combinação dos anticorpos.

Kd baixa → afinidade alta


INTERAÇÃO Ag-Ac
 Avidez da interação
Representa o total de ligação de todos os sítios de
anticorpos para todos os epítopos de antígenos.
INTERAÇÃO Ag-Ac
INTERAÇÃO Ag-Ac
 Características do reconhecimento do
antígeno
Especificidade
Diversidade
Afinidade e avidez
EXERCÍCIO
1. Quais as famílias e subfamílias das
imunoglobulinas?
2. O que são regiões determinantes de
complementariedade?
3. Diferencie interferência estérica de interferência
alostérica.
4. Explique o que é polivalência de um antígeno.
5. Defina valência, afinidade e avidez na interação
Ag-Ac.
EXERCÍCIO
6. Uma proteína viral apresentando um
determinante conformacional pode apresentar
a mesma ligação com o anticorpo específico
para esse determinante, caso ela seja
desnaturada por calor? Explique.

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