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Ética e educação

Valor, ética, moral e moralismo.

O conceito de valor:

O que é um valor? Quando nasce um valor em nós?

Max Weber (1864 – 1920)

Mostra que o ser humano orienta as suas ações sociais a partir dos valores. Nas ações sociais
está implícita uma subjetividade muito grande, e nessa subjetividade que é o fator pelo qual
nós tomamos uma decisão, estão presentes os valores.

Quando nasce um valor? A partir de qual momento eu posso dizer que ‘isso é um valor para
mim’ ou não? Qual é a base epistemológica, qual a gênese do processo?

Valor = Características das coisas que são preferidas, mais ou menos desejadas, julgadas
superiores, desejáveis, etc. o valor nasce quando passamos a significar as coisas. Desta
maneira a Não-indiferência faz com que os valores comecem a existir. Um valor nasce a partir
da diferença ontológica que contrapõe um valor ao ser. A não-indiferença frente às coisas faz
neste instante surgir um mundo dos valores.

Variação Ontológica (metafísica)

Etimologia da palavra Ontológica

Onto = ser

Logia = radical grego LOGOS (razão)

LOGOS = Razão, palavra (o dizer racional), discurso, reflexão, ciência, estudo

Então ONTOLOGIA = Estudo do ser enquanto ser

A variação ontológica é o peso, a importância, a motivação por trás das coisas, o desejo por
trás do ser. Valores ontológicos: Políticos, religiosos, sociais, morais, econômicos, etc.

Todas as nossas ações estão carregadas de valores. Em todas as ações sociais estão implícitos
valores.

Um valor nasce da não-indiferença do homem em relação ao ser e às coisas.

A diferença entre ética, moral e moralismo:

Muitas vezes fazemos menção de ética e moral como sendo sinônimas.

Livro: “Filosofando” – Maria Lúcia de Arruda Aranha

Há uma diferença conceitual importante entre ética e moral

No cotidiano, no senso comum se usam expressões como:


‘Isso é uma questão de ética! Uma falta de moral!’

‘Isso é um problema ético no país!’ A questão do comportamento, faz-se certa confusão


utilizando ética e moral como sinônimas.

Ética

Etimologia da palavra Ética

Ética = grego – ethikos ou ethos = hábitos ou costumes de uma determinada região

Função da palavra Ética

Ética tem a função de fazer uma reflexão sobre os fundamentos da vida moral; uma análise,
um processo reflexivo sobre os fundamentos do nosso agir, da nossa conduta. Vai, também,
refletir acerca dos valores

Função da palavra Moral

Moral é a prática dos valores, indica a nossa conduta o nosso modo de ser.

Quando o meu comportamento moral está sendo ético? De qual pressuposto eu devo partir
para saber se a minha conduta, a minha moral ou a minha prática dos valores, está tendo um
caráter ético? Será que posso falar que a ética é relativa? Que depende de cada cultura? Que
cada cultura tem uma ética diferente? Será que isso é possível?

Há um pressuposto fundamental do qual eu devo partir para poder julgar se a minha conduta
está sendo ética ou não.

De qual pressuposto deve-se partir para saber se a conduta está sendo ética ou não? Em
outras palavras, quando que eu sei que a minha conduta está sendo ética? De onde eu estou
partindo? De qual critério eu estou partindo para poder fazer essa reflexão?

Quando eu tenho uma vida ética?

Filosofia da Libertação - Enrique Dussel

Livro: “Ética da Libertação” – Enrique Dussel – Ed. Vozes – (onde o escritor faz um estudo
sobre o ‘ethos’ de diferentes povos)

“A vida humana é o conteúdo da ética” – comentário de Enrique Dussel no livro acima


mencionado.

Euclides Marchi – “Revolução das redes”

De qual pressuposto deve-se partir para saber se a conduta está sendo ética ou não?

Segundo o professor: “A vida é o conteúdo da reflexão ética”

Refletindo sobre Jesus

Fala de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida, e vida em abundância.”
Se refletirmos eticamente sobre a frase acima e pegando os 10 mandamentos: Qual dos 10
mandamentos é o principal? No fundo é o que está exatamente no meio, o 5º mandamento -
“Não matar”.

A idéia de Espinosa: “Toda ação gera uma reação contrária de mesma intensidade”

Cada um de nós tem “um Conatus – vida interior”.

Quando eu tenho um comportamento ético? Segundo Espinosa, quando eu for em direção ao


outro e minha atitude preservar “o Conatus – vida interior” do outro. Ou seja, preservo-lhe a
vida.

Por isso que o Egoísmo é uma ação que se contrapõe ao discurso ético. Uma pessoa
egocêntrica torna-se antiético na medida em que ele quer o mundo esteja ao seu favor, a seu
serviço, que tudo sirva para atender os seus interesses.

Muitas vezes no desejo de atender meus interesses eu posso ir de encontro ao outro,


prejudicando ao outro. Nesse sentido minha ação não seria ética.

A ética faz uma reflexão sobre os fundamentos da nossa vida moral. Assim uma pessoa pode
ter uma ação moral que seja bastante ética, ou uma vida moral que seja absolutamente
antiética.

Quando eu tenho uma conduta moral que é antiética? Quando a conduta acaba não
favorecendo a própria vida.

Moral

É a prática dos valores, ou seja, conjunto de regras ou normas que orientam as condutas
próprias de uma sociedade.

Moral – Prática dos valores

Ética – reflexão sobre a prática dos valores.

Autodomínio, autonomia, cidadania

O grande desafio é nós conseguirmos ser o fundamento do nosso próprio fundamento moral

Fazermos uma análise reflexiva de nosso fundamento das ações (o conhecimento de nós
mesmos contra aquele que é ignorante de si mesmo)

A moral tem um caráter histórico e social.

Axiologia – relação entre os seres e o sujeito que os aprecia.

Axiologia- estudo dos valores.

Os valores existem para dar sentido a uma determinada cultura, ou existência.

Toda palavra que termina por “Ismo”: significa doutrina ou teoria.


Moralismo – imposição dos meus valores como universais. Aquele que deseja que a moral
interna deva ser praticada por todos.

Marilena Chaui

Conduta moral - Ela faz distinção entre senso moral e consciência moral.

Senso Moral – quando nos sensibilizamos pelos males que acometem ao outro.

Consciência Moral – ato consciente da nossa parte. Consciência e responsabilidade diante de


nossos atos. Quando eu sou consciente e eu sou o meu próprio fundamento da minha conduta
moral, eu posso julgar minhas atitudes e responsabilidades.

Refletir:

“Nossa prática como educadores está sendo ética?”

“Quando minha ação como educador passa a se constituir como uma ação ética?”

Quando não só eu ensinar os valores mas viver esses valores intensamente com os alunos
como sujeitos com seus próprios valores iniciais. E trabalhar com os alunos sobre esses
valores. Se ensinar o que não vivo isso gera um desequilíbrio.

SILOGISMO PRÁTICO

Qualquer proposição é composta pelos seus termos ou categorias, que são palavras que
designam algo. Quando emitimos um juízo sobre algo, estamos fazendo uma combinação
destes termos. Esse juízo, combinado com outros, forma um raciocínio. Quando o raciocínio é
formulado de uma maneira lógica, chama-se silogismo. Essa combinação permite que
formulemos raciocínios com clareza e precisão. Se compreendermos as regras da lógica e as
exercitarmos, estaremos em condições de melhorar a nossa forma de pensar. O silogismo
ajuda-nos no processo de construção do conhecimento.
SILOGISMO = Dedução formal em que, postas duas proposições (as premissas), delas se tira
uma terceira (premissa ou proposição), a conclusão. As premissas ou proposições devem ser
verdadeiras para que o silogismo também o seja.

SILOGISMO PRÁTICO = Inferência baseada em duas premissas, a maior e a menor, acerca de


nosso dever (o que deveríamos fazer ou não fazer) ou de nosso estado perante Deus
(obediente ou desobediente, aprovado ou desaprovado, justificado ou condenado).

Silogismo Prático de estado = a premissa maior é alguma verdade revelada, que funciona
como regra de auto-julgamento; e a premissa menor é algum fato que observamos acerca de
nós mesmos.

DOGMA

Dogma = Ponto Fundamental e Indiscutível de Doutrina Religiosa.

DOUTRINA

Doutrina = Conjunto de Princípios que servem de Base a um Sistema Filosófico, Científico.

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