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Sabemos que a obsessão espirita sempre esteve presente na vida do homem na Terra. Hoje,
dado ao crescimento da humanidade e aos inúmeros problemas sociais que enfrenta o mundo,
a obsessão torna-se verdadeiro flagelo. A ciência humana ainda reluta em aceitar os princípios
espíritas e, por isso, deixa de curar inúmeros pacientes que a procuram, vitimados por
desequilíbrios emocionais e psicológicos.
O Espiritismo ainda continua sendo a principal saída para a cura desta patologia. Em face
disso, nós trabalhadores da causa espírita, temos que nos esforçar para termos um melhor
conhecimento das causas da obsessão e dos métodos que poderão levar ao alívio e cura
daqueles que batem às nossas portas.
A prática do Espiritismo passa por um período onde sua produtividade, a nível espiritual,
deixa muito a desejar. Sabemos ser custoso reconhecer isto, mas é uma realidade difícil de ser
questionada. Nunca estamos dispostos a avaliar nossos métodos de trabalho para termos idéia
se estamos produzindo bem. Na maioria das vezes, achamos que tudo o que fazemos está de
acordo com a vontade do Alto. Um simples controle dos tratamentos na casa espírita pode
deixar às claras sua verdadeira situação produtiva. Se o rendimento for baixo é preciso mudar,
aperfeiçoar as atividades mediúnicas para que cumpram com sua finalidade.
Muito se tem escrito sobre a obsessão, mas a maioria destes trabalhos quase pouco tem a ver
com a prática da casa espírita. De modo geral, as obras são repetitivas, compiladas uma das
outras, não trazendo nada de novo. Um dos mais constantes obstáculos para a cura da
obsessão é a dificuldade que se tem para identificá-la. Frequentemente, a obsessão é
confundida com uma simples influência ou com mediunidade a ser desenvolvida. É mais ou
menos como confundir resfriado com tuberculose, ou prescrever para a cura de uma
enfermidade, que o paciente estude medicina. Tudo isso é agravado por causa da ausência de
métodos de tratamento. O que temos são orientações em linhas gerais. A maioria dos centros
desenvolve sua própria metodologia, segundo a interpretação que cada um dá aos livros. Isso
enfraquece sobremaneira os resultados e deixa as práticas envoltas numa miscelânea.
Definindo a obsessão - A obsessão é o domínio que alguns Espíritos inferiores adquirem
sobre certos tipos de pessoas. Esta é uma definição básica daquilo que é a obsessão. Quando a
influência de um espírito inferior sobre alguém se torna constante, podemos classificá-la
como obsessão.
Os sintomas podem ir desde simples defeitos morais e alterações emocionais, passar pela
dominação física, chegando até a completa desagregação da normalidade psíquica.
Na obsessão há sempre um constrangimento; na influência natural, não. Esta última é
passageira, a obsessão é insistente.
Nos processos de desajustes considerados obsessão, sempre vamos encontrar sinais que
podem caracterizar o fenômeno:
- sonhos ruins,
- pesadelos frequentes,
- indução ao vício,
- mundanismo,
- instintos de agressividade além do normal,
- idéia de abandono da vida social ou familiar,
- idéias de suicídio,
- ruídos estranhos à volta do paciente,
- frequente visão de vultos,
- impressão de ouvir vozes.
Os Espíritos envolvidos são sempre Espíritos maus ou ignorantes.
Nas influências naturais, geralmente as entidades envolvidas são Espíritos sofredores ou
ignorantes. Na obsessão sempre existe uma insistência de um espírito em fazer algo de ruim
com o paciente. Há uma pressão quase que constante de uma criatura sobre a outra.
Características da obsessão - A obsessão, como veremos adiante, possui diversas causas.
Kardec, além de nos dar clara explicação sobre isso, classificou este fenômeno segundo certas
características que nos facilita entender a gravidade do caso em exame.
Ensinava o Codificador, que a obsessão poderia se manifestar de diversas formas,
classificando-as assim:
- obsessão simples
- subjugação
- fascinação
É mais ou menos como ter o simples resfriado, uma gripe e uma tuberculose.
Na obsessão simples: há um constrangimento bem limitado da vontade do obsedado. O
Espírito mau não domina as faculdades psíquicas em profundidade. É uma espécie de
incômodo para a pessoa obsedada.
Na subjugação: ocorre um domínio muito intenso das faculdades morais e do próprio corpo
físico, provocando as crises conhecidas popularmente como possessão. A influência inicia-se
à nível moral, depois evolui para o domínio fluídico perispiritual e por extensão chega ao
corpo físico. Então, temos as crises.
Na fascinação: há uma ilusão profunda que afeta as faculdades mentais, fazendo com que o
obsedado não se julgue como tal. O Espírito o engana e a fraqueza do doente é explorada. O
orgulho é sua perdição.
Fascinação em grupos - Chamamos a atenção para o fato de que um grupo espírita pode
cair por completo sob o domínio de Espíritos fascinadores. Daí, a necessidade da vigilância e
de se ter na vida administrativa da casa, normas bem definidas de trabalho e conduta. A
obsessão pode se desenvolver de forma epidêmica, junto a um grupo, a uma família ou uma
sociedade. Pode ser desenvolvida por mais de um Espírito mau.
Os envolvidos na obsessão - Em todos os casos de obsessão, temos o obsedado e o obsessor.
Existe uma variedade de situações de dominação na patologia obsessiva. Vamos citá-las para
que o método de tratamento a ser desenvolvido se dirija diretamente ao alvo, ou seja, ao
causador do mal e ao prejudicado. Sem identificar com clareza os envolvidos, não há como
curar a obsessão de forma definitiva.
Podemos ter os seguintes casos de envolvimento obsessivo:
- desencarnado para encarnado
- encarnado para desencarnado
- desencarnado para desencarnado
- encarnado para encarnado
- auto-obsessão
Causas da obsessão - É de vital importância para a cura da obsessão, descobrirmos as causas
que levaram o obsedado a cair sob o domínio do Espírito obsessor. Sabemos, através de
Kardec, que no pano de fundo de todas as obsessões está a fraqueza moral, ou seja, as
imperfeições da alma.
Assim também o é com as enfermidades do corpo físico: quando as doenças se instalam no
organismo de alguém, isto se dá em face de uma fraqueza orgânica. É necessário que o
médico examine o caso de modo a descobrir o que facilitou a presença da enfermidade. Na
obsessão, temos que proceder com metodologia semelhante.
As causas dos distúrbios obsessivos são variadas. Em estudos realizados no Grupo Espírita
Bezerra de Menezes, classificamos as causas da obsessão como sendo originárias de quatro
fontes distintas:
- moral
- cármica
- contaminações
- auto-obsessão
Causa moral - Na causa moral, encontramos as imperfeições morais do Espírito
encarnado dominando sua vida psíquica. A má conduta atrai maus Espíritos que se
afinizam com o encarnado. Depois da fase de sintonia, inicia-se um delicado processo de
interinfluenciação, onde as vontades e desejos são trocados. Mais tarde, a vontade do
encarnado será gradualmente substituída pela do desencarnado, instalando-se a
obsessão moral, também denominada vampirismo.
Causa cármica - Na causa cármica, há o comprometimento do encarnado com criaturas
com a quem fez mal em outras vidas, gerando ódio e desejos de vingança. A lei de causa
e efeito regula estes processos de ajustes entre os envolvidos. O comprometimento do
passado facilita os laços que unem o Espírito desencarnado ao paciente. Em linhas
gerais, sua ação têm início com uma sutil influenciação sobre o encarnado. Logo após a
fase da infância, começa a complicar-se, vindo com os anos a instalar-se a obsessão.
Varia de intensidade, segundo a gravidade dos dramas.
Contaminações - Nas contaminações, encontramos perturbações que são produto do
envolvimento de pessoas com os entidades atrasadas que trabalham em terreiros
primitivos e seitas estranhas. Estas entidades do baixo mundo espiritual envolvem
psicologicamente aqueles que se põem sob suas orientações, acabando por obsediá-las ou
fasciná-las. Nos terreiros primitivos, há quem solicite ao invisível ajuda material e que
atenda todo tipo de interesses terrenos.
Não tarda a se formarem entre o encarnado e as entidades atrasadas poderosos vínculos
magnéticos. Instalam profunda desarmonia na vida emocional e mesmo material dos
envolvidos. Esta influência nem sempre cessa pelo simples afastamento do ambiente em
questão. Achamos importante citar que as contaminações são mais frequentes do que se
imagina. Em nossa região, são quase 40% dos casos examinados.
Queremos deixar claro que as contaminações ocorrem também junto aos centros
espíritas mal orientados, onde adeptos sem nenhum preparo são colocados no
relacionamento com os Espíritos. Grupos dominados por maus Espíritos são verdadeiros
focos de contaminação espiritual, de onde deve-se afastar.