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Qual incentivo? Zuhair Mohamad
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O POPULAR ouve artistas, produtores e
agentes públicos sobre qual é o melhor
caminho para apoiar o setor cultural
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Capa
Opinião Edson Wander
Cidades
Política
Economia
Num sobrado alugado no Setor Itatiaia II,
Mundo região norte de Goiânia, um projeto de
Esporte descentralização cultural funcionou por dez
Magazine
meses. Iniciado em março de 2005 por um
grupo de artistas e produtores, o
COLUNAS Comunidade Fazarte teve aprovado projeto
Giro
Direito e Justiça
na Lei Municipal de Incentivo à Cultura em
2004, captou R$ 44 mil e bancou, entre Lucas Faria, economista e músico:
Coluna social
Memorandum crítico das leis de incentivo
outras coisas, o aluguel da casa que dava
Crônicas e
outras histórias guarida às atividades de ensino-aprendizagem cultural da comunidade ao
redor. Findo o dinheiro público que deu “start” ao Fazarte, os coordenadores
SERVIÇOS buscam agora caminhar com as próprias pernas.
E-mail
Cartas dos leitores O Fazarte é, no entanto, uma das poucas iniciativas culturais em Goiás que
Assinatura
Acontece
se incomodam com a dependência de verba pública. Vários artistas
Tempo hoje reclamam freqüentemente da “falta de apoio público” para seus projetos.
Indicadores Diante de tantos reclames, O POPULAR foi ouvir agentes públicos e
Na telinha
Cinema privados acerca dos propósitos das leis de incentivo, na maioria das vezes
Horóscopo única forma de realização cultural.
Guia do Assinante
Central
do Assinante Segundo Patrícia Vieira, da coordenação do Fazarte, um grupo de
produtores e professores ligados ao projeto se reunirá na sexta-feira para
CHARGE traçar planos à continuidade das aulas artísticas ministradas para e com o
envolvimento da comunidade. E continuar envolvendo a comunidade é uma
das saídas já em estudo, diz ela. “Tem gente que propôs até que nos
ESPECIAIS cotizássemos para bancar o aluguel de uma casa que funcionasse como
Mestre Rosa
Agenda de Negócios sede”, afirma Patrícia.
Agenda Goiânia
Rally do Batom
Goianão 2006
“Mas a saída será mesmo o voluntariado, a doação do trabalho abnegado
Retrospectiva 2005 das pessoas, dos professores que nos apóiam. Se o professor Guaraná [de
Prêmio Propaganda capoeira de Angola] se dispuser a dar aulas na praça, ok, é por aí que
Agenda Goiás
vamos caminhar. Estamos conscientes de que não dá mais para ficar
dependente de verba pública”, afirma Patrícia, sem deixar de criticar as
políticas de fomento na área cultural.
Reclamações
A dificuldade de conseguir apoio público ou patrocínio privado é
generalizada no meio artístico goiano. Um sem-número de artistas e
produtores goianos reclama de critérios e burocracias para trabalhar com
esses instrumentos de fomento, já adotados há cinco anos tanto pelo
governo estadual quanto pela prefeitura da capital. Em 2004, a produtora e
selo musical Monstro Discos teve rejeitado pela Secretaria Estadual da
Fazenda um patrocínio de R$ 100 mil oferecido pela distribuidora da Coca-
Cola em Goiás para a realização do 10º Festival Goiânia Noise. “A
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O Popular - Organização Jaime Câmara 12/03/09 12:38
Sem o apoio, o festival não arrefeceu, mas teve que recuar no show
internacional que anunciara (da banda norte-americana MC5). Cancelou a
participação dos gringos e reviu custos e programação. “O engraçado
dessa história é que nós não podemos usar um patrocínio de R$ 100 mil,
mas o governo apoiou o filme de Zezé Di Camargo com um valor muito
superior a isso”, critica o produtor e baterista Léo Bigode. Ele se refere aos
cerca de R$ 600 mil dado ao filme dos irmãos cantores pelo governo de
Goiás, via Lei de Incentivo à Cultura do Estado (Lei Goyazes).
Fundo de cultura
E este Fundo está a caminho. A Assembléia Legislativa de Goiás aprovou
no último dia 21 o projeto de lei nº 68/2006 que cria o Fundo de Arte e
Cultura de Goiás, apelidado de “Fundo Cultural”. De autoria do Executivo e
apresentado pelo deputado Fábio Tokarski (PCdoB), o projeto objetiva dotar
o Estado de um mecanismo de incentivo direto (com dotação de 0,5% da
receita líquida do governo, algo em torno de R$ 36 milhões anuais), mas
Lucas Faria chama atenção para artigos da proposta que “não blindam a lei
da participação direta do próprio Executivo na verba em benefício próprio”.
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“Além do que, a lei do Fundo precisa ser regulamentada ainda, ela sequer
foi aprovado pelo governador”, informa. Sobre as reclamações freqüentes
da classe artística, Chaul acha “ruim” a dependência buscada pelo meio
cultural. “Há casos de projetos que pedem R$ 400 mil quando se sabe que
não precisariam nem da metade. Tem gente que quer sobreviver de projeto
cultural.”
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