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MIOLO VIRADO

Tava quéto no meu canto sem querê muncha fulia


mais meus pensamento froxo me troxe uma idéia de arrivilia...

Mais de dois ano já fazia que eu acunvidava e ela nun quiria


tomá uns quente, ô uns gelado e prosá papo furado....

Tava mermo preparado pra me virá com outro negado


mais dessa vez, "ói qui aligria!" eu é qui távinganado...

Quéla morena, disse "ô moço", armoço tá bom, sim, sinhô


mandô, "ói só!" uma cantiga de artista que cantava com flozô...

Ieu mi arrupiei todinho, purqui cunhicia o conversê do estrangêro


e a párti quieu mais mió intindia repitia: "vem ligêro, vem ligêro..."

E o dia chegô então, apezá de toda confusão,


era armoço mas foi jânta cum bebida de montão...

Cabada a janta, nóis só ria, se abraçava e se bêjava


chêro no cangote, amasso de bode ni uma aligria qui num passava...

Nóis resolveu se arregalar e í prum cantão pra nóis si amá


i era só o qui nóis quiria, fazê amô até dismaiá...

Quéla morena, sim, sinhô, amoleceu meus miolo di tanto amô


perdi o estribo, caí do cavalo, tatudo virado e num sei ondi estô...

Marcus Sodré
marcus@sodrefamily.com
marcus.sodre@yahoo.com.br

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