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Prologo

Um estouro. Eu o vi largado no chão, me arrastei para fora do


carro e tentei chegar ate ele
-Não – falei em um fio de voz – não o machuque
- Tarde de mais – ele ria vitorioso apontando a arma para o corpo
do homem que um dia achei que seria minha salvação – ele já se
foi, agora vai ser você [...]

Estamos aqui a duas horas, ninguém me diz nada, ninguém me da


noticias. Saio do meu quarto e ando ate a sala de espera, o silencio
reina no local, como sempre não me disseram uma unica
palavra,não me recriminavam, não me culpavam em voz alta, mas
eu sentia que todos ali tinham seus proprios rancores para com
minha pessoa. Afinal, eu fui o motivo de tudo isso ter
acontecido...

Capitulo 1 Chegada.

-Então, quando chegarmos la, vou te levar a um barsinho e


segunda você poderá ir ver sobre a faculdade- Suspira- París sera
otima para você Wy, será sim.
So balanço a cabeça em concordancia, não queria falar muito, eu
só pensava: o que estou fazendo ? estou fugindo? Não sei bem.
Do dia para a noite resolvi vir morar em París, assim largando
familia e faculdade. Bom, foi isso que falei para eles.

Assim que o avião pousa, Eva se levanta de sua poltrona numa


felicidade sem tamanho, eu sabia que traze-la comigo seria a
melhor escolha que faria em anos. Eva e eu somos amigas desde
que me entendo por gente, crescemos quase como irmãs e quando
contei o que pretendia logo ela se juntou a mim nessa louca
aventura.

Ao sairmos do aeroporto, Eva solta um gritinho de felicidade.


-É tão bom voltar a minha doce París – sorri, Eva conhece a
cidade como a palma de sua mão, como estudante de moda, ela
está sempre vindo aqui para os inumeros desfiles.
-Sim, mas vamos chamar o táxi? – pergunto olhando para os
varios carros passando de um lado ao outro
-Já falei com um amigo, ele ira vir nos buscar – ela termina de
falar e uma busina toca ao nosso lado- Olha ele ai
-Ele quem ? -o carro para e vejo um homem alto de pele clara e
olhos azuis saindo do mesmo, seu sorriso é estonteante e
apaixonado para minha amiga.
-Curie – fala com uma animação exagerada mas verdadeira-
Saudades, e você deve ser a tão famosa Whynd Thellers
-Sim – sorrio fraco- e você é?
-Perdão – ele pega minha mala e coloca no chão, segura minha
mão e da um sorriso de lado- Muito prazer, Alec Devill’s
-Prazer – sorrio também, a alegria dele é contagiante- Você ja
sabe meu nome, mas por favor, me chame de Wy. Ele acente com
a cebeça e sem falar mais nada, pega nossas malas e coloca no
carro.

Paramos em frente a uma grande casa, Eva da seu sorriso de


reconhecimento.
-Essa é a casa que te falei Wy, a que tio Sergio deixou para mim-
sorri mais uma vez- toda vez que venho a París fico nela
-Á sim, claro- começo a me recordar vagamente do assunto, Alec
nos ajuda com as malas mais uma vez, e então vai embora, com a
promessa de voltar mais tarde.

Ja eram seis da noite quando Eva e eu nos jogamos em cima do


sofá.
-Agora sim -suspiro cansada, haviamos limpado toda a casa
-Nem acredito que Emmy me abandonou- Choramingou Eva.
Emmy era sua governanta, mas tivera que ir, pois sua irmã estava
com problemas.
-Ela tinha suas razões Ev – rio – e nem foi tão ruim limpar a casa
-Claro, nada é ruim para você- choraminga- temos que encontrar
uma nova governanta, ou eu vou pirar
-Não, não quero uma mulher me olhando feio toda vez que
colocar um copo fora do lugar- lembro de Cecci, governanta na
casa de meus pais- e agora moramos aqui, vamos so contratar
uma diarista
-Diarista? Mas diaristas não cozinham
-Nem governantas, Emmy fazia isso porque não tinha mais
ninguém para fazer
-Quem vai cozinhar Wy? – me olha desconfiada – eu nao sei
cozinhar, e você vai passar o dia na faculdade
-Restaurantes existem para isso – falo dando de ombros – além do
mais, da para fazer uma comida rápida antes de sair pra
faculdade… nós vamos dar conta, relaxa
- Eu não sei não – ela faz bico
-Se continuar reclamando, você quem vai cozinhar e limpar – falo
séria e ela se cala.
-Tudo bem, tudo bem, a gente da conta– diz levantando-se – mas
agora vá se trocar, vamos a uma festa
-Negativo – rio – estou morta de cansada, vou a canto algúm
-Por favor, vai ser divertido – ela me olha com aqueles grandes
olhos cinzas, sabendo que não consigo dizer não quando me olha
dessa forma
-Tudo bem – digo derrotada – mas, vai ser uma cerveja e nada
mais. Eva solta um gritinho vencedor e sai para se arrumar
-Vamos logo, quero você linda e diva – diz e entra em seu quarto.

Logo que termino de me arrumar uma busina soa na frente de


casa e Eva aparece na porta do meu quarto.
-Vamos – ela canta e sorri
-Ta, claro – balanço a cabeça e a sigo para fora de casa.
Alec nos espera encostado no carro, seu sorriso chega a ser
adoravel, ele abre a porta do carro para mim, e logo depois Eva
chega, ela senta na frente, ao seu lado.

Durante todo percuso de nossa casa ate a boate, os dois falavam


sem parar, e eu só pensava que deveria comprar ou alugar um
carro.

Chegamos na boate, e entramos sem problema algum, ao que


parece Alec era cliente vip do lugar.
-Eva já conhece aqui, agora você linda Wy, vai adorar- O rapaz
sorriu de orelha a orelha
-É, claro – sorrio fraco tentando esconder o meu cançasso.
-Eu não sei vocês, mas eu vou dançar- Eva fala já indo rumo a
pista.- Vejo vocês la babys.- Rio de seu jeito e Alec sorri de lado
-Desculpe moça, mas tenho que acompanhar aquela dama - ele ri
e beija minha mão. Logo que se retira, vou lentamente para o bar,
peço um wisky puro sem gelo.

-Aqui moça- o garçom me entrega a terceira dose, seu rosto


mesmo sem querer demonstrava sua preocupação e seu contento.
Preocupação pelo meu bem estar, e contento pela boa gorjeta que
a ele seria entregue

Em certo momento, resolvi que seria hora de dançar, estava a


muito tempo sentada sozinha naquele bar enquanto minha amiga
se divertia com sei lá quem.

Dançar sempre foi uma segunda paixão para mim, então me


joguei com vontade na pista, Eva e Alec logo se juntaram a mim e
por um tempo éramos só nós três rindo de piadas bobas e fazendo
passos de dança incomuns.

Já cansada e sentido uma louca vontade de ir ao banheiro, me


afastei deles, indo para o outro lado da pista onde ficavam as
portas dos WC, entrei, fiz o que precisava e saindo da cabine me
olhei no espelho arrumei o cabelo, retoquei o batom e encarei a
antiga Whynd, aquela que se divertia com os amigos sem se
preocupar com nada, era bom ver ela novamente.
Já pronta pra sair do lugar entra um casal no ponto de tirar as
roupas
- Oh Alex – a mulher gemia alto enquanto o homem levantava seu
vestido. A imagem era extremamente NOJENTA, tentei sair sem
ser percebida no entanto o rapaz me notou e sorriu de forma
displicente, seus olhos azuis pareciam duas piscinas
extremamente convidativas
- Quer participar da festa gracinha? – falou já largando
temporariamente a mulher que a minutos atrás era seu maior
desejo e vindo em minha direção
- O que? – falei com a voz rouca, o caminhado dele era algo
parecido com um animal caçando
- Você entendeu – ele a esse ponto já está próximo de mim o
suficiente para que eu sentisse seu hálito
- Não sou uma qualquer pra transar com o primeiro que encontro
em uma festa – falo tentando me afastar – você já tem seu
brinquedinho do dia
- Mas adoraria ter mais um – aproximou o rosto do meu, ficando a
centímetros dos meus lábios
- Você é um panaca – revirei os olhos o empurrando
- E um dos maiores deles – a menina que o acompanhava falou
brava o empurrando também e logo sai do banheiro
- Estragou meu esquema careta – falou passando a mão nos
cabelos
- Negativo – franzi a testa – você mesmo estragou seu “esquema”
fiz aspas com a mão – babaca

-Wy- escutei a voz de Eva tentando se elevar sobe a musica. Me


afastei do cara e sorri já abrindo a porta
- Ei careta, qual seu nome? – aparentemente ele não havia
escutado minha amiga
- Para que quer saber? – cruzo os braços
- Pra colocar na lista dos não desejáveis dessa boate
- É aí que não falo mesmo – solto uma gargalhada saindo
enquanto ele encara a porta.

CAPITULO 2- A CIDADE.

Minha cabeça latejava ruidosamente quando acordei no outro dia,


não fazia ideia do que havia ocorrido na noite anterior, exceto
claro, por leves flahs que me apareciam e sumiam no mesmo
instantes. Levantei da cama, mas logo me sentei novamente pois
uma tontura me fez fraquejar, respirei fundo e tornei a levantar,
dessa vez com mais leveza, vendo que era capaz de andar fui ate a
cozinha onde encontrei Eva sentada em uma das cadeiras do
balcão com uma grande caneca de café.
- Aceita? – Perguntou em um fio de voz. Balancei a cabeça
afirmando e ela se ergueu de seu lugar para me servir – o que
aconteceu noite passada? – Perguntou assim que pôs a caneca
fumegante em minha frente
- Não lembro de muita coisa – admiti e bebi um gole da bebida –
pequenos relances da noite passada me vem a mente
- Digo o mesmo – Eva suspira – espero não ter feito nenhuma
besteira
- Tipo? – a observo e a mesma suspira mais uma vez
- Nada não – minha amiga se levanta – vamos ao centro hoje?
Para você conhecer a nova faculdade e fazer umas compras!
- Tudo bem – murmurei, pois, sabia que não adiantaria dizer não
- Ótimo – Eva se vira e vai para seu quarto tomar banho e se
arrumar, assim que termino meu café faço o mesmo. Abro meu
armário e procuro uma peça de roupa onde possa me agasalhar
nesse frio de julho. Acabo por escolher um vestido de lã carmim e
um sobretudo preto, calço minhas botas de salto pretas e deixo
meu cabelo solto. Vou ao encontro de Eva, que me esperava
sentada no sofá da sala
- Já pedi um táxi – avisa e sorri
- Tudo bem – falo baixo e me perco em meus pensamentos. Eva
logo me chama e diz que temos que ir, me levanto e a sigo para
fora de casa.

Estava junto com Eva parada em frente a faculdade, as aulas


começariam daqui a 3 semanas e eu como aluna nova poderia
conhecer tudo antes das aulas começarem. Estava um pouco
nervosa, então minha amiga segurou minha mão e deu o primeiro
passo, entramos juntas dentro do prédio e eu fiquei
completamente sem folego.

O lugar era lindo, o reitor que nos acompanhava apontava cada


lugar e dava a explicação do que servia. Ao fim do tour pela
universidade o reitor nos leva até sua sala, lá sentamos e nos é
oferecido café, cujo aceitamos de bom grado
-Bom, senhorita Thellers, essa é a sua nova instituição de ensino,
espero que a tenha agradado – o reitor Marcus diz e sorri
brevemente
- Sim senhor, é um lugar maravilhoso – falo maravilhada – mal
vejo a hora de começar meu curso de artes plásticas aqui
- Fico feliz em saber disso senhorita – ele sorri mais uma vez e
escutamos uma batida leve na porta, ela se abre revelando uma
moça de cabelos curtos negros e olhos esmeraldas
- Perdão, me atrasei para a visita na propriedade? – Ela pergunta
entrando na sala estendendo a mão para Marcus – Prazer, Clethia
Black
- Olá senhorita Black, eu só irei terminar com a Srtª Thellers e já
lhe atendo
- Sim senhor – a moça se senta e o reitor se vira para mim
novamente
- Então a esperamos na volta as aulas senhorita – ele sorri para
mim e me levanto, Eva que estava calada ao meu lado se levanta,
aperta a mão do reitor e me segue até a saída.

Vamos até uma lanchonete perto da faculdade, nos sentamos e


pedimos algo para comermos, após um tempo a mesma menina da
faculdade entrou na lanchonete e andou até próximo do caixa, fez
seu pedido, olhou ao redor e nos viu, pegou seu lanche e veio em
nossa direção
- Oi – falou animada – nos vimos na faculdade, eu sou Clethia,
acho que vamos estudar artes juntas
- Sim – sorrio fracamente – aproposito sou Whynd Thellers, e
essa – aponto para Ev – é minha amiga Eva Curie
- Ah prazer – Clethia sorri – será que posso me sentar com vocês?
As mesas estão todas cheias
- Claro – Ev responde antes de mim e tira sua bolça de uma das
cadeiras – Aqui queridinha, sente-se
- Obrigada – ela se senta e começa a comer – então, vocês vieram
de onde?
-Brasil – respondo e termino meu café
-Nossa que legal, eu nunca fui lá – ela fala alegremente
- E você? – Eva a olha sorrindo, claramente se identificando com
a moça
- Sou daqui mesmo, porem estava morando um tempo em
Londres
- Serio? – Eva sorri animada – Amo Londres, sempre ia nas férias
de inverno.

Após isso as duas embarcaram em uma conversa sobre as


maravilhas de Londres, vez ou outra Clethia me perguntava o que
eu achava e ficando impressionada ao saber que eu, nunca havia
ido para lá.
- Você tem que conhecer – falou ela – um dia vamos lá.
Ela sorriu já fazendo planos, concordei levemente com a cabeça
sem muito o que dizer. Eva, claro adorou a ideia e mesmo tendo
conhecido a moça a menos de uma hora, fazia planos para uma
viagem futura.

Após uma agradável tarde, Eva e eu deixamos nossa nova amiga e


voltamos para a casa.
-Ela é uma graça ne? – Ev me perguntou com um sorriso
-Sim – respondi rindo e logo me jogando no sofá, Eva sentou ao
meu lado
-Foi uma boa ideia termos vindo para cá – ela segura minha mão
– não é mesmo?

Eu a olhei e sorri mais uma vez.


-Sim, foi uma boa ideia – deito minha cabeça em seu ombro e
intimamente agradeço pela amiga que tenho. Logo ela se levanta e
sorri.
-Vou me deitar um pouco. Te amo – então a vejo se afastar
saltitante. Continuei no mesmo lugar onde estava, fecho meus
olhos lentamente e fico repassando momentos cruciais de minha
vida.

Capitulo 3 – O sonho
Eu sorri deitada naquela grama verde, olhando o céu azul,
escutando o riacho não muito distantes, sentindo os raios do sol
banhando minha pele... era bom, era magico. Algo que a muito
tempo eu não tinha.

Deixo um suspiro escapar e olho para o lado. La estava ele, sorrio


amplamente. Meu balsamo estava lá, com suas belas íris azuis e
seu semblante calmo. Me levanto porem não corro para seus
braços como de costume, dessa vez vou rumo ao riacho, não sei
porque, eu não sei nadar, mas ali estou eu, correndo dele, indo
direto para a água. Já não estou mais sorrindo, estou ofegante
gritando desesperada por socorro... O que está acontecendo?

Olho para trás, vejo seu rosto, vejo seu sorriso e seus olhos, mas
ele não mais o mesmo, suas mãos que um dia me acariciaram
agora apertam com força meu pescoço, ele me afunda na agua...
-Socorro – grito, mas ninguém está lá para me ajudar, então torno
a abrir a boca, porém som nenhum sai, mas algo entra, era a agua
que me sufocava, era a agua que me matava.

Acordo desesperada e sem ar, lembro vagamente onde estava,


então me sento ereta no sofá e respiro fundo.
-Era só um sonho – Falo para mim mesma – Só um sonho
Coloco minha cabeça entre as pernas tentando regular minha
respiração, era loucura ter medo agora, eu precisava me controlar.
Levanto a cabeça lentamente e com um sobressalto vejo Eva
parada na porta, ela nada disse, foi a cozinha, pegou um copo com
agua e voltou ate mim entregando o mesmo, sentou-se ao meu
lado e se pós a alisar minhas costas afim de me deixar mais
calma.

Logo Eva se levanta bocejando


- Você está melhor? – pergunta me encarando
-Sim – suspiro – pode ir se deitar

Ela vai, quando chega perto da porta do seu quarto se vira para
me encarar.
-Wy, você também deveria tentar dormir – concordo com a cabeça
e me levanto.

-Vou só comer algo – falo para tranquiliza-la. Ela novamente


concorda e entra em seu quarto trancando a porta. Preparar algo
para comer ocupou minha mente, mas não o suficiente para
esquecer aquele pesadelo maldito, àqueles olhos, aquelas mãos.
No fim, as lembranças me fizeram perder totalmente à vontade de
comer, larguei o sanduíche em cima da mesa voltando para a sala,
meu corpo estava inquieto, acompanhando a minha mente que
gritava por socorro, gritava por uma distração e olhando para a
janela que dava vista para a clara rua de Paris, tomei minha
decisão, em um impulso me cobri com um casaco e calcei as
botas saindo porta a fora.

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