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AULA 2 - VERBO
Olá, amigos
Hoje nossa aula vai tratar do “coração” da unidade oracional – o VERBO. Não é à toa
que esse assunto vem logo após vermos os processos de formação das palavras e antes
de qualquer outro.
O verbo também fará parte das próximas aulas – concordância (nominal e verbal),
regência (nominal e verbal) e até mesmo crase.
Nesta aula, veremos a classificação dos verbos, sua forma de conjugação (que é um calo
para muita gente), as flexões que o verbo pode sofrer (número, pessoa, tempo, modo e
voz), a relação que os verbos têm em uma estrutura oracional e como manter essa
relação harmônica, dentre tantas outras coisas.
Bem, essa palavrinha é muito especial. O verbo não tem sintaticamente uma função que
lhe seja privativa, pois, como veremos, o substantivo e o adjetivo também podem ser
núcleos do predicado (veremos no módulo 10 - Termos da Oração).
Sua única função na estrutura oracional é a de participar do predicado.
CONSTRUÇÃO DOS VERBOS
Todas as formas do verbo se irmanam pelo RADICAL, a parte invariável que lhes dá a
base comum de significação.
São aceitas as seguintes flexões: de número (singular e plural), pessoa (1ª, 2ª ou 3ª),
modo, tempo ou vozes. Celso Cunha identifica uma outra flexão: aspecto, que, em
suas palavras, “manifesta o ponto de vista do qual o locutor considera a ação expressa
pelo verbo”, por exemplo: pontual (“acabo de chegar”) ou durativa (“fico a esperar”),
contínua (“vou andando pelas ruas”) ou descontínua (“voltei a fumar”) etc.
Em relação ao processo de formação, como vimos, ao radical junta-se a terminação:
vogal temática (define as três conjugações), desinências modo-temporal e número-
pessoal.
Alguns conceitos são importantes:
Formas rizotônicas – o elemento de composição grego riz(o)- significa “raiz”. Assim,
nas formas RIZOTÔNICAS, a sílaba tônica (a que fomos apresentados em nosso primeiro
encontro) recai no radical.
verbo RECLAMAR Î radical RECLAM Î eu reclamo
Como a sílaba tônica recai no radical, essa forma chama-se rizotônica.
Formas arrizotônicas - quando a sílaba tônica recai fora do radical.
Verbo CONSERVAR Î radical CONSERV Î nós conservaremos
Como a sílaba tônica recai fora do radical, essa forma chama-se arrizotônica.
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PESSOA
É a variação de forma que indica a pessoa do discurso a que se refere a ação verbal.
1ª pessoa - aquela que fala. Corresponde aos pronomes pessoais eu (singular) e nós
(plural).
2ª pessoa - aquela a quem se fala. Corresponde aos pronomes pessoais tu (singular) e
vós (plural).
3ª pessoa - aquela de quem se fala. Corresponde aos pronomes pessoais ele/ela
(singular) e eles/elas (plural).
MODO, TEMPO e VOZES
Essas modalidades de flexão merecem uma análise mais aprofundada.
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PRESENTE DO IMPERATIVO
SUBJUNTIVO NEGATIVO
eu fale -
tu fales Î não fales (tu)
ele fale Î não fale (você) (*)
nós falemos Î não falemos (nós)
vós faleis Î não faleis (vós)
eles falem Î não falem (vocês) (*)
(*) Como o imperativo é o modo em que se determina ou pede algo à pessoa a quem
se dirige (2ª pessoa), as terceiras pessoas se referem a “você / vocês”, e não a eles (3ª
pessoa).
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PRESENTE
– fato ocorre no momento em que se fala (Ouço ruídos na cozinha.);
- fato que é comum de ocorrer (Eu morro de inveja dele. / Chove todos os dias
em Belém.);
- apresenta um princípio, um conceito ou um dado (Todos os anos, muitas
crianças morrem de desnutrição no Brasil.)
PRETÉRITO PERFEITO
– fato ocorrido e perfeitamente concluído antes do momento em que se fala
(Todos souberam do assassinato de Celso Daniel.)
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
– denota repetição de um ato ou sua continuidade, com início no passado,
chegando ao momento presente, em que falamos (Eu tenho cometido muitos
erros na escolha dos meus namorados. / Eu tenho lutado contra vários
preconceitos.);
PRETÉRITO IMPERFEITO
– fato realizado e não concluído ou que apresenta certa duração (Ele buscava
a perfeição antes de morrer./ O tempo corria sem que ninguém notasse.);
– indica, entre ações simultâneas, a que ocorria no momento em que
sobreveio a outra (Ele andava pela rua quando foi abordado pelos ladrões.);
– denota ação passada habitual ou repetida (imperfeito freqüentativo) (Sempre
que eu chegava, ela saía do recinto.)
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO
– fato realizado antes de outro fato também no passado (Antes de sua morte,
ele pedira o perdão aos filhos.)
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
– forma mais comum de expressar o fato realizado antes de outro fato
também no passado (Antes de sua morte, ele tinha pedido perdão aos filhos.)
FUTURO DO PRESENTE
– fato posterior certo de ocorrer no futuro (Doarei todo o material de estudo
após a minha aprovação.);
– afirmação de valor categórico (De todas as mulheres do mundo, você será a
mais bela – o que se afirma é que “certamente você é a mais bela”).
FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
– denota futura ocorrência de um fato que se iniciou no presente (Até o
próximo ano, terei acumulado quase um milhão de reais em dívidas.)
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- indica uma ação futura que estará consumada antes de outra também no
futuro (Amanhã, quando você chegar, eu já terei assinado o contrato.)
- denota incerteza sobre fatos passados (Terá João sabido da traição?)
FUTURO DO PRETÉRITO
– fato posterior a um fato passado (Você me garantiu [FATO PASSADO] que o
nosso amor não morreria [FATO FUTURO EM RELAÇÃO AO FATO PASSADO].);
– fato não chegou a se realizar (Eu iria à sua casa, mas tive um problema.);
– pode denotar incerteza (“Acharam um corpo que seria do chefe do tráfico.”)
– hipótese relacionada a uma condição (“Se você tivesse comprado o carro
[CONDIÇÃO], não teria perdido o dinheiro no jogo [HIPÓTESE].”)
– polidez (“Você poderia me passar o sal?”).
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
– o mesmo que o Futuro do Pretérito com relação aos três primeiros
aspectos.
FORMAS NOMINAIS
Denominam-se formas nominais as palavras, de origem verbal, que também podem
ser empregadas nas funções próprias de adjetivos, substantivos ou advérbios. São elas:
INFINITIVO, GERÚNDIO E PARTICÍPIO.
INFINITIVO:
Ele precisa pôr os nomes nos livros. (verbo)
O pôr-do-sol é lindo nessa época do ano. (substantivo)
Causa-me agonia o seu ranger de dentes. (substantivo)
Precisamos colocar óleo na porta que está a ranger.(verbo)
O infinitivo divide-se em impessoal e pessoal.
O infinitivo impessoal não tem sujeito (pessoa) e, por isso, não se flexiona. É usado em
sentido genérico (“o ato de”).
Amar se aprende amando.
Já o infinitivo pessoal tem sujeito e pode flexionar-se ou não. Os casos em que o
infinitivo pode, deve ou não pode se flexionar será objeto de estudo na aula sobre
CONCORDÂNCIA.
GERÚNDIO:
O presidente fica persistindo na argumentação de que nada sabia. (verbo)
Persistindo os sintomas, o médico deverá ser consultado (advérbio de condição =
“Caso persistam os sintomas...”)
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PARTICÍPIO:
Ele havia lavado o chão da casa antes do temporal. (verbo)
O uniforme lavado ficou todo sujo após o vendaval. (adjetivo)
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CONJUGAÇÃO VERBAL
Para ajudar a resolver questões de conjugação verbal, uma boa dica é a técnica do
PARADIGMA.
Como funciona isso? Na dúvida com relação à conjugação de determinado verbo
regular (geralmente o examinador busca um verbo pouco utilizado no seu dia-a-dia),
basta observar a conjugação dos paradigmas clássicos (FALAR – 1ª conjugação, BEBER
– 2ª conjugação, PARTIR – 3ª conjugação).
Extraia o radical, que é o que sobra do verbo após retirar a terminação “ar”, “er” ou “ir”
do infinitivo (exemplo: FAL(AR) = radical FAL-), e empregue as desinências, que são
idênticas nos demais verbos regulares de mesma conjugação:
Por exemplo:
CONSUMAR (verbo regular de 1ª conjug.):
Presente do Indicativo: Eu consum.... (???)
Presente do Subjuntivo: (que) eu consum... (???)
CONSUMIR (verbo regular de 3ª conjug.):
Presente do Indicativo: Eu consum.... (???)
Presente do Subjuntivo: (que) eu consum... (???)
E aí, como você preencheu? Vamos buscar a desinência dos verbos “paradigmas”.
Infinitivo Pres.Indicativo Pres.Subjuntivo
Falar Eu falo (que) eu fale
Consumar Eu consumo (que) eu consume
Partir Eu parto (que) eu parta
Consumir Eu consumo (igual) (que) eu consuma
Se o verbo for irregular, ou seja, apresenta alteração no radical em determinadas
conjugações, procure outro verbo, também irregular, de mesma construção.
Por exemplo: COMPETIR (3ª conjugação) – Eu comp.... (???)
Esse verbo é irregular, ou seja, não mantém o radical nas conjugações. Normalmente
não conjugamos esse verbo (pelo menos, não com convicção) fora de uma locução
verbal. Mas usamos bastante outro verbo de idêntica estrutura. Já sabe qual é???
REPETIR. Então, como fica a conjugação desse paradigma?
Eu repito Î Eu compito
E “ADERIR”? Como você conjugaria a primeira pessoa do singular do Presente do
Indicativo? Está com dúvida? Busque um paradigma. Aceito sugestões.... Lembrou de
algum? Eu conheço um – FERIR. Como fica a conjugação do paradigma?
Eu firo Î Eu adiro
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1) Modo Indicativo
VEJA SÓ:
Os tempos PRESENTE e PRETÉRITO IMPERFEITO não se subdividem, ou seja, só
apresentam a forma verbal simples.
Salvo nos futuros, em que os auxiliares ficam nos tempos correspondentes, os auxiliares
dos demais tempos verbais compostos buscam a conjugação do tempo imediatamente
anterior (segundo a ordem apresentada no nosso quadro):
- no PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO, o auxiliar fica no presente do indicativo:
tenho falado
- no PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO, o auxiliar fica no pretérito
imperfeito do indicativo: tinha falado
2) Modo Subjuntivo
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MODOS
INDICATIVO SUBJUNTIVO
Tempos
1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª
o o o e a a
as es es es as as
a e e e a a
Presente
amos emos imos emos amos amos
ais eis is eis ais ais
am em em em am am
ava ia ia asse esse isse
avas ias ias asses esses isses
Pret. ava ia ia asse esse isse
Imperfeito ávamos íamos íamos ássemos êssemos íssemos
áveis íeis íeis ásseis êsseis ísseis
avam iam iam assem essem issem
ei i i
aste este iste
Pret. ou eu iu
***** ***** *****
Perfeito amos emos imos
astes estes istes
aram eram iram
ara era ira
aras eras iras
Pret.mais-
ara era ira
que- ***** ***** *****
áramos êramos íramos
perfeito
áreis êreis íreis
aram eram iram
arei erei irei ar er ir
arás erás irás ares eres ires
Futuro do ará erá irá ar er ir
presente aremos eremos iremos armos ermos irmos
areis éreis ireis ardes erdes irdes
arão erão irã arem erem irem
aria eria iria
arias erias irias
Futuro do aria eria iria
***** ***** *****
pretérito aríamos eríamos iríamos
aríeis eríeis iríeis
ariam eriam iriam
IMPERATIVO
AFIRMATIVO NEGATIVO
a
e a a e a
as
a e e es as
a
e a a e a
amos
emos amos amos emos amos
ais
ai ai i eis ais
am
em am am em am
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DERIVAÇÃO VERBAL
Você já deve ter se deparado com dúvidas como: em “quando eu ..... o professor,
passarei o seu recado”, devemos usar “ver” ou “vir”?
Para compreendermos a conjugação de alguns verbos, principalmente dos irregulares, é
necessário conhecer a formação de alguns tempos derivados.
Abaixo, segue um quadro com a indicação das formas primitivas e das derivadas.
Salvo algumas poucas exceções (como o verbo SER, SABER e outros), basta que se
mantenha o radical das formas primitivas e a ele se acrescentem as desinências
correspondentes.
VERBO VER
eu veja
presente do tu vejas
presente
indicativo ele veja
eu vejo Î do
1ª pessoa do nós vejamos
subjuntivo
singular vós vejais
eles vejam
eu veja -
tu vejas não veja (tu)
presente do ele veja imperativo não vejas (você)
Î
subjuntivo nós vejamos negativo não vejamos (nós)
vós vejais não vejais (vós)
eles vejam não vejam (vocês)
pretérito eu vira
pret. perfeito do mais-que- tu viras
indicativo perfeito ele vira
eles viram Î do
3ª pessoa do nós víramos
plural indicativo
vós víreis
eles viram
eu visse
pretérito tu visses
imperfeito ele visse
Î
do nós víssemos
subjuntivo vós vísseis
eles vissem
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futuro do eu vir
subjuntivo tu vires
ele vir
Î nós virmos
vós virdes
eles virem
VERBO CABER
Infinitivo caber Futuro do caberei
impessoal presente caberás
do caberá
Î indicativo
caberemos
cabereis
caberão
Futuro do caberia
pretérito caberias
do caberia
indicativo
caberíamos
caberíeis
caberiam
Infinito Caber
pessoal Caberes
Caber
Cabermos
Caberdes
caberem
Gerúndio cabendo
Partícipio Cabido (nos verbos de
2ª.conjugação, a vogal temática
passou de “e” para “i”, por
influência da vogal temática da
3ª.conjugação - IR)
Agora, experimente com outros verbos irregulares, como os verbos trazer, vir, fazer,
pedir, caber e outros.
TRAZER – TRAGO Î TRAGA
TROUXERAM Î TROUXERA /TROUXESSE /TROUXER
VIR - VEJO Î VEJA
VIERAM Î VIERA /VIESSE / VIER
FAZER - FAÇO Î FAÇA
FIZERAM Î FIZERA / FIZESSE / FIZER
PEDIR - PEÇO Î PEÇA
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–EAR: recebem a letra ‘i’ nas formas rizotônicas (sílaba tônica no radical). Nas demais,
segue o paradigma ‘falar’. Exemplo: pentear (radical PENTE-).
A sílaba tônica foi sublinhada.
Pres.indicativo - penteio, penteia, penteia, penteamos, penteais, penteiam
Pres.subjuntivo – penteie, penteies, penteie, penteemos, penteeis, penteiem
Pret.perfeito: penteei, penteaste, penteou, penteamos, penteastes, pentearam
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VOZES DO VERBO
Voz ativa
Sujeito pratica a ação expressa pelo verbo: sujeito agente (ativo).
O presidente decretou a reforma econômica.
Voz passiva
O verbo principal deve ser transitivo direto ou transitivo direto e indireto. Sujeito recebe
(sofre) a ação expressa pelo verbo: sujeito paciente (passivo). A voz passiva pode ser:
a) Analítica: (análise é uma coisa demorada, longa, comprida...) É construída com
verbo auxiliar (ser, estar) + particípio do verbo principal.
Por ser “longa” (analítica), possui locução verbal (que pode ser formada com dois ou até
mesmo três verbos) e pode apresentar o agente da passiva, elemento que efetivamente
pratica a ação verbal. Você notou como essa construção é grande?! Basta comparar com
a seguinte – a voz passiva sintética.
A reforma econômica foi decretada pelo presidente.
b) Sintética: (síntese é uma coisa breve, resumida) É construída com verbo principal +
SE (pronome apassivador ou partícula apassivadora).
Note que essa construção é tão resumida que emprega somente UM verbo e dispensa o
agente da passiva.
Decretou-se a reforma econômica.
Como veremos na aula de concordância, são muitas as questões de prova que exploram
a concordância verbal em voz passiva sintética.
Voz reflexiva
Construída com o verbo e um pronome reflexivo. O sujeito é agente e paciente ao
mesmo tempo.
A jovem vaidosa olhava-se no espelho a todo momento.
Voz recíproca (destaque feito por Evanildo Bechara)
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Este item estava INCORRETO, pois o verbo originalmente, na voz passiva pronominal,
apresentava-se no presente do indicativo (“Observa-se”), e na voz passiva analítica foi
empregado no pretérito perfeito do indicativo (“Foi observado”). Erro na transposição da
voz passiva sintética para a analítica, em virtude da alteração do tempo verbal.
CORRELAÇÃO VERBAL
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A título de curiosidade (e somente com esse propósito – nada de ficar decorando listas),
seguem alguns exemplos de construções corretas sob o aspecto de correlação verbal:
a) “Exijo que me diga a verdade.” - presente do indicativo + presente do
subjuntivo
b) “Exigi que me dissesse a verdade.” – pret.perf.indicativo +
pret.imperf.subjuntivo.
c) “Espero que ele tenha feito uma boa prova.” - presente indic.+
pret.perf.comp.subjuntivo.
d) “Gostaria que ele tivesse vindo.” – fut.pretérito.ind.+ pret.mais-que-
perf.comp.subjuntivo
e) “Se você quiser o material, eu o trarei.” – futuro do subjuntivo + fut.presente
indicativo
f) “Se você quisesse o livro, eu o traria.” - pret.imperf.subj.+ fut.pretérito do
indicativo
Mais um exemplo de correlação entre os verbos. Veremos na aula sobre concordância os
casos em que o verbo haver é impessoal. Um deles: indicação do tempo decorrido. Isso
significa que o verbo ficará na terceira pessoa do singular, qualquer que seja o seu
complemento (plural ou singular).
Esse verbo deve estar em harmonia temporal com os demais do período, isto é, se a
estrutura oracional aponta para um fato passado, o verbo haver também deverá ser
conjugado no passado.
Na edição da revista Veja sobre a morte de Cássia Eller, a manchete foi:
“A polícia suspeita que um coquetel de droga, álcool e remédios matou a cantora, que
havia dois anos lutava para se livrar da dependência de cocaína”
Na época, houve uma enxurrada de perguntas (inclusive para a redação da revista)
sobre a correção dessa forma do verbo haver. Está CORRETÍSSIMA! Note que a
afirmação se refere a um fato passado (afinal, infelizmente ela já não estava mais viva
naquele momento). Assim, o tempo decorrido se encontrava concluído no passado, o
que justifica o emprego de “havia”, da mesma forma que a forma “lutava”.
Se a afirmação se referisse a um fato ainda atual: “Fulano há dois anos luta para se
livrar das drogas.”, todos os verbos se conjugariam no mesmo tempo verbal – presente
do indicativo.
Vamos às questões de fixação. Mais uma vez, lembramos que são questões aplicadas
nos mais diversos concursos públicos do país.
Bons estudos a todos.
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
(NCE UFRJ/ADMINISTRADOR PIAUÍ/2006)
TEXTO - A SAÚDE E O FUTURO
Dráuzio Varella – Reflexões para o futuro
Ficaremos sobrecarregados, pagando caro pela ignorância e irresponsabilidade do
passado. Acharemos inacreditável não havermos percebido em tempo, por exemplo, que
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o vírus da Aids, presente na seringa usada pelo adolescente da periferia para viajar ao
paraíso por alguns instantes, infecta as mocinhas da favela, os travestis da cadeia, as
garotas da boate, o meninão esperto, a menininha ingênua, o senhor enrustido, a mãe
de família e se espalha para a multidão de gente pobre, sem instrução e higiene. Haverá
milhões de pessoas com Aids, dependendo de tratamentos caros e assistência
permanente. Seus sistemas imunológicos deprimidos se tornarão presas fáceis aos
bacilos da tuberculose, que, por via aérea, irão parar nos pulmões dos que passarem por
perto, fazendo ressurgir a tuberculose epidêmica do tempo dos nossos avós. Sífilis,
hepatite B, herpes, papilomavírus e outras doenças sexualmente transmissíveis atacarão
os incautos e darão origem ao avesso da revolução sexual entre os sensatos.
No caldo urbano da miséria/sujeira/ignorância crescerão essas pragas modernas e
outras imergirão inesperadas. Estará claro, então, que o perigo será muito mais
imprevisível do que aquele representado pelas antigas endemias rurais: doença de
Chagas, malária, esquistossomose, passíveis de controle com inseticidas, casas de
tijolos, água limpa e farta.
Assustada, a sociedade brasileira tomará, enfim, consciência do horror que será pôr
filhos em um mundo tão inóspito. Nessas condições é provável que se organize para
acabar com as causas dessas epidemias urbanas. Modernos hospitais sem fins
lucrativos, dirigidos por fundações privadas e mantidos com o esforço e a vigilância das
comunidades locais, poderão democratizar o atendimento público. Eficientes programas
de prevenção, aplicados em parceria com instituições internacionais, diminuirão o
número de pessoas doentes.
Então virá a fase em que surgirão novos rebeldes sonhadores, para enfrentar o desafio
de estender a revolução dos genes para melhorar a qualidade de vida dos que morarem
na periferia das grandes cidades ou na imensidão dos campos brasileiros.
1 - Como o texto tem um tom de profecia, a construção dessas previsões se apóia
fundamentalmente:
(A) no emprego do futuro do presente;
(B) na abordagem de temas ainda desconhecidos;
(C) na antevisão de um futuro sombrio;
(D) na condenação do atraso social e cultural;
(E) na utilização de expressões de dúvida.
2 - (NCE UFRJ / INPI - ANALISTA MARCAS / 2005) “... desses mesmos sentimentos que
têm levado o Brasil à beira do abismo,...”; a forma verbal têm levado indica uma ação:
(A) que já terminou;
(B) anterior a outra ação passada;
(C) habitual no passado;
(D) iniciada no passado que continua no presente;
(E) iniciada no presente que continua no futuro.
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Eugênio Bucci
Há poucos dias, assistindo a um desses debates universitários que a gente pensa que
não vão dar em nada, ouvi um raciocínio que não me saiu mais da cabeça. Ouvi-o de um
professor – um professor brilhante, é bom que se diga.
Ele se saía muito bem, tecendo considerações críticas sobre o provão. Aliás, o debate
era sobre o provão, mas isso não vem ao caso. O que me interessou foi um comentário
marginal que ele fez – e o exemplo que escolheu para ilustrar seu comentário. Primeiro,
ele disse que a publicidade não pode tudo, ou melhor, que nem todas as atitudes
humanas são ditadas pela propaganda. Sim, a tese é óbvia, ninguém discorda disso,
mas o mais interessante veio depois. Para corroborar sua constatação, o professor
lembrou que muita gente cheira cocaína e, no entanto, não há propaganda de cocaína
na TV. Qual a conclusão lógica? Isso mesmo: nem todo hábito de consumo é ditado pela
publicidade.
A favor da mesma tese, poderíamos dizer que, muitas vezes, a publicidade tenta e não
consegue mudar os hábitos do público. Inúmeros esforços publicitários não resultam em
nada. Continuemos no campo das substâncias ilícitas. Existem insistentes campanhas
antidrogas nos meios de comunicação, algumas um tanto soporíferas, outras mais
terroristas, e todas fracassam. Moral da história? Nem que seja para consumir produtos
químicos ilegais, ainda somos minimamente livres diante do poder da mídia. Temos
alguma autonomia para formar nossas decisões.
Tudo certo? Creio que não. Concordo que a mídia não pode tudo, concordo que as
pessoas conseguem guardar alguma independência em sua relação com a publicidade,
mas acho que o professor cometeu duas impropriedades: anunciou uma tese fácil
demais e, para demonstrá-la, escolheu um exemplo ingênuo demais.
Embora não vejamos um comercial promovendo explicitamente o consumo de cocaína,
ou de maconha, ou de heroína, ou de crack, a verdade é que os meios de comunicação
nos bombardeiam, durante 24 horas por dia, com a propaganda não de drogas, mas do
efeito das drogas. A publicidade, nesse sentido, não refreia, mas reforça o desejo pelo
efeito das drogas. Por favor, não se pode culpar os publicitários por isso – eles, assim
como todo mundo, não sabem o que fazem.
“A favor da mesma tese, PODERÍAMOS dizer que...”; o uso do futuro do pretérito, nesse
segmento, indica:
a) uma hipótese;
b) uma forma polida de presente;
c) uma possibilidade não realizada;
d) ação posterior ao tempo em que se fala;
e) incerteza sobre fatos passados.
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Este é o time cuja torcida já agrediu o jogador brasileiro Antonio Carlos, do Roma, e
perdeu o mando de campo por incitamento racista em pleno estádio.
Aqui fica uma sugestão a este jovem negro, atleta brasileiro de 22 anos, com um
brilhante futuro profissional: recuse o convite e não troque o Brasil pela Itália, pois
moedas não resgatam a dignidade. Diga não aos xenófobos e racistas.
Considerando que a ação de agredir o jogador brasileiro Antonio Carlos ocorreu antes de
o Lazio perder o mando do campo, ação também passada, o verbo agredir deveria estar
no:
a) mais-que-perfeito do indicativo;
b) imperfeito do indicativo;
c) futuro do pretérito;
d) imperfeito do subjuntivo;
e) presente do subjuntivo.
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Plantas, só as que podem caber num interior tão longe da terra (estamos em um décimo
andar), e apenas corrigem a aridez das janelas. Lá embaixo, a fita interminável de
asfalto, onde deslizam automóveis e bicicletas. E ao longo da fita, uma coisa enorme e
estranha, a que se convencionou dar o apelido de mar, naturalmente à falta de
expressão sintética para tudo o que há nele de salgado, de revoltoso, de boi triste, de
cadáveres, de reflexos e de palpitação submarina.
Do décimo andar à rua, seria a vertigem, se chegássemos muito à janela, se nos
debruçássemos.
Mas adquire-se o costume de olhar só para a frente ou mais para cima ainda. Então
aparecem montanhas, uma estátua de pedra que é às vezes cortada pelo nevoeiro,
casas absurdas dançando - ou imóveis, após a dança - sobre precipícios. Há também um
coqueiro irreal, sem nenhum coco, despojado e batido de vento (que se diria um vento
bêbedo), no alto do morro, quase ao nível da casa.
(ANDRADE, C. Drummond de. Confissões de Minas. In Poesia e Prosa. 5 ed. Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 1979, p. 959.)
Na correlação entre os dois verbos sublinhados no trecho “Do décimo andar à rua, seria
a vertigem, se chegássemos muito à janela...” (linhas 15-16), o enunciador manifesta
uma atitude de:
A) certeza, pois sabe que o fato não pode acontecer;
B) subjetividade, pois não sabe se o fato tem possibilidade de acontecer;
C) dúvida quanto à possibilidade de um fato acontecer, pois não há hipótese de o outro
também acontecer;
D) certeza quanto à possibilidade de um fato acontecer, na condição de também o outro
acontecer;
E) descrença sobre a realização do fato, pois está condicionado à realização de outro
fato.
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9 - (FGV/PREF.ARAÇATUBA/2001)
O emprego do particípio verbal está errado em
A. O menino tinha matado a fome.
B. O diretor havia suspendido alguns auxiliares.
C. O ônibus tinha chego atrasado.
D. As pessoas estavam salvas.
11 - (ESAF/AFC SFC/2002)
Assinale a opção gramaticalmente correta.
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18 - (FGV/PREF.ARAÇATUBA/2001)
O verbo "despedir-se" apresenta erro gráfico em:
A. Despedir-se-ão após o jantar.
B. Pedem que se despessam logo.
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21 - (FUNDEC / TJ MG / 2002)
Tendo em conta a flexão verbal, é CORRETO afirmar que as formas PROVÉM, PROVEM,
PROVÊEM E PROVÊM referem-se, respectivamente, aos
seguintes verbos:
a) prover, provir, provar e provir
b) provir, provar, prover e provir
c) provar, prover, provir e prover
d) provir, provar, provir e prover
22 - (FUNDEC / TJ MG / 2002)
Assinale a alternativa que complete CORRETAMENTE as lacunas das sentenças abaixo.
Caso haja qualquer irregularidade, __________ as eleições. (impugnar)
O condenado foi __________________ diante de uma multidão. (decapitar)
O governo quer que se _______________ as causas do acidente. (averiguar)
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(E) Adivinde.
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37 - (ESAF/AFT/2006)
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a) houver / proíba;
b) haver / proibisse;
c) haja / proibindo;
d) haver / proíba;
e) houver / proíbisse.
1–A
A expressão “um tom de profecia”, no enunciado, já dá a “deixa” para a resposta certa.
A partir do título da matéria (“Reflexões sobre o futuro”) se verifica que o autor
apresentará fatos que poderão ocorrer no futuro. Por isso, o texto se constrói
basicamente com verbos no futuro do presente do indicativo, apresentando um certo ar
de previsão.
2–D
O pretérito perfeito composto (tem levado) retrata fatos iniciados no passado que
apresentam duração até o momento presente (o que justifica a conjugação do verbo
auxiliar nesse tempo verbal). Essa questão vem afirmar o conceito desse tempo verbal
composto.
3–B
Precisamos ler o texto para perceber o intuito no emprego do tempo verbal em questão.
Em vez do futuro do pretérito, o verbo poderia se apresentar no presente do indicativo:
“A favor da mesma tese, PODEMOS dizer que...”. Contudo, o autor optou por uma forma
mais educada, polida de se dirigir ao leitor: “PODERÍAMOS”.
Perceba que a banca explorou também algumas outras possibilidades de emprego do
futuro do pretérito (hipótese, incerteza sobre fatos passados), motivo pelo qual tornou-
se necessária a transcrição do texto.
4–A
O tempo que indica um fato passado ocorrido antes de outro fato também no passado é
o pretérito mais-que-perfeito do indicativo. Uma possibilidade de construção do período
é: “A torcida do Lazio já agredira (ou a forma composta tinha agredido) o jogador
brasileiro Antonio Carlos, do Roma, quando o time perdeu o mando de campo por
incitamento racista em pleno estádio”.
5–B
Quando não se tem convicção acerca do que será pronunciado, pode-se usar o futuro do
pretérito simples ou composto.
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Essa foi a forma utilizada pela autora do texto ao empregar: “a discriminação racial que
um jogador branco do Palmeiras (Paulo Nunes) teria praticado contra dois jogadores
negros”.
Note que essa incerteza é confirmada no período seguinte: “Havia controvérsias quanto
à veracidade dos fatos, quanto à sinceridade dos protagonistas, quanto à oportunidade
ou oportunismo das denúncias.”.
Para não afirmar categoricamente a ocorrência de um crime, a autora usa a forma
verbal do futuro do pretérito composto e se mantém à margem de qualquer acusação,
apenas relatando os fatos.
6–D
É sempre bem-vinda a oportunidade de ler Drummond.
Nessa questão, a banca foi extremamente inteligente ao jogar com as palavras “certeza”
e “condição”.
Uma das possibilidades de emprego do futuro do pretérito do indicativo é estabelecer
uma hipótese (certeza de ocorrência) relacionada a uma condição (incerteza de
ocorrência). Desse modo, estabelece-se a relação entre o modo indicativo e subjuntivo.
A “indicação” apresentada no futuro do pretérito (modo indicativo) apresenta uma certa
incerteza, haja vista necessidade de a condição se realizar (modo subjuntivo).
No trecho “Do décimo andar à rua, seria a vertigem, se chegássemos muito à janela...”,
afirma-se que, se chegássemos junto à janela [CONDIÇÃO], teríamos vertigem
[HIPÓTESE].
O que define como correta a afirmação do item D (e não a opção E) é a certeza da
ocorrência do fato (ter vertigem) uma vez concretizada a condição (chegar junto à
janela).
7–B
Abordaremos, agora, as formas nominais.
Como vimos, alguns verbos possuem mais de uma forma válida para o particípio:
regular e irregular. Dentre os verbos apresentados na questão, o único que possui
somente uma forma (irregular) é o verbo escrever. Aliás, fizemos menção a ele na
nossa aula.
As formas participiais dos demais verbos são:
- MORRER – morrido (regular) e morto (irregular)
- MATAR – matado (regular) e morto (irregular)
[CURIOSIDADE: o particípio irregular morto tanto pode se referir ao verbo matar como
ao verbo morrer.]
- PEGAR – pegado (regular) e pego (irregular)
- ELEGER – elegido (regular) e eleito (irregular)
Lembrando que os particípios regulares são empregados nos tempos compostos com os
verbos TER e HAVER, enquanto que os particípios irregulares são usados nas locuções
verbais de voz passiva, com os verbos SER e ESTAR.
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Os únicos verbos que admitem emprego indistinto (auxiliares TER, HAVER, SER ou
ESTAR) de qualquer forma participial (regular ou irregular) são GANHAR, GASTAR,
PEGAR E PAGAR (dois com P e dois com G).
8–C
Como vimos em nossa aula, o verbo VIR (e seus derivados) apresentam uma única
forma tanto para o gerúndio quanto para o particípio: VINDO (intervindo, convindo,
advindo).
Por isso, a forma “Vindo o resultado” tanto pode estar no gerúndio como no particípio.
Note essa dupla possibilidade a partir da troca do verbo VIR por outro, como o
RECEBER:
Recebido o resultado, os clientes começaram a protestar. – oração reduzida de
particípio
Recebendo o resultado, os clientes começaram a protestar. – oração reduzida de
gerúndio
As demais formas apresentam-se no gerúndio e possuem forma participial distinta:
chegando (chegado), transformando (transformado), reclamando (reclamado),
completando (completado).
9–C
Essa questão é para os que acharam um absurdo nosso comentário sobre a forma do
particípio do verbo CHEGAR. Não sei em relação às demais regiões do Brasil, mas aqui
no Sul do país é muito comum ouvir: “Ele não tinha chego ainda.”. Tanto isso deve ser
comum que a banca da Fundação Getúlio Vargas, uma das melhores do país, explorou
esse conceito.
Repetimos a lição: o verbo chegar apresenta uma ÚNICA forma de particípio: o regular
CHEGADO.
Por isso, a forma correta da opção C seria: O ônibus tinha chegado atrasado.
10 – ITEM INCORRETO
É verdade que a forma venerando é o particípio do verbo venerar. Contudo, no texto
(que transcrevemos apenas parcialmente), esse vocábulo tem valor adjetivo,
equivalente a “venerável”, “respeitável”.
É por esse motivo que gerúndio, particípio e infinitivo são chamadas FORMAS
NOMINAIS. Derivam de verbos, mas podem ser usadas como adjetivos, advérbios ou
substantivos.
11 – C
A partir de agora, nosso assunto passou a ser CONJUGAÇÃO VERBAL.
Está correta a conjugação do verbo PROPOR em “alguns autores propuseram”, pois esse
verbo é derivado do verbo PÔR e se conjuga por ele: eles puseram / eles propuseram.
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12 – C
Dando seqüência ao estudo das formas verbais primitivas e derivadas, vamos analisar
outra questão sobre o tópico. Está em foco, agora, o verbo VIR.
A forma verbal da opção C é o futuro do subjuntivo. Como revimos na questão anterior,
esse tempo verbal deriva da 3ª.pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo (eles
vieram).
Assim, a forma correta seria: “Quando vierem outros, a casa não será a mesma.”.
Em caso de dúvidas, reveja o quadro de formas primitivas / formas derivadas.
A opção “a”, que pode ter deixado muita gente em dúvida, apresenta a 1ª. pessoa do
singular do presente do indicativo: “nós vimos”, tempo indicado pelo advérbio “hoje”.
Não confundam com o pretérito perfeito desse verbo (viemos).
13 – B
O futuro do subjuntivo deriva da 3ª. pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo.
Assim, no verbo VER, a forma primitiva será (eles) viram. Por isso, no futuro do
subjuntivo, a forma correta é “Se ele vir, eu também verei.”.
Veja como estão corretas as demais construções verbais:
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14 – E
Essa questão é idêntica à anterior. A diferença está no tempo verbal a ser analisado.
Agora, será o pretérito imperfeito do subjuntivo. Como vimos, esse tempo também
deriva da 3ª. pessoa do plural do pretérito perfeito, assim como o futuro do subjuntivo
(visto anteriormente).
Então, vamos ao quadro.
15 - D
O tempo verbal da locução verbal “havia estado” nada mais é do que o pretérito mais-
que-perfeito composto, construção em que o verbo auxiliar se conjuga no pretérito
imperfeito. Assim, estão em perfeita correlação os verbos das duas orações. O que o
examinador sugere, em suma, é que se substitua a forma composta pela simples:
estivera.
16 – C
Para não errar questões de conjugação verbal, devemos ter em mente sempre a dica do
PARADIGMA. Um verbo normalmente se conjuga como um outro parecido. Assim, na
dúvida, busque outro verbo (mais comum ao seu linguajar) cuja conjugação você
conheça e aplique a desinência no verbo desconhecido.
Vamos à prática:
a) O verbo PROPOR se conjuga como o verbo PÔR. Assim: “se alguém puser” leva a “se
alguém propuser”.
b) O verbo CONTER se conjuga como o verbo TER. Por isso: “caso uma represa tenha”
leva a “caso uma represa contenha”.
d) O verbo ESCASSEAR (que dificilmente usamos) se conjuga como o verbo PASSEAR.
Lembre-se de que esses verbos terminados em –EAR só recebem a letra “i” nas formas
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rizotônicas, ou seja, quando a sílaba tônica recaia no radical. Bem, então: “elas já
passearam” leva a “elas já escassearam”. Note que o radical do verbo ESCASSEAR é
ESCASSE-, e a sílaba tônica recai fora do radical (escassearam), não devendo receber a
letra ‘i’.
e) O verbo DETER se conjuga como o verbo TER (novamente). Assim: “se não
tivermos” leva a “se não detivermos”.
Viu só como essa regra do paradigma é uma “mão na roda”?
17 – D
Já falamos sobre a conjugação dos verbos terminados em –EAR na questão anterior,
mas não custa nada repetir. Afinal, esses exercícios são de FIXAÇÃO.
As formas rizotônicas (sílaba tônica no radical) dos verbos terminados em –EAR recebem
a letra “i”. Por isso: eu passeio, tu passeias, ele passeia, nós passeamos, vós passeais,
eles passeiam.
Vimos também que o presente do subjuntivo é um tempo verbal que busca o radical da
1ª.pessoa do singular do presente do indicativo.
Assim, o radical “passe” de “eu passeio” forma todo o presente do subjuntivo. Não se
esqueça de que continua valendo a regra da letra “i” nas formas rizotônicas.
A conjugação do verbo PASSEAR no presente do subjuntivo será: passeie / passeie /
passeie / passeemos / passeeis / passeiem
18 – B
Sabe aquela regrinha do paradigma? Veja só como ela ajuda em questões como essa,
de conjugação verbal.
O verbo DESPEDIR lembra muito um outro verbo. Com certeza você já adivinhou... o
verbo PEDIR. Então, sua conjugação segue a do seu paradigma: “que peçam” leva a
“que despeçam”.
E olha lá na opção D uma dica dessa forma: o presente do subjuntivo (despeçam) deriva
de qual forma mesmo??? Deriva da 1ª. pessoa do singular do presente do indicativo:
DESPEÇO.
Bela ajuda que a banca deu para que você não errasse essa questão, não é?
19 – B
Muita gente nunca deve ter ouvido falar dessa banca examinadora (eu, pelo menos, só a
conheci agora). Ela foi a responsável pela prova para o ICMS de Rondônia,
recentemente aplicada.
Essa questão é o nosso mote para começarmos a falar sobre VERBOS DEFECTIVOS.
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Lembrando: esses verbos apresentam defeito, ou seja, não possuem todas as formas de
conjugação. Esse defeito só aparece na conjugação do presente do indicativo e nas
formas dele derivadas (presente do subjuntivo, imperativo).
Na opção B, há erro na conjugação do verbo “viger”, que é defectivo. Este verbo não
possui a 1ª. pessoa do singular do presente do indicativo.
Nas demais formas, se conjuga como o verbo paradigma BEBER (ele bebeu / ele vigeu).
Assim, a forma correta seria: “Trata-se de uma lei que vigeu ...”.
As demais formas, que estão CORRETAS, são:
a) o pretérito imperfeito do indicativo do verbo APOR, que é derivado do verbo PÔR:
“sempre se punham” leva a “sempre se apunham”. Provavelmente você achou
HORROROSA essa forma ‘PUNHAM’, talvez até nunca tenha-a usado. Mas está correta e
deve fazer parte do seu cotidiano a partir de hoje. Afinal, não é assim que as crianças
fazem? Quando elas aprendem uma palavrinha nova, ficam-na usando constantemente.
Saia por aí falando “punham” pra lá, “apunham” pra cá...
c) A forma “delatara” é o pretérito mais-que-perfeito do verbo DELATAR.
d) O verbo “sobrestar”, que, no contexto, apresenta o sentido de “impedir”, “sustar”,
“retardar”, é derivado do verbo ESTAR. Assim, “não se pode admitir que o Direito
esteja” leva a “não se pode admitir que o Direito sobresteja”.
e) Essa opção enganou muita gente. Os que se lembraram da dica do paradigma
certamente acertaram. A forma “pretiro”, que causou estranheza a muita gente, é a
conjugação do verbo PRETERIR (deixar de lado), que se conjuga como seu paradigma
PREFERIR – eu prefiro Î eu pretiro.
20 – C
O verbo reaver é conjugado no presente do indicativo nas formas em que o verbo
HAVER apresenta a letra “v”.
Vejamos, inicialmente, a conjugação do verbo HAVER, no presente do indicativo:
Eu hei / tu hás / ele há / nós havemos / vós haveis / eles hão.
Assim, o verbo HAVER só apresenta conjugação, no presente do indicativo, nas 1ª. e
2ª.pessoas do plural.
O emprego do pronome “nós” na opção C fez com que essa fosse a resposta correta.
“Nós reavemos todos os documentos e contrato perdidos durante a mudança...”.
Vamos analisar as demais opções:
a) O verbo falir é defectivo e, assim como o verbo REAVER, no presente do indicativo,
só se conjuga com os pronomes NÓS e VÓS (nós falimos / vós falis).
b) O mesmo acontece com o verbo PRECAVER. Só existem as formas “nós nos
precavemos” e “vós vos precaveis”.
d) O verbo EXPLODIR não possui a 1ª. pessoa do singular do presente do indicativo.
Consequentemente, não possui nenhuma das formas do presente do subjuntivo. Assim,
não é possível preencher a lacuna dessa opção com a forma simples do verbo, pois seria
necessário conjugá-lo no presente do subjuntivo. Para confirmar isso, vamos trocar o
verbo EXPLODIR por outro, como ABORRECER-SE: “É uma pena que o vice-presidente
da empresa SE ABORREÇA por cauda de pequenos problemas”.
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21 – B
Essa questão deve ter dado um nó na cabeça de muita gente boa. Isso porque explora a
conjugação de verbos parecidos – PROVAR, PROVER e PROVIR.
Para solucionar essa questão, entra em jogo a maravilhosa dica do paradigma.
Vamos começar pelo verbo PROVAR, que é regular e se conjuga como o paradigma
FALAR.
O radical de FALAR é FAL-, e o de PROVAR é PROV-. A esses radicais, devemos
acrescentar a terminação, que é comum nos dois verbos. “Que eles falem” leva a “que
eles provem.”, cuja sílaba tônica é “pro”. Assim, a segunda forma do enunciado é do
verbo PROVAR. Com isso, já eliminamos as opções A e C (já temos 50% de chances de
ganhar o ponto).
Agora, vejamos a conjugação do verbo PROVER, cujo significado pode ser:
- “tomar providências, providenciar” (O síndico proverá tudo.);
- “nomear” (O governo proveu vários cargos.);
- “tomar providências”;
- a acepção mais comum, “abastecer” (Ele proveu a despensa com o que há de
melhor.).
Como vimos no tópico “Verbos Perigosos” e de acordo com os significados que esse
verbo pode apresentar, vemos que ele não é derivado do verbo VER, apesar de
apresentar algumas formas de conjugação idênticas: provejo, provejas, provejas,
proverá, proveria etc.
Uma dessas formas em que a conjugação de PROVER segue à do VER é na 3ª pessoa do
plural do presente do indicativo: PROVÊEM.
A partir dessa resposta, vemos que está correta a opção B.
O verbo PROVIR é derivado do verbo VIR e como este se conjuga. Por isso, apresenta
duas das formas indicadas no enunciado: PROVÉM (3ª pessoa do singular no presente
do indicativo) e PROVÊM (3ª pessoa do plural do presente do indicativo).
A primeira pode ter causado surpresa, mas não se esqueça que as palavras oxítonas
terminadas em A(s), E(s), O(s) e EM(ens) devem ser acentuadas. Exemplos: PROVÉM,
também, mantém, convém.
A conjugação do verbo VIR na 3ª.pessoa do singular do presente do indicativo não
recebe acento por ser um monossílabo terminado em “EM”. Exemplos: VEM, tem, cem,
sem.
Já na 3ª pessoa do plural, a regra de acentuação do verbo PROVIR segue o que falamos
sobre o ACENTO DIFERENCIAL DE NÚMERO (Aula demonstrativa – pg.14).
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Por ser uma palavra oxítona terminada em EM, deve receber acento tanto a forma da 3ª
pessoa do singular como a do plural. O que diferencia o plural do singular é que este
recebe acento agudo (provém), enquanto aquele recebe o acento circunflexo (provêm).
Por isso, o acento desta última costuma ser chamado de diferencial de número.
Considero esta uma excelente questão de prova. Parabéns para a banca examinadora.
22 – B
nós averigüemos Nessas duas formas do plural, a força recai no “e”, devendo o
vós averigüeis “u” ser pronunciado de forma fraca (com trema).
eles averigúem Î A sílaba tônica volta a recair no “u”, o que acaba levando a uma
confusão.
23 – E
O assunto agora é conjugação verbal no imperativo.
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24 - A
Na opção a, houve o emprego do verbo ‘submeter’ no imperativo afirmativo. Como o
tratamento usado é de segunda pessoa (te), a regra indica que o verbo deve ser
conjugado pelo presente do indicativo, sem a letra “s” (pres.indicativo: tu te submetes
Î imperativo: submete [tu]). Assim, a forma correta seria: “Trabalhador, jamais te
submete a formas ...”.
Certamente, alguém deve estar se perguntando: mas essa construção não está no
negativo, o que levaria o verbo para o imperativo negativo e, consequentemente, para a
conjugação do presente do subjuntivo?
Essa foi uma maldade da banca: o advérbio jamais, ainda que apresente uma idéia
negativa, é considerado um advérbio de tempo, equivalente a “em tempo algum”,
devendo o verbo ser conjugado no imperativo afirmativo.
b) Note que, nesta opção, emprega-se o tratamento de terceira pessoa (não se
submetam). Ainda que o tratamento fosse de segunda pessoa, a conjugação do verbo
seria no imperativo negativo, em virtude da presença do “não” e seguiria o presente do
subjuntivo (“Trabalhadores, não te submetam a formas...”).
c) Está correto o emprego do verbo SUBMETER no presente do subjuntivo, já que indica
uma situação hipotética (“Não somos trabalhadores que nos submetamos...”).
d) O verbo nessa opção está no pretérito mais-que-perfeito do indicativo, indicando a
ocorrência de um fato anterior a outro fato também passado.
e) Essa questão seria passível de anulação em virtude de uma colocação pronominal
indevida. Na aula apropriada (“Pronomes”), veremos que um advérbio antes do verbo
sem pausa (como uma vírgula) atrai o pronome. Nessa construção, para que estivesse
correta a colocação pronominal, deveria haver uma vírgula após “Constantemente”
(“Constantemente, submetemo-nos...”) ou o pronome deveria vir antes do verbo
(“Constantemente nos submetemos...”).
Como nosso assunto hoje é VERBO, vamos analisar a questão somente sob este
aspecto.
Quando os pronomes átonos nos e vos são empregados após uma forma verbal
terminada em “s”, essa letra cai: submetemo-nos / submetei-vos. Por isso, em
relação à forma verbal, está correta a opção.
Contudo, Napoleão Mendes de Almeida (Gramática Metódica da Língua Portuguesa)
justifica essa opção pela eliminação do “s” como hábito ou facilidade da pronúncia,
afirmando que não se pode considerar errada a forma “queixamos-nos”.
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26 – D
Agora, vamos relembrar a conjugação do imperativo negativo. Essa é mais fácil ainda.
Todas seguem a conjugação do presente do subjuntivo.
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Por isso, o verbo TER, na 3ª pessoa do singular (Tenha), fica no imperativo negativo:
“não tenha”. Não houve alteração pelo fato de o verbo, no imperativo afirmativo, ser
conjugado pelo presente do subjuntivo.
Só há diferença entre as formas afirmativa e negativa para as segundas pessoas (tu e
vós).
27 – D
Agora nosso assunto será locução verbal.
Em uma locução verbal, pode haver um ou mais verbos auxiliares e só um verbo
principal.
Quem manda é o principal, mas quem se flexiona é o primeiro (ou único) auxiliar, da
maneira como o principal, se estivesse sozinho, faria.
Nessa questão, está em análise o verbo HAVER. No sentido de existência, esse verbo é
IMPESSOAL, ou seja, não possui sujeito, por isso se mantém na 3ª pessoa do singular.
O mesmo não acontece com o seu “primo”, o verbo EXISTIR. Esse verbo possui sujeito e
se flexiona.
Vamos analisar cada uma das opções para identificar a INCORRETA.
A) O sujeito do verbo existir é “plantas”, motivo que levou o verbo a se flexionar no
plural: existem. Está certa!
B) Agora, o verbo principal é o HAVER. Como ele indica existência, é impessoal e não se
flexiona. Ele dá essa ordem ao seu auxiliar, que deve permanecer na 3ª pessoa do
singular: “Deve haver plantas”. Certíssima!
C) Dessa vez, o verbo principal é o EXISTIR. Então, o verbo auxiliar deverá se flexionar,
da mesma forma que o fez o verbo principal na opção A: “Podem existir plantas”. Certa!
D) Em “há de existir” temos os dois verbos: HAVER e EXISTIR. Então teremos de ver
quem é que manda nessa oração. O verbo haver é auxiliar e só obedece ao verbo
EXISTIR. Este se flexiona quando está sozinho. Então é essa a ordem que dá ao seu
auxiliar: flexione-se. Em “Aqui há de existir plantas”, há um erro de concordância (o
verbo auxiliar da locução está em desacordo com o sujeito “plantas”. A forma correta
seria: “Aqui hão de existir plantas”. É essa a resposta.
Sobre esse ponto, costumo cantar uma linda canção de Gilberto Gil que exemplifica
muito bem a flexão em verbos auxiliares. Ela chama-se “Estrelas”:
Há de surgir
Uma estrela no céu cada vez que ‘ocê sorrir
Há de apagar
Uma estrela no céu cada vez que ‘ocê chorar
Os verbos principais são “surgir” e “apagar”. “Uma estrela surgirá”, “Uma estrela se
apagará”.
Como não estão “sozinhos”, mas acompanhados de um verbo auxiliar, formando uma
locução verbal, dão essa ordem para seus auxiliares.
Logo, “Uma estrela há de surgir” e “Uma estrela há de se apagar”.
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Se o sujeito fosse para o plural, seria “Estrelas hão de surgir” e “Estrelas hão de se
apagar”, assim como seria “Estrelas surgirão” e “Estrelas se apagarão”.
Quando uma locução apresenta mais de um verbo auxiliar (até dois), apenas o primeiro
se flexiona, devendo o segundo permanecer em uma forma nominal (normalmente o
particípio). Isso ocorre em construções de voz passiva que se originam de tempos
compostos na voz ativa. O exemplo elucida a teoria.
VOZ ATIVA: Os usineiros têm explorado os trabalhadores. (tempo composto)
VOZ PASSIVA: Os trabalhadores têm sido explorados pelos usineiros.
E) O verbo principal HAVER faz com que o verbo auxiliar não se flexione: “Pode haver
plantas”. Também está certa.
28 - A
Como vimos exaustivamente na questão anterior, em uma locução verbal, somente o
verbo auxiliar se flexiona, mantendo-se o principal inalterado na forma nominal.
Assim, está incorreta a flexão de “tornarem-se”, pois ele é o verbo principal da locução
verbal.
A forma corrigida seria: “Deveriam tornar-se alvos de uma diplomacia...”.
29 – E
Falaremos, agora, sobre transposição de vozes verbais.
Primeiro cuidado:
Passando da voz ativa para a passiva: identifique o objeto direto da voz ativa, que
exercerá a função de sujeito na voz passiva;
Passando da voz passiva para a ativa: você deverá identificar o sujeito da voz
passiva e colocá-lo na posição de objeto direto da voz ativa; se não houver um agente
da passiva, não haverá sujeito na voz passiva, ou seja, será um caso de sujeito
indeterminado. O verbo ficará na terceira pessoa do plural, indefinindo o sujeito da ação
verbal.
Segundo cuidado: manter o verbo no mesmo tempo e modo verbais do original.
30 – A
Agora, a transposição parte da voz passiva para a ativa. Note que não há agente da
passiva, o que indica que, na voz ativa, teremos um caso de sujeito indeterminado.
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31 – C
Mais uma vez, vamos treinar a transposição de voz passiva para a voz ativa.
VOZ PASSIVA – “O martelo de percussão é confundido com um instrumento
ameaçador.”
1º passo: identificar o sujeito paciente – “O martelo de percussão” Î esse será o objeto
direto da voz ativa.
2º passo: manter o verbo no mesmo tempo e modo originais: é confundido, o verbo
auxiliar está no presente do indicativo.
Como não há agente da passiva, na voz ativa, teremos um caso de sujeito
indeterminado, devendo o verbo permanecer na terceira pessoa do plural.
Assim, a forma na voz ativa será: Confundem o martelo de percussão com um
instrumento ameaçador.
Alguém parece estar perguntando: e se eu resolvesse colocar o verbo na terceira pessoa
do singular acompanhado do pronome SE? Ainda assim não seria um caso de sujeito
indeterminado?
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32 – A
Finalmente, um caso de construção de voz passiva com agente da passiva, para facilitar
a nossa vida!!!
1º passo: identificar o sujeito paciente – “nem todo hábito de consumo” Î este
elemento será o objeto direto da voz ativa.
2º passo: manter o verbo no mesmo tempo e modo originais Î Em “é ditado”, o verbo
auxiliar está no presente do indicativo.
O agente da passiva é “pela publicidade”, elemento que será o sujeito da voz ativa.
Em virtude do valor negativo do “nem” no início da construção, a voz ativa assim
poderia ficar: “A publicidade não dita todo hábito de consumo.”.
33 – D
1º passo: identificar o objeto direto: “o silêncio” Î este será o sujeito da voz passiva.
2º passo: manter o verbo no mesmo tempo e modo originais – “quebrou” está no
pretérito perfeito do indicativo. Por isso, a forma correta será: foi quebrado.
O sujeito da voz ativa será o agente da voz passiva. Assim, a voz passiva analítica seria:
“O silêncio foi quebrado pelo lenhador.”.
Se se optasse pela voz passiva pronominal, sairia de cena o agente da passiva e entraria
o pronome apassivador: “Quebrou-se o silêncio.”.
Voltaremos a falar sobre esse assunto nas aulas sobre “Concordância”.
34 – E
Vamos encerrar nosso estudo com CORRELAÇÃO VERBAL.
Como dissemos, não há necessidade de se decorar listas e mais listas de relações.
Muitas vezes, esse tipo de erro você identifica com o seu ouvido.
Veja só esta questão.
a) Há uma clara relação entre “fosse” e “teria”. Estão os dois verbos no campo da
suposição.
b) Agora, ainda no campo da suposição, os fatos se reportam ao futuro: “for” e
“terá”.
c) Nessa relação, o fato existiu e pertence ao passado. Por isso, os verbos estão
respectivamente no pretérito perfeito e pretérito imperfeito do indicativo.
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35 – B
36 - C
Estamos diante de uma correlação inadequada na opção C. A forma “funcionaria”
figura no plano da hipótese. Assim, a forma verbal do verbo fazer deve manter essa
linha de raciocínio do fato contido em “funcionaria”:“(...) a economia funcionaria de
maneira harmoniosa, regida por uma mão invisível que a faria viver sempre em
equilíbrio”
A forma verbal empregada – fazia - transmite uma idéia de processo não concluído.
Indica o que no passado era freqüente ou contínuo, o que não encontra respaldo no
contexto.
37 – ITEM INCORRETO
Muitas vezes, o modo subjuntivo é uma exigência da construção. Note que a conjunção
“se” aceita que o verbo seja conjugado no presente do indicativo: “...se se deseja um
regime democrático...”.
A partir do momento em que se sugere a troca da conjunção “se” por sua equivalente, a
conjunção “caso”, há necessidade de se alterar a conjugação do verbo a ela ligado,
levando-o para o presente do subjuntivo: “caso se deseje um regime democrático...”.
38 – ITEM CORRETO
39 – C
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esse fato fosse certo de acontecer: “O autor do texto pensava que a Terra se tornará
inviável”.
40 – A
Em “Se houvesse uma lei que proibisse...”, nota-se que essa lei não existe e não se tem
certeza se ela existirá um dia. Assim, todos os fatos estão no campo da suposição.
Já na opção A, tanto o primeiro verbo (houver) como o segundo (proíba) situam os fatos
também como hipóteses, mas desta vez em relação ao futuro, entendendo-se que, no
atual momento, tal lei efetivamente não existe, mas pode ser que ela venha a existir.
É por isso que está perfeita a relação entre esses dois verbos.
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