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Manual de Laboratório – Física Experimental I- Hatsumi Mukai e Paulo R.G.

Fernandes

2
Capítulo

Medidas e Introdução a Teoria de Erros[1,2]


2.1 - Como se representa um resultado experimental?
Uma medida terá sentido somente quando se puder determinar, de uma
forma ou de outra, o erro de que está afetada.

Quando efetuamos uma medida ou várias medidas (nas mesmas condições, de


uma mesma grandeza), o valor dessa grandeza deve ser expresso pela relação:

x = ( x ± σ x ) unidade . (2.1)

No caso de uma única medida x é a própria medida e para várias medidas é a média
dos valores medidos, e σ x é chamada de incerteza para uma única medida, e de desvio
para várias medidas. Como obter tais quantidades é o que veremos a seguir. Para isso
primeiramente vamos falar a respeito da classificação das medidas, e uma noção de
estatísticas de erros.

2.2 - Classificação das Medidas


As medidas podem ser de dois tipos: diretas e indiretas.

• Medida Direta: É a medida (leitura) obtida diretamente do instrumento de medida.


Ex. altura (a leitura é feita diretamente na trena); tempo (leitura feita diretamente
no cronômetro). Nesta categoria ainda temos:

- Medida direta de uma única medida: Quando somente uma leitura é


suficiente. Ex. Medida da largura de uma mesa. Basta medirmos uma
única vez.

- Medida direta de várias medidas: Quando é necessário medirmos várias


vezes a mesma grandeza para minimizar a imprecisão na medida. Ex.
tempo de queda de um corpo. Medimos várias vezes e tiramos à média.

• Medida Indireta: É quando uma medida é obtida com o auxílio de uma equação.
Por exemplo: a determinação da velocidade final de um corpo preso por um fio
(experimento 2.2 – página 15), em translação na direção vertical (aceleração

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2h
constante). A velocidade final é expressa por: v = . Para determinar a
t
velocidade, utilizamos as medidas da altura e do tempo médio de queda.

2.3 - Noções sobre Teoria Estatística de Erros


Se tentarmos efetuar uma série de medidas de uma mesma grandeza (tal como
tempo de queda de uma dada massa de uma altura fixa) empregando os mesmos
métodos, os mesmos instrumentos de medida, e nas mesmas condições experimentais,
obtém-se resultados diferentes. Sendo assim, que número deverá ser assumido como
medida da grandeza? Qual o valor que melhor a representará? Qual a confiabilidade que
uma série de medições pode inspirar? Como comparar entre si duas ou mais séries de
medidas? A resposta a essas perguntas constitui o objeto da Teoria de Erros.

Algumas Questões
1. Ao realizar uma medida o resultado da mesma é obtido diretamente?

Quando fazemos uma medida o resultado não é obtido de forma tão direta, pois a
medida está sujeita à erros.

2. Como utilizar o resultado se ele não é, ou não sabemos se é, o valor verdadeiro da


grandeza? E, se a grandeza tiver um caráter estatístico, ou seja, ela não possui um valor
verdadeiro, mas pode assumir diversos valores. O que fazer ?

Estudaremos ambos os casos anteriormente citados, pois ambos acontecem com


freqüência em Física Experimental. Para isso precisamos saber quais são os tipos de
erros e a origem dos mesmos.

2.3.1 Classificação dos Erros:


¾ Erros Grosseiros: exclusivo da falta de prática do experimentador; erros de
leitura.

¾ Erros Sistemáticos: ocorrem sempre num mesmo sentido. Podem ser devido ao
experimentador, como atraso (ou antecipação) ao acionar um cronômetro; a um
erro de paralaxe ou erro de calibração.

¾ Erros de Flutuação: decorrem de fatores imprevisíveis.

Os erros grosseiros e sistemáticos podem ser eliminados; os de flutuação serão


estudados pela teoria dos erros.

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2.3.2 - Variáveis Estatísticas


2.3.2a - Uma única medida (incerteza):
O critério é o seguinte: Quando efetuamos uma única medida tomamos como
incerteza da medida a metade da menor subdivisão.

Exemplo: Efetuando uma medida de um comprimento - largura de uma mesa, por


exemplo: 62 cm utilizando uma trena com precisão de1mm . A incerteza na medida será
de: 0,5 mm que corresponde à metade da menor divisão da trena. Tal que a
representação ficará então l = (620, 0 ± 0,5) mm . O que significa que o valor medido está
entre 619,5 mm e 620,5 mm , ou seja, possui uma incerteza de 0,5 mm para mais ou para
menos.

2.3.2b - Para Várias Medidas:


Necessitamos primeiramente tirar a média das medidas (que será o valor mais
provável da medida) e calcular o desvio, assim vejamos como se calculam essas
quantidades.

¾ Média
Vamos representar uma medida da grandeza x por x1, uma segunda medida
realizada nas mesmas condições de x1, da mesma grandeza x, será representada por x2,
e sucessivamente para as demais medidas. Dessa forma, x1, x2, x3, x4, x5,...........,xn
representam um conjunto de medidas realizadas, da mesma forma e com as mesmas
condições, de uma dada grandeza x .

Caso se tenha diferentes medidas para uma mesma grandeza, como


expressamos o valor dessa grandeza?

Para isso, utilizamos o valor médio. Uma vez que todas as medidas foram obtidas
da mesma forma (com as mesmas condições), o peso atribuído a cada medida será o
mesmo. Portanto, a média que utilizaremos será uma média aritmética simples:
n

x1 + x2 + x3 + x4 + ..... + xn ∑x i
x= = i =1
, (2.2)
n n

onde n corresponde ao número total de medidas realizadas.

Obs: A barra horizontal sobre a grandeza x indica valor médio e o símbolo


∑ significa somatório.

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¾ Desvio absoluto
O desvio da primeira medida, x1 , em relação à média é dado pela diferença
x1 − x . O desvio da segunda medida, x2 , em relação à média é dado pela diferença
x2 − x , e de forma similar para o cálculo do desvio das demais medidas. Esse desvio nos
dirá o quanto à respectiva medida estará distante do valor médio; se o desvio for
negativo significa que a medida está abaixo da média; se o desvio for positivo significa
que o valor da medida está acima da média. De uma forma geral, podemos escrever os
desvios como:

∆xi = xi − x , onde i representa a i-ésima medida,

ou

∆x1 = x1 − x - o desvio da primeira medida (i = 1);

∆x 2 = x 2 − x - o desvio da segunda medida (i = 2);

∆x3 = x3 − x - o desvio da terceira medida (i = 3), e assim por diante. Tal que

∆x = x − x , (2.3)

será o desvio absoluto da medida.

¾ Desvio Médio
O desvio médio é fazer a média dos desvios absolutos:
n

∑ ∆x i
. (2.4)
∆x = i =1

¾ Desvio Relativo
É o quociente entre o desvio médio e o valor da média das medidas

Desvio Médio
δr =
Valor (médio) da medida . (2.5)

¾ Desvios quadráticos

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Corresponde ao quadrado do desvio. Em simbologia matemática,


( ) ( )
2 2
d12 = x1 − x representa o desvio quadrático da primeira medida, d 2 2 = x2 − x o desvio
quadrático da segunda medida e assim sucessivamente. Os desvios quadráticos são
sempre positivos.

A expressão

n
∑ (xi − x )
2
(2.6)
i =1

corresponde à somatória de todos os desvios quadráticos. Essa expressão será utilizada


na definição de desvio padrão que trataremos a seguir.

¾ Desvio Padrão
O desvio padrão atribuído à medida de uma dada grandeza é dado por:

∑ (x )
n
2
i −x
, (2.7)
σ= i =1

(n − 1)
onde i corresponde a i-ésima medida e n o número total de medidas realizadas.

Obs: Utilizaremos o símbolo σ para o desvio padrão embora seja também representado
pelos símbolos σ , s e σ n −1 . São todos equivalentes e expressos pela relação (2.7). Esta
equação é utilizada quando temos menos de 100 medidas, ou seja, poucas medidas,
sendo esta a equação que utilizaremos neste curso.

¾ Incerteza ou Desvio padrão da medida ou erro da


média ( ∆X , ∆x, ε x , σ n )
Quando temos mais de 100 medidas, a incerteza ou desvio padrão da medida é
expressa por:

∑ (x )
n 2
−x
σ i
. (2.8)
σx = = i =1

n n(n − 1)

2.3.3 - Propagação de Erros


Para obtermos o desvio de uma medida indireta (via uma equação) utilizamos o
seguinte método:

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Aplique ln na equação de ambos os lados e substitua


σx
ln x = , (2.9)
x
onde x são as variáveis onde foram aplicadas o ln, quando houver um sinal
negativo troque por positivo. As regras de logaritmo neperiano (Log na base e) são
as mesmas de Log na base 10.

O logaritmo natural é o logaritmo de base e, onde e é aproximadamente igual a


à 2,71828... (e é um número irracional). Este é definido para todos os números reais
estritamente positivos x, e também pode ser definido para números complexos
diferentes de zero. O logaritmo natural é uma função, que é o expoente de uma
potência de e, e aparece freqüentemente nos processos naturais (o que explica o
nome "logaritmo natural"). Esta função torna possível o estudo de fenômenos que
evoluem de maneira exponencial. Também é chamado de logaritmo neperiano, do
nome de seu “inventor”, o matemático escocês John Napier (ou John Naper)[3].
Principais Propriedades:

¾ ln(ab)= ln a + ln b (2.9a)

¾ ln(a/b) = ln a – ln b (2.9b)

¾ ln ab = b ln a (2.9c)

Exemplo(s):

1. Área da Mesa: Sejam a e b os lados da mesa, em metros (m). A área é dada por
A=ab, aplica-se ln de ambos os lados:

ln A = lna + ln b (onde utilizamos a propriedade (2.9a) e a definição (2.9)) obtemos:

σA σa σb  σa σb  2
= + , tal que: σ A = A  + m .
A a b  a b 

2. Caso envolvendo uma Divisão:

P
M= ln M = ln P − ln Q (onde utilizamos a propriedade (2.9b)).
Q , aplicando ln,

σM σP σQ
Utilizando a definição (2.9) obtemos: = + , onde o sinal negativo foi trocado
M P Q
 σ P σQ 
por um positivo, porque o erro sempre se propaga, assim: σ M = M  +  (unidade).
 P Q 

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¾ Casos em que não se aplicam o logaritmo direto na equação:

- Quando a expressão já possuir logaritmo: Ex: x = ln y +....;

- Quando tivermos algo já envolvendo uma somatória. Ex: v = v0 + at . Neste caso deve-
se diferenciar direto.

2.4 - Quantas casas depois da vírgula devemos utilizar


quando efetuamos uma medida?
Isso será de acordo com a precisão do instrumento de medida, muitas vezes
anotadas no próprio instrumento ou no manual do instrumento. Por exemplo, o
paquímetro possui um desvio de 0, 05mm , assim a medida deve ser expressa também
com duas casas após a vírgula.

Quando este valor não está anotado, observe quantas casas de precisão o
instrumento fornece. Por exemplo, o cronômetro possui duas casas de precisão. Assim,
devemos representar o resultado com duas casas de precisão. No caso da trena, seria a
metade da menor divisão, então 0,5 mm , tal que o resultado da medida deve ser
expresso com uma casa após a vírgula. Onde os arredondamentos de quaisquer
resultados devem obedecer à regra dos algarismos significativos.

2.4 a - Algarismos Significativos? O que é isso?

Algarismos significativos são os números que representam uma dada medida.


Essa medida deverá conter os algarismos exatos (valores dos quais temos certeza
da medida) mais o primeiro algarismo duvidoso ou incerto.
Exemplo: O número 1,57 x 10-5 contém 3 algarismos significativos que são os
números 1, 5 e 7 sendo o número 7 o algarismo duvidoso.

Outros exemplos:

atm l
¾ R = 0, 082 ⇒ 2 algarismos significativos;
mol K
¾ x = 2,52 m ⇒ 3 algarismos significativos;
¾ v = 32 m / s ⇒ 2 algarismos significativos;
¾ t = 150, 0 s ⇒ 3 algarismos significativos.

Operações com algarismos significativos? Como fazer?


Realizamos, nessa seção, uma breve descrição das operações com
algarismos significativos.

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Adição e Subtração

Suponha que se deseje adicionar as seguintes quantidades:


2807,5 + 0,0648 + 83,645 + 525,35. Para que o resultado da adição contenha
apenas algarismos significativos, você deverá, inicialmente, observar qual (ou quais)
das parcelas possui o menor número de casas decimais. Em nosso caso, essa
parcela é 2807,5, que possui apenas uma casa decimal. Esta parcela será mantida
como está. As demais parcelas deverão ser modificadas, de modo a ficar com o
mesmo número de casas decimais que a primeira escolhida, abandonando-se nelas
tantos algarismos quantos forem necessários. Levando em conta a regra de
arredondamento: número superior a cinco (inclusive) arredonda-se para cima e
abaixo de 5 o último algarismo permanece invariável.
Assim ficaremos com:
2807,5 permanece inalterada.................................... 2807,5
0,0648 passa a ser escrita ........................................ 0,1
83,645 passa a ser escrita ........................................ 83,6
525,35 passa a ser escrita ........................................ 525,4

O resultado correto é ................................................. 3416,6.

Na subtração, deve-se seguir o mesmo procedimento.

Multiplicação e Divisão
Suponha que desejemos, por exemplo, multiplicar 3,67 por 2,3. Realizando
normalmente a operação encontramos
3,67 x 2,3 = 8,441.
Entretanto, procedendo desta maneira, aparecem, no produto, algarismos que
não são significativos. Para evitar isto, devemos observar a seguinte regra: verificar
qual o fator que possui o menor número de algarismos significativos e, no resultado,
manter apenas um número de algarismos igual ao deste fator. No nosso caso, o fator
que possui o menor número de algarismos significativos é 2,3, tal que devemos
manter, no resultado, apenas dois algarismos, ou seja:
3,67 x 2,3 = 8,4.
Na aplicação desta regra, devemos ao abandonarmos algarismos no produto,
usar o critério de arredondamento, que diz: número acima de 5 inclusive arredonda-
se para cima e número abaixo de cinco permanece invariável.
Para a divisão o procedimento é análogo.

2.5 Desvios Percentuais

¾ Como calcular o Desvio Percentual, quando se


compara uma medida experimental com um valor
teórico?

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Utiliza-se a seguinte expressão:

Valor Teórico − Valor Experimental


D= 100% . (2.10)
Valor Teórico

9 Desvio Relativo Percentual


É o quociente entre o desvio absoluto e o valor da medida:

Desvio Absoluto
δr =
Valor (médio) da medida 100%. (2.11)

Esta equação é utilizada quando comparamos medidas de mesma grandeza, obtidas em


escalas diferentes, a medida mais precisa será aquela que apresentar menor desvio
relativo.

2.6 Instrumentos utilizados em medidas de grandezas


físicas fundamentais: comprimento, tempo e massa.

2.6a - Régua (ou trena)


Uma régua comum não permite medidas precisas inferiores a 1 mm. Isso porque
não há como subdividir o menor espaço disponível na escala da régua (1 mm ).
1mm

29 30

Figura 2.1 – Esboço de uma régua, com escala em milímetros.

2.6 b - Paquímetro

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O paquímetro é um instrumento utilizado


para medir pequenos comprimentos (medidas
internas, externas, profundidades e ressaltos).

Constitui-se de um aparelho metálico


(plástico) com mandíbulas para medidas
externas, orelhas para medidas de cavidades e
ressaltos, vareta para medidas de profundidade.
Ele contém uma escala graduada fixa como
uma régua comum e uma escala graduada
móvel denominada nônio ou vernier. O nônio
fornece o décimo e o centésimo de milímetro. Figura 2.2 – Foto de um paquímetro.

A precisão de um paquímetro depende do número de divisões do seu vernier. Os mais comuns


têm vernier com 10, 20 ou 50 divisões. Os paquímetros com 10 divisões no vernier apresentam
uma precisão de 0,1 mm. Para encontrar a precisão podemos utilizar a seguinte equação:

unidade da escala do paquímetro


Precisão =
número de divisões do vernier

Exemplo:

Um paquímetro possui a escala graduada em milímetros e o vernier com 20


1mm
divisões. A precisão do paquímetro será de: = 0,05mm .
20
Nesse paquímetro ao coincidir o primeiro traço após o zero do vernier lê-se 0,05 mm. No
segundo traço lê-se 0,10 mm. No terceiro 0,15 mm e assim por diante.

¾ Vejamos como se faz uma leitura num paquímetro:

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1o. Passo : Leitura dos milímetros inteiros na


escala do paquímetro. No exemplo: 7 mm

2o. Passo: Leitura da fração de milímetro no


vernier. No exemplo a coincidência é no
quinto traço = 0,5 mm

3o. Passo: Adiciona-se as leituras da escala e do vernier:


No exemplo 7mm + 0,5 mm = 7,5 mm.

Figura 2.3 – Desenho esquemático de um paquímetro.

2.6c - Cronômetro
O cronômetro é um instrumento utilizado para medir
tempo. Há vários tipos e modelos de cronômetros
com diferentes precisões. No Laboratório de Física I
utilizamos um cronômetro comum com precisão de
0,01 segundos. Figura 2.4 – Foto de um cronômetro.

2.6d - Balança Semi-Analítica

Cada laboratório de Física I possui uma


balança analítica diferente. Tal que deve-se
anotar a sua precisão conforme for utilizá-
la.
Figura 2.5 – Foto de uma Balança
Analítica.

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2.7 – Experimentos:

- Experimento 2.1: Medida do volume de um sólido

Objetivos :

¾ Conhecer e aprender a trabalhar com um paquímetro.

¾ Calcular a média e o desvio padrão de um conjunto de medidas.

Algumas informações importantes:


Grandezas fundamentais da mecânica: comprimento, massa e tempo.
Análise Dimensional:
- dimensão de comprimento: [ L ],
- dimensão de tempo: [ T ] e
- dimensão de massa [ M ];
Sistema Internacional de unidades:
mks – metro, kilograma, segundo.

¾ círculo de raio r: circunferência : 2 π r ; área = π r 2


4 3
¾ esfera de raio r: área = 4πr ; volume = πr
2

3
¾ cilindro reto de raio r altura h: área = 2πr 2
+ 2πrh; volume = πr 2 h

Materiais Utilizados:

- Sólidos de diferentes formatos;

- Paquímetro.

Procedimento:

Pegue um objeto e obtenha o seu volume, fazendo à média dos valores


obtidos com um paquímetro.

- Experimento 2.2: Determinação da velocidade final de um


corpo em queda

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Objetivos :

¾ Conhecer e aprender a trabalhar com um cronômetro;

¾ Calcular a média e o desvio padrão de um conjunto de medida.

Revisão de alguns Conceitos[4- - 6] :


Referencial: Para descrever um movimento, devemos primeiramente indicar em
relação a que ponto está ocorrendo o movimento, ou seja definir uma origem. A este
ponto damos o nome de referencial. Normalmente utilizamos o sistema de eixos
cartesianos para representar onde está nosso referencial, pois o movimento depende da
Utilizamos:
direção e sentido;

• movimento na vertical ........................... eixo Y ;

• movimento na horizontal ....................... eixo X e

• movimento num plano ..........................plano XY

Onde colocar o referencial?


¾ Primeiramente devemos definir qual o sentido positivo do movimento e a origem. Nós
nos auxiliaremos no sistema de eixos cartesianos:
¾ Movimento unidimensional na vertical (Preste atenção no sinal de S nas situações.):

(+)

S0=0
0 S0=0
0
G G
g >0 G G G
G
P P g <0

S=h
(+)
S = -h

Figura 2.6 – Desenho esquemático de movimento unidimensional na vertical. S0


G G
indica a posição inicial, S a posição final, P a força peso, e g a aceleração
gravitacional.

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¾ Movimento unidimensional horizontal:


G G
v v

0 0 (+)

Figura 2.7 – Desenho esquemático de movimento unidimensional na horizontal.


G
v indica a velocidade da partícula.

Na situação à esquerda, o movimento ocorre no sentido oposto ao do eixo


horizontal de orientação. Por esse motivo, a velocidade é negativa, não caracterizando
um movimento desacelerado. Na situação à direita, o movimento se dá no mesmo
sentido de orientação do eixo horizontal. Dessa forma, a velocidade é positiva.

- Movimento no plano:

y (+)
x (+)
0 x0 = 0 x f = x

G
g y0 = 0 yf = -h

Figura 2.8 – Desenho esquemático de movimento no plano – x, y são as coordenadas


cartesianas, x0 e y0 as posições iniciais, x,y as posições finais na horizontal e vertical,
G
respectivamente. g a aceleração gravitacional.

Materiais Utilizados:
- 2 discos concêntricos de raios diferentes, acoplados à parede;
- Trena;
- Fio Inextensível;
- Massa a ser suspensa;
- Cronômetro.

Procedimento do Experimento 2.2:

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y Dois Discos Concêntricos fixos na parede

Fio de comprimento o suficiente, de forma que ms atinja o solo .


Massa suspensa (ms)
x Aceleração constante: velocidade
S0 = 0, t0 = 0 , v0 = 0 média = média das velocidades;
S - S0 = v+v0 , logo
t - t0 2
h
−h v - 2h
= ⇒v=
t 2 t
S= -h, t = tm, v=?
Figura 2.9 – Desenho esquemático da montagem OBS: O sinal negativo indica que o
experimental. movimento ocorre em sentido oposto
ao sentido de orientação do referencial
- Fixe uma altura de queda para a massa suspensa (h). (eixo y).
- Meça 20 tempos de queda e faça a média.

Posteriormente:

Para os itens a) , b) e d) classifique as medidas como direta (de uma única


medida ou de várias medidas) ou indireta, justifique.

a) Represente a medida da altura feita com a trena e expresse a incerteza. Justifique a


forma como foi obtida a incerteza nesse caso;
b) Obtenha (explicitamente) o valor mais provável da medida do tempo de queda e seu
respectivo desvio;
c) Expresse o valor verdadeiro do tempo de queda.
d) Obtenha a expressão da velocidade do corpo quando chega ao solo (velocidade
final), calcule seu valor numérico, respeitando as casas decimais;
e) Cite três tipos de erros que podem influenciar na experiência. (Não vale citar: erros
de cálculos e arredondamentos de calculadora ou não medimos a altura direito).

Sugestões: vm=∆S/∆t e vm=(v+v0)/2 (aceleração constante).

2.8 - Bibliografia:

[1] J. H. Vuolo – Fundamentos da Teoria de Erros – 2ª Edição – Edgard Blücher


Ltda – (1996);

[2] A. D. P. Filho, J. B. G. Canalle, J. R. Marinho, M. R. do Valle Filho, Física


Básica - Experimental, 2aEdição - (1990);

[3] http://pt.wikipedia.org/wiki/Logaritmo;

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[4] P. Tipler – Física para Cientistas e Engenheiros – Vol 1 – 3ª Edição – LTC –


Livros Técnicos e Científicos Editora S. A. – (1995);

[5] D. Halliday, R. Resnick , J. Walker – Fundamentos de Física – Vol.1, 3ª Edição


LTC Editora S. A. - (1998);

[6] H. M. Nussenzveig – Curso de Física Básica – 1 – Mecânica – 3a Edição –


Edgard Blücher Ltda – (1996);

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