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Manual Patologia Exterior PDF
Manual Patologia Exterior PDF
Relatório ICIST
DTC nº 12/08
MANUAL DE INSPECÇÃO DE
PATOLOGIA EXTERIOR DE
CONSTRUÇÕES EDIFICADAS EM
PORTUGAL NO PERÍODO DE 1970 A 1995
Fevereiro 2008
ÍNDICE
1. Introdução........................................................................................................................1
1.1. Enquadramento ………………...………………………………………………………….1
1.2. Objectivos…………………………………………………………………………………1
1.2.1 Tipologia das obras concluídas.......................................................................................2
1.2.2 Distribuição dos edifícios construídos de raiz pelo Continente e ilhas..........................3
1.2.3 Distribuição dos edifícios construídos de raiz pelos distritos do Continente.................3
1.2.4 Distribuição dos edifícios concluídos segundo o destino................................................4
1.2.5 Conclusões.......................................................................................................................4
I
Índice
II
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
6. Conclusões....................................................................................................................191
Bibliografia .....................................................................................................................192
III
Índice
ÍNDICE DE FIGURAS
CAPÍTULO 1:
CAPÍTULO 5:
IV
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
V
Índice
VI
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
VII
Índice
Fig. 5.104 - Esquemas de disposições para a protecção pesada rígida junto a elementos
emergentes (LNEC, 2002 - ITE 33)………………………………………………..94
Fig. 5.105 - Fissura no reboco de protecção dum remate da impermeabilização (LNEC, 2002 -
ITE 33)……………………………………………………………………………...94
Fig. 5.106 - Deficiência de um remate da impermeabilização em parede emergente e em
chaminé……………………………………………………………………………..95
Fig. 5.107 - Esquemas de soluções de remates da impermeabilização com uma parede
emergente (LNEC, 2002 - ITE 33)…………………………………………………95
Fig. 5.108 - Remate ao nível da superfície (LNEC, 2002 - ITE 33)………………………….96
Fig. 5.109 - Disposição construtiva satisfatória (LNEC, 2002 - ITE 33)…………………….96
Fig. 5.110 - Fissuração do revestimento de impermeabilização numa junta de dilatação
(LNEC, 2002 - ITE 33)……………………………………………………………..97
Fig. 5.111 - Exemplo de uma disposição construtiva satisfatória em junta de dilatação
sobreelevada (LNEC, 2002 - ITE 33)………………………………………………97
Fig. 5.112 - Esquema de protecção duma junta de dilatação sobreelevada com uma peça em
chapa metálica (LNEC, 2002 - ITE 33)…………………………………………….98
Fig. 5.113 - Esquema de concepção insatisfatória d remate em junta de dilatação entre
edifícios de altura diferente (LNEC, 2002 - ITE 33)……………………………….98
Fig. 5.114 - Enrugamento dum remate na junta de dilatação entre dois corpos de altura
diferente dum edifício (LNEC, 2002 - ITE 33) ………………...…………………98
Fig. 5.115 - Uma concepção de junta entre dois edifícios de altura diferente (LNEC, 2002 -
ITE 33) ……………………………………………………………………………99
Fig. 5.116 - Remate inadequado (LNEC, 2002 - ITE 33) …………………………………...99
Fig. 5.117 - Remate satisfatório (LNEC, 2002 - ITE 33)…………………………………...100
Fig. 5.118 - Acumulação de folhagem junto a embocadura de tubo de queda (LNEC, 2002 -
ITE 33)…………………………………………………………………………….100
Fig. 5.119 - Esquema d um remate com embocadura dum tubo de queda (LNEC, 2002 - ITE
33)…………………………………………………………………………………101
Fig. 5.120 - Vista do aro da peça de remate numa embocadura de um tubo de queda (LNEC,
2002 - ITE 33)…………………………………………………………………….101
Fig. 5.121 - Esquema de remate insatisfatório com tubo de queda (LNEC, 2002 - ITE 33)..101
Fig. 5.122 - Esquema de remate da impermeabilização com uma tubagem emergente (LNEC,
2002 - ITE 33)…………………………………………………………………….102
Fig. 5.123 - Manifestações de humidade no paramento exterior duma caleira, por deficiente
execução do seu remate (LNEC, 2002 - ITE 33) ……………………………103
VIII
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Fig. 5.124 - Disposições das juntas d sobreposição em caleiras (LNEC, 2002 - ITE 33)…..103
Fig. 5.125 - Zonas críticas de remates em caleiras de coberturas acessíveis (LNEC, 2002 - ITE
33)…………………………………………………………………………………104
Fig. 5.126 - Isolamento térmico pelo interior……………………………………………….107
Fig. 5.127 - Isolamento térmico preenchendo totalmente a caixa-de-ar…………………….107
Fig. 5.128- Isolamento térmico pelo exterior………………………………………………..107
Fig. 5.129 - Exemplo da visualização de quatro cunhais em argamassa cimentícia………...111
Fig. 5.130 - Desenvolvimento de vegetação em parede (INH - LNEC, 2006)……………...112
Fig. 5.131 - Desenvolvimento de líquenes em muretes …………...……………………..113
Fig. 5.132 - Deficiências de planeza do revestimento no murete…………………………...114
Fig. 5.133 - Deficiências de planeza do revestimento cerâmico (APICER, 2003)………….114
Fig. 5.134 - Desagregação superficial do revestimento cerâmico…………………………..115
Fig. 5.135 - Crateras na viga de betão armado………………………………………………116
Fig. 5.136 - Empolamento da pintura……………………………………………………….117
Fig. 5.137 - Empolamento do revestimento cerâmico (APICER, 2003)……………………118
Fig. 5.138 - Delaminação do betão devida à corrosão das armaduras………………………119
Fig. 5.139 - Destacamento do reboco por falta de aderência inicial (INH - LNEC, 2006)…119
Fig. 5.140 - Destacamento do reboco delgado sobre isolante (INH - LNEC, 2006)………..120
Fig. 5.141 - Descolamento localizado dos ladrilhos………………………………………...123
Fig. 5.142 - Descolamento de placas de pedra (INH - LNEC, 2006)……………………….123
Fig. 5.143 - Descasque da pintura devido a humidade……………………………………...124
Fig. 5.144 - Eflorescências em fissuras do reboco e em muretes de betão………………….125
Fig. 5.145 - Eflorescências em revestimentos cerâmicos e de pedra………………………..125
Fig. 5.146 - Criptoflorescências em ladrilhos cerâmicos……………………………………126
Fig. 5.147 - Amarelecimento do revestimento por pintura………………………………….126
Fig. 5.148 - Sujidade / manchas de poluição………………………………………………..128
Fig. 5.149 - Manchas por acção da humidade nas zonas de platibandas, peitoris e junta de
dilatação da estrutura………………………………………….…………………..129
Fig. 5.150 - Manchas localizadas por fenómenos de termoforese…………………………..129
Fig. 5.151 - Escorrimentos nas zonas dos cantos do peitoril………………………………..130
Fig. 5.152 - Escorrimentos nas zonas do coroamento de muretes…………………………..130
Fig. 5.153 - Escorrimentos nas zonas de elementos metálicos……………………………...130
Fig. 5.154 - Escorrimentos devidos à entrada e posterior saída de água……………………131
Fig. 5.155 - Ascensão capilar manifestada pelo aparecimento de eflorescências e de manchas
de humidade……………………………………………………………………….132
IX
Índice
X
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
XI
Índice
Fig. 5.207 - Corrosão em caixilharia de ferro por falta de manutenção (INH - LNEC,
2006)………………………………………………………………………………163
Fig. 5.208 - Caixilhos com vidros partidos (INH - LNEC, 2006)…………………………..164
Fig. 5.209 - Edifício onde se substituiu caixilharia de madeira por caixilharia de PVC (INH -
LNEC, 2006)……………………………………………………………………...165
Fig. 5.210 - Edifício onde se substituiu caixilharia de madeira por caixilharia de PVC (INH -
LNEC, 2006)………………………………………………………………………165
Fig. 5.211 - Deterioração de revestimento por pintura e de elementos constituintes de porta de
madeira (INH - LNEC, 2006)……………………………………………………..165
Fig. 5.212 - Colonização biológica em peitoril……………………………………………...166
Fig. 5.213 - Eflorescências em peitoril………………………….…………………………..166
Fig. 5.214 - Humidade de infiltração em caixilho de madeira………………………………167
Fig. 5.215 - Inexistência de inclinação e de rasgos em peitoril……………………………..167
Fig. 5.216 - Inexistência de pingadeira em peitoril………………………………………….168
Fig. 5.217 - Fissuração em peitoris………………………………………………………….169
Fig. 5.218 - Fissuração na soleira…………………………………………………………...169
Fig. 5.219 - Deterioração de vedantes nas ligações dos caixilhos ao vão e ao envidraçado...170
Fig. 5.220 - Deterioração de pinturas em caixilharias e gradeamento apresentando este um
estado avançado de corrosão……………………………………………………...172
Fig. 5.21 - Corrosão em gradeamentos de vãos exteriores………………………………….172
Fig. 5.222 - Varandas com apoio em consola com guarda-corpos em gradeamentos de ferro
pintado e muretes de alvenaria……………………………………………………175
Fig. 5.223 - Varanda apoiada em vigas de bordadura com guarda-corpos em gradeamentos de
alumínio lacado……………………………………………………………………175
Fig. 5.224 - Pala na entrada do edifício com apoio em consola…………………………….177
Fig. 5.225 - Pala em varanda com apoio em consola……………………………………......177
Fig. 5.226 - Pala em varanda com apoio em vigas de bordadura…………………………...177
Fig. 5.227 - Palas ao nível da cobertura com apoio em consola…………………………….177
Fig. 5.228 - Corrosão em guarda metálica de janela de sacada (INH - LNEC, 2006)………178
Fig. 5.229 - Corrosão em guarda metálica de janela de sacada (INH - LNEC, 2006)………179
Fig. 5.230 - Colonização biológica na varanda……………………………………………...179
Fig. 5.231 - Planta em tubo-ladrão por ausência de manutenção…………………………...180
Fig. 5.232 - Deficiências de planeza no revestimento inferior da laje da varanda………….180
Fig. 5.233 - Crateras na viga de apoio da varanda…………………………………………..181
Fig. 5.234 - Empolamento no revestimento por acção da humidade………………………..182
XII
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
XIII
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
ÍNDICE DE QUADROS
CAPÍTULO 2:
CAPÍTULO 5:
Quadro 5.1 - Inclinação mínima de suportes das coberturas (%) (APICC, 1998)……………42
Quadro 5.2 - Recobrimentos mínimos em telhas canudo e romana (m) (APICC, 1998)…….42
Quadro 5.3 - Dimensões mínimas da largura e altura do ressalto e pendente do peitoril (DTU
20.1)……………………………………………………………………………….157
XI
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
1. Introdução
1.1. Enquadramento
Para dar resposta às necessidades da edificação, foi necessário recorrer a mão-de-obra imi-
grante (africana, nos primeiros dois terços, e da Europa do Leste, no último terço - dados dos
Serviços de Estrangeiros e Fronteiras), que não se encontrava preparada para os trabalhos
associados à construção civil. Tal facto é agravado pelos salários baixos e desmotivantes e
pela quebra de regras elementares de qualidade, segurança e saúde.
Face ao excesso de procura durante este período, os projectos também não primaram pela
qualidade e, da conjugação destes factores, resultou um parque edificado com uma profusão
de anomalias, a que se somaram as consequências de uma ausência generalizada de acções
planeadas de manutenção e reabilitação.
Sendo a envolvente exterior dos edifícios, em boa parte, uma imagem para a Sociedade, a sua
degradação cria não só fenómenos de menor auto-estima, como estigmatiza socialmente os
habitantes dos bairros degradados.
1.2. Objectivos
Para definir os objectivos deste trabalho, foi necessário avaliar primeiro os dados estatísticos
sobre as edificações em Portugal e que estão disponibilizados, on-line, pelo Instituto Nacional
de Estatística (INE).1 Grande parte dessa informação serviu de base para a estruturação da
definição do tipo de edifícios a estudar, da sua quantidade e localização. Verificou-se, porém,
que não estava disponível informação completa da distribuição estatística pelos concelhos do
período em estudo, com excepção do período de 1975 a 1981, assim como não se encontrou
informação sobre a quantidade de edifícios construídos quanto ao tipo de acabamentos das
fachadas e cobertura.
1
Aquele que mais interessou para o levantamento das anomalias dos edifícios, no período de 1970 a 1995, é o
que está disponibilizado em “Estatísticas da construção de edifícios” e no respectivo anuário estatístico.
1
1. Introdução
Sobre os dados disponibilizados, do período entre 1970 e 1995, foi realizado o devido trata-
mento estatístico que seguidamente será apresentado.
O INE apresenta os dados do total de obras concluídas em Portugal e também a sua distribui-
ção por tipos de obras (construção de raiz, ampliação, transformação e restauro).
Do tratamento estatístico feito aos dados recolhidos (Fig. 1.1), verifica-se que a grande maio-
ria das obras concluídas diz respeito a construções de raiz (73,5%), seguindo-se em pequenas
quantidades as ampliações (13,4%), as transformações (4%) e, finalmente, os restauros
(9,1%).
1.000.000
928.768
900.000
800.000
Construções de raiz
700.000 682.473
Ampliações
600.000
Transformações
500.000
400.000 Restauros
300.000 Total
200.000
124.448
100.000 84.476
37.371
0
2
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
O tratamento estatístico realizado sobre os dados dos edifícios construídos de raiz no Conti-
nente e ilhas (Fig. 1.2) permite constatar que a grande maioria do edificado construído está
concentrado no Continente (95%). Os restantes 5% estão distribuídos pelos Açores e Madeira.
800.000
682.473
648.129
600.000 Continente e Ilhas
Continente
400.000
Madeira
200.000
Açores
15.262 19.082
0
Fig. 1.2 - Distribuição dos edifícios construídos de raiz pelo Continente e Ilhas, no perío-
do de 1970 a 1995
Setúbal
55.604
54.096
48.554
40.943
39.628
100.000
36.648
37.136
23.732
23.568
19.122
21.472
17.655
Viana do Castelo
10.384
13.065
10.940
Vila Real
0 Viseu
Fig. 1.3- Distribuição dos edifícios construídos de raiz por distritos no Continente, no
período de 1970 a 1995
3
1. Introdução
800.00
700.00
600.00
500.00
400.00
300.00
200.00
100.00
0
Construção de raiz Ampliação Transformação Restauros
Fig. 1.4 - Distribuição dos edifícios concluídos segundo o destino, no período de 1970 a
1995
1.2.5 Conclusões
4
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Portugal, e para os edifícios construídos de raiz, que representam 74% do total das edi-
ficações;
5
2.Envolvente exterior de edifícios
2.1. Caracterização
• coberturas inclinadas;
• coberturas em terraço;
• fachadas e muretes (da cobertura e de varandas e palas);
• vãos exteriores;
• varandas e palas.
O diagnóstico das anomalias / causas das anomalias dos elementos construtivos através de
ensaios de laboratório, de ensaios in situ e de sondagens, obriga à recolha de materiais para
análise, logo à destruição localizada dos revestimentos em grande parte dos casos. Para o caso
em estudo, a experiência mostra-nos que esses ensaios e sondagens não serão permitidos
pelos donos da obra. Neste sentido, a metodologia que se achou mais adequada para o
diagnóstico da envolvente foi a seguinte:
6
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
• manual de inspecção;
• fichas de inspecção;
• máquina fotográfica (devem ser registados, para além das fotos que estão previstas
colocar nas fichas de inspecção, as fotos das anomalias que forem registadas nas
fichas de inspecção; estes registos fotográficos devem ser guardados com o nome
da anomalia e nas pastas com o nome dos elementos construtivos);
• fita métrica;
• bússola (auxiliar para definir as orientações das fachadas, vãos e varandas / palas);
Foi feito um estudo abrangente a fim de cobrir todas as anomalias não estruturais susceptíveis
de aparecer na envolvente exterior dos edifícios a avaliar. Nesse sentido, foram estudadas 148
anomalias que foram divididas pelos elementos de construção.
7
2.Envolvente exterior de edifícios
• urgência de actuação:
8
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Quadro 2.2 - Relação das causas prováveis com os factos geradores de anomalias.
Factos Causas prováveis
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Erros de concepção x x
Erros de execução x x x
Acções de origem mecânica x x
Acções ambientais x x x x x x
Utilização / ausência de
x x x x x
manutenção
9
2.Envolvente exterior de edifícios
Para cada anomalia, são identificadas, através da matriz de correlação, as causas prováveis da
sua ocorrência, sendo cada uma delas classificada de acordo com o grau de correlação que
possui com a anomalia, segundo BRITO (1992):
• 0 - sem relação - não existe qualquer relação directa entre a anomalia e a causa;
A matriz de correlação teórica entre as anomalias e as causas prováveis das mesmas será
validada, total ou parcialmente, no decurso das inspecções. Apresenta-se no Quadro 2.3 a
correlação teórica de uma amostra da cobertura inclinada em que as linhas representam as
causas e as colunas representam as anomalias.
10
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
for the Social Sciences), (PEREIRA, 2006). É possível, através desse programa, fazer a
análise de frequências de uma grande quantidade de informação registada nas fichas de
inspecção sobre um elevado número de edifícios a inspeccionar.
Para efeitos de inspecção visual, foram elaborados três tipos de fichas de inspecção:
• ficha tipo B (duas fichas, B1 e B2), para o registo dos diferentes tipos de obras de
beneficiação dos cinco elementos construtivos da envolvente (19 em cobertura
inclinada, 14 em cobertura em terraço, 14 em fachadas, 11 em vãos exteriores e 11
em varandas e palas);
• ficha tipo C (dezasseis fichas), para avaliação de cada um dos cinco elementos
construtivos, no que diz respeito à constituição dos seus materiais, às anomalias /
causas e à classificação das anomalias; está subdividida na ficha C1 para avaliar o
elemento construtivo, na ficha C2 para registar as anomalias / causas e na ficha C3
para classificar as anomalias.
cobertura inclinada:
- corresponde às fichas CCI1, CCI2 e CCI3. A ficha CCI1 permite registos nos campos:
“Forma e visualização da cobertura”, “Exposição da cobertura”, “Estrutura de suporte”,
“Revestimento da cobertura”, “Camada de isolamento térmico”, “Ventilação da cobertura” e
“Singularidades da cobertura”. A ficha CCI2 contém 32 anomalias para diagnosticar e 16
causas, de um total de 18, correlacionadas com as anomalias e a CCI3 classifica as anomalias;
cobertura em terraço:
fachadas e muretes:
- corresponde às fichas CFa1, CFa2 e CFa3. A ficha CFa1 permite registos nos campos:
“Visualização das fachadas”, “Condições de exposição”, “Camada de isolamento térmico”,
“Singularidades das fachadas”. A ficha CFa2 contém 38 anomalias para diagnosticar e 15
causas, de um total de 18, correlacionadas com as anomalias e a CFa3 classifica as anomalias;
vãos de fachada:
- corresponde às fichas CVa1 e CVa2. A ficha CVa1, do tipo C1 e C2, permite registos no
campo “Singularidades” e contém 19 anomalias para diagnosticar e 16 causas, de um total de
18, correlacionadas com as anomalias e a CVa2, do tipo C3, classifica as anomalias;
varandas e palas:
ficha do tipo A:
fichas do tipo B:
ficha B/B2, (obras em fachadas, vãos e varandas / palas) localizada na folha B(B)2 do ficheiro
FI_B(B) - 2.xls;
fichas do tipo C:
12
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
ficha C/CI2 (registo de anomalias / causas), localizada na folha C(CI)2 do ficheiro FI_C(CI) -
2.xls;
ficha C/CI3 (classificação das anomalias), localizada na folha C(CI)3 do ficheiro FI_C(CI) -
3.xls;
ficha C/CT3 (registo de anomalias / causas), localizada na folha C(CT)3 do ficheiro FI_C(CT)
- 3.xls;
ficha C/CT4 (registo de anomalias / causas), localizada na folha C(CT)4 do ficheiro FI_C(CT)
- 4.xls;
ficha C/CT5 (classificação das anomalias), localizada na folha C(CT)5 do ficheiro FI_C(CT) -
5.xls;
ficha C/CT6 (classificação das anomalias), localizada na folha C(CT)6 do ficheiro FI_C(CT) -
6.xls;
ficha C/Fa2 (registo de anomalias / causas), localizada na folha C(Fa)2 do ficheiro FI_C(Fa) -
2.xls;
ficha C/Fa3 (classificação das anomalias), localizada na folha C(Fa)3 do ficheiro FI_C(Fa) -
3.xls;
ficha C/Va1 (avaliação de vãos e registo de anomalias / causas), localizada na folha C(Va)1
do ficheiro FI_C(Va) - 1.xls;
ficha C/Va2 (classificação das anomalias), localizada na folha C(Va)2 do ficheiro FI_C(Va) -
2.xls;
13
2.Envolvente exterior de edifícios
Cada ficheiro conterá também, para além da ficha de inspecção, uma ou duas folhas,
consoante os casos, que contêm os dados das fichas de inspecção que serão tratados
estatisticamente no programa SPSS. A designação que se atribuiu a essas folhas foi do tipo
“Estatística - designação da ficha de inspecção”. Por exemplo, o ficheiro FI_A(A) - 1.xls,
abarcará as folhas A(A)1, que contém a ficha de inspecção A/A1, e a folha Estatística -
A(A)1, que contém os dados dessa ficha de inspecção para serem tratados no SPSS. Estando
os dados das folhas de estatística interligados com os da ficha de inspecção, o seu
preenchimento será automático a partir dos registos efectuados na ficha de inspecção.
Cada coluna da folha estatística representa um dado / variável da ficha de inspecção. Sendo
em alguns casos a quantidade de dados superior ao número de colunas do Excel, houve
necessidade de duplicar a folha estatística. Trata-se dos casos dos ficheiros FI_C(Fa) - 2.xls,
com Estatística0 - C(Fa)2 e Estatística1 - C(Fa)2), FI_C(Va) - 1.xls, com Estatística0 -
C(Va)1 e Estatística1 - (C(Va)1), e FI_C(VaPa) - 1.xls, com Estatística0 - C(VaPa)1 e
Estatística1 - C(VaPa)1.
• ficha A1 - 78 variáveis;
14
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
• 0 - não - não existe ocorrência do facto a registar (por ex. não tem obras de
beneficiação, não existe a anomalia, não existe a causa provável teórica);
• 1 - tem - existe ocorrência do facto a registar (por ex. tem obras de beneficiação,
existe a anomalia, existe a causa provável teórica);
• 2 - não se sabe - não se sabe se existe ocorrência do facto a registar (por ex. não se
sabe obras de beneficiação, não se sabe se existe a anomalia, não se sabe se existe
a causa provável teórica).
Em geral, as células / dados das fichas de inspecção estão preenchidas com a pontuação 0
(não), com excepção das fichas das anomalias que estão preenchidas com a pontuação 1
(sim). Esta opção foi tomada para que fiquem visíveis, no acto da inspecção, as causas
prováveis de cada anomalia, uma vez que a não existência da anomalia (pontuação 0) faz com
que, automaticamente, desapareçam causas prováveis associadas (pontuação 0).
15
3. Ficha de inspecção do tipo A
Na ficha A/A1 (Anexo 1), faz-se o registo em nove campos que foram descritos no capítulo
anterior.
Com excepção do campo dos dados gerais do edifício, em que as células onde se fazem os
registos se encontram vazias, as células dos restantes campos estão preenchidas com a
pontuação 0 (não). Através da análise dos projectos e no decurso da inspecção, devem ser
registadas as ocorrências com a pontuação 1 (sim), ou com a pontuação 2 (não se sabe).
• “Data:” (data de inspecção; deve ser do tipo 05-11-2007); o seu registo é feito na
célula B12;
16
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Neste campo, os dados podem ser registados a partir da análise do projecto de arquitectura,
que devem ser confirmados na inspecção. São feitos os seguintes registos:
• “banda / meio” (edifícios situados entre bandas / extremo); o seu registo é feito na
célula O22.
Neste campo, os dados podem ser registados a partir da análise do projecto de arquitectura,
que devem ser confirmados na inspecção. São feitos os seguintes registos:
• “Nº Caves” (registo do seu número que será distribuído por “Garagem” -
individuais ou colectivas -, “Comércio”, “Serviços, “Habitação” e “Arrumos”; nos
casos particulares de, no mesmo piso, haver mais do que um tipo de utilização
utiliza-se o método percentual); o seu registo será feito nas células E28, G28, I28,
K28 e M28; o registo do “Pé-direito” (nos casos particulares de haver mais que um
valor, considera-se o valor médio), em metros lineares, é feito na célula O28;
17
3. Ficha de inspecção do tipo A
Neste campo, os dados devem ser registados a partir da análise das plantas de distribuição do
projecto da estrutura. São feitos os seguintes registos:
18
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Neste campo, os dados podem ser registados a partir da análise do projecto de arquitectura e
confirmados na inspecção. São feitos os seguintes registos:
A tipologia das paredes exteriores pode ser obtida pela análise da memória descritiva do
projecto de arquitectura, por informação oral ou por avaliação visual. Quanto à existência de
paredes de pano duplo ou simples, em alvenaria de tijolo cerâmico, e se não houver
informação no projecto, o registo poderá ser feito através da medição de um peitoril,
descontando as saliências para o interior e exterior. Se a medição for superior a 27 cm, a
parede será considerada como dupla, senão a parede será simples.
A tipologia dos materiais das paredes exteriores pode ser obtida pela análise da memória
descritiva do projecto de arquitectura, por informação oral ou por visualização.
19
3. Ficha de inspecção do tipo A
A tipologia dos revestimentos / acabamento de paredes exteriores pode ser obtida pela análise
da memória descritiva do projecto de arquitectura e deve ser confirmada na inspecção.
20
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
21
4. Fichas de inspecção do tipo B
As fichas de inspecção do tipo B foram concebidas para registar as obras de beneficiação nos
elementos construtivos da envolvente exterior, desde o ano da construção até à data da
inspecção.
As células onde são registadas as obras de beneficiação dos elementos construtivos, assim
como o tipo de informação recolhida (projecto, informação oral e inspecção visual), estão
preenchidas com a pontuação 0 (não). Através da análise dos projectos, da informação oral e
da inspecção visual deverão ser registadas as ocorrências com a pontuação 1 (sim), ou com a
pontuação 2 (não se sabe).
Em relação aos trabalhos identificados no local, são registados, por informação oral, os
números de intervenções, assim como os dois últimos anos em que houve intervenções. Nos
casos em que haja informação sobre o número de intervenções e não haja informação sobre
o(s) ano(s) em que foram realizadas, faz-se apenas o registo do número de intervenções.
Nesta ficha de inspecção, são registadas as obras de beneficiação feitas na cobertura inclinada
e na cobertura em terraço.
• obras de beneficiação na cobertura inclinada; o seu registo será feito na célula F12;
• informação recolhida através de projecto, oral e/ou visual; os seus registos são
feitos nas células D14, J14 e O14;
22
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
• informação recolhida através de projecto, oral e/ou visual; os seus registos são
feitos nas células D45, J45 e O45;
Nesta ficha de inspecção, são registadas as obras de beneficiação realizadas nas fachadas,
vãos de fachada e varandas / palas.
4.2.1. Fachada
• obras de beneficiação nas fachadas; o seu registo será feito na célula C9;
• informação recolhida através de projecto, oral e/ou visual; os seus registos são
23
4. Fichas de inspecção do tipo B
• obras de beneficiação nos vãos de fachadas; o seu registo será feito na célula E34;
• informação recolhida através de projecto, oral e/ou visual; os seus registos são
feitos nas células D37, J37 e P37;
• obras de beneficiação em varandas e palas; o seu registo será feito na célula E57;
• informação recolhida através de projecto, oral e/ou visual; os seus registos são
feitos nas células D60, J60 e O60;
24
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
registos são feitos da célula N67 a N77, para a fachada Norte, da célula O67 a
O77, para a fachada Este, da célula P67 a P77, para a fachada Sul, e da célula Q67
a Q77, para a fachada Oeste;
25
5. Fichas de inspecção do tipo C
Nesta ficha de inspecção C/CI1 (Anexo 1), os registos são feitos através da análise do projec-
to de licenciamento, pela informação oral dada pelo dono da obra / administrador ou ainda
pela visualização.
As células onde são registadas as ocorrências têm a pontuação 0 (não). Nas inspecções, são
registadas as pontuações 1 (sim) ou 2 (não se sabe), com excepção dos registos apropriados
para as células “Zona climática”, “Inclinação %” e “Espessura (cm)” da estrutura de suporte e
da camada de isolamento térmico.
• registo fotográfico da visualização pelo exterior e pelo interior (Fig. 5.1 a) e b)); a
visualização pelo interior permite visualizar a estrutura de apoio em varas pré-
esforçadas e ripas pré-moldadas e ainda a existência de sub-telhas em fibrocimen-
to);
a) b)
• as formas das coberturas (APICC, 1998) são as de uma água (A), duas águas (B),
quatro águas (C) e pavilhão (D). Foram acrescentadas as coberturas de três águas
(Fig. 5.2) e redondas (Fig. 5.3):
26
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
- cobertura de três águas (Fig. 5.2): o seu registo é feito na célula G14.
• nos casos em que não haja acesso, ou que haja riscos elevados de segurança, mes-
mo utilizando o equipamento de segurança, fazem-se os registos através de visua-
lização exterior, com auxílio de binóculos; a visualização exterior pode ser total
(todas as vertentes são visíveis) ou parcial (nem todas as vertentes são visíveis); o
registo da visualização exterior total é feito na célula I19 e o da visualização par-
cial na célula I20;
• exposição protegida (Fig. 5.5) - área totalmente rodeada por elevações de terreno,
abrigada face a todas as direcções de incidência dos ventos; o registo é feito na
célula F25;
• exposição normal (Fig. 5.6) - área praticamente plana, podendo apresentar ligeiras
ondulações do terreno; o registo é feito na célula F26;
• exposição exposta (Fig. 5.7) - área do litoral até uma distância de 5 km do mar, no
28
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
• zona climática; é feito o registo na célula M26, de acordo com a zona climática do
concelho (Anexo 2) - APICC, 1998;
O registo da estrutura de suporte (célula G30) deve ser preenchido por 1 (sim). A análise do
projecto de estabilidade permite avaliar o tipo de estrutura de suporte da cobertura, podendo
ser confirmado na inspecção. Em caso de omissão da estrutura no projecto, o tipo de estrutura
ainda pode ser visualizado pelo interior da cobertura. Se tal não for possível, regista-se o tipo
de estrutura com 2 (não se sabe). Estão disponíveis as seguintes hipóteses de registo da estru-
tura de apoio:
• betão armado - estrutura de apoio em betão (laje em betão armado, laje aligeirada
pré-esforçada e estrutura descontínua constituída por vigotas e ripas pré-
moldadas); o seu registo é feito na célula E33;
• contínua - caso em que a estrutura de apoio é uma laje de betão armado ou aligei-
rada pré-esforçada (Fig. 5.8); o seu registo é feito na célula J33;
29
5. Fichas de inspecção do tipo C
• madeira - estrutura de apoio em madeira (asnas, madres, varas e ripas) (Fig. 5.10);
o seu registo é feito na célula E34;
• ripas - estrutura de apoio em madeira (elementos que apoiam nas varas, na posição
horizontal, paralelamente ao beirado); o seu registo é feito na célula T34;
30
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Neste campo, são feitos os registos dos materiais constituintes da cobertura, que são os
seguintes:
31
5. Fichas de inspecção do tipo C
32
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
• misto - tipo sanduíche (Fig. 5.16); o seu registo é feito na célula U46.
Fig. 5.16 - Exemplo de uma cobertura mista com painéis tipo sanduíche
A verificação da camada de isolamento térmico na cobertura inclinada deve ser feita, em pri-
meiro lugar, pela análise do projecto. Se não houver informação no projecto, deve-se questio-
nar o dono da obra / administrador. Se este não tiver conhecimento sobre o isolamento na
cobertura, regista-se com 2 (não se sabe) na célula I50 e, neste caso, os materiais de isolamen-
to são automaticamente registados com 2. Havendo isolamento, regista-se a sua localização e
o material aplicado. As possibilidades de registos são:
33
5. Fichas de inspecção do tipo C
Nas coberturas inclinadas de telha cerâmica, podem distinguir-se dois tipos de ventilação
(APICC, 1998):
A micro-ventilação (Fig. 5.17) tem várias funções, quer no Inverno, quer no Verão (APICC,
1998). No Inverno:
No Verão:
- permite diminuir o aquecimento por convecção da cobertura.
Para que o sistema de micro-ventilação funcione, é necessário que o ar exterior, com uma
temperatura mais baixa, entre pela zona mais baixa (beiral) e saia aquecido, por acção do
calor perdido pela cobertura no Inverno, pelo ponto mais alto (cumeeira) - efeito de chaminé.
“O mecanismo de ventilação descrito pressupõe um beiral e uma cumeeira ventilados” (Fig.
5.18) (APICC, 1998); o seu registo é feito na célula E65.
O sistema deve ser complementado por telhas de ventilação (Fig. 5.19 a) e b)) junto à
cumeeira e junto ao beiral (APICC, 1998); o seu registo é feito na célula L65.
Nos casos em que não há garantia de entrada natural da ventilação, pelas telhas do beirado,
deverão existir orifícios de ventilação na zona do beirado (Fig. 5.20) (APICC, 1998); o seu
34
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
a) b)
Poderá haver bandas de ventilação (Fig. 5.21) em rincões e cumeeiras (APICC, 1998); o seu
registo é feito na célula K67.
A ventilação do desvão (Fig. 5.22) permitirá garantir a durabilidade dos materiais. “Quando o
desvão não é habitável e o telhado se apoia em estrutura descontínua sem forro, a ventilação é
35
5. Fichas de inspecção do tipo C
protecção
isolamento
Barreira pára-vapor
36
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
• os remates com paredes emergentes podem ser feitos com rufos metálicos (Fig.
5.25) ou com revestimentos de impermeabilização (Fig. 5.26); neste caso, deve-se
dar uma “protecção adequada do bordo superior dos mesmos - ou com peças e
produtos adicionais, tais como rufos e mastiques, ou introduzindo o remate no
elemento emergente, interessando não só toda a espessura do reboco, mas pene-
trando pela alvenaria do elemento; o seu registo é feito na célula U71;
Fig. 5.25 - Remate em paredes emergentes com rufos metálicos (APICC, 1998)
• o beiral / beirado (Figs. 5.27 e 5.28), é realizado com telhas inteiras da zona cor-
rente da cobertura ou por capa e bica; o seu registo é feito na célula F72;
37
5. Fichas de inspecção do tipo C
Fig. 5.28 - Pormenor de beirado com telha Lusa e com capa e bica (APICC, 1998)
• remates em larós (Fig. 5.29); “o laró é constituído geralmente por um rufo metáli-
co pousado sobre um forro ou autoportante, apoiado sobre peças rígidas e com um
desenvolvimento e um perfil concebidos em função da inclinação e da quantidade
de água a drenar; as telhas cortadas em viés devem recobrir o rufo metálico de 8
cm no mínimo e este deve ter uma dobra de 2 a 4 cm”; o seu registo é feito na
célula L72;
• remates com paredes de bordo (Fig. 5.30); os remates com as paredes não emer-
gentes paralelas ao plano da água (bordos) podem ser realizados por recurso a
(APICC, 1998):
o cumeeiras;
o sistemas de rufagem;
o peças especialmente desenvolvidas (telas ou equivalente);
ção vertical das respectivas tubagens, ou por deficientes soluções de protecção dos
bordos superiores dos remates” (LNEC - ITE 33, 2002); a base do remate deve levar
um cordão flexível a contornar a tubagem, para dessolidarização do revestimento de
impermeabilização, e a protecção do bordo superior pode ser feita através de cin-
tagem e aperto nessa zona (Fig. 5.31); o seu registo é feito na célula U74;
Fig. 5.31 - Remate da impermeabilização com tubagem emergente (LNEC - ITE 33,
2002)
39
5. Fichas de inspecção do tipo C
• caleiras recuadas (Fig. 5.32); devem possuir ralos de pinha e é aconselhável que
tenham um descarregador de superfície; o seu registo é feito na célula F83;
• ralos de pinha em tubos de queda de caleiras recuadas, (Fig. 5.33); o seu registo é
feito na célula J83;
Nesta ficha de inspecção, apresenta-se uma listagem de anomalias mais frequentemente detec-
tadas em coberturas inclinadas e as suas causas possíveis (prováveis teóricas).
40
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Para avaliação desta anomalia, compara-se o valor da inclinação, que foi registada na
ficha C/CI1, com a inclinação mínima exigida.
Quando se utiliza um forro sob as telhas de encaixe, a inclinação pode ser reduzida
para 1/7 (D.T.U. 40.21).
O registo da anomalia é feito na célula M13 e as causas prováveis são registadas entre
as células R13 e T13.
41
5. Fichas de inspecção do tipo C
Quadro 5.1 - Inclinação mínima de suportes das coberturas (%) (APICC, 1998).
Modelo de telha Exposição Desenvolvimento da vertente (m) Localização (2)
(2) (3) Zona I Zona II Zona III
Protegida 32 40 45
Normal até 6,0 m 39 44 50
Lusa Exposta 44 51 57
Protegida 39 44 50
Normal 6,0 a 10,0 m 43 48 55
Exposta 48 56 63
Protegida 61 65 70
Normal até 6,0 m 67 73 78
Marselha Exposta 77 84 90
Protegida 66 72 77
Normal 6,0 a 10,0 m 74 80 86
Exposta 85 91 99
Protegida 50 55 59
Normal até 6,0 m 55 61 66
Canudo (4) Exposta 64 69 76
Protegida 55 59 65
Normal 6,0 a 10,0 m 61 67 73
Exposta 69 77 84
Protegida 40 45 49
Normal até 6,0 m 44 49 55
Romana Exposta 51 57 64
Protegida 44 50 55
Normal 6,0 a 10,0 m 48 55 61
Exposta 56 63 69
Protegida 58 64 68
Normal até 6,0 m 64 70 76
Plana Exposta 75 81 87
Protegida 64 69 75
Normal 6,0 a 10,0 m 71 77 84
Exposta 83 89 96
(1) - Inclinação em centímetros por metro de projecção horizontal do suporte da cobertura e não da telha.
(2) - Por definição de exposição e localização, ver 5.1.2.
(3) - Desenvolvimento em plano horizontal.
(4) - Obriga ao respeito de recobrimentos especificados no Quadro 5.2.
Quadro 5.2 - Recobrimentos mínimos em telhas canudo e romana (m) (APICC, 1998).
Modelo de telha Localização (2)
Zona I Zona II Zona III
0,14 0,15 0,15
Canudo / romana 0,16 0,16 0,16
0,16 0,17 0,17
O registo da anomalia será feito na célula M14 e as causas prováveis serão registadas
entre as células R14 e T14.
42
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
que se pretendeu tirar partido do efeito estético através de variações de tom nas telhas
aplicadas. No entanto, para coberturas que tenham a exigência da mesma tonalidade
pode já ser considerado como anomalia aparecerem telhas com tonalidade diferente na
origem (aquisição de telhas em remessas diferentes ou com qualidade diferente). As
acções ambientais e o envelhecimento natural são também razões que se prendem com
a existência desta anomalia.
O registo da anomalia será feito na célula M15 e as causas prováveis são registadas entre
as células R15 e Y15.
O registo da anomalia será feito na célula M16 e as causas prováveis são regista-
das entre as células R16 e T16.
43
5. Fichas de inspecção do tipo C
ria. Deverá ser efectuada uma manutenção regular da cobertura como complemen-
to do bom funcionamento da cobertura (APICC, 1998), o que, na maioria dos
casos, não se verifica. Foram ponderadas as correlações anomalias / causas de
Gonçalves, 2004 para esta anomalia.
O registo da anomalia será feito na célula M17 e as causas prováveis são regista-
das entre as células R17 e X17.
Fig. 5.36 - Acumulação de musgos (APICC, 1998) Fig. 5.37 - Acumulação de verdete
O registo da anomalia será feito na célula M20 e as causas prováveis serão regista-
das entre as células R20 e V20.
Cada fabricante deve declarar, para cada modelo de fabrico, o número de telhas a
colocar por m2, bem como o recobrimento recomendado na sua aplicação (EN
1304). A insuficiente sobreposição das telhas (estanqueidade comprometida) ou a
45
5. Fichas de inspecção do tipo C
O registo da anomalia é feito na célula M23 e as causas prováveis são registadas entre as célu-
las R23 e Z23.
• Anomalia 12 (Descasques)
Os descasques nas telhas cerâmicas (Figs. 5.46 e 5.47) ocorrem por acção do gelo.
As telhas saturadas pela acção da chuva ou humidade podem ter uma secagem len-
ta por deficiente arejamento (ventilação). “Com a ocorrência de variações de tem-
peratura, frequentes e por espaços de tempo significativos, a massa de telha fica
sujeita a ciclos de gelo-degelo. A água remanescente na massa de telha sofre varia-
ções de volume que podem provocar a destruição do corpo cerâmico, caso não seja
permitida uma troca de calor e de humidade com o exterior” (APICC, 1998).
• Anomalia 13 (Eflorescências)
47
5. Fichas de inspecção do tipo C
Fig. 5.46 - Início de descasque (APICC, 1998) Fig. 5.47 - Aspecto de descasque (APICC, 1998)
Esta anomalia pode ocorrer no vidrado das telhas. Foram ponderadas as correla-
ções anomalias / causas de Gonçalves, 2004 e Silvestre, 2006.
49
5. Fichas de inspecção do tipo C
Os remates com paredes emergentes são usualmente feitos com rufos metálicos
(Fig. 5.25) ou com revestimentos de impermeabilização (Fig. 5.26). Este tipo de
anomalias (Fig. 5.53) está associado, normalmente, a erros de concepção e a erros
de execução. Uma ausência / inadequação de manutenção também pode ocorrer.
Os remates com platibandas são do mesmo tipo dos de paredes emergentes, tendo
o mesmo tipo de anomalias (Fig. 5.54) e correlação anomalias / causas.
50
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
O registo da anomalia será feito na célula M33 e as causas prováveis serão regista-
das entre as células R33 e W33.
Os remates em larós (Fig. 5.29) devem assegurar o escoamento perfeito das águas
pluviais necessitando, por isso, de uma limpeza anual. A deficiência de remates em
larós (Fig. 5.56) está normalmente associada a erros de concepção e execução,
51
5. Fichas de inspecção do tipo C
52
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Nos remates de janelas de sótão / clarabóias, tal como nas chaminés, deve-se asse-
gurar o encaminhamento das águas no seu contorno. Estas anomalias (Fig. 5.59)
estão, regra geral, associadas à inexistência de pormenorização, à execução do
remate sem rufagem ou à ausência / inadequação de manutenção.
Nos remates sobreelevados, a junta pode ter um empanque flexível e ser coberta
com um material de revestimento impermeável com autoprotecção (Fig. 5.63 a)),
ou ter um material compressível com um capeamento em chapa metálica ou pedra
(Fig. 5.63 b)). A probabilidade de ocorrência de fissuração nos remates ou de des-
locamentos das suas juntas de sobreposição é elevada se não se interpuser uma
camada dessolidarizante - feltro de poliéster ou fibra de vidro (LNEC - ITE 33,
2002).
Empanque flexível
a) Remate
b) Chapa ou pedra
Material compressível
Fig. 5.63 - Exemplos de soluções construtivas dum remate em junta sobreelevada (LNEC
- ITE 33, 2002)
Em relação às juntas entre edifícios, o remate deve ser realizado de modo a que os
movimentos relativos entre edifícios não sejam transmitidos (Fig. 5.64).
Fig. 5.64 - Esquema de uma solução construtiva de remate em junta entre edifícios
(LNEC - ITE 33, 2002)
55
5. Fichas de inspecção do tipo C
• Anomalia 30
Esta ficha de inspecção (Anexo 1) não é preenchida. Deve, no entanto, ser actualizada, uma
vez que as células para os registos das anomalias contêm ligações com as da ficha C/CI2. Na
abertura da ficha de inspecção C/CI3, deve-se seleccionar “actualizar” (actualização de dados)
e “continuar”. Automaticamente, são feitos os registos das anomalias e as classificações das
anomalias. “Não actualizar” permite o acesso aos dados que não necessitam de alterações.
Depois de actualizar a ficha de inspecção, deve-se fechar o ficheiro e guardar as actualiza-
ções.
57
5. Fichas de inspecção do tipo C
Nesta ficha de inspecção C/CT1 (Anexo 1), os registos são feitos através da análise do projec-
to de licenciamento, pela informação oral dada pelo dono da obra / administrador ou ainda
pela visualização. Na abertura da ficha de inspecção, deve-se seleccionar “actualizar” (preen-
chimento de novos dados) e “continuar” para não alterar as hiperligações que foram criadas.
“Não actualizar” permite o acesso aos dados que não necessitam de alterações. Depois do
preenchimento efectuado, deve-se guardar os registos efectuados.
As células onde são registadas as ocorrências têm a pontuação 0 (não). Nas inspecções, serão
registadas as pontuações 1 (sim) ou 2 (não se sabe), com excepção dos registos apropriados
para as células “espessura (cm)” da estrutura de suporte e camada de isolamento térmico e
“pendente (%)” da camada de forma.
58
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Em terraços que funcionem como lajes de tecto de habitação, pode-se registar a visualização
da camada de forma com o auxílio de um aparelho de nível colocado no pavimento. Nesses
casos, se o aparelho de nível demonstrar que existe inclinação, dá-se a pontuação 1 (sim) na
“camada de forma” e na “visualização”, e a pontuação 2 (não se sabe) em todos os tipos de
camada de forma, se não for conhecida a sua tipologia.
• pendente dada pela estrutura resistente; o seu registo é feito na célula P31;
Se à barreira pára-vapor for dada a pontuação 1 (sim) ou 2 (não se sabe), regista-se, com a
pontuação 1 (sim), qual foi a informação obtida (projecto, informação oral e/ou visualização).
59
5. Fichas de inspecção do tipo C
• perlite (tipo de vidro vulcânico que ao ser moído e aquecido a 871 ºC expande-se,
formando bolhas no seu interior, tornando-o num bom isolante térmico e acústico
de baixo peso específico) ou vermiculite expandida (mineral tipo mica que ao ser
submetido a uma temperatura de aproximadamente 1100 ºC expande-se, formando
60
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
61
5. Fichas de inspecção do tipo C
Nesta ficha de inspecção C/CT2 (Anexo 1), continua-se a avaliar a cobertura em terraço, ini-
ciada na ficha C/CT1, dando-se continuidade à numeração dos campos de avaliação. Os regis-
tos são feitos através da análise do projecto de licenciamento, pela informação oral dada pelo
dono da obra / administrador ou ainda pela visualização. Na abertura da ficha de inspecção,
deve-se seleccionar em “actualizar” (preenchimento de novos dados) e “continuar” para não
alterar as hiperligações que foram criadas. “Não actualizar” permite o acesso aos dados que
não necessitam de alterações. Depois do preenchimento efectuado, deve-se guardar os registos
efectuados.
As células onde são registadas as ocorrências têm a pontuação 0 (não). Nas inspecções, são
registadas as pontuações 1 (sim) ou 2 (não se sabe), com excepção dos registos apropriados
para as células “espessura (cm)” da camada drenante (para terraços-jardim) e protecção e aca-
bamento e “altura aproximada do remate (cm)” em remates da impermeabilização com plati-
bandas ou paredes emergentes.
63
5. Fichas de inspecção do tipo C
64
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
65
5. Fichas de inspecção do tipo C
• painel sanduíche de betão e isolante térmico; o seu registo é feito na célula S39;
66
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
• com uma camada de argamassa pintada; o seu registo é feito na célula O61;
• com materiais distintos da zona corrente; o seu registo é feito na célula R67;
67
5. Fichas de inspecção do tipo C
• com base de apoio de equipamento diverso; o seu registo é feito na célula J79;
68
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Esta ficha de inspecção contém parte das anomalias (1 a 28) / causas da cobertura em terraço,
uma vez que não foi possível preencher a sua totalidade por falta de espaço. A ficha de ins-
pecção C/CT4 completará as anomalias / causas da cobertura em terraço.
Segundo LNEC, 2002 - ITE 33, “geralmente apenas se dá conta da existência de anomalias na
cobertura em terraço, quando se verificam manifestações de humidade no interior dos espaços
subjacentes. Embora essas ocorrências tenham maior incidência nos espaços do edifício que
têm como tecto a cobertura, em edifícios em altura, podem não se restringir a essas zonas e
manifestarem-se também (ou, nalguns casos, apenas) em pisos intermédios”. No preenchi-
mento desta ficha de inspecção, bem como da ficha C/CT4, “será sempre desejável, sempre
que tal se manifeste possível, um contacto não só com os intervenientes na aplicação das
várias camadas da cobertura mas também com os ocupantes do edifício, especialmente os do
último piso. Estes últimos são geralmente aqueles que têm mais presente o historial das ano-
malias que se verificam ou verificaram no interior do edifício, o qual ajudará certamente a
estabelecer as relações de causa-efeito que serão úteis para a definição das soluções de repa-
ração, se para tal houver necessidade”.
Tal como nas coberturas inclinadas, deverá ser efectuada uma manutenção regular da cobertu-
ra em terraço como complemento do bom funcionamento da cobertura.
69
5. Fichas de inspecção do tipo C
Nesta ficha de inspecção, bem como na ficha C/CT4, apresenta-se uma listagem de anomalias
em coberturas em terraço baseada no “Modelo de inquérito-tipo para avaliação do desempe-
nho de coberturas em terraço” - Grandão Lopes, LNEC, 2000 - e a listagem das causas possí-
veis (prováveis teóricas) é baseada em LNEC, 2002 - ITE 33.
No caso das anomalias não serem visíveis, ou não houver informação, serão registadas com a
pontuação 2 (não se sabe).
O registo da anomalia é feito na célula M14 e as causas prováveis são registadas entre
as células R14 e W14.
70
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
O registo da anomalia é feito na célula M15 e as causas prováveis são registadas entre
as células R15 e W15.
A retenção de água é também muitas vezes motivada por disposições construtivas ina-
dequadas nas zonas das embocaduras (Fig. 5.74)”, LNEC, 2002 - ITE 33. Foram pon-
71
5. Fichas de inspecção do tipo C
O registo da anomalia é feito na célula M16 e as causas prováveis são registadas entre
as células R16 e U16.
72
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Fig. 5.75 - Fissuração generalizada dum revestimento betuminoso (LNEC, 2002 - ITE 33)
O registo da anomalia é feito na célula M21 e as causas prováveis são registadas entre
as células R21 e Y21.
73
5. Fichas de inspecção do tipo C
O registo da anomalia é feito na célula M22 e as causas prováveis são registadas entre
as células R22 e Y22.
74
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
anomalia.
O registo da anomalia é feito na célula M23 e as causas prováveis são registadas entre
as células R23 e V23.
• Anomalia 7 (Perfurações)
“Em Portugal presume-se que este tipo de anomalias ocorra também com alguma fre-
quência, dado que é normal realizarem-se trabalhos sobre a cobertura, posteriormente
à aplicação do respectivo revestimento de impermeabilização, sem se tomarem as ade-
quadas medidas de protecção do mesmo. A perfuração do revestimento pode resultar
da acção de cargas pontuais de natureza dinâmica - queda de objectos - ou de natureza
estática (Fig. 5.78).
Fig. 5.80 - Acção perfurante das pernas dum cavalete sobre a impermeabilização
(LNEC, 2002 - ITE 33)
O registo da anomalia é feito na célula M24 e as causas prováveis são registadas entre
as células R24 e T24.
76
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Fig. 5.81 - Acção perfurante do parafuso de fixação de placas isolantes à estrutura resis-
tente (LNEC, 2002 - ITE 33)
• Anomalia 8 (Rasgamentos)
Fig. 5.82 - Rasgamentos em tela betuminosa auto-protegida com folha de alumínio devi-
do a acções de origem mecânica e de utilização / manutenção
O registo da anomalia é feito na célula M25 e as causas prováveis são registadas entre
as células R25 e T25.
78
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
fecho dessas juntas ou fissuras. Aquela anomalia é mais nítida quando o revestimento
é constituído por materiais com características térmicas bastante distintas. É o caso das
membranas autoprotegidas com folha de alumínio. A diferença acentuada entre os
coeficientes de dilatação térmica da folha de alumínio e do betume pode conduzir a
que seja ultrapassada a capacidade de deformação elástica do betume (que está aderen-
te à folha de alumínio) quando traccionado, o qual ficará com uma deformação resi-
dual - que se manifesta sob a forma duma prega - quando voltar à sua posição inicial”
(LNEC, 2002 - ITE 33).
O registo da anomalia é feito na célula M26 e as causas prováveis são registadas entre
as células R26 e X26.
formação de bolsas de ar e vapor de água sob pressão, quer entre as camadas dum sis-
tema de impermeabilização, quer entre este e o seu suporte.
Fig. 5.86 - Empolamentos duma tela betuminosa auto-protegida com folha de alumínio
(LNEC, 2002 - ITE 33)
O registo da anomalia é feito na célula M27 e as causas prováveis são registadas entre
as células R27 e X27.
O registo da anomalia é feito na célula M28 e as causas prováveis são registadas entre
as células R28 e Y28.
80
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
de chama, “para realização das juntas de sobreposição recorre-se à mesma técnica para
ligação das telas ou feltros das várias camadas - ou com betume quente, ou por solda-
dura por meio de chama. A largura dessas juntas deve ser da ordem de 60 a 100 mm ”
(LNEC, 2006 - ITE 34).
Fig. 5.88 - Esquema corrente de fixação mecânica de membranas de PVC (LNEC, 2006 -
ITE 34)
“A ligação das membranas de EPDM nas juntas de sobreposição pode fazer-se, con-
forme atrás se referiu, mediante a utilização de diversos produtos. Previamente à reali-
zação da ligação, as respectivas superfícies devem ser convenientemente limpas com
produtos apropriados, os quais são em geral constituídos por misturas de heptano e
xileno. No caso da ligação ser feita com recurso a colas, a largura de sobreposição
toma em geral valores compreendidos entre 75 mm e 150 mm. Quando se usam ban-
das adesivas a largura de sobreposição é em geral maior, podendo chegar a valores da
ordem de 175 mm” (LNEC, 2006 - ITE 34).
Nas membranas de borracha butílica “quer nos sistemas semi-aderentes quer nos ade-
rentes, as colas com base em betumes apenas devem ser aplicadas quando a pendente
da cobertura não é muito elevada, reservando para as situações de pendente elevada
outro tipos de colas. Este facto deve-se à maior facilidade de escorrimento, devido à
acção do calor, das colas com base em betumes em pendentes elevadas, em relação às
colas sem esse componente betuminoso. A ligação das membranas entre si é feita uti-
lizando colas apropriadas e bandas adesivas. As colas são aplicadas a frio, previamen-
te às bandas adesivas, nos bordos das membranas de borracha butílica, na extensão
correspondente à largura da junta de sobreposição, deixando-se depois essas superfí-
cies ao ar até à evaporação do solvente da cola; posteriormente, é então aplicada a
banda adesiva e realizada a respectiva ligação (Fig. 5.89), exercendo para tal uma
pressão sobre a última camada da junta de sobreposição, a qual permite ainda libertar
ao ar que possa ter ficado confinado entre as membranas e a banda adesiva.
82
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Nas membranas de polietileno clorado (CPE), “dois processos fundamentais são usa-
dos para ligação das membranas nas juntas de sobreposição: por soldadura com ar
quente ou utilizando produtos com base em solventes. Em ambos os casos a largura é
da ordem de 40 a 50 mm.
O registo da anomalia é feito na célula M29 e as causas prováveis são registadas entre
as células R29 e V29.
83
5. Fichas de inspecção do tipo C
Fig. 5.90 - Juntas de sobreposição descoladas (INH - LNEC, 2006 / LNEC, 2002 - ITE 33)
As juntas de sobreposição das membranas sem largura uniforme têm como causa prin-
cipal a execução deficiente.
O registo da anomalia é feito na célula M30 e as causas prováveis são registadas entre
as células R30 e S30.
O registo da anomalia é feito na célula M31 e as causas prováveis são registadas entre
as células R31 e U31.
O registo da anomalia é feito na célula M35 e as causas prováveis são registadas entre
as células R35 e T35.
84
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
O registo da anomalia é feito na célula M36 e as causas prováveis são registadas entre
as células R36 e T36.
O registo da anomalia é feito na célula M37 e as causas prováveis poderão ser regista-
das entre as células R37 e Y36.
Fig. 5.91 - Arrastamento por acção do vento dos elementos soltos da protecção pesada
(LNEC, 2002 - ITE 33)
O registo da anomalia é feito na célula M39 e as causas prováveis são registadas entre
85
5. Fichas de inspecção do tipo C
O registo da anomalia é feito na célula M40 e as causas prováveis são registadas entre
as células R40 e S40.
O registo da anomalia é feito na célula M41 e as causas prováveis são registadas entre
as células R41 e S41.
O registo da anomalia é feito na célula M42 e as causas prováveis são registadas entre
as células R42 e V42.
O registo da anomalia é feito na célula M43 e as causas prováveis são registadas entre
as células R43 e S43.
86
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
O registo da anomalia é feito na célula M44 e as causas prováveis são registadas entre
as células R44 e S44.
“As causas descolamento e empolamento (Figs. 5.92 e 5.93) dos revestimentos cerâ-
micos de piso são, na sua essência, as mesmas que dão origem a essas anomalias nos
revestimentos de paredes: elevada expansão irreversível do revestimento cerâmico,
não compensada pelas juntas de assentamento e esquartelamento e pelo seu material
de preenchimento; reduzida flexibilidade e resistência da camada de colagem; reduzi-
da aderência da camada de colagem aos ladrilhos ou ao suporte” (APICER, 2003).
87
5. Fichas de inspecção do tipo C
O registo da anomalia é feito na célula M45 e as causas prováveis são registadas entre
as células R45 e W45.
“A fissuração dos revestimentos cerâmicos (Figs. 5.94, 5.95 e 5.96) de piso ocorre,
sobretudo, devido às seguintes acções: aplicação de cargas elevadas, superiores à
resistência mecânica dos ladrilhos; aplicação de cargas elevadas em ladrilhos mal
assentes ou com base demasiado deformável, provocando fenómenos de flexão;
deformação do suporte incompatível com as capacidades de deformação, resistência
dos sistemas (camada de assentamento, colagem e ladrilhos) e espaçamento e caracte-
rísticas das juntas; transição entre suportes com comportamentos distintos; desrespeito
pelas juntas de dilatação da estrutura; retracção excessiva da camada de suporte ou
assentamento, quando se usam argamassas tradicionais; rigidez insuficiente (menor do
que 3 cm) das argamassas de assentamento em pavimentos assentes sobre camada de
dessolidarização” (APICER, 2003).
Fig. 5.95 - Quebra localizada de revestimento, devida a causas múltiplas (mau assenta-
mento, empolamento ligeiro e impacto pontual) (APICER, 2003)
88
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Fig. 5.96 - Fissuração inicial por deformação do suporte, seguido de deslocamento e pos-
terior quebra por acção de cargas correntes sobre ladrilho solto (APICER, 2003)
O registo da anomalia é feito na célula M46 e as causas prováveis são registadas entre
as células R46 e Y46.
Na fissuração das juntas entre ladrilhos (Fig. 5.97), foram ponderadas as correlações
anomalias / causas de Silvestre (2005) para esta anomalia.
O registo da anomalia é feito na célula M47 e as causas prováveis são registadas entre
as células R47 e W47.
• Anomalia 27 (Eflorescências)
O registo da anomalia é feito na célula M48 e as causas prováveis são registadas entre
as células R48 e V48.
89
5. Fichas de inspecção do tipo C
O registo da anomalia é feito na célula M49 e as causas prováveis são registadas entre
as células R49 e W49.
Na abertura da ficha de inspecção C/CT4 (Anexo 1), deve-se seleccionar “actualizar” (preen-
chimento de novos dados) e em “continuar” para não alterar as hiperligações que foram cria-
das. “Não actualizar” permite o acesso aos dados que não necessitam de alterações. Depois do
preenchimento efectuado, deve-se guardar os registos efectuados.
• Anomalia 29 (Empolamentos)
O registo da anomalia é feito na célula M14 e as causas prováveis são registadas entre
as células R14 e W14.
• Anomalia 30 (Descolamentos)
90
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Fig. 5.100 - Descolamento de uma membrana de PVC por insuficiente produto de cola-
gem (INH - LNEC, 2006)
Anomalias deste tipo podem também verificar-se em suportes isolantes, com as mes-
mas características de deformabilidade, sujeitos à acção de protecções pesadas (ladri-
91
5. Fichas de inspecção do tipo C
92
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
mento sobre este tipo de suporte, dada temperatura mais elevada a que poderá estar
sujeito sob acção da radiação solar.
Fig. 5.103 - Deslizamento dum remate com base em membranas betuminosas (LNEC,
2002 - ITE 33)
O registo da anomalia é feito na célula M15 e as causas prováveis são registadas entre
as células R15 e W15.
93
5. Fichas de inspecção do tipo C
Fig. 5.104 - Esquemas de disposições para a protecção pesada rígida junto a elementos
emergentes (LNEC, 2002 - ITE 33)
Um outro aspecto a considerar é o facto de ser vulgar verificar-se que o remate não
satisfaz, ficando o mesmo apenas inserido no reboco do elemento emergente. A con-
sequência deste caso, especialmente quando o reboco não é armado, é o aparecimento
de uma fissura bem marcada no reboco, desenvolvendo-se ao longo do nível do bordo
superior do remate (Fig. 5.105).
94
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
O registo da anomalia é feito na célula M16 e as causas prováveis são registadas entre
as células R16 e X16.
Quanto à deficiência do remate com rufo (Fig. 5.106), “é vulgar verificar-se que o
remate não satisfaz a protecção adequada do bordo superior de produtos de colagem -
ou com peças e produtos tradicionais, tais como rufos e mastiques (Fig. 5.107 a), ou
introduzindo o remate no elemento emergente, interessando não só toda a espessura do
reboco, mas penetrando pela alvenaria dentro (Fig. 5.107 b) (LNEC, 2002 - ITE 33).
O registo da anomalia é feito na célula M17 e as causas prováveis são registadas entre
as células R17 e V17.
Segundo LNEC, 2002 - ITE 33 ,“as principais anomalias que ocorrem em juntas de
dilatação traduzem-se geralmente, ou em descolamentos das juntas de sobreposição
dos remates, ou na fissuração ou enrugamento desses remates. As suas causas estão
fundamentalmente relacionadas com defeitos de concepção. A realização dos remates
95
5. Fichas de inspecção do tipo C
Suporte
Por outro lado, a realização da camada de protecção pesada rígida sem interrupção
sobre a junta de dilatação - através da execução de uma junta de largura idêntica àque-
la -, é motivo para a ocorrência de fissuração nos remates em questão. Esta resulta dos
movimentos diferenciais dos dois corpos do edifício, ou dos dois edifícios que defi-
nem essa junta. Esses movimentos, transmitindo-se aos remates de impermeabilização
através da camada de protecção, podem conduzir à fissuração dos mesmos quando a
sua capacidade de deformação é excedida. A transmissão desses movimentos é ainda
mais acentuada, quando não se tomem medidas construtivas na junta no sentido de
dessolidarizar esse remate numa extensão tal, para cada lado da junta, que as tensões
nele instaladas sejam inferiores aos limites admissíveis do material que o constitui.
Em geral, uma faixa de 0,15 m para cada lado da junta é suficiente para tal. Além dis-
so, deve dispor-se de um empanque (fundo de junta), comprimido na junta, que sirva
de suporte ao remate em questão (Fig. 5.109)”.
O registo da anomalia é feito na célula M19 e as causas prováveis são registadas entre
as células R19 e V19.
96
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
O registo da anomalia é feito na célula M20 e as causas prováveis são registadas entre
as células R20 e V20.
97
5. Fichas de inspecção do tipo C
Fig. 5.112 - Esquema de protecção duma junta de dilatação sobreelevada com uma peça
em chapa metálica (LNEC, 2002 - ITE 33)
Nos casos em que ocorram juntas de dilatação entre edifícios com alturas diferentes,
“os remates como os esquematizados na Fig. 5.113 são de concepção totalmente insa-
tisfatória.
O movimento de um edifício relativamente ao outro faz com que esse remate fissure,
ou as suas juntas se desloquem, ou se manifestem enrugamentos acentuados. Estes
últimos são devidos a movimentos diferenciais na direcção horizontal (Fig. 5.114).
Fig. 5.114 - Enrugamento dum remate na junta de dilatação entre dois corpos de altura
diferente dum edifício (LNEC, 2002 - ITE 33)
Soluções com vista a minimizar estas anomalias devem ser, por exemplo, do tipo da
98
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Fig. 5.115 - Uma concepção de junta entre dois edifícios de altura diferente (LNEC, 2002
- ITE 33)
O registo da anomalia é feito na célula M21 e as causas prováveis são registadas entre
as células R21 e V21.
“Os remates com paredes emergentes sob soleiras de portas são também, em geral,
pontos críticos, quer ao nível de projecto, quer de execução. É tendência corrente não
sobrelevar demasiado a soleira das portas, relativamente à superfície corrente da
cobertura, resultando portanto necessariamente um remate com altura não superior à
cota da soleira (Fig. 5.116).
Como frequentemente a coordenação dos trabalhos em obra leva a que seja montada
em primeiro lugar a caixilharia e respectivas soleiras das portas, o remate da imper-
meabilização nessa zona já não é executado conforme referido” (LNEC, 2002 - ITE
33).
99
5. Fichas de inspecção do tipo C
O registo da anomalia é feito na célula M23 e as causas prováveis são registadas entre
as células R23 e V23.
A conformação das pendentes na zona das embocaduras tem a ver com a necessidade
de rebaixamento da camada de forma nessas zonas, para evitar aí uma sobreelevação
do respectivo revestimento de impermeabilização. Esta é devida ao engrossamento
deste revestimento, resultante da aplicação, não só de uma camada complementar de
remate, como também das peças (em geral metálicas) de ligação com o tubo de queda
ou com outro dispositivo de recolha e descarga da água pluvial. Essas peças são cons-
100
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
tituídas por um aro em geral circular, solidário com um canhão; que é intercalado no
sistema de impermeabilização (Figs. 5.119 e 5.120).
Fig. 5.119 - Esquema d um remate com embocadura dum tubo de queda (LNEC, 2002 -
ITE 33)
Fig. 5.120 - Vista do aro da peça de remate numa embocadura de um tubo de queda
(LNEC, 2002 - ITE 33)
Fig. 5.121 - Esquema de remate insatisfatório com tubo de queda (LNEC, 2002 - ITE 33)
O registo da anomalia é feito na célula M24 e as causas prováveis são registadas entre
101
5. Fichas de inspecção do tipo C
“Nos casos das tubagens emergentes, os problemas põem-se geralmente ao nível dos
processos de fixação a essas tubagens dos remates da impermeabilização. As anoma-
lias que se verificam são em geral descolamentos ou fissuração desses remates, moti-
vados, ou por acentuados deslocamentos na direcção vertical das respectivas tubagens,
ou por deficientes soluções de protecção dos bordos superiores dos remates. Para
obviar aos deslocamentos referidos, deve adoptar-se, na base do remate, uma disposi-
ção construtiva que o permita dessolidarizar, na extensão adequada, da superfície cor-
rente do revestimento de impermeabilização, nessa zona, de um cordão flexível con-
tornando a respectiva tubagem” (LNEC, 2002 - ITE 33) (Fig. 5.122).
O registo da anomalia é feito na célula M25 e as causas prováveis são registadas entre
as células R25 e V25.
Como referido, “às perfurações de natureza estática de longa duração podem apontar-
se como principais causas a colocação, sobre o revestimento, de suportes de instala-
ções ou equipamentos diversos. As medidas que impeçam ou minimizem os riscos
apontados consistem na aplicação de camadas de distribuição uniforme das cargas
pontuais em questão” (LNEC, 2002 - ITE 33).
O registo da anomalia é feito na célula M26 e as causas prováveis são registadas entre
as células R26 e V26.
“As principais anomalias nestes elementos singulares das coberturas, quando realiza-
102
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Fig. 5.123 - Manifestações de humidade no paramento exterior duma caleira, por defi-
ciente execução do seu remate (LNEC, 2002 - ITE 33)
Para o descolamento das juntas de sobreposição contribuem vários factores, dos quais
são mais importantes a reduzida largura dessas juntas, o sentido segundo o qual foram
aplicadas as membranas, a reduzida pendente da cobertura, senão quando nula ou
mesmo invertida, ou, evidentemente, a utilização de produtos de colagem insatisfató-
rios ou a deficiente execução da colagem. O sentido de aplicação das membranas defi-
ne a posição do ligeiro ressalto das juntas de sobreposição, o qual não deve ficar direc-
tamente sujeito ao contacto da lâmina de água durante o escoamento da caleira (Fig.
5.124).
a) Solução satisfatória b) Solução insatisfatória
Fig. 5.124 - Disposições das juntas d sobreposição em caleiras (LNEC, 2002 - ITE 33)
O registo da anomalia é feito na célula M27 e as causas prováveis são registadas entre
as células R27 e V27.
103
5. Fichas de inspecção do tipo C
Fig. 5.125 - Zonas críticas de remates em caleiras de coberturas acessíveis (LNEC, 2002 -
ITE 33)
Esta ficha de inspecção (Anexo 1) não é preenchida. Deve, no entanto, ser actualizada, uma
vez que as células para os registos das anomalias contêm ligações com as da ficha C/CT3. Na
abertura da ficha de inspecção C/CT5, deve-se seleccionar “actualizar” (actualização de
dados) e “continuar”. Automaticamente, serão feitos os registos das anomalias e as classifica-
ções das anomalias. “Não actualizar” permite o acesso aos dados que não necessitam de alte-
rações. Depois de actualizar a ficha de inspecção, deve-se fechar o ficheiro e guardar as actua-
lizações.
Esta ficha de inspecção (Anexo 1) não é preenchida. Deve, no entanto, ser actualizada, uma
vez que as células para os registos das anomalias contêm ligações com as da ficha C/CT3 e
C/CT4. Na abertura da ficha de inspecção C/CT6, deve-se seleccionar “actualizar” (actualiza-
ção de dados) e “continuar”. Automaticamente, serão feitos os registos das anomalias e as
classificações das anomalias. “Não actualizar” permite o acesso aos dados que não necessitam
de alterações. Depois de actualizar a ficha de inspecção, deve-se fechar o ficheiro e guardar as
actualizações.
Na abertura da ficha de inspecção C/Fa1 (Anexo 1), deve-se seleccionar “actualizar” (preen-
chimento de novos dados) e “continuar” para não alterar as hiperligações que foram criadas.
“Não actualizar” permite o acesso aos dados que não necessitam de alterações. Depois do
preenchimento efectuado, deve-se guardar os registos efectuados.
Nesta ficha de inspecção, os registos são feitos através da análise do projecto de licenciamen-
to, pela informação oral dada pelo dono da obra / administrador ou ainda por visualização.
104
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
As células onde são registadas as ocorrências têm, por defeito, a pontuação 0 (não). Nas ins-
pecções, são registadas as pontuações 1 (sim) ou 2 (não se sabe), com excepção do registo
apropriado da “espessura do isolamento (cm)” da camada de isolamento térmico.
Neste campo, são feitos os registos das fachadas que tenham orientações nos quadrantes Nor-
te, Este, Sul e Oeste, assim como os respectivos registos fotográficos. Estão disponíveis os
seguintes registos:
• “condições severas - exposição plena à incidência da chuva batida pelo vento; con-
sideram-se em condições severas de exposição edifícios situados na orla marítima
ou em pontos elevados, ou edifícios que se elevam bastante acima dos vizinhos,
em aglomerados urbanos”; o seu registo é feito na célula F46;
105
5. Fichas de inspecção do tipo C
O registo da camada de isolamento térmico, em paredes exteriores, pode ser feito através da
avaliação do projecto, da informação oral fornecida pelo dono da obra / administrador ou por
visualização. Se o projecto não fizer referência ao isolamento térmico a aplicar, deve-se ques-
tionar o dono da obra / administrador sobre a sua existência. Se este afirmar que tem isola-
mento, mas desconhecer o tipo de material isolante aplicado, regista-se com a pontuação 1
(sim) a existência do isolamento na célula I49 de “camada de isolamento térmico” e com a
pontuação 2 (não se sabe) nas células correspondentes aos materiais de isolamento. Se souber
que não foi instalado isolamento térmico, regista-se com 0 (não). Se desconhecer a aplicação
de isolamento, regista-se, na célula da “camada de isolamento térmico”, a pontuação 2 (não se
sabe) e, automaticamente, os materiais de isolamento são preenchidos com essa pontuação.
Regra geral, não é possível fazer por visualização o registo da existência de isolamento térmi-
co. No entanto, existe um caso particular em que esse tipo de registo pode ser feito. Trata-se
do caso em que é visualizada a anomalia “manchas localizadas” numa fachada, cujo aspecto é
de manchas escuras nas zonas das alvenarias, em contraste com manchas claras nas zonas das
argamassas de assentamento - fenómenos de termoforese que são “traduzidos por absorções
diferenciais de humidade e pela deposição de poeiras em suspensão no ar nas zonas mais
frias” (Henriques, 2001), que indiciam a inexistência de isolamento térmico nas paredes exte-
riores. Neste caso, dá-se a pontuação 0 (não) na célula I49 da “camada de isolamento térmico”
e 1 (sim) na célula E53 da “Visualização”. Podem ser feitos os seguintes registos:
• isolamento pelo interior (Fig. 5.126) - permite fazer a correcção das pontes térmi-
cas pelo interior; tem, no entanto, o inconveniente de anular a inércia térmica das
paredes exteriores; o seu registo é feito na célula G55;
106
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
• isolamento pelo exterior (Fig. 5.128) - trata-se do modelo mais eficaz de isolamen-
to, uma vez que resolve o problema das pontes térmicas e permite que a inércia
térmica das paredes seja elevada; trata-se de um modelo que é mais aplicado em
edifícios que foram construídos sem isolamento térmico e aos quais se pretende
melhorar o seu comportamento térmico; neste isolamento, são aplicados revesti-
mentos ETICS (revestimentos delgados aplicados sobre armadura em fibra de
vidro); o seu registo é feito na célula G56.
107
5. Fichas de inspecção do tipo C
• largura total de caixa-de-ar (cm); se não houver informação (projecto / oral) não se
preenche a célula; o seu registo é feito na célula I62;
108
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
• pelo interior - registo da correcção das pontes térmicas pelo interior na célula M65;
• pelo exterior - registo da correcção das pontes térmicas pelo exterior na célula
M66;
• com tijolo cerâmico - registo da correcção das pontes térmicas com tijolo
cerâmica na célula U65;
• afagada e pintada - a avaliação será do mesmo tipo do ponto anterior; o seu registo
é feito na célula K69;
109
5. Fichas de inspecção do tipo C
• drenagem com mais de um tubo inferior; o seu registo é feito na célula U69.
Relativamente aos cunhais - ângulos salientes, formados por duas paredes convergentes (Fig.
5.129), é habitual que haja apenas um tipo de revestimento. Nos casos em que haja mais do
que um tipo de revestimento, regista-se com a pontuação 1 (sim) os revestimentos visualiza-
dos. Para os edifícios localizados nas bandas extrema e central (sem cunhais), não são feitos
110
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
registos, tanto na célula de “cunhais”, como nas células respeitantes aos seus revestimentos.
Podem ser feitos, então, os seguintes registos:
Nesta ficha de inspecção, apresenta-se uma listagem de anomalias mais frequentemente detec-
tadas em fachadas e muretes e as suas causas possíveis (prováveis teóricas).
As anomalias são registadas nas células que estão associadas às exposições das fachadas e
muretes (N, E, S e W) e têm, por defeito, a pontuação 0 (não). Nas células da coluna “An.”,
essas anomalias estão registadas, por defeito, com a pontuação 1 (sim) e estão relacionadas
com as causas prováveis teóricas. A inexistência de uma anomalia na célula da coluna “An.”
com a pontuação 0 (não) anula, automaticamente, as causas prováveis. Confirmando-se a
111
5. Fichas de inspecção do tipo C
existência de uma anomalia, devem registar-se, dentro das causas prováveis (teóricas), as cau-
sas reais que forem encontradas na globalidade das fachadas, resultantes da avaliação do pro-
jecto e da inspecção visual. Se houver dúvidas quanto à existência de uma causa, ela deve ser
mantida.
Todas as anomalias, que são registadas em cada fachada, devem ser sustentadas por registos
fotográficos que são guardados em arquivos com os nomes das exposições das fachadas.
As anomalias que não forem visíveis são registadas com a pontuação 2 (não se sabe).
113
5. Fichas de inspecção do tipo C
114
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Esta anomalia (Fig. 5.134) “é muito frequente e deve-se, entre outros motivos, ao
efeito da humidade no seu percurso no interior da parede, quando, após a dissolu-
ção de sais, se dá a sua cristalização, com a evaporação da água que atinge a super-
fície da parede” (Appleton, 2003). Por outro lado, a desagregação de revestimentos
tradicionais de ligantes hidráulicos ou aéreos pode ser “devida à insuficiente resis-
tência mecânica perante a acção dos agentes atmosféricos - com destaque para a
acção mecânica do vento” (DGOT-LNEC, 2005).
A alveolização / crateras (Fig. 5.135) é uma anomalia que está normalmente asso-
ciada a fenómenos de criptoflorescências. Segundo INH - LNEC, 2006, esta ano-
malia surge por “deterioração de rebocos associada à cristalização de sais solú-
veis”. Em relação ao surgimento de crateras na superfície dos ladrilhos “apresen-
tando no fundo um ponto branco, deve-se geralmente à expansão (explosiva), por
acção de óxido de cálcio (CaO), quando em contacto com água, nas formas líquida
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5. Fichas de inspecção do tipo C
• Anomalia 7 (Empolamento)
116
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
117
5. Fichas de inspecção do tipo C
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Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
provenientes quer dos constituintes do betão (em especial dos agregados finos mal
lavados ou da água de amassadura) quer do meio ambiente e que penetram no
betão, pode destruir a camada de passivação das armaduras e promover o início da
corrosão do aço. A penetração tanto do dióxido de carbono como dos cloretos no
betão ocorre por processos de difusão, de convecção (sob o efeito de gradiente de
temperatura) ou de capilaridade. A espessura de recobrimento e a porosidade do
betão são parâmetros fundamentais no efeito de barreira de protecção contra a cor-
rosão que o betão confere às armaduras” (INH - LNEC, 2006).
Fig. 5.139 - Destacamento do reboco por falta de aderência inicial (INH - LNEC, 2006)
119
5. Fichas de inspecção do tipo C
Fig. 5.140 - Destacamento do reboco delgado sobre isolante (INH - LNEC, 2006)
Segundo LNEC (2000), “o revestimento cerâmico deve ser fraccionado por inter-
médio de juntas de dilatação, com vista a reduzir os riscos de descolamento dos
ladrilhos em consequência de movimentos diferenciais - suporte. As juntas devem
ter largura maior do que 6 mm e atravessar em profundidade o revestimento cerâ-
mico, o produto de colagem e até, quando se prevejam movimentos significativos,
o próprio reboco de regularização. São preenchidas com mastique sobre empan-
que. A relação largura / profundidade das juntas deve ser adaptada aos produtos de
enchimento e vedação utilizados, pelo que devem ser respeitadas as indicações dos
Documentos de Homologação destes produtos. Devem ser previstas juntas de dila-
tação pelo menos nas seguintes situações: em correspondência com juntas de dila-
tação da construção; no contorno do revestimento cerâmico quando confine com
saliências rígidas das paredes ou com revestimentos de paredes de outro tipo; na
transmissão entre materiais de suportes diferentes; em zona corrente dos paramen-
tos dos edifícios em altura - horizontalmente, ao nível de cada andar, e vertical-
mente espaçadas de 3 m a 4,5 m”.
120
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
121
5. Fichas de inspecção do tipo C
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Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
por si só, ou de forma conjugada, podem contribuir para o descolamento dos reves-
timentos cerâmicos de parede: reduzida elasticidade do produto de colagem;
suportes muito jovens; áreas de trabalho demasiado extensas; contacto incompleto
dos ladrilhos com a cola, em particular nos limites periféricos das zonas de traba-
lho; transição entre suportes distintos; suportes irregulares, pouco limpos, pulveru-
lentos ou com porosidade não recomendável; falta de pressão adequada dos ladri-
lhos no acto de assentamento; falta de planeamento do trabalho e deficiente quali-
ficação da mão-de-obra.”.
As causas da queda dos revestimentos de placas de pedra (Fig. 5.142) são a “incor-
recta prescrição dos sistemas de fixação, optando-se muitas vezes por colagem
directa ao suporte, em vez da utilização de fixação mecânica, ou por um sistema de
fixação com resistência insuficiente; inadequada protecção dos elementos de fixa-
ção aos agentes agressivos; inadequada estereotomia, utilizando-se elementos com
áreas muito grandes ou com má pormenorização construtiva face ao suporte a
revestir; juntas entre placas com dimensão diminuta, o que leva muitas vezes à
descarga do peso das placas umas sobre as outras” (INH - LNEC, 2006).
O descasque das pinturas (Fig. 5.143) dá-se por “separação espontânea de superfí-
cies limitadas de película da sua base de aplicação por falta de aderência. As cau-
123
5. Fichas de inspecção do tipo C
sas poderão ser por presença de humidade em excesso na base de aplicação; infil-
tração e acesso de humidade para a base de aplicação; presença de partículas pou-
co aderentes e sujidades nas bases de aplicação; aplicação do produto sob condi-
ções ambientais inadequadas; revestimento por pintura inadequado às condições de
exposição, nomeadamente a atmosferas corrosivas donde resulta o ataque químico
ao revestimento; inadequada ou incorrecta preparação da superfície para repintura;
ausência da aplicação de primários na base de aplicação ou utilização de primários
inadequados; tipo ou teor de solventes incorrectos ou inadequados; aplicação de
produtos de pintura sobre bases de aplicação lisas; incompatibilidade física - quí-
mica - mecânica do produto de pintura com a base de aplicação; desrespeito do
intervalo de tempo de secagem entre demãos; envelhecimento natural do revesti-
mento por pintura.” (LNEC - ITPRC 5, 2005).
124
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
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Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
127
5. Fichas de inspecção do tipo C
São registadas como manchas localizadas aquelas que se manifestam por anoma-
lias de aspecto dos revestimentos nomeadamente alterações de textura e de cor por
acção da humidade (Fig. 5.149). “A humidade de precipitação afecta as paredes
exteriores e, mais particularmente, as que ficam expostas a quadrantes onde a chu-
va batida pelo vento incide com mais frequência e intensidade. A consequente
infiltração da água da chuva nas paredes depende de vários factores, sendo os mais
significativos relacionados essencialmente com as características das paredes e
com a acção dos agentes externos. Quanto à fendilhação, estudos experimentais
revelam que a probabilidade de infiltração de água da chuva é claramente superior
no caso de existência de fendas horizontais do que no caso de fendas verticais;
neste último caso, a infiltração é significativa para aberturas superiores a 1 mm.
Em Portugal, as fachadas expostas entre Sul e Poente, com predominância para a
orientação Sudoeste na maior parte do território, são as mais expostas a chuva
incidente acompanhada de vento forte, o que se conjuga negativamente com o fac-
to de a fendilhação resultante dos efeitos da temperatura ser mais expressiva nes-
sas fachadas, em especial junto à zona da cobertura. Embora a penetração da água
se possa verificar em superfície corrente no caso de paredes constituídas com
materiais porosos e com o paramento exterior deficientemente protegido contra
essa penetração, é em zonas singulares e localizadas que a água penetra com maior
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Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
frequência e de um modo mais crítico. Destacam-se, entre essas zonas, nas paredes
de fachada, as seguintes: ligações de panos de parede simples de preenchimento da
malha da estrutura e com peitoris e guarnecimentos de vãos de janela; juntas de
argamassa de assentamento dos tijolos ou blocos de alvenaria, em particular quan-
do a parede não é revestida; áreas degradadas ou destacadas de revestimentos exte-
riores; fendas nas paredes, com consequências de acrescida gravidade se os respec-
tivos revestimentos forem impermeáveis; zonas de remate com coberturas em
telhado ou em terraço; caixas-de-ar de paredes duplas obstruídas com argamassa e
outros materiais estranhos, ou sem uma drenagem eficiente; peitoris e cornijas
fendilhados ou sem pendente adequada na sua face superior; platibandas desprovi-
das de revestimentos de tardoz e de capeamento estanque” (INH - LNEC, 2006) e
por acção de fenómenos de termoforese (Fig. 5.150) “traduzidos por absorções
diferenciais de humidade e pela deposição de poeiras em suspensão no ar nas
zonas mais frias” (Henriques, 2001).
Fig. 5.149 - Manchas por acção da humidade nas zonas de platibandas, peitoris e junta
de dilatação da estrutura
129
5. Fichas de inspecção do tipo C
• Anomalia 13 (Escorrimentos)
130
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Fig. 5.154 - Escorrimentos devidos à entrada e posterior saída de água (APICER, 2003)
131
5. Fichas de inspecção do tipo C
• Anomalia 15 (Graffiti)
132
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Por outro lado, as fissuras que atravessam toda a espessura do ladrilho (Fig. 5.159)
têm origem em vários fenómenos, tais como: fendilhação do suporte; movimentos
diferenciais suporte / revestimento que provocam tracção nos ladrilhos; contracção
ou expansão do produto de assentamento; acção de choque, em ladrilhos mal
assentes; rotura por flexão, em ladrilhos mal assentes” (INH - LNEC, 2006).
“Uma selecção inadequada dos ladrilhos, que não tenha tido em consideração a
severidade do uso inerente ao espaço revestido, ou a abertura de poros na superfí-
cie dos ladrilhos, em consequência do uso continuado ou de ataque químico, estão
também na origem do desgaste prematuro e o desaparecimento do vidrado nos
ladrilhos”, assim como o envelhecimento e a agressão do meio ambiente poderão
dar origem à descamação do vidrado” (INH - LNEC, 2006) - Fig. 5.160.
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5. Fichas de inspecção do tipo C
(LNEC, 2006)
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Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
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5. Fichas de inspecção do tipo C
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Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
• Anomalia 21 (Fracturação)
137
5. Fichas de inspecção do tipo C
vocadas por acções mecânicas de origem diversa como: cargas excessivas; oxida-
ção de chumbadores de ferro; temperaturas excessivas por ocasião de incêndios;
choques acidentais violentos; movimentos de natureza estrutural de paredes e fun-
dações; vandalismo” - INH - LNEC, 2006) ou ainda nos rebocos (Fig. 5.167).
Fig. 5.165 - Fractura dos elementos cerâmicos nos cunhais por choque ou vandalismo
Segundo INH - LNEC (2006), “este tipo de fendilhação, que afecta em geral ape-
nas o revestimento, caracteriza-se por um padrão de fendas sem orientação prefe-
rencial e de pequena largura presente em praticamente toda a superfície. Esta ano-
malia é geralmente devida à utilização de argamassas demasiado ricas em cimento
ou com areias argilosas, ou a constituição inapropriada do revestimento, nomea-
139
5. Fichas de inspecção do tipo C
140
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Segundo INH - LNEC (2006), pode ocorrer fendilhação nas paredes devido a cau-
sas intrínsecas (“retracção que se pode verificar durante uma fase inicial após a
construção e reacções químicas acompanhadas da expansão de certos materiais”) e
causas extrínsecas (“movimentos diferenciais das construções provocados por
variações dimensionais de origem térmica - incidindo quer directamente nas pare-
des, quer nas estruturas e coberturas dos edifícios e afectando aquelas indirecta-
mente; movimentos diferenciais das construções de origem hígrica e geológica,
por deformações dos suportes ou pelo assentamento de fundações, associado à
deformabilidade do solo ou ao abaixamento dos níveis freáticos; acções dinâmicas
a que o conjunto do edifício e os seus vários elementos constituintes podem estar
sujeitos; actuação de cargas concentradas ou de valor muito desequilibrado sobre
as paredes”). Algumas causas mais típicas de fendilhação em paredes de simples
enchimento da malha estrutural são: “retracção dos panos de parede (Fig. 5.172);
variações térmicas dos elementos de confinamento das paredes (Fig. 5.173) e
assentamentos diferenciais nas fundações (Fig. 5.174); deformação excessiva, por
flexão, dos elementos de apoio” (Fig. 5.175).
141
5. Fichas de inspecção do tipo C
142
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
143
5. Fichas de inspecção do tipo C
Fig. 5.177 - Fissuração devida à deformação de viga de grande vão (APICER, 2003)
144
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Fig. 5.181- Fissuração vertical devida a provável deformação dos elementos confinantes
Fig. 5.182 - Fissuração vertical nos cantos dos vãos devida a tensões localizadas
145
5. Fichas de inspecção do tipo C
146
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Fig. 5.187 - Fissuração horizontal nos cantos dos vãos devida a tensões localizadas e a
deformações estruturais
Fig. 5.189 - Fissuração inclinada nos cantos dos vãos devida a tensões localizadas
147
5. Fichas de inspecção do tipo C
O processo de corrosão das armaduras no betão (Fig. 5.191) foi descrito na anoma-
lia de delaminação do betão, em “que a espessura de recobrimento e a porosidade
148
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Devem ser tomadas disposições construtivas nas juntas de dilatação a fim de evi-
tar, no decurso da execução, qualquer contacto acidental rígido entre as faces, pela
parte interior da junta (D.T.U. 20.1). Deve ser aplicado um material elástico (mas-
tique) que não impeça os movimentos relativos na junta de dilatação e impeça a
entrada de água, “devendo dispor de um empanque (fundo de junta), que sirva de
suporte ao remate em questão” (LNEC - ITE 33). A avaliação desta anomalia refe-
re-se à deterioração / inexistência dos mastiques (Fig. 5.192) nas juntas de dilata-
ção estruturais dos edifícios ou, no caso de haver, nas juntas de esquartelamento
dos painéis de ladrilhos cerâmicos. Se o edifício não tiver junta de dilatação estru-
tural, não é considerada esta anomalia - pontuação 0 (não). Se a junta de dilatação
for coberta com argamassa, será considerada a inexistência dos mastiques com a
pontuação 1 (sim).
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5. Fichas de inspecção do tipo C
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Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Fig. 5.194 - Esquema de ventilação da caixa-de-ar com protecção das entradas e saídas
de ar
151
5. Fichas de inspecção do tipo C
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Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
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5. Fichas de inspecção do tipo C
Esta ficha de inspecção (Anexo 1) não é preenchida. Deve, no entanto, ser actualizada, uma
vez que as células para os registos das anomalias contêm ligações com as da ficha C/Fa2. Na
abertura da ficha de inspecção C/Fa3, deve-se seleccionar “actualizar” (actualização de dados)
e “continuar”. Automaticamente, são feitos os registos das anomalias e as classificações das
anomalias. “Não actualizar” permite o acesso aos dados que não necessitam de alterações.
155
5. Fichas de inspecção do tipo C
Na abertura da ficha de inspecção C/Va1 (Anexo 1), deve-se seleccionar “actualizar” (preen-
chimento de novos dados) e em “continuar” para não alterar as hiperligações que foram cria-
das. “Não actualizar” permite o acesso aos dados que não necessitam de alterações. Depois do
preenchimento efectuado, deve-se guardar os registos efectuados.
Esta ficha de inspecção engloba dois campos de registos: singularidades e anomalias causas /
anomalias. Os registos são feitos através da análise do projecto de licenciamento, pela infor-
mação oral dada pelo dono da obra / administrador ou ainda pela visualização.
As células onde são registadas as ocorrências têm, por defeito, a pontuação 0 (não). Nas ins-
pecções, são registadas as pontuações 1 (sim) ou 2 (não se sabe).
5.13.1 Singularidades
Neste campo, são feitos os registos das singularidades de vãos de fachada. Estão disponíveis
os seguintes registos:
• protecção térmica realizada com estores; o seu registo é feito na célula H11;
• protecção térmica realizada com portadas exteriores; o seu registo é feito na célula
J13;
• 2
ombreiras (1) / (2) vergas em argamassa pintada; o seu registo é feito na
1
célula J15;
• peitoris com inclinação; devem ser realizados com uma pendente para o exterior (Fig.
5.200), completado, no lado interior, por um ressalto fazendo parte integrante do apoio
e não colocado posteriormente para satisfazer a descrição da Fig. 5.200; o seu registo
é feito na célula K21; as dimensões mínimas da largura e altura do ressalto, bem como
da pendente do peitoril são as que estão indicadas no Quadro 5.3 (DTU 20.1);
l = largura
h = altura do ressalto
α = ângulo da pendente do apoio
As dimensões reais para l, h e tg α devem ser
superiores aos valores dados na tabela abai-
xo indicado
Quadro 5.3 - Dimensões mínimas da largura e altura do ressalto e pendente do peitoril (DTU
20.1).
157
5. Fichas de inspecção do tipo C
tectora, decorativa e/ou com propriedades específicas - LNEC, 2005, ITPRC 5); o seu
registo é feito na célula J23;
• acabamento das caixilharias com envernizamento (verniz - produto líquido que, quan-
do aplicado num substrato, forma uma película sólida, transparente, dotada de pro-
priedades protectoras, decorativas ou propriedades específicas - LNEC, 2005, ITPRC
5); o seu registo é feito na célula J24;
• acabamento das caixilharias com lacagem (base de pintura com uso de tintas em pó de
poliéster termo-endurecíveis); o seu registo é feito na célula J27.
Nesta ficha de inspecção, apresenta-se uma listagem de anomalias mais frequentemente detec-
tadas em vãos de fachada e as suas causas possíveis (prováveis teóricas).
As anomalias são registadas nas células que estão associadas às exposições dos vãos de
fachada (N, E, S e W) e têm, por defeito, a pontuação 0 (não). Nas células da coluna “An.”,
essas anomalias estão registadas, por defeito, com a pontuação 1 (sim) e estão relacionadas
com as causas prováveis teóricas. A inexistência de uma anomalia na célula da coluna “An.”
com a pontuação 0 (não) anula, automaticamente, as causas prováveis. Confirmando-se a
existência de uma anomalia deve registar-se, dentro das causas prováveis (teóricas), as causas
reais que forem encontradas na globalidade dos vãos de fachada, resultantes da avaliação do
projecto e da inspecção visual. Se houver dúvidas quanto à existência de uma causa, ela deve
ser mantida.
Todas as anomalias que são registadas em cada vão de fachada devem ser sustentadas por
registos fotográficos que são guardados em arquivos com os nomes das exposições das facha-
das.
As anomalias que não forem visíveis são registadas com a pontuação 2 (não se sabe).
158
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
“Nos vãos envidraçados dos edifícios, podem ocorrer anomalias dos seguintes tipos princi-
pais: anomalias devidas a falhas de concepção, de construção e de instalação; anomalias devi-
das à acção da humidade; envelhecimento e degradação dos materiais não imputáveis à humi-
dade; desajustamento face a determinadas exigências (Fig. 5.201).
159
5. Fichas de inspecção do tipo C
Entre os vários componentes da construção, os vãos envidraçados são aqueles que estão mais
sujeitos à acção da humidade. Das várias formas de manifestação da humidade que pode afec-
tar os vãos envidraçados, a humidade de precipitação (Fig. 5.203) é a que assume uma maior
relevância, ainda que não seja de excluir a ocorrência de situações patológicas derivadas das
humidades de construção, de condensação e devidas à higroscopicidade dos materiais.
Fig. 5.204 - Degradação de edifício agravada por infiltração de água através de caixilha-
ria (INH - LNEC, 2006)
No caso dos caixilhos giratórios, é utilizada a técnica das barreiras separadas (Fig. 5.205).
160
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Estas são constituídas por uma barreira exterior, que impede a progressão da água no interior
do caixilho limitando-a a zonas onde se encontra à pressão exterior, e por um vedante que
assegura a baixa permeabilidade ao ar da junta móvel do caixilho, reduzindo assim a capaci-
dade de transporte de gotas de água. Para que não haja perda de estanqueidade, a barreira ini-
cial deve permitir que o vedante se mantenha seco. Para isso, a câmara existente entre as duas
barreiras deve ser mantida a uma pressão tão próxima do exterior quanto possível para que a
água da chuva, que se infiltre até aí, possa ser prontamente drenada para o exterior.
No caso da caixilharia de correr mais vulgar, não é possível impedir que a barreira que asse-
gura a baixa permeabilidade ao ar (normalmente vedantes de pelúcia) seja molhada. Nesses
casos, a água infiltrada é retida na tábua de peito à pressão do interior do edifício e é drenada
para o exterior impondo uma diferença de cota que lhe permite vencer gradientes de pressão
adversos. A delicadeza evidente destes processos, que se baseiam num jogo de drenos, de
perdas de carga e de equilíbrios de pressão, revela que não é fácil obter um componente
estanque, sendo correntemente necessário proceder à análise experimental de protótipo na
fase de conclusão do desenvolvimento da caixilharia. Por esta razão, o desenvolvimento de
caixilharia específica para um edifício é, em geral, ou excessivamente cara ou dela pode resul-
tar caixilharia funcionalmente inadequada. Assim, é normalmente recomendável optar pelas
séries de caixilharia desenvolvidas e devidamente ensaiadas existentes no mercado.
Neste sentido, a perda de estanqueidade à água podem ser devida a um conjunto de factores
que desequilibrem os processos físicos que determinam a estanqueidade, por exemplo: furos
de drenagem inexistentes ou mal posicionados; inexistência de barreira exterior que limite o
caudal de água infiltrado; inexistência de câmara para recolha e drenagem de água entre as
duas linhas de vedação; utilização de um vedante de baixa permeabilidade ao ar na linha exte-
rior de vedação; ausência de pingadeira na face externa; inexistência de lacrimais que evitem
a progressão das gotas de água aderentes às superfícies; utilização de aros incompletos; veda-
ção deficiente das juntas fixas.
161
5. Fichas de inspecção do tipo C
Outras deficiências de concepção e de execução dos vão envidraçados podem estar também
na origem de infiltrações da água da chuva, nomeadamente os casos das infiltrações que por
vezes se verificam através dos pontos seguintes: juntas dos caixilhos; juntas dos vidros; juntas
entre aros e guarnecimentos dos vãos; drenos das tábuas de peito, quando estes têm uma
inclinação demasiado reduzida, nula ou até invertida.
No caso da caixilharia de madeira, o seu humedecimento pela água da chuva pode dar origem
às seguintes anomalias: inchamentos e empenos responsáveis por deficiências no funciona-
mento e na vedação dos vãos envidraçados; deterioração do material se, como é infelizmente
vulgar, a madeira não for devidamente preservada contra o ataque de agentes biológicos; dete-
rioração do respectivo revestimento por pintura (Fig. 5.206).
Frequentemente, os empenos dos vãos envidraçados de madeira têm como origem, não o seu
humedecimento pela água da chuva, mas sim no emprego de madeira verde ou que não tenha
atingido um estado de secagem em equilíbrio com o ambiente circundante. Nesse caso, a pos-
terior secagem ou absorção de humidade da madeira integrada já nos caixilhos é acompanha-
da de variações dimensionais e de deformações que geram empenos. Por outro lado, a utiliza-
ção de madeira com um teor de água demasiado elevado propicia ainda a ocorrência de des-
camações da pintura e o desligamento das peças constituintes dos caixilhos quando a madeira
empena na secagem.
res dos caixilhos e das tábuas de peito, para que não as possa humedecer em permanência e
propiciar assim a sua deterioração.
É ainda de registar que a simples existência de ambientes muito húmidos pode também dar
origem ao humedecimento da caixilharia de madeira por higroscopicidade do material e a
consequentes inchamentos que prejudicam o funcionamento das suas partes móveis.
No caso da caixilharia metálica, o seu humedecimento pode dar origem à corrosão do mate-
rial, em especial quando se trate de: caixilharia de ferro cuja preparação não tenha sido ade-
quada e cujo revestimento por pintura se tenha revelado deficiente, por má qualidade intrínse-
ca ou por falta de manutenção (Fig. 5.207); caixilharia de alumínio anodizado cuja anodiza-
ção apresente uma espessura insuficiente face à agressividade do ambiente e/ou deficiente
colmatagem; caixilharia de alumínio termolacado em que a espessura do revestimento por
pintura é insuficiente ou em que existem zonas de corte desprotegidas, nomeadamente nas
esquadrias, especialmente em ambientes em que a humidade está associada à presença de clo-
retos. Neste tipo de caixilharias, podem ainda ocorrer anomalias decorrentes da incompatibili-
dade entre os metais da caixilharia e dos respectivos acessórios e elementos de fixação.
Fig. 5.207 - Corrosão em caixilharia de ferro por falta de manutenção (INH - LNEC,
2006)
Nas anomalias que dizem respeito aos casos em que os vãos envidraçados se revelam inade-
quados para satisfazer exigências de segurança não-estrutural, de conforto e de eficiência
energética, destacam-se: desajustamentos face a exigências de segurança não-estrutural, no
que diz respeito, por exemplo, à incapacidade dos vãos envidraçados oferecerem condições
satisfatórias de segurança perante acções de choque acidental resultantes de queda ou projec-
ção de pessoas ou objectos, ou perante tentativas de intrusão através deles para um espaço de
acesso limitado (por exemplo, caixilhos moveis constituídos por perfis com secções insufi-
cientes para resistir aos esforços que neles se podem gerar, ou vidros com espessura insufi-
ciente tendo em conta as suas dimensões faciais); desajustamentos face a exigências de con-
forto e de eficiência energética, por exemplo, no que diz respeito ao insuficiente isolamento
sonoro e térmico, este último prejudicando, quer as condições de conforto térmico quer a efi-
ciência energética dos edifícios (por exemplo, caixilhos móveis com deformabilidade exage-
rada ou com juntas mal vedadas, originando correntes de ar frio incómodas e perdas térmicas
elevadas durante a estação fria e a transmissão indesejável de ruídos). Neste âmbito, convém
alertar para o facto de a adopção de caixilharia com um desempenho melhorado poder contri-
buir para a diminuição da durabilidade da construção e das condições de habitabilidade. O
melhor exemplo de uma situação deste tipo relaciona-se com as condições de ventilação. De
facto, nas construções antigas, a admissão de ar era assegurada, na maior parte dos casos, pela
elevada permeabilidade ao ar das juntas móveis da caixilharia exterior. A redução significati-
va dessa permeabilidade de ar, mediante a substituição da caixilharia original por outra de
desempenho melhorado (Fig. 5.209), pode originar problemas graves no funcionamento dos
aparelhos de combustão e permitir o aumento significativo do teor de poluentes no interior
das edificações, com todas as consequências negativas para a saúde que daí advêm. Este
aspecto não deve ser condicionante da reabilitação da caixilharia, mas deve obrigar à adopção
de outras medidas compensatórias tecnicamente adequadas para a realização da ventilação.
Outros elementos secundários, tais como portas exteriores e interiores, os elementos de cer-
ramento dos vãos exteriores (persianas, portadas, entre outros), as guardas e os lanternins, são
164
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Fig. 5.209 - Edifício onde se substituiu caixilharia de madeira por caixilharia de PVC
(INH - LNEC, 2006)
Fig. 5.210 - Edifício onde se substituiu caixilharia de madeira por caixilharia de PVC
(INH - LNEC, 2006)
Um exemplo destas situações menos favoráveis são as portas exteriores dispostas no plano
das fachadas (Fig. 5.211) e sem pala de protecção, desprovidas de borrachas na base e assen-
tes com deficiente concepção” (INH - LNEC, 2006).
165
5. Fichas de inspecção do tipo C
168
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
169
5. Fichas de inspecção do tipo C
170
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Fig. 5.219 - Deterioração de vedantes nas ligações dos caixilhos ao vão e ao envidraçado
173
5. Fichas de inspecção do tipo C
Esta ficha de inspecção (Anexo 1) não é preenchida. Deve, no entanto, ser actualizada, uma
vez que as células para os registos das anomalias contêm ligações com as da ficha C/Va1. Na
174
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Esta ficha de inspecção engloba dois campos de registos: singularidades e anomalias causas /
anomalias. O campo das singularidades é subdividido nos subcampos varandas e palas. Os
registos são feitos através da análise do projecto de licenciamento, pela informação oral dada
pelo dono da obra / administrador ou ainda pela visualização.
As células onde são registadas as ocorrências têm, por defeito, a pontuação 0 (não). Nas ins-
pecções, são registadas as pontuações 1 (sim) ou 2 (não se sabe).
Neste campo, são feitos os registos das singularidades de vãos de fachada. Estão disponíveis
os seguintes registos:
• varandas; são, regra geral, construídas em betão armado, em pedra ou com uma estru-
tura metálica; as varandas podem ser realizadas com apoio em consola (Fig. 5.222) ou
em vigas de bordadura (Fig. 5.223); podem ter guarda-corpos com muretes de alvena-
ria ou betão armado ou com gradeamentos metálicos (anodizados, lacados ou pinta-
dos); o seu registo é feito na célula H11; o seu registo é feito na célula E11;
175
5. Fichas de inspecção do tipo C
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Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Fig. 5.225 - Pala em varanda com apoio em Fig. 5.226 - Pala em varanda com apoio em
consola vigas de bordadura
177
5. Fichas de inspecção do tipo C
Nesta ficha de inspecção, apresenta-se uma listagem de anomalias mais frequentemente detec-
tadas em varandas e palas e as suas causas possíveis (prováveis teóricas).
As anomalias são registadas nas células que estão associadas às exposições de varandas e
palas (N, E, S e W) e têm, por defeito, a pontuação 0 (não). Nas células da coluna “An.”,
essas anomalias estão registadas, por defeito, com a pontuação 1 (sim) e estão relacionadas
com as causas prováveis teóricas. A inexistência de uma anomalia na célula da coluna “An.”
com a pontuação 0 (não) anula, automaticamente, as causas prováveis. Confirmando-se a
existência de uma anomalia deve registar-se, dentro das causas prováveis (teóricas), as causas
reais que forem encontradas na globalidade dos vãos de fachada, resultantes da avaliação do
projecto e da inspecção visual. Se houver dúvidas quanto à existência de uma causa, ela deve
ser mantida.
Todas as anomalias que são registadas em cada varanda / pala devem ser sustentadas por
registos fotográficos que são guardados em arquivos com os nomes das exposições das facha-
das. As anomalias que não forem visíveis são registadas com a pontuação 2 (não se sabe).
A avaliação das anomalias nas varandas e palas que tenham muretes deve ser feita como se
não existissem muretes, uma vez que a avaliação destes muretes é feita na ficha de inspecção
de fachadas e muretes. Assim, avalia-se, pelo exterior, as faces visíveis da laje (inferior e
frontal, correspondente à espessura da laje) e os gradeamentos.
“As guardas de varandas (Fig. 5.228), balcões, terraços, galerias e escadas, em particular
quando estas últimas são exteriores, podem também ser afectadas pela humidade.
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Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Fig. 5.228 - Corrosão em guarda metálica de janela de sacada (INH - LNEC, 2006)
Quando são de madeira, a humidade pode provocar a sua degradação desde que o material
não se encontre devidamente preservado com tratamento adequado face às condições de utili-
zação e protegido com um revestimento por pintura ou velatura eficazes. No caso de estes
elementos serem metálicos, se não estiverem convenientemente protegidos contra a corrosão,
a humidade pode dar origem à sua degradação. As suas consequências são mais gravosas,
uma vez que a sua ocorrência nas guardas põe em causa a segurança dos utentes (Fig. 5.229)”
- INH - LNEC, 2006.
Fig. 5.229 - Corrosão em guarda metálica de janela de sacada (INH - LNEC, 2006)
179
5. Fichas de inspecção do tipo C
Na vegetação parasitária de grande porte -plantas, erva (Fig. 5.231), as causas pro-
váveis são do mesmo tipo das que foram consideradas na anomalia 1.
181
5. Fichas de inspecção do tipo C
• Anomalia 6 (Empolamento)
182
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
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Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
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5. Fichas de inspecção do tipo C
• Anomalia 12 (Escorrimentos)
Fig. 5.242 - Escorrimentos na varanda devido à inexistência de uma soleira com pinga-
deira
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Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
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5. Fichas de inspecção do tipo C
Fig. 5.245 - Fissuração transversal na secção da viga devido a erro de concepção ou exe-
cução
A deformação excessiva vertical deve ser registada quando tal se constatar através
da visualização a uma certa distância do elemento estrutural. As causas poderão
estar associadas a erros de concepção, a erros de execução ou ainda ao incumpri-
mento do projecto de estruturas.
189
5. Fichas de inspecção do tipo C
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Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
Esta ficha de inspecção (Anexo 1) não é preenchida. Deve, no entanto, ser actualizada, uma
vez que as células para os registos das anomalias contêm ligações com as da ficha C/VaPa1.
Na abertura da ficha de inspecção C/VaPa2, deve-se seleccionar “actualizar” (actualização de
dados) e “continuar”. Automaticamente, são feitos os registos das anomalias e as classifica-
ções das anomalias. “Não actualizar” permite o acesso aos dados que não necessitam de alte-
rações. Depois de actualizar a ficha de inspecção, deve-se fechar o ficheiro e guardar as actua-
lizações.
191
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
6. Conclusões
Como conclusão final, julga-se que este Manual favorecerá o trabalho de levantamento das
anomalias / causas com utilidade para os municípios e para o País, na definição de prioridades
de intervenção, por regiões, neste tipo de edifícios.
191
Bibliografia
Bibliografia
PEREIRA, Alexandre - SPSS, Guia prático de utilização - Análise de dados para ciências
sociais e psicologia. Lisboa - edições Sílabo -, 2006.
192
Manual de inspecção de patologia exterior de construções edificadas em Portugal no período de 1970 a 1995
193
Bibliografia
Autores
Vistos
A assinatura do Presidente do ICIST enquadra-se na obrigação dos Estatutos do ICIST - Cap. III, Art.º 9, n.º 3 apenas significando que foi
tomado conhecimento da apresentação do presente relatório uma vez que a qualidade científica e ético-profissional é de única
responsabilidade dos autores.
194
Anexo 1
3. Tipologia do edifício
3.1 Multifamiliar 0 3.2 Unifamiliar 0
Garagem Comércio Serviços Habitação Arrumos Pé-direito (ml)
Nº Caves 0 0 0 0 0 0.00
R/C 0 0 0 0 0 0.00
NºPisos elev. 0 0 0 0 0 0.00
Sótão 0 0 0 0 0.00
5. Tipologia da cobertura
5.1Inclinada 0 5.2 Plana / terraço 0 5. 3 Mista (inclinada / terraço) 0
3. Vãos de fachada 0
Projecto 0 Informação oral 0 Visualização 0
4. Varandas e palas 0
Projecto 0 Informação oral 0 Visualização 0
1. AVALIAÇÃO DA COBERTURA
1.1 - Acessibilidade / tipologia da cobertura
1.1.1 Cobertura não acessível (acessível só para manutenção) 0
1.1.2 Cobertura acessível a pessoas 0
1.1.3 Cobertura acessível a veículos ligeiros 0 FOTO
1.1.4 Cobertura acessível a veículos pesados 0
1.1.5 Terraço-jardim 0
1.1.6 Cobertura especial (densidade elevada de equip. electromecânico / tubagens) 0
1.13.4 Com soleiras de portas: 0 1.13.5 Com tubos de queda: 0 1.13.6 Com caleiras: 0
1.13.4.1 Projecto 0 1.13.5.1 Projecto 0 1.13.6.1 Projecto 0
1.13.4.2 Visualização 0 1.13.5.2 Visualização 0 1.13.6.2 Visualização 0
1.13.4.3 Informação oral 0 1.13.5.3 Informação oral 0 1.13.6.3 Informação oral 0
1.13.7 Com base de apoio de equipamento diverso: 0 1.13.8 Com tubagens emergentes: 0
1.13.7.1 Projecto 0 1.13.8.1 Projecto 0
1.13.7.2 Visualização 0 1.13.8.2 Visualização 0
1.13.7.3 Informação oral 0 1.13.8.3 Informação oral 0
LEVANTAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE PATOLOGIA EXTERIOR FICHA
DE CONSTRUÇÕES EDIFICADAS EM PORTUGAL ENTRE 1970 E 1995 C/CT3
Na impermeabilização:
Não é visível
É visível 1
4 - Fissuração generalizada 1 1 2,3,4,5,8,12,17 1 2 3 4 5 8 12 17
5 - Fissuras localizadas 1 1 2,3,4,5,6,12,14 1 2 3 4 5 6 12 14
6 - Fissuras longitudinais ou transversais de desenvolvimento significativo 1 1 2,3,4,12 1 2 3 4 12
7 - Perfurações 1 6,7,14 6 7 14
8 - Rasgamentos 1 6,7,10,14 6 7 10 14
9 - Enrugamentos ou dobras 1 1 2,3,4,5,10,12 1 2 3 4 5 10 12
10 - Empolamento ou bolsas de ar 1 1 2,3,4,5,8,12 1 2 3 4 5 8 12
11 - "Alagartado" à superfície de membranas betuminosas 1 1 2,3,4,5,8,12,17 1 2 3 4 5 8 12 17
12 - Descolamento de juntas de sobreposição das membranas 1 1 2,3,4,12 1 2 3 4 12
13 - Juntas de sobreposição das membranas sem largura uniforme 1 1 3 1 3
14 - Deformação acentuada sob os apoios de lajetas de sombreamento 11 1 2,6,14
11 22 6 14
Na protecção da impermeabilização:
Leve 1
15 - Granulado mineral removido em áreas significativas 1 2,9,10 2 9 10
16 - Autoprotecção da membrana em folha de alumínio fissurada / rasgada 1 6.7 6 7
17 - Outras anomalias 0
Pesada 1
18 - Material rolado ou britado deslocado para zonas mais abrigadas do vento 1 2,3,9,10 2 3 9 10
19 - Dimensão do agregado muito variável 1 2, 3 2 3
20 - Espessura insuficiente da camada de material rolado ou britado 1 1.3 1 3
21 - Lajetas de sombreamento partidas 1 1.2 3,6,7 1 2 3 6 7
22 - Lajetas de sombreamento desniveladas / instáveis 1 3, 6 3 6
23 - Inexistência de juntas de esquartelamento 1 1.3 1 3
24 - Descolamentos de ladrilhos colados 1 1,2,8,17 3.5 1 2 8 17 3 5
25 - Fissuração / fractura de ladrilhos 1 1,4,8,17 3,5,6,7 1 4 8 17 3 5 6 7
26 - Fissuração nas juntas entre ladrilhos 1 1,2,12 3,5,17 1 2 12 3 5 17
27 - Eflorescências 1 2, 15 3,5,8 2 15 3 5 8
28 - Fissuração da betonilha ou da camada de betão da protecção pesada 1 2 1,3,5,11,12 2 1 3 5 11 12
Diversas:
1 - Acumulação de detritos, objectos, plantas e vegetação parasitária 1 30 20 50
2 - Acumulação de musgos / verdete 1 10 10 20
3 - Acumulação de água ou manchas que o indiciem 1 20 20 40
Na impermeabilização:
4 - Fissuração generalizada 1 50 20 70
5 - Fissuras localizadas 1 50 20 70
6 - Fissuras longitudinais ou transversais de desenvolvimento significativo 1 50 20 70
7 - Perfurações 1 50 20 70
8 - Rasgamentos 1 50 20 70
9 - Enrugamentos ou dobras 1 30 20 50
10 - Empolamento ou bolsas de ar 1 30 20 50
11 - "Alagartado" à superfície de membranas betuminosas 1 50 20 70
12 - Descolamento de juntas de sobreposição das membranas 1 50 20 70
13 - Juntas de sobreposição das membranas sem largura uniforme 1 20 10 30
14 - Deformação acentuada sob os apoios de lajetas de sombreamento 1 30 20 50
Na protecção da impermeabilização:
Leve
15 - Granulado mineral removido em áreas significativas 1 30 20 50
16 - Autoprotecção da membrana em folha de alumínio fissurada / rasgada 1 30 20 50
17 - Outras anomalias 0
Pesada
18 - Material rolado ou britado deslocado para zonas mais abrigadas do vento 1 30 20 50
19 - Dimensão do agregado muito variável 1 20 20 40
20 - Espessura insuficiente da camada de material rolado ou britado 1 20 20 40
21 - Lajetas de sombreamento partidas 1 30 20 50
22 - Lajetas de sombreamento desniveladas / instáveis 1 30 50 80
23 - Inexistência de juntas de esquartelamento 1 20 20 40
LEVANTAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE PATOLOGIA EXTERIOR FICHA
DE CONSTRUÇÕES EDIFICADAS EM PORTUGAL ENTRE 1970 E 1995 C/CT6
FOTO FOTO
FOTO FOTO
Acabamento das caixilharias 1.1.11 pintura 0 Gradeamentos de protecção 1.1.16 ferro / aço 0
1.1.12 envernizamento 0 1.1.17 alumínio 0
1.1.13 velatura 0
1.1.14 anodização 0
1.1.15 lacagem 0
2-1
Anexo 2 – Distribuição dos Concelhos de Portugal Continental segundo as zonas climáticas
2-2