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Direito Fiscal das Empresas

Aula de 11 de Novembro de 2014

Resumo da 1ª parte da aula

A Constituição da República Portuguesa (doravante designada CRP), considerada lei


fundamental no ordenamento jurídico português, foi elaborada em 1976 pelo legislador de
acordo com as concepções da época. O sistema tributário em vigor era constituído por
impostos parciais, aplicando-se as espécies concretas de rendimentos. Actualmente a CRP
encontra-se desactualizada em alguns temas tributários, como o Professor Vasco Guimarães
afirmou “A CRP de 1976 tem um conjunto de buracos que se tem vindo a actualizar”. Um
exemplo é a tributação do consumo relativamente aos bens de luxo. A concepção que
penaliza os bens de luxo está, actualmente em crise na Europa. A Europa apresentando-se
como principal produtora de bens como moda, perfumes, relógios entre outros bens
considerados de luxo, pretende democratizar este tipo de bens, de forma a poder
comercializá-los sem haver uma penalização pelo seu consumo.

No seguimento do imposto sobre o consumo de bens e serviços temos o IVA (imposto sobre
o valor acrescentado). O IVA tem como sujeito passivo o consumidor final (art.2.º do CIVA).
É importante referir como indicou o Professor que, não está por detrás do IVA um princípio
de justiça social ou de combate às desigualdades, mas sim o Principio da Neutralidade, isto
é, não é um factor de decisão económica de quem produz. Outro princípio associado ao IVA
é o Princípio da não descriminação do agente económico 1ou do Produto (o IVA é
aplicado ao produto independentemente da sua origem). Nesse sentido, a utilidade marginal
do bem é diferente de agente económico para agente económico 2, isto é, as necessidades são
ilimitadas e não têm classes sociais. Estas (necessidades) vão aumentando ou diminuindo de
acordo com o nosso grau de satisfação (o ser humano é um homem insaciável por natureza
logo, ao longo da sua vida, irão sempre encontrar várias necessidades por preencher e
alcançar).

Assim, e por considerar o IVA um imposto neutral, não discriminando o sujeito passivo nem
o produto, podemos afirmar que é um imposto que estimula a concorrência e, por isso, um
imposto inteligente.

1
O professor na aula deu como exemplo 2 jovens de classes sociais diferentes que compraram a mesma
aparelhagem para ouvirem tipos de música diferente. O facto de serem de classes sociais diferentes e de
terem gostos musicais diferentes não faz com que o pagamento do IVA seja por isso diferente.
2
O professor na aula deu o exemplo de 5 irmãos que foram a uma pastelaria e cada um comeu os bolos que
queria. No final cada um teve o seu ponto de satisfação.

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Direito Fiscal das Empresas
Aula de 11 de Novembro de 2014

Ainda na 1ª parte da aula o Professor referiu que um dos grandes problemas de Portugal
actualmente, é a falta de capital. Portanto, nem as pessoas nem as empresas têm dinheiro,
pelo menos aplicado em Portugal (não existe nenhuma grande empresa Portuguesa de
dimensões Europeias). Actualmente, assistimos a um país que não tem criação de riqueza.
Um dos motivos apontados pelo Professor pela falta de acumulação de riqueza em Portugal
deve-se ao comportamento/ atitude dos portugueses face ao enriquecimento dos outros. Este
sentimento de inveja está a fazer com que as pessoas que têm dinheiro em Portugal estejam a
colocar o seu dinheiro noutros países (como por exemplo Suíça, Luxemburgo), longe dos
olhares invejosos e maléficos dos seus “vizinhos” portugueses.

Face a esta situação urge, como indicado pelo Professor, desformatar este modo de “olhar
para o capital”. Estimular as pessoas a colocarem a sua riqueza em Portugal, acumulando
assim capital.

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