Você está na página 1de 19

A RELAÇÃO ENTRE AS PROFISSIONAIS DO SEXO E AS DOENÇAS

SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS(DST's) E A SÍNDROME DA


IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA(AIDS)

DOURADO, Danielle Pereira


DIAS, Fabiana Cunha
AVELINO, Fernanda Valéria Silva Dantas
LIRA, Maria dos Remédios da Silva

RESUMO

As ações de prevenção das DSTs/AIDS implementadas no Brasil e dirigidas às profissionais


do sexo evoluíram historicamente. Por ser uma das profissões mais antigas do mundo e ter um
caráter estigmatizante, nos motivou a estudar a relação entre as profissionais do sexo e as
DSTs/AIDS. Foram formuladas as seguintes questões: Qual o conhecimento das profissionais
do sexo a respeito das DSTs/AIDS? Que medidas preventivas as profissionais do sexo
adotam? Que condutas as profissionais do sexo adotam quando da suspeita de DSTs/AIDS?
Partindo destas questões elaborou-se os objetivos a seguir: Identificar o conhecimento das
profissionais do sexo a respeito das DSTs/AIDS; Descrever as medidas preventivas adotadas
diante das DSTs/AIDS; Identificar suas condutas quando da suspeita de DSTs/AIDS. Tratou-
se de um estudo de natureza qualitativa utilizando-se um roteiro de entrevista semi-
estruturada. Este estudo mostrou que a maneira como as profissionais do sexo lidam com a
sexualidade, as informações e a educação sexual recebidas, fazem com que tenham pouco ou
nenhum conhecimento a respeito das DSTs/AIDS; elas têm pouca informação sobre sintomas
clínicos, modo de transmissão e tratamento das DSTs/AIDS, tendo apenas alguma idéia de
como evitá-las. Em seus discursos ficou evidente que elas vêem uma possibilidade remota de
contrair DSTs/AIDS e mesmo cientes do risco da prática sexual sem proteção ainda a
realizam com parceiros que consideram supostamente sadios. Percebeu-se que existe a
necessidade imediata de incrementação de programas de educação em saúde, voltados à
conscientização diante de sua sexualidade, visto que as mesmas não percebem a
vulnerabilidade a que estão expostas.
Palavra chaves: DST’S, AIDS, Profissionais do sexo.

Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
ABSTRACT

THE RELATIONSHIP BETWEEN SEX PROFESSIONALS AND STD/AIDS

The STD/AIDS prevention actions that were adopted in Brazil and directed to sex
professionals have developed historically. Because it is one of the oldest professions of the
world, it has motivated us to study the relationship between sex professionals and STD/AIDS.
This questions were formulated: What do sex professionals know about STD/AIDS? What are
the prevention measurements that sex professionals adopt? What are the conductsthat sex
professionals adopt when STD/AIDS are possible? Starting these questions, the following
objectives were elaborated: Identify the sex professionals knowledge about STD/AIDS;
Describe the prevention measurements adopted by sex professionals to avoid STD/AIDS;
Identify the sex professionals conducts when they suspect about STD/AIDS. It’s a qualitativy
study that uses a half-structured itinerary. This study showed that the way how sex
profesionals lead about sex, the informations and sex education they had do that they have a
little or not any knowledge about STD/AIDS. The sex professionals have little information
about clinical symptoms, the way of transmission and how to treat STD/AIDS; they only have
some idea about how to avoid them. Sex professionals’s speechs showed that they think there
is a remote possibility to contract STD/AIDS; spite of they know the hazard of no protect
sexual pratices, they make sex with partners that they think they are healthy. There is an
immediate need of improve health education programs that are acquainted with sexual
consciousnes, once sex professionals don’t perceive the vulnerability they are exposed.

Keywords: STD(sexual transmissible diseases), AIDS(adquired imunodeficience syndrom),


sex professionals.

Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
A RELAÇÃO ENTRE AS PROFISSIONAIS DO SEXO E AS DOENÇAS
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS(DST's) E A SÍNDROME DA
IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA(AIDS)

DOURADO, Danielle Pereira


DIAS, Fabiana Cunha
AVELINO, Fernanda Valéria Silva Dantas
LIRA, Maria dos Remédios da Silva

INTRODUÇÃO

Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s) são infecções que se transmitem nas


relações sexuais desprotegidas com indivíduos infectados. De acordo com dados da
Fundação Nacional de Saúde-FNS (1994, p.59), essas doenças são epidêmicas em grande
parte do mundo, estando entre as cinco primeiras causas de procura dos serviços de saúde.

As DST’s são bastante antigas, acompanhando a história da humanidade, durante


sua evolução acometeram indivíduos dos diversos níveis sociais. Moherdaui e cols.(1998,
p.43), referem a existência de registros de medidas preventivas contra essas patologias, a
partir de 1880, quando o Departamento de Guerra Inglês, começou a distribuir
preservativos às tropas.

De acordo com os mesmos autores, a descoberta da Penicilina, na década de 40 do


século XX, somada às medidas de prevenção preconizadas até então, contribuíram para o
recuo da epidemia de algumas DST’s. Com o surgimento do contraceptivo oral e maior
liberdade sexual, nas décadas de 60 e 70, os casos de DST’s voltaram aumentar em todo o
mundo. A incidência se mostrou ainda maior nas décadas de 80 e 90.

As DST’s são atualmente um grande problema de saúde pública no Brasil,


representando um desafio para os profissionais de saúde. Luz (2002, p.5) informa que de
acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o país apresenta cerca de

Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
mais de 12 milhões de casos de algumas das DST’s curáveis. O problema se agrava ainda
mais devido ao elevado índice de automedicação, pois muitos casos não recebem
orientação e tratamento adequados.

As DST’s se manifestam em forma de feridas, verrugas, corrimentos uretrais no


homem e vaginais na mulher. Segundo Brasil, MS (2003a, p.42), essas infecções podem
causar disfunções sexuais, esterilidade, aborto, prematuridade, doenças congênitas, alguns
tipos de câncer e até a morte.

Quando houver diagnóstico de qualquer DST, faz-se necessário uma investigação


do Vírus da Imunodeficiência Humana, dado a íntima relação desses quanto ao modo de
transmissão, visto que, a presença das DST's potencializam o risco de adquirir o vírus da
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida(AIDS).

Luz (2002, p.5) ressalta que as DST’s são agravos evitáveis através de ações de
prevenção primária; e o controle destas ações seria possível através de programas de
prevenção, somados a unidades de saúde acessíveis para pronto atendimento com
profissionais qualificados para o diagnóstico e tratamento imediatos, prestando assim um
adequado acolhimento e aconselhamento aos portadores ou não de DST’s/AIDS.
De acordo com Brasil, MS (2003b, p. 36) no período de mais de duas décadas de
epidemia no Brasil, o perfil da AIDS modificou-se dado que a doença encontra-se
atualmente pauperizada, interiorizada e atingindo uma percentagem cada vez crescente de
mulheres.
A maioria das mulheres atingida pelo HIV/AIDS pertence à faixa etária de 15 a 49
anos, portanto, são mulheres sexualmente ativas e em idade reprodutiva. Apesar da criação
de movimentos da sociedade civil como o movimento feminista e o movimento de luta
contra a Aids, que constituíram o alicerce para a implementação de políticas públicas como
o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), em 1983, o Programa
Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, em 1985 e o Programa de Saúde
do Adolescente (PROSAD), em 1988. Brasil, MS (2003c, p. 12) afirma que:

“Essa epidemia afeta as pessoas na plenitude de sua vida e combina


a falta de recursos ao alto custo da atenção. Apesar de uma
tendência a pauperização da epidemia de Aids no Brasil, essa ainda
esta concentrada, paradoxalmente, nas regiões mais ricas, mas que
também concentram os mais altos índices de desigualdade social e

Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
exclusão econômica e social, como é característica das periferias
das grandes cidades. Neste sentido, a pobreza também diz respeito
a populações com dificuldade de acesso aos serviços de saúde e
educação, vivendo da economia informal, além de outras condições
de vulnerabilidade, como a violência urbana, a falta de
oportunidades profissionais, a exposição ao uso de drogas lícitas e
ilícitas, a desigualdade de gêneros, entre outras condições que
ampliam as chances de infecção ao HIV e outras doenças, assim
como a outras mazelas sociais”.

A Política Nacional de DST/Aids preconiza a utilização do preservativo masculino


como método mais eficiente de prevenção. De acordo com dados de Brasil, MS (2003d, p.
43), o uso correto e sistemático de preservativos em todas as relações sexuais apresenta
uma efetividade estimada de 90-95% na prevenção da transmissão das DST’s e do HIV.
Atualmente, o Ministério da Saúde oferece também o preservativo feminino em alguns
serviços de saúde e Organizações Não-Governamentais (ONG's), no entanto o custo
elevado deste insumo obrigou os serviços a priorizarem a distribuição somente a mulheres,
como as profissionais do sexo, as parceiras de usuários de drogas e as vítimas de violência
sexual e doméstica.

Segundo Brasil, MS (2003e, p. 12), no período de 1980 a 2002, os casos novos de


AIDS notificados no país chegaram a 327.588, sendo 63.560 em mulheres (quase 27%).
Essa realidade pode ser discutida a partir da contextualização feminina de submissão e
exclusão, além do fato da doença ser muito mais “perversa” para as mulheres do que para
os homens.

Poles (2000, p. 73), explica esse fato ao colocar que, a mulher ao se relacionar com
um portador de HIV, tem o risco de contaminação aumentado em dez vezes, se comparado
com um homem que faz sexo com uma soropositivo. A ciência explica que a concentração
de vírus no esperma é muito maior que a encontrada na secreção vaginal, além disso, o
tempo de contato do pênis com a secreção é menor do que o da vagina com o esperma.

Brasil, MS (2003f, p. 27) afirma que a iniciação sexual feminina no país é precoce e
acontece por vários motivos, desde manifestação espontânea, pressão social, coerção de
homens mais velhos, até pura violência. Existe ainda, o comércio informal de sexo, em

Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
troca de dinheiro, proteção, alimentação ou habitação, que envolve crianças e adolescentes
que vivem e/ou trabalham nas ruas, sendo estes procurados por acreditar-se que não
estejam infectados pelo HIV.

Em estudos realizados por Brunner-Suddarth (2002, p. 1808) foi constatado que,


“os fatores associados ao aumento do risco de transmissão de DST's/AIDS, são: a ausência
ou a falha do uso de preservativos; a freqüência de contato sexual; a relação anal e a
atividade sexual durante a menstruação”, práticas que ocorrem com mais frequência em
mulheres que exercem o sexo profissional.

Silva (1995, p. 5) relata que apesar de a prostituição apresentar-se como uma das
atividades mais antigas do mundo, permanece invisível no interior da sociedade que a
considera uma prática social marginal; com isso os sujeitos que utilizam-na como forma de
sobrevivência ou opção de vida são estigmatizados, vítimas de discriminações,
preconceitos e violência, sendo relegados a uma existência clandestina.

Segundo o mesmo autor, a postura mais difundida e tradicional parece ser a que
considera a prostituição como um “mal necessário”, permissível e tolerado, a fim de evitar
maiores males ou pecados devido à concupiscência e, que poderiam atentar contra a ordem
natural e a moral da sociedade. Sendo assim, Silva (1995, p.5) afirma que:

“A prostituição é concebida como forma de comércio sexual


envolvendo o pagamento por favores sexuais, via de regra, diz-se
prostituta a mulher que usa seu corpo como objeto de comércio,
vendendo seus serviços sexuais por dinheiro. É, portanto, um tipo
de atividade relacionada ao exercício da sexualidade fora dos
padrões legitimados pela sociedade e mediada por retribuição
pecuniária”.

De acordo com o Brasil, MS (1996, p. 16) a partir da década de 70 as prostitutas


iniciaram uma campanha de auto-organização com o objetivo de regulamentar a sua prática
comercial como uma profissão. Para Brasil, MS (2002, p. 13), “o que aproxima a
prostituição do conceito de profissão é a sua qualificação como meio de sobrevivência de

Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
pessoas, em especial, mulheres supostamente despossuídas de condições de inserção no
mercado de trabalho”.

Para Petró (2003, p. 4), esta realidade não é muito diferente, na medida em que
adota a autodefinição das garotas de programa ligadas ao Núcleo de Estudo sobre
Prostituição (NEP) de Porto Alegre. Segundo estas, profissionais do sexo são mulheres que
trabalham pelo dinheiro e, eventualmente, podem consumir drogas, porém o objetivo é
cumprir com o seu trabalho, satisfazendo o cliente e recebendo o pagamento no final para
poder suprir as suas necessidades econômicas.

O advento dos anos 60 demarca significativas conquistas na luta pela emancipação


feminina, onde o grande marco está na reivindicação das mulheres pelo direito de exercer
livremente sua sexualidade. Sendo assim, Silva (1995, p.7) afirma que “com a liberação
sexual feminina e as conseqüências dela decorrentes, ocorre um abrandamento das
fronteiras entre as práticas sexuais exercidas nos espaços da prostituição e a sociedade
mais amplamente compreendida”.

“Contudo, no que se refere ao afrouxamento dos limites do controle


e vigilância sobre as práticas sexuais, que no início do século XX
eram consideradas nocivas a todo corpo social, as duas últimas
décadas enunciam no seu bojo uma nova ameaça que embora não
tendo sua origem no meio prostitucional, repercute sobre ele com
toda força de estigma. Trata-se do perigo da AIDS. Embora a Aids
não seja considerada estritamente uma doença sexualmente
transmissível (DST) – desde que pode ser contraída por outras vias
– a sua disseminação espalha-se predominantemente através de
fluídos sexuais, produzindo a associação
Aids/Sexualidade/Morte”. (SILVA, 1995, p.7)

As ações de prevenção das DST’s/Aids implementadas no Brasil e dirigidas às


profissionais do sexo evoluíram historicamente de forma complexa e envolvendo diversos
atores sociais. Estes, por conseguinte, apesar das discussões e tentativas de mudança na
relação sociedade–prostituição, continuaram com discursos e ações envoltos de
preconceitos.

Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
“É extremamente valioso compreender a prostituição como um fenômeno social
com suas variadas facetas, distante da homogeneidade que às vezes lhe é atribuída. O que
se tem, é o produto de uma junção de fatores sócio-econômico-culturais e pessoais que
inviabiliza a edificação de um modelo explicativo único, rígido e estático sobre a
prostituição”.(BRASIL, MS, 2002, p. 16).

O Jornal da Rede Feminista de Saúde, nº 25, no artigo: Profissionais do Sexo e


Saúde relata que as profissionais do sexo apresentam um relevante distanciamento da
educação formal, o que acarreta práticas de saúde populares tais, como: uso de pomadas
vaginais como lubrificantes; uso ininterrupto de contraceptivos hormonais; uso de algodão
dentro da vagina durante a menstruação para trabalhar, dentre outras.
Diante da situação relatada definimos como objeto desta pesquisa a relação entre as
profissionais do sexo e as DST's/Aids.
O interesse por esta temática surgiu durante o estágio da disciplina Saúde da Criança e
do Adolescente, no Centro de Saúde do Bairro Planalto Ininga, a partir do relato de
experiências com atividades educativas, como palestras oferecidas mensalmente às
profissionais do sexo existentes no bairro anteriormente citado. Por ser a prostituição uma das
profissões mais remotas do mundo e ter um caráter estigmatizante, as profissionais do sexo e
a sociedade acabaram por desenvolver uma relação de complexidade e dicotomia entre si, o
que nos motivou a desenvolver um estudo que contribuísse para o esclarecimento da situação
de saúde sexual destas, visto que apresentam uma maior predisposição as DST's/AIDS, dada à
multiplicidade de parceiros.
A perspectiva foi de a partir da relação das profissionais do sexo com as DST's/Aids,
estimular práticas preventivas em relação à saúde sexual, a fim de contribuir para a redução
da incidência dessas doenças nesta população.
Por fim, espera-se que esse trabalho forneça subsídios relevantes aos profissionais da
área da saúde, para que estabeleçam um novo enfoque na assistência a este grupo,
principalmente no âmbito da Saúde Pública e da Mulher.

Com base no exposto acima foram formuladas as seguintes questões norteadoras:

• Qual o conhecimento das profissionais do sexo a respeito das DST's/Aids?


• Que medidas preventivas as profissionais do sexo adotam diante das DST's/Aids?
• Que condutas as profissionais do sexo adotam quando da suspeita de DST's/Aids?

Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
Partindo destas questões foram elaborados os objetivos a seguir:

• Identificar o conhecimento das profissionais do sexo a respeito das DST's/Aids;


• Descrever as medidas preventivas que as profissionais do sexo adotam diante das
DST's/Aids;
• Identificar as condutas adotadas pelas profissionais do sexo quando da suspeita de
DST's/Aids.

CAMINHOS METODOLÓGICOS

Tratou-se de um estudo de natureza qualitativa sobre a relação das profissionais do


sexo com as DST's/AIDS. A escolha dessa abordagem decorreu do fato de ser a que mais se
adequa ao objeto em estudo. Para Minayo (1998a, p.30):
“A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se
preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não
pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo de
significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que
corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e
dos fenômenos, que não podem ser reduzidos a operacionalização de
variáveis”.

A pesquisa desenvolvida teve como sujeito as profissionais do sexo que por


vivenciarem tal situação, puderam expressar sua relação com as DST's/Aids, por meio de seu
conhecimento, das medidas preventivas e condutas por elas adotadas quando da suspeita das
DST's/Aids.
Para definição das participantes da pesquisa estabeleceram-se os seguintes critérios:
profissionais do sexo maiores de dezoito anos, que se dispuseram a participar da entrevista
gravada, após terem sido devidamente esclarecidas sobre os objetivos da pesquisa e garantido
o anonimato (ANEXO I).
O cenário do estudo foi constituído por uma casa de encontro localizada no bairro
Planalto Ininga, pela facilidade de acesso das pesquisadoras e de contato com os sujeitos da
pesquisa. Sendo composto por um bar, com quartos anexos tendo em comum, um sanitário
externo. O bar é o local de negociação do sexo comercial, este possui em uma de suas paredes

Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
um grande desenho erótico, com o intuito de estimular o desejo sexual dos clientes, e
concomitantemente encontram-se cartazes de campanhas de prevenção contra as DST's/AIDS.
Os quartos possuem cama de casal, mesa de apoio e um chuveiro, não existindo guarda-
roupas, visto que as mulheres guardam seus pertences em suas malas, refletindo a mudança
constante de local de trabalho. Cada quarto é dividido para uma dupla de mulheres. Estes são
de parede de taipa, piso de cimento bruto, de telha e não possuem forro.
Na pesquisa qualitativa a escolha do campo onde são colhidos os dados, bem como dos
participantes, é feita em função das questões de interesse do estudo e também das condições
de acesso, permanência no campo e disponibilidade dos sujeitos (ALVES et al,1999, p.168).
Utilizou-se um roteiro de entrevista semi-estruturada (ANEXO II). Segundo Trivinos
(1997, p.12), este tipo de entrevista é uma técnica que oferece ao entrevistado a liberdade e a
espontaneidade necessárias, enriquecendo a investigação, além de valorizar a presença do
pesquisador.
Segundo Minayo (1998b, p.99), o roteiro de entrevista semi-estruturada contribui
como uma técnica facilitadora para o aprofundamento da comunicação, permitindo que haja
uma fala espontânea sobre o assunto que está sendo abordado. O roteiro contém ainda
perguntas fechadas (idade, estado civil, escolaridade), que são de grande relevância para situar
o sujeito quanto ao nível sócio-econômico.
A coleta de dados foi precedida da validação dos mesmos, de forma a atender os
objetivos do estudo. As entrevistas foram gravadas em fita magnética, mediante a autorização
prévia dos sujeitos, e posteriormente transcritas na íntegra pelas autoras à medida que os
dados foram coletados, no período de abril a maio de 2004.
O fim da coleta de dados deu-se pela ocorrência de repetição das falas, atendendo aos
objetivos da pesquisa. Segundo Minayo (1998c, p.102), na pesquisa qualitativa, o critério
numérico não é a base para constituir representatividade, e sim uma amostragem que
possibilita o aprofundamento e abrangência da compreensão do problema em estudo.
Concomitante à coleta de dados fez-se a análise dos mesmos de forma a subsidiar a
concepção de realidade das entrevistadas, articulando os dados com referencial teórico
adotado e estabelecendo relação entre o concreto e o abstrato, o geral e o particular, a teoria e
a prática.
Durante a análise dos dados, de acordo com os objetivos do estudo e baseadas em
referencial teórico, realizou-se leitura e releitura para apreensão das idéias e determinação
preliminar de categorias a partir das entrevistas.

Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Foram entrevistadas 13 mulheres na faixa etária de 22 a 30 anos, que trabalham com a


comercialização do sexo em uma casa de encontro localizada no bairro Planalto Ininga, na
cidade de Teresina-PI. Dentre as treze mulheres, oito eram solteiras, quatro separadas e uma
vivia em união estável. Todas relataram ter ensino fundamental incompleto. Apenas uma era
originária de Teresina, sendo as outras procedentes de diversas cidades do interior do estado,
tais como, Altos, Campo Maior, União, Piripiri e Picos; e três eram de outros estados como
Maranhão e Ceará.
Os resultados mostraram mulheres jovens, caracterizando a grande freqüência destas
na atividade de comércio sexual, vivendo na periferia da cidade, em sua maioria solteiras e
com baixo nível de escolaridade, uma vez que em sua totalidade contam com apenas 2 a 8
anos de escolaridade. E, conforme a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde-PNDS
(PNDS, 1996), as mulheres, neste estudo, apresentaram menos anos de instrução formal que o
geralmente descrito para mulheres brasileiras.
De acordo com o estudo de Fernandes et al (2000), "o alto número de adultos jovens
no país somado ao fato de grande parte da população estar concentrada na periferia de grandes
cidades e apresentar baixo nível sócio-econômico, constitui certamente características
facilitadoras do processo de transmissão de DST's/AIDS".
A negociação do sexo realizada entre a profissional do sexo e o cliente que geralmente
ocorre no bar, localizado na frente dos quartos, fica estabelecido o valor do programa que
geralmente varia de R$ 15,00 a R$ 20,00; o valor da chave do quarto que custa R$ 5,00, pago
pelo cliente à dona do estabelecimento e as práticas sexuais, que segundo as entrevistadas
restringe-se ao sexo vaginal. Entre as profissionais do sexo e a proprietária do
estabelecimento existe um acordo para que as primeiras estimulem os clientes a consumirem
bebidas alcoólicas, visando a lucratividade do bar, correspondendo então, ao pagamento da
estadia na casa de encontro; valendo lembrar que as mulheres participam ativamente do
consumo de bebidas alcoólicas, incluindo, também, a prática do tabagismo.
No presente estudo, identificou-se que a média de programas realizados entre as
profissionais do sexo entrevistadas foi de 10 a 15 por semana, perfazendo um total de
aproximadamente 40 a 60 mensais. De acordo com Carret et al (2004), “o número de
parceiros sexuais nos últimos três meses está entre os principais fatores de risco para DST em

Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
ambos os sexos, sendo um fator mais importante para as mulheres do que para os homens”.
No entanto, Fernandes et al (2000) diz que, “apesar da multiplicidade de parceiros ser um
fator de risco para contrair DST e AIDS, basta um único parceiro usuário de drogas com
seringa compartilhada ou que exerça comportamento sexual de risco para aumentar o risco de
doença na mulher”.
Durante as visitas para a realização das entrevistas observou-se que a rotatividade das
profissionais do sexo nessas casas de encontro é um fator constante, dado que as mulheres
buscam evitar o desgaste de sua imagem, despertando assim, a expectativa de retorno no
cliente.

DESVENDANDO AS DST's

Na análise das transcrições, observou-se que as entrevistadas em sua maioria ao serem


indagadas sobre o que sabem sobre as doenças que pegam na relação sexual, somente citaram
os nomes das mesmas sem entrar em maiores detalhes, caracterizando que apesar de saberem
sobre a possibilidade de contraírem diversas doenças na relação sexual, não conseguiram
expressar maiores informações.
"Pois é a Aids, a gonorréia, o esquentamento, a sífilis e outras mais".(S.M.S., 27 anos).
"Conheço...é...a sífilis, o esquentamento...essas doenças do mundo vocês sabe né? É
muitas que eu ouvi falar por aí. (L.M.S.P., 26 anos).
Percebeu-se, portanto, a necessidade imediata de atividades de promoção e prevenção
da saúde sexual neste grupo, visto que esta realidade dificulta práticas de diagnóstico precoce
e tratamento adequado, acarretando complicações e seqüelas, embora todas as entrevistadas
tenham negado antecedente de DST. Como afirma Praça et al (2003), "isto pode ser
conseqüência da ausência de participação dessas mulheres em programas de DST's/AIDS
desenvolvidas na rede de saúde que procura orientar a clientela sobre a etiologia, as vias de
contágio, prevenção e os tratamentos de tais doenças". E Carovano apud Vermelho (1999)
acrescenta ao dizer que, desde os anos 90 do século XX, a maioria dos programas educativos
para mulheres têm sido direcionados para as trabalhadoras sexuais, vistas como
"reservatórios"' de HIV, no entanto, mesmo com esse enfoque o que observou-se neste estudo
é que as profissionais do sexo não são atingidas de forma efetiva, dado que evidenciou-se um
conhecimento apenas superficial destas diante das DST's/Aids.

PREVENÇÃO DAS DST's/AIDS

Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
Uma parte das entrevistadas manifestou noções sobre a importância de prevenção
durante o ato sexual quando afirmaram que as DST's são “doenças perigosas”.
"Eu sei que são muito perigosas, tem que se prevenir e existe várias doenças que se
pegam na relação".(A.C.S.G., 23 anos).
"São algumas doenças que a gente tem que se cuidar e tem de se tratar, se prevenir
principalmente, tipo assim".(P.L.S. 23 anos).
Como afirma Silveira el al (2002), a prevenção das DST's/Aids entre as mulheres,
depende da conscientização dessas diante da existência do risco, portanto, o reconhecimento
adequado contribuiria para ajudá-las a evitar estas situações, adotando medidas preventivas,
como uso de condom em todas as relações sexuais. Simon et al (2002) acrescenta que, “a
prevenção envolve um preparo antecipado da ação, motivado pela crença de que agir de
determinadas formas será eficaz para evitar conseqüências negativas”.

VULNERABILIDADE ÀS DST's/AIDS

O que foi relatado ainda no depoimento de algumas entrevistadas é que elas percebem
que o risco de contrair a doença está de certa forma distante da realidade vivida por elas ao
relatarem que nunca contraíram tais doenças, apenas pessoas conhecidas.
"Olha, um amigo que já morreu de Aids que falou,... se cai o cabelo... a gente sabe que
cai o cabelo, fica enfraquecido, fica muito magro e etc...".(A.G., 24 anos).
"...nunca peguei, mas conheço muitas amigas que já passaram por isso, né? É um tal
de cavalo de crista, é cavalo de buraco, é gonorréia, ou mesmo esquentamento. Eu conheço
quase todas, né, mas só que nunca fui vítima, né, mas conheço".(F.A.C.,24 anos).
De acordo com Fernandes et al (2000), “isto denota que as mulheres sentem-se seguras
e não vulneráveis a adquirir doenças sexualmente transmissíveis, ou que sentem o risco muito
distante delas”. Entendeu-se que a questão da autopercepção da vulnerabilidade não se faz
constante entre as mulheres de modo geral. E dando ênfase às profissionais do sexo,
constatamos maior susceptibilidade, associada à idéia de multiplicidade de parceiros e a
conseqüente disseminação de doenças sexuais.

DISCUTINDO A AIDS

Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
A Aids constitui-se em tema pouco conhecido pelas entrevistadas. Em alguns casos
elas admitiram pouco ou nenhum conhecimento sobre a patologia.
"Olha eu não sei muito bem. É... as pessoas falam que é uma doença muito feia e... que
vai matando aos pouquinhos".(D.P.S., 28 anos).
"Olha, muito pouco. Sei muito pouco...assim explicar mesmo normal, eu não sei muito
dela, sei muito pouco, mas gostaria de saber".(S.M.O., 30 anos).
Castro apud Praça (2003) reconhece que mesmo com os esforços demonstrados pelos
órgãos públicos para divulgar informação e medidas de prevenção da AIDS, nem sempre os
objetivos são alcançados; a televisão, seguida da escola são as principais fontes de informação
sobre a AIDS; no entanto, as campanhas de sensibilização para a prevenção geralmente são
veiculadas pela mídia por curtos períodos de tempo, sendo que sua apresentação intensiva
ocorre próxima a períodos considerados de grande risco de infecção pelo HIV, como no
carnaval.

MÉTODOS DE PREVENÇÃO

Quando indagadas sobre os métodos utilizados para prevenção de DST's/Aids, as


entrevistadas foram unânimes em afirmar que o uso do preservativo é o método de escolha.
"Camisinha".(A.C.S.G., 23 anos).
"Uso o preservativo".(S.M.S., 27 anos).
Embora as entrevistadas tenham expressado reconhecer a forma de prevenção das
DST's, percebeu-se em diálogo informal, que existiam clientes com os quais a prática sexual
ocorria de maneira desprotegida, sendo indivíduos com quem mantinham vínculo afetivo.
Vermelho et al (1999) comenta que, além do preservativo masculino não fazer parte da
cultura contraceptiva brasileira, os homens, via de regra não gostam de métodos de barreira
por acreditarem que estes atrapalham o seu prazer sexual, significando ainda um
questionamento à confiança e à fidelidade.

SINTOMAS DE DST's

A maioria das entrevistadas conseguiu expressar mesmo superficialmente e de forma


insegura, alguns sintomas mais comuns e freqüentes causados pelas DST's.

Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
"É primeiro, número um, como é que se diz: dá febre, muita febre, a vagina da mulher
fica cheia de caroço, fica muito encaroçada, então, nesse caso é uma doença...como é que se
diz...toda doença é ruim, mas doenças do mundo é a pior".(A.G., 24 anos).
"A pessoa tem íngua inflamada...ferida...é...pingadeira e é isso aí que eu ouvi falar.
Ah! Tem também febre, muita febre".(A.S.M., 22anos).
O desconhecimento dos sintomas das DST's é um fator presente e preocupante, visto
que cinco das entrevistadas relataram não possuir conhecimento algum de tais sintomas.
"Não sei ainda".(P.L.S., 23 anos).
"Não sei".(F.A.C., 23 anos).

CONDUTAS ADOTADAS FRENTE ÀS DST's

Quando questionadas sobre que tratamento utilizavam na presença de sintomas de


DST's, a totalidade das entrevistadas referiu buscar o médico/posto de saúde.
"Procurar um posto de saúde mais rápido possível".(A. G., 24 anos).
"Procuro um médico. Procuro um médico...e fazer um tratamento né".(S.M.O., 30
anos).
Apesar de considerar-se a dificuldade das profissionais do sexo em reconhecer a
sintomatologia e admitir alguma doença sexualmente transmissível, percebeu-se que todas
sabiam identificar o momento de buscar o médico/posto de saúde.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo mostra que a maneira pela qual as profissionais do sexo lidam com a
sexualidade, as informações e a educação sexual recebidas, por serem restritas tais
informações, fazem com que tenham pouco ou nenhum conhecimento a respeito das
DSTs/Aids, sua sintomatologia, como contrai e tratamentos, tendo apenas alguma noção a
cerca de como evitar.
Em seus discursos ficou evidente também que elas vêem as DSTs/Aids como uma
possibilidade remota de contraí-las e mesmo cientes do risco da prática sexual sem proteção
ainda o realizam com parceiros que consideram supostamente sadios e que não têm
probabilidade de contamina-las. Estão incluídos neste grupo os companheiros com quem
vivem maritalmente e os clientes fixos.

Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
Assim sendo, através da análise dos resultados do presente estudo, percebeu-se que
existe a necessidade imediata de incrementação de programas de educação em saúde, nos
níveis de atenção comunitária, ambulatorial e hospitalar, voltados ao desenvolvimento da
responsabilidade das profissionais do sexo diante de sua sexualidade, visto que as mesmas
não percebem a situação de vulnerabilidade a que estão expostas. Esses programas devem
estimular a participação dessas mulheres em oficinas de trabalho que promovam a adoção de
práticas de sexo mais seguras, objetivando não só protegê-las, mas também a seus clientes.
Baseadas nesta realidade, entende-se que é preciso chamar a atenção dos profissionais
de saúde para a necessidade de repensar as estratégias preventivas atuais, meramente pautada
na transmissão de informações, de forma a adotar medidas que sensibilizem mais ativamente
esse grupo populacional que encontra-se com grandes probabilidades de contrair tais doenças.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSZNAIJER, F. O Método nas Ciências Naturais e


Sociais. 2.ed. São Paulo: Pioneira,1999, p.168.

BENFAM(Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil). Pesquisa Nacional de


Demografia e Saúde. Rio de Janeiro: BENFAM, 1996.

Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico. 9.ed. v. 4, Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002, p. 1808.

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual do Multiplicador-Profissional do Sexo. Secretária


de Assistência à Saúde. Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis/Aids.
Brasília, 1996. Cap. 1, 9-21p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Profissionais do Sexo: Documento Referencial para Ações


de Prevenção das DST's e AIDS. n.47. Brasília, 2002, 13-16p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Políticas e Diretrizes de Prevenção das DST/Aids entre


Mulheres. Brasília, DF, 2003, Cap. 1, p. 12- 36. Secretária Executiva Coordenação Nacional
de DST e Aids, (série Manuais nº 57).

BRASIL. Ministério da Saúde. Políticas e Diretrizes de Prevenção das DST/Aids entre


Mulheres. Brasília, DF, 2003, Cap. 3, p. 42. Secretária Executiva Coordenação Nacional de
DST e Aids, (série Manuais nº 57).

CARRET, M. L. V. et al. Sintomas de Doenças Sexualmente Transmissíveis em Adultos:


Prevalência e Fatores de Risco. Rev. Saúde Pública, v.38, n.1, p.76-84. fev.2004.

FERNANDES, A. M. S. et al. Conhecimento, Atitudes e Práticas de Mulheres Brasileiras


Atendidas pela Rede Básica de Saúde com Relação às Doenças de Transmissão Sexual. Cad.
Saúde Pública, v.16, supl.1, p. 103-112, 2000.

BRASIL. Ministério da saúde. Fundação nacional de saúde. Programa de ACS.


Acompanhando a Saúde da Mulher-Parte II. Brasília :MS, 1994, Cap.4, p.59.

LUZ, S. Saúde Sexual é Assunto Abordado pela Enfermagem. Revista Nursing, n. 44, ano 5,
p.5, 2002.

MINAYO, M. C. S. O Desafio do Conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 5.ed. Rio


de Janeiro: Hucitec-Abrasco, 1998, p.30.

Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
MINAYO, M. C. S. O Desafio do Conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 5.ed. Rio
de Janeiro: Hucitec-Abrasco, 1998, p. 99.

MINAYO, M. C. S. O Desafio do Conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde.


5.ed. Rio de Janeiro: Hucitec-Abrasco, 1998. p. 102.

BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação Nacional de DST e AIDS. MOHERDAUI. et


al. Cuide-se bem!. Prevenir é sempre melhor/. Brasília: 1998. p.43.

SILVA, M.D. et al. O Negócio do Sexo-Perfil da Prostituição em Teresina. Coordenação


Estadual do Programa de DST/ Aids. Teresina: SESAPI, 1995. cap. 1 p. 5-7.

SILVEIRA, M. F. et al. Autopercepção de Vulnerabilidade às Doenças Sexualmente


Transmissíveis e Aids em mulheres. Rev. Saúde Pública, v. 36, n.6, p. 670-677, dez.2002.

SIMON, C.P. et al. Prostituição Juvenil Feminina e a Prevenção da Aids em Ribeirão Preto.
Rev. Saúde Pública,v.36, n.4, p. 82-87, Ago.2002.

PETRÓ, V. Profissionais do Sexo: uma perspectiva antropológica de estigma da prostituição,


Porto Alegre, p. 4, 2003. Disponível em: <http://www.antropologia.com.Br>. Acesso em: 16
nov. 2003.

POLES, C. Mulheres em Risco. Veja, Abril, 1665.ed. ano 33, n.36, p.72-73, 2000.

PRAÇA, N. S. et al. Fatores Associados à Percepção de Risco de Infecção pelo HIV por
Puérperas Internadas. Rev. Saúde Pública,v.37, n.5, p.543-551.

Profissionais do Sexo e Saúde. Jornal da Rede Feminista de Saúde, Belo Horizonte, n.25,
set. 2003. Disponível em: <http:// www.redesaude.org.br>. Acesso em: 31 out. 2003.

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais. 5.ed. São Paulo:


Atlas;1997, p.12.

Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
VERMELHO, L. L. et al. Mulheres com Aids: Desvendando Histórias de Risco. Cad. Saúde
Pública, Rio de Janeiro, v.115, n.2, abr.1999.

ROTEIRO DE ENTREVISTA

1. Identificação:
a) Nome
b) Idade
c) Estado Civil
d) Grau de Instrução
e) Procedência

2. O que você sabe sobre as doenças que pegam na relação sexual?

3. O que você sabe sobre AIDS?

4. Que métodos você utiliza para se prevenir das DST’s/AIDS?

5. Quais os sintomas de DST?

6. Que tratamento você utiliza quando aparecem sintomas de DST?

Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version

Você também pode gostar