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RESUMO
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ABSTRACT
The STD/AIDS prevention actions that were adopted in Brazil and directed to sex
professionals have developed historically. Because it is one of the oldest professions of the
world, it has motivated us to study the relationship between sex professionals and STD/AIDS.
This questions were formulated: What do sex professionals know about STD/AIDS? What are
the prevention measurements that sex professionals adopt? What are the conductsthat sex
professionals adopt when STD/AIDS are possible? Starting these questions, the following
objectives were elaborated: Identify the sex professionals knowledge about STD/AIDS;
Describe the prevention measurements adopted by sex professionals to avoid STD/AIDS;
Identify the sex professionals conducts when they suspect about STD/AIDS. It’s a qualitativy
study that uses a half-structured itinerary. This study showed that the way how sex
profesionals lead about sex, the informations and sex education they had do that they have a
little or not any knowledge about STD/AIDS. The sex professionals have little information
about clinical symptoms, the way of transmission and how to treat STD/AIDS; they only have
some idea about how to avoid them. Sex professionals’s speechs showed that they think there
is a remote possibility to contract STD/AIDS; spite of they know the hazard of no protect
sexual pratices, they make sex with partners that they think they are healthy. There is an
immediate need of improve health education programs that are acquainted with sexual
consciousnes, once sex professionals don’t perceive the vulnerability they are exposed.
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A RELAÇÃO ENTRE AS PROFISSIONAIS DO SEXO E AS DOENÇAS
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS(DST's) E A SÍNDROME DA
IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA(AIDS)
INTRODUÇÃO
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mais de 12 milhões de casos de algumas das DST’s curáveis. O problema se agrava ainda
mais devido ao elevado índice de automedicação, pois muitos casos não recebem
orientação e tratamento adequados.
Luz (2002, p.5) ressalta que as DST’s são agravos evitáveis através de ações de
prevenção primária; e o controle destas ações seria possível através de programas de
prevenção, somados a unidades de saúde acessíveis para pronto atendimento com
profissionais qualificados para o diagnóstico e tratamento imediatos, prestando assim um
adequado acolhimento e aconselhamento aos portadores ou não de DST’s/AIDS.
De acordo com Brasil, MS (2003b, p. 36) no período de mais de duas décadas de
epidemia no Brasil, o perfil da AIDS modificou-se dado que a doença encontra-se
atualmente pauperizada, interiorizada e atingindo uma percentagem cada vez crescente de
mulheres.
A maioria das mulheres atingida pelo HIV/AIDS pertence à faixa etária de 15 a 49
anos, portanto, são mulheres sexualmente ativas e em idade reprodutiva. Apesar da criação
de movimentos da sociedade civil como o movimento feminista e o movimento de luta
contra a Aids, que constituíram o alicerce para a implementação de políticas públicas como
o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), em 1983, o Programa
Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, em 1985 e o Programa de Saúde
do Adolescente (PROSAD), em 1988. Brasil, MS (2003c, p. 12) afirma que:
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exclusão econômica e social, como é característica das periferias
das grandes cidades. Neste sentido, a pobreza também diz respeito
a populações com dificuldade de acesso aos serviços de saúde e
educação, vivendo da economia informal, além de outras condições
de vulnerabilidade, como a violência urbana, a falta de
oportunidades profissionais, a exposição ao uso de drogas lícitas e
ilícitas, a desigualdade de gêneros, entre outras condições que
ampliam as chances de infecção ao HIV e outras doenças, assim
como a outras mazelas sociais”.
Poles (2000, p. 73), explica esse fato ao colocar que, a mulher ao se relacionar com
um portador de HIV, tem o risco de contaminação aumentado em dez vezes, se comparado
com um homem que faz sexo com uma soropositivo. A ciência explica que a concentração
de vírus no esperma é muito maior que a encontrada na secreção vaginal, além disso, o
tempo de contato do pênis com a secreção é menor do que o da vagina com o esperma.
Brasil, MS (2003f, p. 27) afirma que a iniciação sexual feminina no país é precoce e
acontece por vários motivos, desde manifestação espontânea, pressão social, coerção de
homens mais velhos, até pura violência. Existe ainda, o comércio informal de sexo, em
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troca de dinheiro, proteção, alimentação ou habitação, que envolve crianças e adolescentes
que vivem e/ou trabalham nas ruas, sendo estes procurados por acreditar-se que não
estejam infectados pelo HIV.
Silva (1995, p. 5) relata que apesar de a prostituição apresentar-se como uma das
atividades mais antigas do mundo, permanece invisível no interior da sociedade que a
considera uma prática social marginal; com isso os sujeitos que utilizam-na como forma de
sobrevivência ou opção de vida são estigmatizados, vítimas de discriminações,
preconceitos e violência, sendo relegados a uma existência clandestina.
Segundo o mesmo autor, a postura mais difundida e tradicional parece ser a que
considera a prostituição como um “mal necessário”, permissível e tolerado, a fim de evitar
maiores males ou pecados devido à concupiscência e, que poderiam atentar contra a ordem
natural e a moral da sociedade. Sendo assim, Silva (1995, p.5) afirma que:
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pessoas, em especial, mulheres supostamente despossuídas de condições de inserção no
mercado de trabalho”.
Para Petró (2003, p. 4), esta realidade não é muito diferente, na medida em que
adota a autodefinição das garotas de programa ligadas ao Núcleo de Estudo sobre
Prostituição (NEP) de Porto Alegre. Segundo estas, profissionais do sexo são mulheres que
trabalham pelo dinheiro e, eventualmente, podem consumir drogas, porém o objetivo é
cumprir com o seu trabalho, satisfazendo o cliente e recebendo o pagamento no final para
poder suprir as suas necessidades econômicas.
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“É extremamente valioso compreender a prostituição como um fenômeno social
com suas variadas facetas, distante da homogeneidade que às vezes lhe é atribuída. O que
se tem, é o produto de uma junção de fatores sócio-econômico-culturais e pessoais que
inviabiliza a edificação de um modelo explicativo único, rígido e estático sobre a
prostituição”.(BRASIL, MS, 2002, p. 16).
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Partindo destas questões foram elaborados os objetivos a seguir:
CAMINHOS METODOLÓGICOS
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um grande desenho erótico, com o intuito de estimular o desejo sexual dos clientes, e
concomitantemente encontram-se cartazes de campanhas de prevenção contra as DST's/AIDS.
Os quartos possuem cama de casal, mesa de apoio e um chuveiro, não existindo guarda-
roupas, visto que as mulheres guardam seus pertences em suas malas, refletindo a mudança
constante de local de trabalho. Cada quarto é dividido para uma dupla de mulheres. Estes são
de parede de taipa, piso de cimento bruto, de telha e não possuem forro.
Na pesquisa qualitativa a escolha do campo onde são colhidos os dados, bem como dos
participantes, é feita em função das questões de interesse do estudo e também das condições
de acesso, permanência no campo e disponibilidade dos sujeitos (ALVES et al,1999, p.168).
Utilizou-se um roteiro de entrevista semi-estruturada (ANEXO II). Segundo Trivinos
(1997, p.12), este tipo de entrevista é uma técnica que oferece ao entrevistado a liberdade e a
espontaneidade necessárias, enriquecendo a investigação, além de valorizar a presença do
pesquisador.
Segundo Minayo (1998b, p.99), o roteiro de entrevista semi-estruturada contribui
como uma técnica facilitadora para o aprofundamento da comunicação, permitindo que haja
uma fala espontânea sobre o assunto que está sendo abordado. O roteiro contém ainda
perguntas fechadas (idade, estado civil, escolaridade), que são de grande relevância para situar
o sujeito quanto ao nível sócio-econômico.
A coleta de dados foi precedida da validação dos mesmos, de forma a atender os
objetivos do estudo. As entrevistas foram gravadas em fita magnética, mediante a autorização
prévia dos sujeitos, e posteriormente transcritas na íntegra pelas autoras à medida que os
dados foram coletados, no período de abril a maio de 2004.
O fim da coleta de dados deu-se pela ocorrência de repetição das falas, atendendo aos
objetivos da pesquisa. Segundo Minayo (1998c, p.102), na pesquisa qualitativa, o critério
numérico não é a base para constituir representatividade, e sim uma amostragem que
possibilita o aprofundamento e abrangência da compreensão do problema em estudo.
Concomitante à coleta de dados fez-se a análise dos mesmos de forma a subsidiar a
concepção de realidade das entrevistadas, articulando os dados com referencial teórico
adotado e estabelecendo relação entre o concreto e o abstrato, o geral e o particular, a teoria e
a prática.
Durante a análise dos dados, de acordo com os objetivos do estudo e baseadas em
referencial teórico, realizou-se leitura e releitura para apreensão das idéias e determinação
preliminar de categorias a partir das entrevistas.
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RESULTADOS E DISCUSSSÃO
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ambos os sexos, sendo um fator mais importante para as mulheres do que para os homens”.
No entanto, Fernandes et al (2000) diz que, “apesar da multiplicidade de parceiros ser um
fator de risco para contrair DST e AIDS, basta um único parceiro usuário de drogas com
seringa compartilhada ou que exerça comportamento sexual de risco para aumentar o risco de
doença na mulher”.
Durante as visitas para a realização das entrevistas observou-se que a rotatividade das
profissionais do sexo nessas casas de encontro é um fator constante, dado que as mulheres
buscam evitar o desgaste de sua imagem, despertando assim, a expectativa de retorno no
cliente.
DESVENDANDO AS DST's
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Uma parte das entrevistadas manifestou noções sobre a importância de prevenção
durante o ato sexual quando afirmaram que as DST's são “doenças perigosas”.
"Eu sei que são muito perigosas, tem que se prevenir e existe várias doenças que se
pegam na relação".(A.C.S.G., 23 anos).
"São algumas doenças que a gente tem que se cuidar e tem de se tratar, se prevenir
principalmente, tipo assim".(P.L.S. 23 anos).
Como afirma Silveira el al (2002), a prevenção das DST's/Aids entre as mulheres,
depende da conscientização dessas diante da existência do risco, portanto, o reconhecimento
adequado contribuiria para ajudá-las a evitar estas situações, adotando medidas preventivas,
como uso de condom em todas as relações sexuais. Simon et al (2002) acrescenta que, “a
prevenção envolve um preparo antecipado da ação, motivado pela crença de que agir de
determinadas formas será eficaz para evitar conseqüências negativas”.
VULNERABILIDADE ÀS DST's/AIDS
O que foi relatado ainda no depoimento de algumas entrevistadas é que elas percebem
que o risco de contrair a doença está de certa forma distante da realidade vivida por elas ao
relatarem que nunca contraíram tais doenças, apenas pessoas conhecidas.
"Olha, um amigo que já morreu de Aids que falou,... se cai o cabelo... a gente sabe que
cai o cabelo, fica enfraquecido, fica muito magro e etc...".(A.G., 24 anos).
"...nunca peguei, mas conheço muitas amigas que já passaram por isso, né? É um tal
de cavalo de crista, é cavalo de buraco, é gonorréia, ou mesmo esquentamento. Eu conheço
quase todas, né, mas só que nunca fui vítima, né, mas conheço".(F.A.C.,24 anos).
De acordo com Fernandes et al (2000), “isto denota que as mulheres sentem-se seguras
e não vulneráveis a adquirir doenças sexualmente transmissíveis, ou que sentem o risco muito
distante delas”. Entendeu-se que a questão da autopercepção da vulnerabilidade não se faz
constante entre as mulheres de modo geral. E dando ênfase às profissionais do sexo,
constatamos maior susceptibilidade, associada à idéia de multiplicidade de parceiros e a
conseqüente disseminação de doenças sexuais.
DISCUTINDO A AIDS
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A Aids constitui-se em tema pouco conhecido pelas entrevistadas. Em alguns casos
elas admitiram pouco ou nenhum conhecimento sobre a patologia.
"Olha eu não sei muito bem. É... as pessoas falam que é uma doença muito feia e... que
vai matando aos pouquinhos".(D.P.S., 28 anos).
"Olha, muito pouco. Sei muito pouco...assim explicar mesmo normal, eu não sei muito
dela, sei muito pouco, mas gostaria de saber".(S.M.O., 30 anos).
Castro apud Praça (2003) reconhece que mesmo com os esforços demonstrados pelos
órgãos públicos para divulgar informação e medidas de prevenção da AIDS, nem sempre os
objetivos são alcançados; a televisão, seguida da escola são as principais fontes de informação
sobre a AIDS; no entanto, as campanhas de sensibilização para a prevenção geralmente são
veiculadas pela mídia por curtos períodos de tempo, sendo que sua apresentação intensiva
ocorre próxima a períodos considerados de grande risco de infecção pelo HIV, como no
carnaval.
MÉTODOS DE PREVENÇÃO
SINTOMAS DE DST's
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"É primeiro, número um, como é que se diz: dá febre, muita febre, a vagina da mulher
fica cheia de caroço, fica muito encaroçada, então, nesse caso é uma doença...como é que se
diz...toda doença é ruim, mas doenças do mundo é a pior".(A.G., 24 anos).
"A pessoa tem íngua inflamada...ferida...é...pingadeira e é isso aí que eu ouvi falar.
Ah! Tem também febre, muita febre".(A.S.M., 22anos).
O desconhecimento dos sintomas das DST's é um fator presente e preocupante, visto
que cinco das entrevistadas relataram não possuir conhecimento algum de tais sintomas.
"Não sei ainda".(P.L.S., 23 anos).
"Não sei".(F.A.C., 23 anos).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo mostra que a maneira pela qual as profissionais do sexo lidam com a
sexualidade, as informações e a educação sexual recebidas, por serem restritas tais
informações, fazem com que tenham pouco ou nenhum conhecimento a respeito das
DSTs/Aids, sua sintomatologia, como contrai e tratamentos, tendo apenas alguma noção a
cerca de como evitar.
Em seus discursos ficou evidente também que elas vêem as DSTs/Aids como uma
possibilidade remota de contraí-las e mesmo cientes do risco da prática sexual sem proteção
ainda o realizam com parceiros que consideram supostamente sadios e que não têm
probabilidade de contamina-las. Estão incluídos neste grupo os companheiros com quem
vivem maritalmente e os clientes fixos.
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Assim sendo, através da análise dos resultados do presente estudo, percebeu-se que
existe a necessidade imediata de incrementação de programas de educação em saúde, nos
níveis de atenção comunitária, ambulatorial e hospitalar, voltados ao desenvolvimento da
responsabilidade das profissionais do sexo diante de sua sexualidade, visto que as mesmas
não percebem a situação de vulnerabilidade a que estão expostas. Esses programas devem
estimular a participação dessas mulheres em oficinas de trabalho que promovam a adoção de
práticas de sexo mais seguras, objetivando não só protegê-las, mas também a seus clientes.
Baseadas nesta realidade, entende-se que é preciso chamar a atenção dos profissionais
de saúde para a necessidade de repensar as estratégias preventivas atuais, meramente pautada
na transmissão de informações, de forma a adotar medidas que sensibilizem mais ativamente
esse grupo populacional que encontra-se com grandes probabilidades de contrair tais doenças.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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POLES, C. Mulheres em Risco. Veja, Abril, 1665.ed. ano 33, n.36, p.72-73, 2000.
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Puérperas Internadas. Rev. Saúde Pública,v.37, n.5, p.543-551.
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set. 2003. Disponível em: <http:// www.redesaude.org.br>. Acesso em: 31 out. 2003.
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VERMELHO, L. L. et al. Mulheres com Aids: Desvendando Histórias de Risco. Cad. Saúde
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ROTEIRO DE ENTREVISTA
1. Identificação:
a) Nome
b) Idade
c) Estado Civil
d) Grau de Instrução
e) Procedência
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