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Esse foi o cenário que Diego Mahfouz Faria Lima encontrou ao assumir, três
anos atrás, a direção da Darcy Ribeiro, escola do ensino fundamental com mais
de 800 estudantes. "Era uma das escolas mais violentas da região. Quando vim
conhecê-la, não só achei a fachada feia, como vi que o muro era cheio de
buracos, onde (usuários) guardavam suas drogas. Os banheiros não tinham
nem vaso sanitário", conta ele à BBC Brasil.
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tes e depois, uma sala de aula da Darcy Ribeiro: escola ganhou doações de
materiais e foi revitalizada pela própria comunidade | Foto: arquivo pessoal
"Peguei um microfone para dizer a eles que eu não iria embora e que estava
disposto a escutá-los", recorda o diretor.
Foi criado um mural onde os alunos deixam seus elogios, críticas e sugestões,
para serem lidos pelos professores em sala. As sugestões coletivas são levadas
à direção. Além disso, assembleias e o grêmio estudantil foram fortalecidos.
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be de astronomia foi uma das iniciativas para engajar alunos | Foto: arquivo
pessoal
2 - Combater à evasão
Para enfrentar o alto número de desistências por parte dos alunos, a Darcy
Ribeiro criou carteirinhas para seus estudantes, de forma a monitorar o número
de faltas.
A cada três faltas consecutivas de um mesmo aluno, Lima ia ele próprio à casa
do estudante descobrir o que estava acontecendo.
Outro problema é que a maioria dos alunos simplesmente não ia à escola nas
sextas-feiras. Surgiu a ideia de tornar o ambiente escolar mais atrativo, com
um show de talentos: pais e alunos passaram a realizar performances nesse
dia da semana.
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cola passou a realizar assembleias para dar voz às insatisfações dos
estudantes | Foto: arquivo pessoal
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nutenção da escola é feita com a ajuda da comunidade; acima, Diego Lima
pintando parede | Foto: arquivo pessoal
"Quando uma mãe vem e reclama que o filho (está usando ou traficando
drogas), chamamos o aluno e tentamos parcerias para conseguir emprego para
ele, mostrar que ele não precisa das drogas (para se sustentar ou passar o
tempo)", diz o diretor.
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fachada da escola, antes e depois: embelezamento fez parte da estratégia de
recuperação | Foto: divulgação
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Lima tem como objetivo, agora, reduzir a defasagem de parte dos alunos em
relação à série que cursam, coibir as faltas - ainda em nível acima do desejado
- e melhorar o trabalho pedagógico.
"É um projeto que dá resultado se você se abrir à gestão democrática, dar voz
em vez de concentrar as decisões, valorizar o protagonismo dos alunos e abrir
a escola como se ela não tivesse muros", afirma.