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METROLOGIA-2003 – Metrologia para a Vida

Sociedade Brasileira de Metrologia (SBM)


Setembro 01?05, 2003, Recife, Pernambuco - BRASIL

IMPLANTAÇÃO DA PORTARIA MS 453/98 NO ESTADO DA BAHIA

Marcus Navarro 1 , Jacqueline Gurjão 2 , Eliana Alcantara 3 , Mário Ferreira 4 .


1
CEFET-BA, Salvador, Brasil
2
DIVISA-BA, Salvador, Brasil
3
CEFET-BA, Salvador, Brasil
4
UNEB, Alagoinhas, Brasil

Resumo: A Diretoria de Vigilância e Controle Sanitário da exemplo, nas propagandas realizadas diariamente
Bahia -DIVISA, através de parceria com o Centro Federal de divulgando o nome das empresas que foram certificadas
Educação Tecnológica da Bahia-CEFETBA, está com a ISO 9000, entre outros certificados de Garantia de
implantando a Portaria MS 453/98[1], através de projeto Qualidade.
desenvolvido por especialistas da DIVISA e do CEFET na
Na área de saúde contudo, uma das únicas iniciativas do
área de radiodiagnóstico.
Governo Federal nesta área foi a Portaria 453 de 01 de junho
A referida portaria, aprova o regulamento técnico que
de 1998 da Secretaria de Vigilância Sanitária, que
estabelece as diretrizes básicas de proteção radiológica em
regulamentou um programa de garantia de qualidade (PGQ),
radiodiagnóstico médico e odontológico, sendo sua
obrigatório, em radiodiagnóstico, que até o momento não foi
implantação, executada em seis etapas :
implementado em todos os estados da Federação.
1 – Levantamento da situação dos serviços de
radiodiagnóstico no estado da Bahia; Uma das principais polêmicas geradas pela portaria 453 foi
2 – Capacitação dos técnicos da DIVISA através de cursos à obrigatoriedade da implantação de PGQ, pois a adesão aos
na área de radiações ionizantes, voltando-se sempre, para os PGQ’s na indústria é voluntária [2]. Contudo, dois
riscos associados a cada equipamento, prática ou questionamentos são oportunos: quando se trata de
procedimento e metrologia das radiações; qualidade em saúde, pode-se falar em escolha? será que o
3 – Aquisição de instrumentação com rastreabilidade e administrador de um hospital ou de qualquer outra
calibração necessárias para a utilização em radiodiagnóstico; instituição de saúde pode escolher entre oferecer um serviço
4 – Implantação e avaliação da portaria 453 em 5 hospitais e de qualidade ou um serviço que ponha em risco a vida da
5 clínicas especializadas, identificadas como unidades população?
piloto;
5 – Desenvolvimento de protocolos e manuais para a A qualidade em saúde, não é uma questão de escolha, deve
ser uma obrigação das instituições de saúde e deve-se buscar
implantação e fiscalização da referida portaria;
a qualidade total, ou seja, almejar uma qualidade de 100%.
6 – Desenvolvimento de software para o gerenciamento do
cadastramento e inspeção dos serviços de radiodiagnóstico. Afinal, qualquer erro pode representar a perda de muitas
vidas.
O projeto de implantação teve início em janeiro de 2002 Sendo assim, se faz necessário implementar PGQ’s em todas
estando na fase de conclusão e com previsão de utilização da as áreas de saúde e avaliá-los periodicamente para atualizá-
Portaria MS 453/98, para o licenciamento dos serviços de los, corrigindo os erros e introduzindo novos fatores de
radiodiagnóstico, pela DIVISA, a partir de janeiro de 2004. controle.

Palavras chave : controle de qualidade, radiodiagnóstico, No caso deste projeto, que tem por objetivo implantar o
vigilância sanitária. controle e fiscalização do programa de garantia de qualidade
em raios-x diagnóstico, regulamentado pelo governo
Federal, através da portaria 453, se faz necessário discutir
1. INTRODUÇÃO inicialmente alguns conceitos e objetivos gerais de um PGQ
em radiodiagnóstico[3-4].
Desde a última década, muitos foram os trabalhos
desenvolvidos na área de qualidade. Diferentes programas Nos últimos anos foram desenvolvidas normas,
de garantia de qualidade foram elaborados em todo o mundo recomendações ou leis, visando a implementação de PGQ’s
voltados, principalmente, para a indústria e comércio, com o em radiodiagnóstico em todo o mundo, como é o caso do:
objetivo de tornar as empresas mais lucrativas e versáteis [2]. Brasil[1], Alemanha[5], Estados Unidos [6], Reino Unido[7] ,
No Brasil, diversas empresas se adaptaram a esta nova Organização Pan-americana de Saúde[8-9] , Organização
exigência do mercado consumidor e outras estão no Mundial de Saúde[10-11] , ICRP[12] , IAEA [13] e Comunidade
processo de adaptação, como pode-se observar, por
Européia [14] onde, a maioria, adota a obrigatoriedade do de uso, aumentando os custos dos tratamentos e
controle de qualidade em radiodiagnóstico. principalmente promovendo o diagnóstico tardio das
doenças, reduzindo a possibilidade de terapias curativas,
Vale salientar a diferença dos termos, utilizados utilizados
como pode ser observado no estudo desenvolvido pelo
nestas publicações, Quality Assurance (garantia de
Instituto Nacional do Câncer ( INCA ) mostrando que
qualidade) e Quality Control (controle de qualidade), que
apenas 5,1% dos casos de câncer do Hospital Aristides
são muitas vezes confundidos. A garantia de qualidade é
Maltez (Salvador-Bahia ) possuem estadiamento 0 ou 1. A
definida por Gray[4] como um sistema de atividades cujo
conseqüência imediata deste diagnóstico tardio é a
objetivo é garantir que todos os trabalhos de controle de
aproximação dos índices de morbidade e mortalidade,
qualidade de fato serão efetivos. O sistema envolve uma
aumentando a letalidade destas displasias malignas.
avaliação continua da adequação e efetividade de todos os
programas de controle de qualidade pois , garantia de
qualidade envolve multiplas atividades como o controle de Sendo assim, pôde-se observar a necessidade urgente de
qualidade, manutenção preventiva, calibração de implantação de Programas de Garantia de Qualidade em
equipamentos, programas de qualificação e aperfeiçoamento raios-x diagnóstico através da portaria 453 pois, deve-se
profissional, especificação e aceitação de novos salientar, que o prazo de 5 anos para a implementação,
equipamentos, bem como a avaliação contínua do completa, nos estados e municípios foi concluído em junho
lançamento das novas tecnologias [15]. de 2003. Por outro lado, em relação à inspeção/fiscalização,
com a implantação do controle do PGQ, pela DIVISA
O controle de qualidade é também definido por Gray[4] estadual, as unidades de Radiodiagnóstico ficarão obrigadas
como todos os sistemas de atividades que proporcionem a a apresentar um relatório bi-anual, atestando a
qualidade dos produtos ou serviços que o usuário necessita. funcionalidade do programa e assinado por um profissional
O objetivo principal do controle de qualidade é proporcionar com reconhecida qualificação na área.
uma qualidade que seja satisfatória, adequada e econômica,
ou seja, o controle de qualidade é o segmento do PGQ
responsável pelas medidas, qualidade da imagem e 2. MATERIAIS E MÉTODOS
integridade dos equipamentos. A estruturação da DIVISA para a implantação do controle
Segundo a OMS [5-8]
os principais objetivos de um PGQ em da Portaria 453/98, foi planejado para ser desenvolvido em
radiodiagnóstico devem ser os conhecidos três D’s: seis etapas, como se seguem:
Diagnóstico, Dose e Dólares. Primeiro e mais importante no
programa é garantir a qualidade do diagnóstico, segundo é 2.1. Levantamento da situação dos serviços de
necessário garantir que as doses sejam tão baixas quanto radiodiagnóstico no estado da Bahia
possíveis para a realização do exame com qualidade e por
fim, os custos precisam ser reduzidos ao menor possível, O estado da Bahia está divido em seis macro-regiões [19-20],
através do não desperdício de energia elétrica, desgaste do que são: Metropolitana, Norte, Nordeste, Sul, Extremo Sul e
equipamento, filmes, químicos e mão-de -obra especializada. Oeste. Através do acompanhamento das inspeções das
DIVISA nas unidades de radiodiagnóstico médico e
Neste sentido, alguns estudos foram desenvolvidos para odontológico foi possível realizar avaliação de 33 serviços
quantificar os efeitos de um PGQ em raios-x diagnóstico, de radiodiagnóstico, totalizando 89 equipamentos, onde a
como o trabalho desenvolvido por Miller[16] afirmando que o portaria 453/98, no item 4.45, estabelece que o controle de
exame de mamografia realizado com qualidade reduz em qualidade previsto no programa de garantia de qualidade,
40% a mortalidade de câncer de mama em mulheres entre 50 deve incluir o seguinte conjunto mínimo de testes de
e 69 anos. Visando outro aspecto, Maccia [17] verificou a constância, com a seguinte freqüência mínima:
redução das doses de radiação na superfície da mama em
50% após dois anos de implantação do PGQ e Noyes [18] a) Testes bianuais:
estimou entre U$ 33,000 a U$ 51,000 a economia anual de
um departamento com 12 salas de diagnóstico. (i) valores representativos de dose dada aos pacientes em
radiografia e CT realizadas no serviço;
Por outro lado, sendo a Bahia um dos maiores estados do (ii) valores representativos de taxa de dose dada ao paciente
país, tanto em população quanto em território, observa-se em fluoroscopia e do tempo de exame, ou do produto dose-
uma grande dificuldade do sistema de saúde em distribuir área.
uniformemente suas unidades bem como da DIVISA em
realizar a fiscalização[19-20], encontrando uma grande b) Testes anuais:
concentração, nos centros urbanos [21], de unidades de saúde (i) exatidão do indicador de tensão do tubo (kVp);
bem equipadas, ao nível dos países mais desenvolvidos, (ii) exatidão do tempo de exp osição, quando aplicável;
contrastando com cidades cujo sistema de saúde resume-se a (iii) camada semi-redutora;
um posto médico[22]. (iv) alinhamento do eixo central do feixe de raios-x;
(v) rendimento do tubo (mGy / mA min m2 );
As conseqüências das desigualdades podem ser sentidas na (vi) linearidade da taxa de kerma no ar com o mAs;
transferência, em massa, dos pacientes para os grandes (vii) reprodutibilidade da taxa de kerma no ar;
centros[19-22] e utilização que equipamentos fora dos padrões (viii) reprodutibilidade do sistema automático de exposição;
(ix) tamanho do ponto focal; que devem apresentar um desvio no intervalo de tolerância
(x) integridade dos acessórios e vestimentas de proteção de ± 2 kV.
individual;
(xi) vedação da câmara escura. e) O indicador de tempo de exposição deve apresentar
desvio (diferença entre o valor nominal e o valor medido) no
c) Testes semestrais intervalo de tolerância de ± 10% em qualquer tempo de
exposição selecionado.
(i) exatidão do sistema de colimação;
(ii) resolução de baixo e alto contraste em fluoroscopia;
f) O valor da camada semi -redutora do feixe útil não deve
(iii) contato tela-filme;
ser menor que o valor mostrado na Tabela I, para uma dada
(iv) alinhamento de grade;
tensão do tubo e fase, de modo a demonstrar conformidade
(v) integridade das telas e chassis;
com os requisitos de filtração mínima. Valores
(vi) condições dos negatoscópios;
intermediários podem ser obtidos por interpolação.
(vii) índice de rejeição de radiografias (com coleta de dados
durante, pelo menos, dois meses).
g) A camada semi-redutora para mamografia (filme/tela)
deve estar entre os valores medidos de kVp/100 e kVp/100
d) Testes semanais:
+ 0,1 mm equivalentes de alumínio. A camada semi-
(i) calibração, constância e uniformidade dos números de redutora deve incluir a contribuição da filtração produzida
CT; pelo dispositivo de compressão.
(ii) temperatura do sistema de processamento;
(iii) sensitometria do sistema de processamento. h) O eixo central do feixe de raios-x deve apresentar desvio
de alinhamento menor que 3 graus em relação ao eixo
Onde, para mamografia, os testes relativos ao perpendicular ao plano do receptor de imagem.
processamento devem ser realizados diariamente, os
cassetes limpados semanalmente sendo realizada, i) Para uma tensão de tubo de 80 kV, o rendimento de um
mensalmente, uma avaliação da qualidade de imagem com sistema com gerador trifásico ou multipulso com filtração
um fantoma mamográfico equivalente ao adotado pela ACR, apropriada deve estar no intervalo de 4,8 a 6,4 mGy /
não devendo ser realizadas mamografias em pacientes se o mAminAm2 , e para um gerador monofásico com retificação
critério mínimo de qualidade de imagem não for alcançado. de onda completa, deve estar entre 2,4 a 4,8
As imagens devem ser arquivadas e mantidas à disposição mGy/mAmin m2 .
da autoridade sanitária local.
j) Para uma dada tensão do tubo, a taxa de kerma no ar deve
Tendo sido utilizado o ítem 4.49, da portaria 453/98, como ser linear com o produto da corrente pelo tempo (mAs) para
sendo os Padrões de desempenho, que são: a faixa de corrente e de tempo utilizados rotineiramente. O
desvio (diferença entre duas taxas de kerma no ar expressas
a) Os níveis de radiação de fuga são definidos a 1 m do em mGy/mAs) máximo não deve ultrapassar 20% do valor
foco, fora do feixe primário. Cada ponto de medida no médio, para todas as combinações de tempo e corrente
campo de radiação pode ser dado pelo valor médio obtido comumente utilizadas.
em uma área de medição de 100 cm2 , com dimensão linear
que não exceda 20 cm. k) Para um dado mAs, a taxa de kerma no ar deve ser
reprodutível em ±10%. Isto é, para um grupo de quatro
b) O valor representativo de dose dada aos pacientes pode medidas, a diferença máxima entre duas medidas deve ser
ser determinado em fantoma apropriado ou pelo terceiro menor que 10% do valor médio.
quartil da distribuição de dose em pacientes, para cada tipo
de exame, ou por outro método apropriado. O Anexo A l) A taxa de kerma no ar com sistema automático de
apresenta os níveis de referência de radiodiagnóstico para exposição deve ser reprodutível em ± 10%.
fins de otimização.
m) Para colimadores ajustáveis e com indicação visual do
c) A taxa de kerma no ar em fluoroscopia deve ser inferior a campo, o desalinhamento entre as bordas do campo visual e
50 mGy/min na entrada da pele do paciente, na menor do campo de raios-x deve ser menor que 2% da distância
distância (foco-pele) de operação, exceto durante cine ou foco-filme.
quando o sistema opcional de "alto nível" estiver ativado. Se
o tubo estiver sob a mesa, as medidas devem ser realizadas a n) Resolução de baixo contraste: saliências ou cavidades
1 cm sobre a mesa ou berço. cilíndricas de 5 mm de diâmetro (ou objeto de tamanho
equivalente, dependendo do fantoma) devem ser visíveis na
d) O indicador de tensão do tubo deve apresentar um desvio imagem fluoroscópica quando a atenuação do feixe diferir
(diferença entre o valor nominal e o valor medido) no de 1% ou mais daquela obtida no meio onde estão situadas.
intervalo de tolerância de ± 10% em qualquer corrente de
tubo selecionada, exceto para equipamentos de mamografia, o) Resolução de alto contraste: saliências ou cavidades
cilíndricas de 1 mm de diâmetro (ou objeto de tamanho
equivalente, dependendo do fantoma) devem ser visíveis na Para a capacitação dos técnicos da DIVISA em inspeções e
imagem fluoroscópica quando a atenuação do feixe diferir controle de riscos em radiologia, bem como o controle da
de 10% ou mais daquela obtida no meio onde estão situadas. qualidade dos serviços de radiodiagnósticos, foi realizado
um curso[23-28] de 200 horas para 35 técnicos, com os
p) Se o sistema de tomografia computadorizada utiliza seguintes conteúdos e carga horárias :
números de CT expressos em unidades de Hounsfield, o
mesmo deve estar calibrado de modo que uma exposição no 2.2.1. Física Básica – 30 horas
ar produza um valor médio dos números de CT de -1000 ± 5
e na água produza um valor médio dos números de CT de 0 Tópicos de Mecânica Clássica: Movimento na Reta, Leis de
± 5. Newton, Conservação de Energia e Conservação de
Momento. Ótica Ondulatória: Conceito de Onda,
q) Os sistemas de radiografia de mama devem ser capazes Velocidade e Propagação da Luz. Reflexão, Refração,
de identificar a imagem de uma fibra de 0,75 mm, uma Interferência e Difração da Luz. Tópicos de
microcalcificação de 0,32 mm e uma massa de 0,75 mm no Eletromagnetismo: Leis Básicas, Ondas Eletromagnéticas,
fantoma, equivalente ao adotado pelo ACR. Energia das Ondas Eletromagnéticas, Espectro
Eletromagnético. Fótons e Radiações Eletromagnéticas:
Tabela I. Valores mínimos de camadas semi -redutoras em Efeito Fotoelétrico, Efeito Compton, Espectro Contínuo de
função da fase e tensão do tubo Raios X. Espectros Atômicos e Modelo do Átomo de Bohr.
Dualidade Onda-Partícula.

CSR (mm Al) 2.2.2. Física das Radiações Ionizantes – 20 horas

Conceito de Radiação Ionizante. Matéria e Energia.


kVp Monofásico trifásico Radioatividade: Elementos Radioativos, Radioisótopos,
Decaimentos Radioativos, Meia-Vida, Atividade. Produção
70 2,1 2,3 de Raios X: Processo de Produção, Espectro da Radiação.
Interação da Radiação Ionizante com a Matéria: Atenuação,
Coeficiente de Atenuação, Camada Semi-Redutora (HVL),
80 2,3 2,6
Camada Décimo Redutora (TVL), Absorção, Espalhamento
e Transmissão, Radiação Secundária.
90 2,5 3,0
2.2.3. Radioproteção – 25 horas
100 2,7 3,2
Grandezas Radiológicas, Sistemas de Detecção e
110 3,0 3,5 Monitoração de Radiações, Princípios Básicos da Proteção
Radiológica, Procedimentos e Normas de Radioproteção,
120 3,2 3,9 Operação de Detetores e Utilização de Monitores e
Dosímetros, Noções de Operações em Emergências
130 3,5 4,1 Radiológicas, Higiene das Radiações Ionizantes, Acidentes
e Situações de Emergência, Taxa de Exposição e Dose
Absorvida, Doses Permissíveis, Proteção do Paciente,
Para a realização dos testes foram utilizados um sistema
Sistemas de Controle de Proteção de Profissionais, Detecção
Radcal System 2000M Plus, um Unfors 512 e as
e Descontaminação, Blindagem, Uso de Equipamentos de
ferramentas de teste da Nuclear Assossiates, tendo sido
todos os equipamentos calibrados em Laboratórios proteção Individual-EPI’s.
credenciados pela Agência Internacional de Energia
2.2.4. Equipamentos de Radiologia – 25horas
Atômica-AIEA .
Raios-x Convencional, Tomografia Computadorizada,
Não foi encontrado nenhum serviço que estivesse em
Mamografia, Ressonância Magnética Nuclear, Acelerador
conformidade com todos os itens da referida Portaria,
Linear, Unidade de Cobalto, Gama Câmara.
comprovando a necessidade de planejamento e estruturação,
do es tado, para que a implantação não provoque um caos no
2.2.5. Fiscalização em radiodiagnóstico – 25 horas
sistema de saúde, através da mudança repentina de critérios
para o licenciamento de serviços de radiodiagnóstico.
Legislação. Roteiros. Protocolos. Análise de Planos de
Radioproteção. Prática de análise de processos.

2.2. Capacitação dos técnicos da DIVISA através de cursos 2.2.6. Elementos de radioterapia e medicina nuclear – 25
na área de radiações Ionizantes, voltando-se sempre, para horas
os riscos associados a cada equipamento, prática ou
procedimento e metrologia das radiações;
Histórico. Diferença Fundamental entre Tubos de Raio X Com o objetivo de avaliar a possível necessidade de
para Terapia e para Fins Diagnóstico. Radioisótopos e adequação, da Portaria 453/ 98, à realidade do Estado, bem
Aplicações Terápicas. Métodos de Tratamento: Teleterapia, como de sua complementação foi desenvolvido um
Braquiterapia, Terapia Rotatória, Radiocirurgia, Implante de programa piloto em 5 clínicas especializadas e 5 hospitais,
Sementes Radioativas, Alta Taxa de Dose (HDR). totalizando 80 equipamentos monitorados durante um ano.
Equipamentos: Raio X Superficial e Ortovoltagem,
Acelerador Linear, Unidades de Cobalto, Tubos e Agulhas Para a realização dos testes de controle de qualidade foram
Radioativas, HDR. Parâmetros Físicos da Radioterapia. desenvolvidas planilhas, no Excel, que permitem a aquisição
Campo de Tratamento. Registro Radioterápico. direta dos dados, bem como a realização dos cálculos
Terminologia Médica Radioterápica e suas Definições. necessários para a avaliação dos parâmetros controlados.
Histórico. Equipamentos e Materiais Utilizados. Parâmetros
Físicos da Medicina Nuclear. Radioisótopos e suas O resultado desta avaliação aponta para a necessidade de
Aplicações para Fins Diagnósticos. Preparação do Paciente. inclusão dos parâmetros de controle dos equipamentos
Iodoterapia. Cintilografia. Mapeamento. Captação de utilizados em densitômetria Óssea, Cine, Litotripsia,
Tireóide. Medicina Nuclear em Cardiologia. Manuseio e radiografia digital e radiografia Veterinária .
Cuidados com Radioisótopos na Forma Líquida.
Terminologia Médica em Medicina Nuclear e suas Além da inclusão do controle dos equipamentos referidos
Definições. acima, se faz necessário uma nova publicação, da Portaria
453, mais didática e de fácil utilização.
2.2.7. Física em radioterapia e Medicina Nuclear-25 horas
2.5.Desenvolvimento de protocolos e manuais para a
Legislação. Roteiros. Protocolos. Análise de Planos de implantação e fiscalização da referida portaria.
Radioproteção. Prática de análise de processos.
Através de um trabalho conjunto entre os Técnicos da
2.2.8. Garantia de Qualidade em Radiodiagnóstico-25 DIVISA e os Especialistas em Radiodiagnóstico, do
horas CEFETBA, foi possível o desenvolvimento de protocolos e
manuais de inspeção, segundo a portaria 453 para os
Objetivos da Qualidade em Medicina. Programa de Garantia equipamentos de raios-x intra-oral, raios-x convencional,
de Qualidade, segundo a Portaria 453. Responsabilidades fluoroscopia, mamografia, Raios-x Panorâmico,
quanto à Qualidade da Imagem. Qualificação Profissional processamento de imagem e tomografia.
em Radiodiagnóstico. Os roteiros de inspeção estão sendo utilizados, em fase de
avaliação, tendo sido adequados para serem utilizados com o
Após a conclusão do curso, os técnicos estão iniciando a software de cadastramento e gerenciamento de serviços de
realização das inspeções, estando sempre acompanhados de radiologia, que também foi desenvolvido para a DIVISA.
um Físico, Supervisor de Radioproteção em Física
radiológica, do CEFETBA. 2.6. Desenvolvimento de software para o gerenciamento do
cadastramento e inspeção dos serviços de radiodiagnóstico.
2.3.Aquisição de instrumentação com restreabilidade e
calibração necessárias para a utilização em Tendo sido desenvolvido em VisualBasic, o software que
radiodiagnóstico. está sendo utilizado pela DIVISA tem como principais
objetivos o cadastramento e gerenciamento das inspeções
Tendo sido desenvolvido com o objetivo da DIVISA ter em radiologia, tendo por base a Portaria 453 e as Normas da
autonomia na realização das inspeções em radiodiagnóstico, Comissão nacional de Energia Nuclear[29-31], além de
o projeto de implantação da Portaria 453/98, estabeleceu um permitir a utilização dos registros dos serviços para o
cronograma de aquisição de equipamentos que está sendo planejamento em saúde, tendo em vista a possibilidade de
seguido pelo Governo Estadual. Estão sendo adquiridos acesso a todos os serviços ou equipamentos instalados, por
todos os equipamentos e ferramentas necessárias para macro-região ou até mesmo por bairro em uma cidade.
verificar os testes realizados pelos especialistas em
radiodiagnósticos, com base na referida Portaria. O referido software funciona em rede integrada da DIVISA
Todos os equipamentos que estão sendo adquiridos possuem e será expandido para o uso de todas as Vigilâncias
registros nos seus países de origem e calibração em municipais, quando da integração estadual.
Laboratórios reconhecidos pela AIEA.
Um dos principais requisitos para a definição dos
equipamentos foi a praticidade de uso tendo em vista as 3. CONCLUSÃO
diversidsade na formações dos Técnicos da DIVISA. Tendo em vista que o controle da qualidade nos serviços de
radiodiagnóstico está intrinsecamente relacionado à
2.4. Implantação e avaliação da portaria 453 em 5 metrologia das radiações ionizantes, bem como dos
hospi tais e 5 clínicas especializadas, identificadas como parâmetros mecânicos de funcionamento dos equipamentos,
unidades piloto através deste trabalho foi possível observar a necessidade de
capacitação de profissionais que atuam nos serviços de
radiodiagnóstico ou na fiscalização, que seja Federal, REFERÊNCIAS
Estadual ou mu nicipal. Portanto, faz-se necessário a [1] Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância Sanitária.
ampliação dos centros referência do país , fato este que Diretrizes de Proteção Radiológica em
impulsionou o Grupo de Física radiológica do CEFET-BA a Radiodiagnóstico Médico e Odontológico. Portaria
estruturar o Laboratório de Física Radiológica – LAFIR, No 453, de 1o de junho de1998.
com o objetivo de desenvolver pesquisa, ensino e extensão
[2] Prêmio Jovem Cientista.Gerenciamento da Qualidade:
em radiologia, contribuindo para a melhoria da saúde da o caminho para a modernização. Fundação Roberto
população. Marinho; Gerdau, Rio de Janeiro, 1993.
Sendo assim, através da parceria entre o Governo do Estado [3] European Comission. European Guidelines on Quality
da Bahia/SUVISA/DIVISA e o CEFET-BA/LAFIR foi Criteria for Diagnostic Radiographic Images. European
possível desenvolver o projeto em pauta, que após 19 meses Comission, Luxemburgo, 1996.
do seu inicio está proporcionando a estrutura básica ao
[4] Gray, Joel E.; Winkler, Norlin T.; Stears, John; Frank,
Estado, para que seja possível realizar o controle dos Eugene D. Quality Control in Diagnostic Imaging.
serviços de radiodiagnóstico, com base na portaria 453/98. Aspen Publishers, Maryland, 1983.
Por outro lado, além de verificar a necessidade imediata do [5] A Guide Prepared Following a Workshop Held in
controle da qualidade dos serviços de radiodiagnóstico, Neuherberg. Quality Assurance in Diagnostic
mostrando ser a portaria uma ferramenta legal de Radiology. Neuherberg; Federal Republic of Germany,
fundamental importância na saúde da população, pois obriga october, 1982.
o controle da qualidade dos equipamentos de [6] Steves, Andrea T. Quality Management for
radiodiagnósticos, foi possível constatar a necessidade do radiographic imaging. McGraw-Hill, New York,
desenvolvimento, imediato, de legislações similares para as United States. 2001.
outras áreas da radiologia (radioterapia, medicina nuclear e
[7] British Institute of radiology. Assurance of Quality in
radiografia industrial) que, na maioria das vezes, Diagnostic Imagin Departament. London. 2001.
proporcionam mais riscos à saúde dos pacientes, indivíduos
do público e trabalhadores que no radiodiagnóstico, assim [8] Organização Panamericana da Saúde .Garantia de la
como a necessidade da utilização de uma metrologia mais calidade en radiodiagnóstico. Organização Mundial da
Saúde, Genebra, 1984.
sofisticada.
[9] Borrás, Cari(EDITOR). Organización, desarrollo,
Pode-se ainda considerar, que este trabalho é mais uma
garantía de calidade y radioproteccíon en los servicios
contribuição que aponta a necessidade do controle do uso e de radiología: imaginología y radioterapia.
funcionamento de todos os equipamentos médico- Organización Panamericana de la Salud, Organización
hospitalares pois, a realidade observada nas outras áreas da Mundial de la Salud, Washington DC, deciembre,1997.
saúde não é muito diferente do que foi constatado em
[10] Organización Mundial de la Salud. Mantenimiento y
radiodiagnóstico. Neste sentido,está sendo estruturado, no
reparación del equipo de laboratorio, diagnóstico por
CEFETBA, o Núcleo de Tecnologia em Saúde, ao qual o imagen y hospital. Organización Mundial de la Salud
LAFIR está subordinado, com o objetivo de ser um centro publicaciones, Ginebra, 1996.
de pesquisa e capacitação em metrologia e controle de riscos
associados aos equipamentos medico-hospitalares. [11] Lloyd, Peter. Quality Assurance Workbook. World
Health Organization, Geneva. 2001.
Por fim, foi possível verificar que a referida portaria é de
[12] National Council on Radiation Protection and
fundamental importância para a qualidade dos serviços de Measurements Medical X-Ray, Electron Beam and
radiodiagnóstico, viável para a implantação em pequenos, Gamma-Ray Protection for Energies up to 50
médios e grandes serviços, necessitando apenas de pequenas MeV(Equipament Design, Performace and Use) NCRP
complementações e plenamente passível de ser incorporada Report 102. NCRP Publications, Bethesda,1989.
à rotina da Vigilância Sanitária.
[13] International Atomic Energy Agency Design and
Implementation of a Rdiotherapy Programme: Clinical,
AGRADECIMENTOS Medical Physics, Radiation Protection and Safety
Aspects IAEA TEODOC-1040. IAEA, Austria, august,
Agradecemos a todos os Técnicos da DIVISA que 1998.
participaram direta ou indiretamente deste projeto, bem
[14] Comissão Européia.Critérios de Qualidade de Imagens
como à sua Diretoria e a Superintendência de Vigilância e Radiográficas para fins Diagnósticos. 2a Edição, junho,
Controle Sanitário, que estão proporcionando, ao Estado da 1990.
Bahia, um grande desenvolvimento na área de controle de
[15] Nogueira, Luiz Carlos Lima. Gerenciando pela
riscos em radiologia e qualidade da imagem, bem como a
Qualidade Total na Saúde. Editora de
todos os participantes do Núcleo de Tecnologia em Saúde,
Desenvolvimento Gerencial, Minas Gerais, 1999.
do Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia-
CEFETBA, pelas contribuições e apoio ao desenvolvimento [16] Miller, A., mamography : reviewing the evidence.
deste trabalho. Epidemiology aspect. Can Fam Physician. 1993.
[17] Maccia, C. et all. Quality Control in mammography: na
initiative in France. Br J Radiology, UK. 1994
[18] Noyes, R. S. The economics of quality assurance. [28] Hendee, William R.The Selection and Performance of
Radiologic Equipment. Williams e Wilkins, USA,
Radiology Nuclear Medicine Magazine, pages 7-
1985.
9,24,28. 1980.
[29] Comissão Nacional de Energia Nuclear Requisitos para
[19] Secretaria da Saúde do Estado da Bahia Programação Registro de Pessoas Físicas para o Preparo, Uso e
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