Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
‡
Rodrigo Carlos Silva de Lima
rodrigo.uff.math@gmail.com
‡
1
Sumário
1 Grupos 3
1.1 Conceitos básicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.1.1 Ordem de um grupo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.1.2 Propriedades básicas de grupos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.1.3 Grupo das bijeções-Permutações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.2 Grupo simétrico de grau n . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.2.1 O grupo S3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.2.2 Subgrupos de S3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2.3 Para n ≥ 3, Sn não é abeliano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.2.4 Grupo S4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.3 Subgrupos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.3.1 Normalizador de H . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.3.2 Conjunto gerado por um elemento . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.4 Teorema de Lagrange . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.4.1 Congruência módulo H . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.4.2 Teorema de Lagrange . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
1.5 Grupos cı́clicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.5.1 Homomorfismos e automorfismos de Grupos cı́clicos . . . . . . . 42
1.6 Grupos diedrais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
1.7 Homomorfismo de grupos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
1.7.1 Automorfismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
1.7.2 f : G → G com f(x) = axa−1 é automorfismo . . . . . . . . . . . . 54
1.7.3 Determinação de homomorfismo entre dois grupos . . . . . . . . 58
1.7.4 Teorema de Cayley - G é isomorfo a um subgrupo de SG . . . . . 58
2
SUMÁRIO 3
Grupos
1. Associatividade
(a ∗ b) ∗ c = a ∗ (b ∗ c).
4
CAPÍTULO 1. GRUPOS 5
esquerda, pois
a = a ∗ e = a ∗ (a−1 ∗ a) = (a ∗ a−1 ) ∗ a = e ∗ a,
• (Z, +) é grupo abeliano infinito, porém (Z, ×) não é um grupo, pois os únicos
elementos invertı́veis são 1 e −1.
Y
n
gk = g1 .
k=1
ê Demonstração.
ê Demonstração.
a ∗ a0 = e = a ∗ b0
ê Demonstração. Como vale a.a−1 = e segue que (a−1 )−1 = a, por unicidade
do inverso.
ê Demonstração.
⇒).
xa = b ⇒ multiplicando por a−1 a direita tem-se x = ba−1 .
O mesmo para ax = b, multiplicando por a−1 a esquerda tem-se x = a−1 b.
⇐).
Tomando x = ba−1 então ba−1 a = b.
Para ax = b, tomamos x = a−1 b segue a(a−1 b) = b.
CAPÍTULO 1. GRUPOS 9
Escrevemos então
(a, b) ◦ (a 0 , b 0 ) = (a.a 0 , a.b 0 + b)
Existência de inverso. Para cada elemento (a, b) existe um inverso (a−1 , −b.a−1 )
tal que (a, b)(a−1 , −b.a−1 ) = (1, 0), a propriedade realmente vale , pois
O centro de G (conjunto dos elementos que comutam com todos os outros ele-
mentos) contém apenas a identidade, pois dado um elemento diferente da identidade
(x, y), x 6= 1 e y 6= 0 existe um elemento que não comuta com ele da forma (1, w)
com w > 0 se 1 − x > 0 (logo w(1 − x) > 0) e w < 0 se 1 − x < 0 (logo também
w(1 − x) > 0), pois
daı́ vale sempre y + w > y + xw pois equivale à w > xw ⇔ w(1 − x) > 0 que sempre
vale pelo que observamos anteriomente
CAPÍTULO 1. GRUPOS 10
ê Demonstração.
• Existe elemento neutro (ek )n1 onde ek é o elemento neutro de Gk , tal que
1 n
• Existe inverso para cada (xk )n1 que é (x−
k )1 pois
1 n −1 n
(xk )n1 ∗ (x− n
k )1 = (xk ∗k xk )1 = (ek )1 .
• Vale a associatividade
((xk )n1 ∗ (yk )n1 ) ∗ (zk )n1 = (xk ∗k yk )n1 ∗ (zk )n1 = (xk ∗k yk ∗k zk )n1
(xk )n1 ∗ ((yk )n1 ∗ (zk )n1 ) = (xk )n1 ∗ (yk ∗k zk )n1 = (xk ∗k yk ∗k zk )n1
e o produtório à esquerda
Y
n
ak = an . · · · .a1
k=1,e
Y
n+1 Y
n
ak = [ ak ]an+1
k=1,d k=1,d
Y
1 Y
0
com ak = a1 e ak = e.
k=1,d k=1,d
Y
n+1 Y
n
ak = an+1 [ ak ]
k=1,e k=1,e
CAPÍTULO 1. GRUPOS 11
Y
1 Y
0
com ak = a1 e ak = e.
k=1,e k=1,e
Y
n
f(k)−1 f(k + 1) = f(1)−1 f(n + 1)
k=1,d
Y
n
f(k + 1)f(k)−1 = f(n + 1)f(1)−1
k=1,e
Y
1
f(k)−1 f(k + 1) = f(1)−1 f(2)
k=1,d
Y
1
f(k + 1)f(k)−1 = f(2)f(1)−1
k=1,e
Y
n+1 Y
n
−1
f(k) f(k + 1) = [ f(k)−1 f(k + 1)][f(n + 1)−1 f(n + 2)] =
k=1,d k=1,d
Y
n+1 Y
n
−1 −1
f(k + 1)f(k) = [f(n + 2)f(n + 1) ] f(k + 1)f(k)−1 =
k=1,e k=1,e
−1 −1
= [f(n + 2)f(n + 1) ]f(n + 1)f(1) = f(n + 2)f(1)−1
$ Corolário 2.
Y
n Y
n
−1
f(k + 1)f(k) f(k)−1 f(k + 1) = f(n + 1)f(1)−1 f(1)−1 f(n + 1) = f(n + 1)2
k=1,e k=1,d
CAPÍTULO 1. GRUPOS 12
Y
n
b Propriedade 13. Se cada Gk é abeliano, então Gk é abeliano.
k=1
ê Demonstração.
(xk )n1 ∗ (yk )n1 ) = (xk ∗k yk )n1 = (yk ∗k xk )n1 = (yk )n1 ∗ (xk )n1 .
Y
n
b Propriedade 14. Se existe um s ∈ In tal que Gs não é abeliano, então Gk
k=1
não é abeliano.
SA = {f : A → A | f é bijeção}
logo I ◦ f = f ◦ I.
Dada uma função bijetora f : A → A, podemos sempre definir a inversa de f, f−1 ,
tal que
f(f−1 (x)) = x = f−1 (f(x))
logo para qualquer f em SA existe f−1 em SA tal que f ◦ f−1 = I = f−1 ◦ f, logo temos
a existência de inverso. Assim (SA , ◦) é um grupo. Denotaremos o grupo (SA , ◦)
apenas como SA .
1.2.1 O grupo S3 .
Grupo S3 elementos
! ! !
1 2 3 1 2 3 1 2 3
I= , f6 = σ ◦ τ = , f5 = σ ◦ τ2 =
1 2 3 1 3 2 3 2 1
! ! !
1 2 3 2 1 2 3 1 2 3
σ= , f4 = τ = , τ=
2 1 3 3 1 2 2 3 1
Todos os elementos podem ser gerados pelos elementos σ e τ
! ! !
1 2 3 1 2 3 1 2 3
f4 = τ2 = ◦ =
2 3 1 2 3 1 3 1 2
CAPÍTULO 1. GRUPOS 14
! ! !
1 2 3 1 2 3 1 2 3
f6 = σ ◦ τ = ◦ =
2 1 3 2 3 1 1 3 2
! ! !
1 2 3 1 2 3 1 2 3
f5 = σ ◦ τ2 = ◦ =
2 1 3 3 1 2 3 2 1
! ! !
1 2 3 1 2 3 1 2 3
σ2 = I = ◦ =
2 1 3 2 1 3 1 2 3
Por σ2 = I o inverso de σ é σ. O inverso de f4 é τ, pois
! ! !
1 2 3 1 2 3 1 2 3
f4 ◦ τ = ◦ =
3 1 2 2 3 1 1 2 3
σ◦σ=I
τ2 ◦ τ = I
(σ ◦ τ2 ) ◦ (σ ◦ τ2 ) = I
(σ ◦ τ) ◦ (σ ◦ τ) = I
I◦I=I
O conjunto dos elementos de S3
S3 = {I, σ, τ, τ2 , σ ◦ τ, σ ◦ τ2 }
CAPÍTULO 1. GRUPOS 15
1.2.2 Subgrupos de S3 .
• {I, σ}.
• {I, σ ◦ τ}.
• {I, σ ◦ τ2 }.
• {I, τ, τ2 }.
ê Demonstração.
1 2 3 1 2 3 1 2 3
f4 ◦ f5 = ◦ = =σ
3 1 2 3 2 1 2 1 3
mas sabemos que σ−1 = σ, e temos ϕ(f4 f5 ) = [f4 f5 ]−1 = [σ]−1 = σ e ϕ(f4 ) =
[f4 ]−1 = τ, ϕ(f5 ) = [f(5)]−1 = f5 ), assim ϕ(f4 )ϕ(f5 ) = τf5
1 2 3 1 2 3 1 2 3
τ ◦ f5 = ◦ = = f6 6= σ
2 3 1 3 2 1 1 3 2
CAPÍTULO 1. GRUPOS 16
1.2.4 Grupo S4
Grupo S4 elementos
! ! ! !
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
I= f1 = f2 = f3 =
1 2 3 4 2 1 4 3 3 4 1 2 4 3 2 1
! ! ! !
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
f4 = f5 = f6 = f7 =
2 3 4 1 3 4 2 1 4 1 2 3 2 1 3 4
! ! ! !
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
f8 = f9 = f10 = f11 =
2 3 1 4 2 4 3 1 2 4 1 3 3 2 4 1
! ! ! !
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
f12 = f13 = f14 = f15 =
3 2 1 4 3 1 2 4 3 1 4 2 4 3 1 2
! ! ! !
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
f16 = f17 = f18 = f19 =
4 1 3 2 4 2 1 3 4 2 3 1 1 2 4 3
! ! ! !
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
f20 = f21 = f22 = f23 =
1 3 4 2 1 3 2 4 1 4 2 3 1 4 3 2
CAPÍTULO 1. GRUPOS 17
1.3 Subgrupos
• Se a ∈ H então a−1 ∈ H.
• Se a ∈ H e b ∈ H então a.b ∈ H.
ê Demonstração.
⇒).
• O produto é fechado em H.
Y
n Y
n
b Propriedade 20. Se Hk é subgrupo de Gk então Hk é subgrupo de Gk .
k=1 k=1
ê Demonstração.
Y
n
• O elemento neutro de Gk é (ek )n1 , mas como Hk é subgrupo de Gk então
k=1
Y
n
ek ∈ Hk e daı́ (ek )n1 ∈ Hk .
k=1
CAPÍTULO 1. GRUPOS 19
Y
n
1
• Dado (ak )n1 ∈ Hk então cada ak ∈ Hk , implicando que a−
k ∈ Hk , pois Hk é
k=1
Y
n
1 n 1 n
subgrupo, daı́ (a−
k )1 ∈ Hk e pelo que já demonstramos (a−
k )1 é o inverso de
k=1
(ak )n1 .
Y
n
• Dados (ak )n1 , (bk )n1 ∈ Hk então ak , bk ∈ Hk , como são subgrupos vale ak .bk ∈
k=1
Y
n
Hk e daı́ (ak .bk )n1 ∈ Hk .
k=1
é um subgrupo de G.
ê Demonstração.
CAPÍTULO 1. GRUPOS 20
\
• Se h1 , h2 em Hk então h1 , h2 ∈ Hk ∀ k ∈ A, então pelo fato de serem
k∈A \
subgrupos tem-se h1 h2 ∈ Hk o que implica h1 h2 ∈ Hk .
k∈A
$ Corolário 4.
eHe−1 = {ehe−1 = h | h ∈ H} = H
então eHe−1 = H.
CAPÍTULO 1. GRUPOS 21
aHa−1 = {aha−1 | h ∈ H}
é subgrupo de G.
ê Demonstração.
• O produto é fechado . Dados aha−1 e aya−1 então aha−1 aya−1 = a (hy) a−1 ∈
|{z}
∈H
−1
aHa .
• O inverso pertence ao conjunto . Dado aha−1 então ah−1 a−1 ∈ aHa−1 pois
h−1 ∈ H, daı́ o produto aha−1 ah−1 a−1 = e, então aHa−1 é subgrupo de G.
ê Demonstração.
⇐). Sendo n fixo nZ é subgrupo de Z.
⇒).
Seja H < Z. Se H = {0} então H = 0Z. Se H 6= {0}, seja n = {x ∈ H, x > 0} daı́
nZ ⊂ H, pois dado m fixo
X
m
n = mn ∈ H
k=1
CAPÍTULO 1. GRUPOS 22
1.3.1 Normalizador de H
ê Demonstração.
• Vamos provar que se a ∈ N(H) então a−1 ∈ N(H), isto é aHa−1 = H implica
a−1 Ha = H.
(a.b)n = an .bn
para todo n ∈ Z.
Supondo para n
(a.b)n = an .bn
da definição temos
b Propriedade 31. Se G possui ordem par, |G| = 2n, então ele possui um
número ı́mpar de elementos de ordem 2.
CAPÍTULO 1. GRUPOS 25
o que implica
x = 2(n − m) − 1,
quanto para a adição. O modelo aditivo é dado pelas raı́zes n-ésimas da unidade
kπ kπ
wk = cos( ) + isen( )
n n
b Propriedade 34. Se a ∈< b > e b ∈< a > então < a >=< b > .
ê Demonstração. Se a ∈< b > então as ∈< b > para todo s ≥ 0, por < b >
ser grupo, da mesma maneira a−s ∈< b > pois a−s é inverso de as , isso implica que
< a >⊂< b >, da mesma maneira < b >⊂< a > mostrando que < a >=< b > .
$ Corolário 5. o(a) = o(a−1 ) pois a ∈< a−1 > e a−1 ∈< a > logo < a >=< a−1 >,
implicando o(a) = o(a−1 ).
a ≡ b mod H ⇔ a.b−1 ∈ H.
ê Demonstração.
As notações aH e Ha podem ser boas por dar a ideia intuitiva de que , por
exemplo, aH é o conjunto formado pelo produto de a por todos os elementos de
H.
at = amq+r = ar
CAPÍTULO 1. GRUPOS 30
com am = e. Seja A = {s | as = e}, tal conjunto é não vazio, pelo princı́pio da boa
ordenação ele possui um mı́nimo, digamos t. Vamos mostrar que t = o(a). Suponha
por absurdo que existam elementos repetidos no conjunto {ak | 0 ≤ k < t}, daı́ existem
0 ≤ u < v < t tal que au = av logo a(v−u) = e, mas 0 < v − u < t o que comprometeria
a minimalidade de t.
• 0 ∈ I, a 0 = e .
ê Demonstração.[2]
CAPÍTULO 1. GRUPOS 31
am = (aO(a) )q .ar = ar = e
o que contraria minimalidade de O(a), pois 0 < r < O(a) o que não pode acontecer,
logo O(a) divide m .
ap−1 ≡ 1 mod p.
ap ≡ a mod p.
xϕ(n) ≡ 1 mod n.
(a.b)nm = e
logo z|(n.m), (a.b)z = e logo az = b−z ∈< a > ∩ < b >, como | < a > | e | < b > | são
primos entre si, então < a > ∩ < b >= {e}, se tivessem mais um elemento a mais em
comum, então a ordem da interseção dividiria os números primos entre si, o que é
absurdo, logo az = e = bz , z é múltiplo de n e de m, logo é múltiplo de n.m pois n
e m são primos entre si, z|(nm) e mn|z logo z = mn.
Y
k Y
t
n= pαs s pαs s
s=1 s=k+1
Y
k Y
t
m= pβs s pβs s
s=1 s=k+1
(G : K) = (G : H)(H : K).
ê Demonstração.
Se |G| < ∞ então
g(H ∩ K)H = H
g(H ∩ K)K = K
isso implica que g−1 g 0 ∈ H e g−1 g 0 ∈ K por isso g−1 g 0 ∈ H∩K e daı́ g(H∩K) = g 0 (H∩K)
disso segue
(G : H ∩ K) ≤ (G : H)(G : K).
o(a)
b Propriedade 50. Seja a ∈ G com o(a) < ∞ então o(as ) =
mdc(o(a), s)
.
mmc(n, s) n.s 1 n
m= = =
s mdc(n, s) s mdc(n, s)
então
o(a)
o(as ) = .
mdc(o(a), s)
daı́ r = 0 pela minimalidade de t, implicando que ap = aq.t daı́ p = q.t, H =< at > .
n n
Além disso tal subgrupo possui elementos, pois a ordem de at é .
t t
Z Exemplo 10. (Q, +) não é um grupo cı́clico . Suponha que fosse cı́clico,
m m m
então teria um gerador positivo . Com t ≥ 1 temos t ≥ , com t ≤ −1 temos
n n n
m m m
t ≤ − , daı́ o conjunto gerado aditivamente por não possui elementos em
n n n
m m
(− , 0) ∪ (0, ), conjunto que possui racionais, então chegamos num absurdo!
n n
ê Demonstração. Seja H < G onde < g >= G então < gH >= G/H.
Seja xH ∈ G/H, temos x = gk para algum k ∈ Z daı́
(gH)k = gk H = xH
b Propriedade 56. Seja G 6= {e}, tal que seus únicos subgrupos sejam {e} e G.
Então G é cı́clico finito de ordem prima.
ê Demonstração. Suponha que z∗n seja cı́clico, então ele possui ϕ(n) elementos
e a ∈ z∗n tal que < a >= z∗n e daı́
o(a)
o(as ) =
mdc(o(a), s)
se o(as ) = o(a) então mdc(o(a), s) = 1, isso acontece para ϕ(o(a)) elementos, então
z∗n possui ϕ2 (n) geradores.
Z Exemplo 12. Z ∗
10 é um grupo cı́clico. Z∗10 , possui ϕ(10) = 4 elementos, eles
são 1, 3, 7, 9 pois 1.1 = 1, 3.7 = 21 ≡ 1 e 9.9 = 81 ≡ 1. O grupo é gerado por 3, pois
• 3 2 = 9.
• 33 = 9.3 = 27 ≡ 7
• 34 = 33 .3 = 7.3 = 21 ≡ 1
Z Exemplo 13. Z ∗
8 não é um grupo cı́clico. O número de elementos desse
grupo é ϕ(8) = 4, então ele possui subgrupos com 1, 2, 4 elementos. Os elementos
do grupo são
CAPÍTULO 1. GRUPOS 39
• Triviais 1 e 7.
• 5 pois 5.5 = 25 ≡ 1.
Z Exemplo 14. Z ∗
17 é um grupo cı́clico. Tal grupo possui ϕ(17) = 16 elementos,
os divisores de 16 são 1, 2, 4, 8, 16, ele possui então 5 subgrupos, com respectiva-
mente 1, 2, 4, 8, 16 elementos.
33 = 10
34 = 13
35 = 5
36 = 15
37 = 11
38 = 16
39 = 14
310 = 8
311 = 7
312 = 4
313 = 12
CAPÍTULO 1. GRUPOS 40
314 = 2
315 = 6
33 = 10
35 = 5
37 = 11
39 = 14
311 = 7
313 = 12
315 = 6
• Subgrupos de ordem 8, temos que saber s tal que mdc(16, s) = 2, tais valores
são 2, 6, 10, 14
32 = 9
36 = 15
310 = 11
314 = 2.
34 = 13
312 = 4.
CAPÍTULO 1. GRUPOS 41
38 = 16.
ê Demonstração.
⇒).
Se a tem ordem 2 então a2 = e , isto é a.a = e logo a é inverso de si mesmo por
unicidade do inverso.
⇐)
Se a = a−1 então multiplicando por a tem-se a2 = e logo a possui ordem 2.
ê Demonstração.
• Se a possui ordem finita então a−1 tem a mesma ordem como já mostramos.
n
b Propriedade 65. nZ ⊂ mZ ⇔ m|n e temos (mZ : nZ) =
m
.
ê Demonstração. ⇒).
Se nZ ⊂ mZ então m|n.
n ∈ mZ logo existe t ∈ Z tal que n = mt que implica m|n.
⇐).
Se m|n então existe t ∈ Z tal que n = mt logo < n >= nZ ⊂< m >= mZ.
Usando a propriedade de que, se temos K < H < G então (G : K) = (G : H)(H : K),
usando K = nZ, H = mZ e G = Z temos
n
(Z : nZ) = (Z : mZ)(mZ : nZ) ⇒ (mZ : nZ) = .
| {z } | {z } m
n m
CAPÍTULO 1. GRUPOS 43
1. Se O(a) < ∞ então existe homomorfismo f :< a >→ B tal que f(a) = b ⇔
O(b) | o(a). Tal morfismo se existir é único e tem-se f(ar ) = br ∀ r ∈ N.
ê Demonstração.
• ⇒). Se r = O(a) < ∞ e O(b) não divide O(a) não existe morfismo f :< a >→ B
com f(a) = b, pois se existisse f(ar ) = f(a)r = br = e logo O(b)|O(a). ⇐). Se
O(b) |O(a) tomamos f :< a >→ B com f(ar ) = br . Se r e s são tais que ar = as
vamos mostrar que br = bs . Temos ar−s = e logo r − s é múltiplo de O(a) e
como O(b) divide O(a) então r − s é múltiplo de O(b) e daı́ br−s = e ⇒ br = bs .
• Se O(a) = ∞ então todo elemento x ∈< a > tem uma única representação
x = ar pois caso contrário < a > seria finito.
ê Demonstração.
⇒).
Suponha f isomorfismo, f(a) = b, f(ar ) = br , f é bijeção então dado y ∈ G existe
x ∈ G tal que f(x) = y, porém x = ar para algum r ∈ Z, daı́ f(x) = f(ar ) = f(a)r = y
portanto G ⊂< f(a) >, como < f(a) >⊂ G então < f(a) >= G.
⇐).
Suponha que < f(a) >= G. Temos que mostrar que f é injetora e sobrejetora.
b Propriedade 69 (Teorema Chinês dos restos). Sejam (mk )r1 inteiros dois a
dois distintos entre si, então a aplicação diagonal
Y
r
∆:Z→ Zmk
k=1
Y
r
ê Demonstração. Seja α = (1 + mk Z)r1 ∈ (Zmk )r1 , vale que | Zmk | = O(α) =
k=1
Y
r
| mk | pois
k=1
CAPÍTULO 1. GRUPOS 45
Y
r
α mk = (0)r1
k=1
Y
r
α é um gerador de Zmk portanto ∀ (zk )r1 existe z ∈ Z tal que
k=1
zα = (zk + mk Z)r1
isto é
(zk + mk Z)r1 = (z + mk Z)r1 .
$ Corolário 16. Sejam (mk )r1 inteiros dois a dois primos entre si, então
Y
r Y
r
∆ : Z/([ mk ]Z) → Zmk
k=1 k=1
Y
r
com f(z + [ mk ]Z) = (Z + mk Z)r1 é um isomorfismo de grupos.
k=1
Y
r Y
r
Pois ∆ : Z → Zmk é um homomorfismo de grupos com Kernel [ mk ]Z, a
k=1 k=1
aplicação é sobrejetiva, logo ∆ é isomorfismo pelo Teorema do isomorfismo.
ê Demonstração.
para todos a, b em G.
O Homomorfismo é uma função que preserva as operações dos grupos. Um
homomorfismo também pode ser chamado de morfismo. A mesma definição para
semi-grupo .
(x.y)2 = x2 .y2
(x.y)m = xm ym ,
f(1.1) = f(1)f(1) = n2 k2 = nk
Z Exemplo 19.
R∗ = R \ {0}.
C∗ = C \ {0}.
Q∗ = Q \ {0}.
Z∗ = {1, −1}.
Z∗p = Zp \ {0}.
N∗ = {1}.
ê Demonstração.
• O elemento neutro 1 ∈ R+ .
CAPÍTULO 1. GRUPOS 48
ϕ(a) = eB ∀ a ∈ G
T (v + u) = t(v) + T (u).
b Propriedade 73.
ϕ(eG ) = eB .
ê Demonstração.
eB = ϕ(eG ).
b Propriedade 75.
ϕ(a−1 ) = ϕ(a)−1 .
ê Demonstração. Temos
ϕ(a)−1 = ϕ(a−1 )
$ Corolário 18.
Ker(ϕ) = {x ∈ G|ϕ(x) = eB }.
ê Demonstração.
⇒). Considere ϕ injetora, então temos ϕ(a) = ϕ(b) ⇔ a = b, como temos
ϕ(eG ) = eB segue Ker(ϕ) = {eG }.
⇐). Seja agora Ker(ϕ) = {eG }, temos ϕ(a) = eB implica a = eG , suponhamos
ϕ(a) = ϕ(b) logo ϕ(a) × ϕ(a)−1 = eB = ϕ(b) × ϕ(a)−1 = ϕ(b ∗ a−1 ) assim temos que
ter b ∗ a−1 = eG , implicando b = a, logo a função é injetora.
ê Demonstração.
• f−1 (f(H)) ⊂ HKer(f). Seja y ∈ f−1 (f(H)) então f(y) ∈ f(H) , logo existe h ∈ H
tal que f(y) = f(h) ⇒ f(h−1 y) = e, por isso h−1 y ∈ Ker(f), que implica y =
h(h−1 y) ∈ Hker(f).
CAPÍTULO 1. GRUPOS 52
$ Corolário 19. Dado H < G então f−1 (f(H)) = HKer(f) implica que f−1 (f(H)) <
G pois Ker(f) C G e H < G.
ê Demonstração.
• f−1 (T ) < G.
1. Produto é fechado . Sejam x, y ∈ f−1 (T ) então f(x), f(y) ∈ f(T ) logo existem
t1 , t2 ∈ T tais que f(x) = f(t1 ) , f(y) = f(t2 ) portanto f(x.y) = f(t1 t2 ) ∈ f(T )
daı́ xy ∈ f−1 (T ).
2. Inverso está no conjunto. Se x ∈ f−1 (T ) então f(x) = f(t1 ) daı́ f(t1 )f(t1 )−1 =
f(x)f(t1 )−1 , por unicidade do inverso segue que x−1 ∈ f−1 (t).
ê Demonstração.
• T ∩ Im(f) ⊂ f(f−1 (T )). Seja y ∈ T ∩ Im(f), como y ∈ Im(f) existe g ∈ G tal que
f(g) = y, como y ∈ T então g ∈ f−1 (T ) = A e daı́ y = f(g) ∈ f(A) = f(f−1 (T )).
O(f(x)) é o menor valor m tal que f(x)n = eB portanto m ≤ n. Suponha por absurdo
que m não divide n, então por divisão euclidiana temos n = mq + r com r > 0 e daı́
(HK : K) = (H : H ∩ K),
tK = hK = ha .sK = ha K,
ê Demonstração.
Considere a função f : R+ → R definida como f(x) = ln x. Então vale
1.7.1 Automorfismo
Aut(G) = {f : G → G | f é automorfismo}.
ê Demonstração.
• A composição é fechada.
• A identidade é um automorfismo.
• A composição é associativa.
• I(G) é não vazio, pois temos nele a função identidade Ie (x) = exe−1 = x.
CAPÍTULO 1. GRUPOS 56
1 −1 −1 −1
Ig1 ◦ Ig1 (x) = Ig1 (g2 xg−
2 ) = g1 g2 xg2 g1 = g1 g2 x(g1 g2 ) = Ig1 g2 (x).
• Dado Ig então (Ig )−1 também é automorfismo interno, pois Ig−1 é autormorfismo
interno e Ig−1 (x) = g−1 xg
Agora vamos mostrar finalmente que I(G) C Aut(G), isto é, f ◦ I(G) ◦ f−1 ⊂ I(G)
onde f ∈ Aut(G). Sejam f ∈ Aut(G) e Ig ∈ I(G) quaisquer então
ê Demonstração.
H C G ⇔ ∀ g ∈ G gHg−1 ⊂ H ⇔ Ig (H) ⊂ H.
ê Demonstração.
Temos que mostrar que para qualquer f automorfismo de G em G tem-se f(H) ⊂ H.
f(H) é subgrupo de G , pois f é homomorfismo e H < G, além disso possui n
elementos, pois f é função bijetora, disso segue que f(H) = H.
b Propriedade 95. Seja (G, .) um grupo cı́clico infinito gerado por a, então
f : (z, +) → (G, .) definida por f(n) = an é um isomorfismo de grupos.
O elemento az gera G ⇔ z = 1 ou z = −1.
$ Corolário 23.
[
Hom(G, B) = {f : G → B, morfismo | Ker(f) = H}
HCG
pois Ker(f) C G.
daı́ g(a.b) = g(a) ◦ g(b). Logo g é um homomorfismo de grupos, vamos mostrar que
é injetora
ker(G) = {a ∈ G | g(a) = IG } = {a ∈ G | ax = x} = {e}
CAPÍTULO 1. GRUPOS 60
logo é injetora, então está em bijeção com sua imagem g(G) ⊂ SG sendo um isomor-
fismo.
ê Demonstração.
⇒). Supondo G abeliano. f(xy) = (xy)−1 = y−1 x−1 = x−1 y−1 = f(x)f(y).
⇐). Supondo que f seja morfismo. ∀ x, y ∈ G tem-se
ê Demonstração.
• h é morfismo.
A ultima proposição diz que g preserva a propriedade de subgrupos normais, isto é,
leva subgrupos normais de um conjunto em subgrupos normais do outro conjunto.
g pode ser vista como o morfismo f restrito ao conjunto A.
a
Usamos a notação g para função no lugar de f, pois f, homomorfismo é definido de G em B.
ê Demonstração.
Sabemos que f−1 (f(H)) = Hker(f) ∀ H < G e f(f−1 (T )) = T ∩ f(G), ∀ T < B, daı́
Ker(f) ⊂ H implica f−1 (f(H)) = H e T ⊂ f(G) que f(f−1 (T )) = T , então g possui
inversa , logo é bijeção.
Dado y ∈ f(g) e x ∈ f(H), temos que ter yxy−1 ∈ f(H). y = f(g), x = f(h),
g, h ∈ G, H, logo
G/K
b Propriedade 104. Sejam K < H < G com K C G e H C G então
H/K
é
isomorfo a G/H.
pois K ⊂ H.
1.8 O grupo Sn
a ≡σ b ⇔ ∃k ∈ Z | σk (a) = b.
CAPÍTULO 1. GRUPOS 64
ê Demonstração.
A = {k ∈ Z | k ≥ 1 σk (a) = a}
é um conjunto de inteiros limitado inferiormente, logo pelo PBO ele possui um menor
elemento l tal que σl (a) = a. Denotaremos sempre l como esse menor elemento.
• σ(ar ) = a1 .
(ak )r .(bk )s := σ ◦ C.
σ(τ(t)) = σ(t) = t
τ(σ(t)) = τ(t) = t
τ(σ(ak )) = τ(at ) = at
σ(τ(ak )) = σ(ak ) = at
logo é comutativa.
Y
r Y
r Y
r
b Propriedade 110. (ak )r = (a1 , ak ) onde (a1 , ak ) = [ (a1 , ak )].(a1 , a2 )
k=2 k=2 k=3
produto aberto pelo limite inferior à direita, isto é, todo r-ciclo se escreve como
produto de 2-ciclos.
Y
r Y
r
ê Demonstração. Para a1 temos σ(a1 ) = a2 e pelo ciclo (a1 , ak ) = (a1 , ak ).(a1 , a2 ),
k=2 k=3
pelo primeiro ciclo σ(a1 ) = a2 e a2 não aparece em nenhum outro ciclo , logo os ou-
tros ciclos fixam a2 . Tomando agora 2 ≤ k < r, abrimos como
Y
r Y
r Y
s−1
(a1 , ak ) = (a1 , ak )(a1 , as+1 )(a1 , as ) (a1 , ak )
k=2 k=s+2 k=0
Y
r
$ Corolário 27. Todo r-ciclo pode ser escrito como (a1 , ak ) logo pode ser
k=2
escrito como produto de r + 1 − 2 = r − 1 transposições.
An = {σ ∈ Sn | σ é permutação}.
b Propriedade 112.
n!
|An | = .
2
CAPÍTULO 1. GRUPOS 68
1.8.1 Ciclos de S3
! ! !
1 2 3 1 2 3 1 2 3
I= f6 = f5 =
1 2 3 1 3 2 3 2 1
! ! !
1 2 3 1 2 3 1 2 3
σ= f4 = τ=
2 1 3 3 1 2 2 3 1
Os ciclos dos elementos são
An = {I, f4 , τ}.
1.8.2 Ciclos de S4 .
• f1 = (1, 2)(3, 4) par.
• f7 = (1, 2) ı́mpar.