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• Excesso de estoques.
Imobiliza-se grande quantidade de capital em estoques sem análise do volume médio de
consumo, comprometendo o capital de giro e a capacidade de negociação.
• Desconto de duplicatas.
Após o erro do cálculo de custo, talvez este seja um dos maiores problemas dos empresários
brasileiros. Além de comprometerem seu capital de giro com os itens acima citados,
recorrem a descontos de duplicatas com taxas de juros astronômicas para fazer dinheiro de
forma instantânea, esquecendo-se que o lucro líquido médio de uma empresa geralmente
não ultrapassa 10 a 15%.
DESPESAS FIXAS : As despesas fixas são aquelas que não variam de acordo com o
volume de produção. Como exemplos destas despesas temos : Aluguel, salários, vale
transporte, telefone etc..
Encargos sociais
Sobre os salários de seus funcionários o empregador ao governo em benefícios para o
empregado uma carga de tributos chamados encargos sociais.
Estes índices variam de acordo com o tipo de indústria, mas podemos de maneira geral
classificar a industria gráfica no seguinte esquema de encargos sociais :
Os índices abaixo são todos mensais.
Os percentuais acima deverão ser considerados no mapa de custos como parte integrante do
salário no momento do levantamento do custo hora.
Horas extras
Existem basicamente 2 tipos de horas extras.
1) A hora extra para suprir um problema de prazo de entrega motivada por uma deficiência
na programação ou promessa para entrega rápida.
2) A hora extra para fazer um trabalho de grande volume que estoura a capacidade
produtiva normal da gráfica se esta somente trabalhar em horário normal.
Os dois tipos de hora extra acima são radicalmente diferentes. O primeiro pode representar
um prejuízo ou diminuição do lucro da empresa porque o trabalho é feito em regime de
hora extra quando poderia estar sendo produzido em hora normal. Neste caso a empresa
trabalha na hora extra e no próximo ou nos próximos dias tem ociosidade de máquina.
O segundo é benéfico e age como um “segundo turno” porque vem a complementar o
quadro produtivo. A empresa continuará trabalhando normalmente no horário normal.
OBS : As horas extras NÃO deverão ser computadas no cálculo do mapa de custos.
Depreciação de equipamentos
Existem dois tipos de depreciação :
Contábil e Gerencial
A depreciação contábil é feita de acordo com a legislação em vigor e não interessa para a
composição do mapa de custos.
A depreciação gerencial é a que utilizaremos para a composição do nosso mapa de custos.
Devemos avaliar o equipamento e seu tempo de vida para que ao final de um determinado
tempo a empresa possa repor ou comprar um equivalente ao equipamento em questão.
Lembramos que o equipamento deve ser depreciado sempre pelo seu valor quando novo e
ajustes devem ser feitos para atualizar este valor sempre para o valor atual(novo) de
mercado dele mudar.
Este valor NÃO deve ser ajustado com o passar do tempo para baixo como muitos
imaginam, caso contrário no final do período não haverá reservas suficientes para repô-lo.
A menos que o equipamento novo sofra um ajuste para cima ou para baixo.
Exemplo : Suponhamos que temos um equipamento novo de 300.000 R$ que terá uma
durabilidade de 10 anos(120 meses).
Após este período ele poderá ainda ser vendido por 25% do seu valor atual, este valor é
chamado de residual. Então o cálculo da depreciação será feito da seguinte maneira:
Ou seja, todos os meses você deverá contabilizar para este equipamento uma despesa de R$
1.875,00 para efeito de depreciação.
Muitos gráficos não utilizam a depreciação nos seus cálculos como forma de
competitividade no mercado. Este é um erro imperdoável que comprometerá a empresa a
médio e longo prazo. Pois ao cabo de 5 ou 10 anos a empresa não terá reservas suficientes
para repor e modernizar seus equipamentos.
O valor da depreciação deveria ser depositado em uma conta especial no final do mês e
utilizado com o único objetivo de repor o parque industrial.
Além das despesas supra citadas ainda podem existem despesas diretas com certos centros
produtivos como aluguel de equipamentos, contrato de assistência.
• Água,
• Aluguel
• Assistência médica
• Associação de classe
• Brindes e donativos
• Contratos de assistência e manutenção
• Correios
• Despesas bancárias
• Energia elétrica
• Fretes e carretos
• Honorários profissionais(Contadores/advogados)
• Taxas anuais(parcela mensal)(IPTU, Alvarás, etc..)
• Lanches
• Materiais de escritório
• Perdas diversas
• Retirada de sócios
• Seguros
• Telefones
• Transporte (gasolina, óleo, ...)
• Transporte (Manutenção automóveis)
• Vale transporte
• Outras despesas fixas
Existem alguns métodos básicos para ratear as despesas indiretas nos centros produtivos.
A principal pergunta a ser feita é:
Quanto cada centro produtivo deverá absorver das despesas indiretas?
Após anos trabalhando com mapa de custo a conclusão a que chegamos é que alguns
métodos de rateio apenas dificultam o levantamento do mapa, influindo muito pouco na
forma em que o custo hora será levantado.
Portanto aconselho utilizar somente o método do subtotal de despesas que é o mais simples
e funcional.
Os demais métodos demandam um enorme trabalho extra na prospecção de dados de área,
potência elétrica etc., e no final o resultado é praticamente o mesmo.
Achamos primeiro o subtotal das despesas diretas de cada um dos centros produtivos.
Centro prod. Salários Depreciac. Manut. Mat.Auxiliar Sub-total
Solna 1200,00 400,00 200,00 120,00 1920
Gto 800,00 300,00 120,00 80,00 1300
KBA 1800,00 2.000,00 300,00 240,00 4.340
Total 7.560
No caso acima
Centro produtivo Conta a fazer Rateado
Solna (1920/7560)*15000 3.809,52
Gto (1300/7560)*15000 2.579,36
KBA (4340/7560)*15000 8.611,12
Total 15.000,00
O valor rateado deverá ser somado com o valor do sub-total de despesas de cada centro
produtivo para se calcular o total de despesa apropriado para cada centro.
Este valor será dividido pelo número de horas produtivas mensal encontrando-se assim o
valor hora.
Centro produtivo Sub total Rateado Total
Solna 1.920,00 3.809,52 5.729,52
Gto 1.300,00 2.579,36 3.879,36
KBA 4.340,00 8.611,12 12.951,12
Custo fixo 22.560,00
A soma da coluna “total” mostrará o total de despesas fixas ou custo fixo da gráfica.
Este número será utilizado posteriormente para mostrar o ponto de equilíbrio da empresa.
A tabela a seguir demonstra como cálcular do número de horas produtivos máximo para
uma indústria no Brasil.
OBS : O segundo turno geralmente não pode ser considerado com o mesmo número de
horas(147) do primeiro turno. Geralmente a quantidade de horas trabalhadas é um pouco
menor. Para efeito de simplificação considerei os 2 turnos com 147 horas cada.
Por que devemos utilizar o número de horas efetivamente produtivas e não podemos usar o
tempo integral de trabalho?.
Porque quando calculamos um orçamento, utilizamos no cálculo o tempo que a máquina ou
funcionário estarão produzindo, acerto, impressão etc., sem nos preocuparmos com os
tempos ociosos.
Regras básicas :
a) Procure não criar um centro de custo que não possua pelo menos um funcionário
trabalhando no centro.
b) Não crie centros de custo para as máquinas de acabamento. Estas serão englobadas em
um único centro chamado “Acabamentos”.
c) Procure englobar as máquinas tipográficas no centro “Acabamentos”. Geralmente estas
máquinas só são utilizadas para numerar e corte/vinco.
d) Junte máquinas com características similares em um único centro produtivo. Exemplo :
Se você possui 2 impressoras mono formato ½ folha, crie um centro um centro chamado
“Mono Formato 2” ao invés de criar um centro para cada uma. Desta forma elas terão o
mesmo custo hora.
e) Se você não possuir um sistema de cálculo de orçamentos informatizado será mais fácil
tratar a guilhotina e suas despesas como administrativas, desta forma ela será rateada no
custo hora dos demais centros de produção e não haverá necessidade de se calcular
guilhotina no orçamento.
No exemplo acima a divisão de centros seria:
1) Arte final
2) Gravação de chapas
3) GTO
4) Roland 00
5) KBA
6) Acabamentos
7) Guilhotina
C.Custo Salário Deprec. Manut M.Aux. Outras Subtotal Rateado Total NHP Custo/h
C.Custo 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C.Custo 2
....
C.Custo n
Totais TsubT Trateio Cfixo
Na página seguinte você verá a distribuição dos dados de exemplo mostrados anteriormente
no mapa de custos.
Distribuição de dados no mapa
C.Custo Salário Deprec Manut M.Aux. O. Subtotal Rateado Total NHP Custo/h
Arte final 1050 111 50 120 1331 1865,25 3196,25 147 21,74
G.chapas 700 41 20 80 841 1178,57 2019,57 147 13,73
GTO 1500 500 100 80 2180 3055,03 5235,03 147 35,61
Roland 00 1750 750 200 160 2860 4008,08 6868,08 147 46,72
KBA 5600 1500 400 320 7820 10958,97 18778,97 294 63,87
Acabam. 2448 156 50 120 2774 3887,49 6661,49 588 11,32
Guilhotina 875 250 50 120 1295 1814,81 3109,81 147 21,15
Totais 13923 3308 870 1000 19101 26768,2 45869,2
Na coluna Custo/h encontramos os custos horas dos centros produtivos. Este custo será
utilizado no cálculo do orçamento.
Alíquotas de impostos
A legislação brasileira atual permite que a empresa opte por três tipos de tributação:
Exemplo :
Total
Impostos : ISS(3%), Outros(8,45%) 11,45
Comissões : Vendas(5%), agência(10%) 15,00
Markup ou margem prevista (15%) 15,00
Total 41,45
Para se provar que a conta está correta basta subtrair do preço de venda calculado os
percentuais acima definidos, o valor deverá ser o custo de produção.
OBS : O Markup ou margem prevista é apenas uma previsão de lucro porque a empresa só
tem lucro real após atingir o ponto de equilíbrio. Até então todo o valor faturado será para
pagar as despesas fixas, impostos, comissões e matéria prima.
Para determinar o menor preço de venda sem comprometer a empresa basta calcular o preço
de venda com lucro previsto = 0%. O problema é que você deverá vender todas as horas
disponíveis previstas do mês para ainda assim não ganhar um centavo. Cuidado com esta
abordagem.
Os fatores de risco e erros prováveis do mapa e de previsão de venda mostram que o
mínimo deveria ser pelo menos 5% para resguardar a empresa.
• Menor que o custo fixo. Neste caso a empresa teve um prejuízo operacional.
• Igual ao custo fixo. A empresa atingiu o ponto de equilíbrio e não teve nem prejuízo e
nem lucro.
• Maior que o custo fixo. A empresa teve lucro. O lucro será a diferença entre a somatória
das contribuições marginais e o custo fixo.
Fórmula de cálculo:
R$ 774,00 é o valor que sobrará do orçamento vendido por R$ 1.800 para cobrir o custo
fixo da empresa.
Para cada ordem de serviço emitida no mês você deverá acumular o valor da contribuição
marginal, assim você saberá o dia em que a empresa atingiu o ponto de equilíbrio. A partir
daquele dia as ordens emitidas computarão lucro para a empresa.
Total
Centro de Custo Salário Deprec. Manut M.Aux. Outras Subtotal Rateado Total NHP Custo/h
Totais
Fórmulas :
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