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-Critica: cuidado com o olhar simplista que faz analogia com o somático.
-“Toda ação humana é motivada por conta de algo reconhecido pela pessoa em
questão, e este reconhecimento acontece no estar enganado de uma pessoa,
por algum fenômeno que é endereçado a ela”.
-“Os motivos e aquilo em direção ao qual eles são dirigidos são determinados
pela tarefa iminente, que é reconhecida e aceita pelo homem de alguma maneira.
Estar dirigido a uma tarefa apresenta uma antecipação do futuro e revela-se
pelos significados. Mas não é o homem que atribui os significados a tudo o que
está a sua volta, nem é o mundo que determina os significados de tudo (é o
homem em uma relação de troca com o mundo e o percebendo e o mundo
estabelecendo pressão sobre o homem – assim estabelece sentidos sobre si
mesmo). Os significados lhes são revelados conforme sua abertura
perceptiva...”.
-Significados e projeções de futuro (onde vou chegar? Como será? O que vou
ganhar? Irá dar certo?).
Boss
-“É porque nós, seres humanos, existimos de tal modo que nosso presente se
encontra sempre comprometido com nosso passado (o que aconteceu vai se
repetir? Ao falar sobre o que aconteceu comigo, eu ressignifico); somos também
por natureza dirigidos àquilo que se aproxima do futuro e movendo-nos em sua
direção (saber como será a vida), precisamos abrir-lhe nosso ser. A maneira
como vemos o que foi e o que é agora está sempre relacionado com o modo
como estamos dirigidos ao futuro” (o que faço agora é sempre voltado ao que
vai acontecer depois).
-Estender a mão é uma parceria onde a própria pessoa fará as descobertas, nós
apontamos os riscos e a decisão é dela. Se dermos o caminho, tiramos a
condição humana de pensar sobre si. O processo terapêutico gera uma
dependência temporária, pois a pessoa descobre alguém que o escuta, e depois
os laços se estendem quando a pessoa se torna responsável pelo que faz.
Nosso desafio
-Cuidado com a escuta apressada. Ela pode te tornar cego, surdo e mudo.
-Não é divagar com o paciente, mas adotar uma postura aberta, um compartilhar
de experiências entre terapeuta e paciente: um “aí” de ambos. Um Ser-aí que
vivencia sentido de ambos.
-Ajudar o paciente a ganhar sua própria liberdade de pensar, sentir e agir (vai
fazer o que é bom para ele, arcando com as consequências).
-Adotar uma postura que possa se “pensar o caminho da dor” do paciente, para
que a dor fale por si mesma.
-Ôntico: localizado, objetivo, como nos localizamos, como nos situamos nessa
condição. Ontologia: ciência que estuda o ser. Ontológico: nós nos
angustiarmos. Ôntico: fugir, escapar porque é difícil. O escapar pode ser uma
maneira de lidar, mas pode ser fuga para não lidar com.
-O homem absorvido pela era da técnica automatiza seus atos. Não tem uma
relação de troca.
-O tempo se torna um desafio no modo de ser do homem: ele não pode parar e
nem diminuir a velocidade...
O temor
-O temor é uma disposição diante do mundo. O que temo? Para que temo?
Como temo? Heidegger: “tememos o que pode destruir o que supostamente
somos...”.
-O foco deve ser no que se traz como preocupação do que muitas vezes na
situação trazida propriamente dita como queixa.
-Explora enquanto terapeutas o como ele conduz seus sentidos. Não devemos
ficar fechados em apenas um ponto, mas ver aquilo relacionado com a vida.
A não-liberdade
-Não importa o que fizeram com você, importa o que você faz com o que fizeram
com você.
A angústia
-Nos coloca diante da nossa vulnerabilidade, porque ficamos uma situação que
não queríamos estar.
A terapia
O tempo
-“Somos devorados pelo tempo, não por nele vivermos, mas por acreditarmos
na realidade do tempo”. Ter consciência de que ele acaba.
Noção de tempo
O tempo
-Qual o sentido do tempo?
-Superar a morte.
-Redimir o sofrimento.
-O grupo social da sentido à noção de tempo para garantir de alguma forma a
sua existência: os grupos podem fazer uma pressão grande e dar um sentido
existencial ao que chamamos de tempo.
-Toda história é carregada de lendas em valores do grupo.
-Temos pressa e queremos objetividade. Tudo é substituído por algo mais
rápido, mais moderno. Quem não acompanha, é visto como estranho.
-Queremos controle do tempo.
-Olhar para a natureza é a transformar (achamos que podemos transformar
tudo).
-A técnica vem como um instrumento “que mantém o homem adequado àquilo
que lhe é proposto nesta época: ser aquele que diante da natureza, diante de
tudo o mais que ele encontra, deve extrair dali algo que diga respeito à produção
de algo. E para que se sinta bem a técnica produz e vende as informações que
o tornam ciente da importância do descanso, do lazer, do aprimoramento”. A
midia passa a ideia de descanso e de atividades para fazer rapidamente para ter
mais tempo, qualidade de vida e projeção de futuro. Vende-se uma ideia, que se
não for bem canalizada, pode ser ilusória.
-Acredita que tem auto estima, que é dono de si mesmo, e está cada vez mais
jogado na impessoalidade... “ele é “todo mundo”. Ele é absorvido pela vontade
autônoma da técnica. Se está conectado, é parte do grupo. Se não, está fora.
-Para que serve a técnica?
-Temos a necessidade de ter o controle das coisas. Muitas vezes usamos a
tecnologia como utopia em relação a como lidar com as frustrações.
-Busca-se a precisão, exatidão, segurança, certeza. Precisamos de algo que nos
impeça de errar.
-O tédio está aumentando em nossas vidas, nos sentimos isolados, solitários,
por falta do contato pessoal com o outro.
-O terapeuta tem as respostas para aquilo que não funciona como deveria, ou
seja: aquele que soluciona através de um diagnóstico preciso, o que causa
desconforto, descontrole (sem tirar a autonomia da pessoa de perceber e lidar
com as próprias questões); ele pode evitar os efeitos colaterais, ajudando a
controlar o mal estar (as pessoas querem garantias do psicólogo para que aquilo
não aconteça mais); aumento da busca por medicamentos (para responder às
necessidades rapidamente).
Alguns pressupostos
-O presente é o momento de ação imediata. Está conectado ao que já fomos e
ao que seremos.
-Não há separação entre passado e presente.
-O futuro se relaciona com o passado e presente.
-O que dá realmente movimento à temporalidade do ser é sentido da trajetória
atribuída, o quanto aquilo faz sentido e é importante para nós.
Solução:
-Abraçar o problema, familiarizar-se com ele, ouvir a si mesmo na dor, no
desconforto (processo terapêutico).
-O que essa situação me diz a respeito de mim mesmo?
-Mais perguntas sobre o como acontece do que o que isto quer dizer. Isso para
trazer à tona a situação e os sentimentos, quais as escolhas feitas em detrimento
de outras.
-No encontro eis que se torna possível se aproximar de si mesmo e de sua
própria história.
A clínica infantil
-Como assumir uma atitude fenomenológica em uma clínica infantil,
suspendendo qualquer teoria de Psicologia? Queremos dar nome as coisas, mas
temos que descobrir o sentido das coisas através do vivido.
-Como atender com crianças à máxima da análise existencial de deixar o outro
livre para si mesma?
-Como é possível, no caso da criança, junto ao outro dar um passo atrás e deixar
que este outro assuma a responsabilidade ou tutela pelas suas próprias
escolhas? Como dar esse espaço à criança, acreditando que ela não sabe nada?
Temos que aprender a construir com a criança o próprio destino dela.
-Podemos falar de responsabilidade na criança já que esta, em sua fragilidade e
vulnerabilidade, não pode tutelar a si mesmo? Temos que propiciar momentos
em que ela pode tutelar a si mesma, de acordo com sua idade e seu
desenvolvimento.
Nossa meta
-Resgatar, conhecer o fenômeno é sua singularidade.
-Evitar a profecia autorealizadora: a criança acreditar que não cabe a ela a
responsabilidade de sua existência (tira a responsabilidade da criança de dizer
quem é).
-Evitar a promoção do medo é solidão (se fizer isso, vai acontecer aquilo).
-Possibilitar à criança a sua entrega a si mesma, permanecendo o mais longo
possível em sua condição, voltada para si mesma.