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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


ESCOLA POLITÉCNICA
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental

PHD 2305 HIDRÁULICA III – LABORATÓRIO

EXPERIÊNCIA 2:

CHAMINÉ DE EQUILÍBRIO

NOME: Nº USP:

ASSINATURA: DATA:

/ / 201 .

Professores:

• Podalyro Amaral de Souza


• J Rodolfo S Martins
2

Chaminé de Equilíbrio

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3

2. MODELO CONCEITUAL..................................................................................... 5

3. OBJETIVOS .................................................................................................. 12

4. APARATO EXPERIMENTAL ............................................................................. 12

5. PROCEDIMENTOS ......................................................................................... 13

6. ANÁLISE ...................................................................................................... 13

7. CONCLUSÕES .............................................................................................. 14
3

1. INTRODUÇÃO

Como o próprio termo técnico chaminé de equilíbrio sugere, trata-se de


um reservatório aberto, em forma de chaminé, acoplado a um conduto de usina
hidrelétrica ou a uma linha de recalque.

As principais funções de uma chaminé de equilíbrio são:


• Produzir reduções nas amplitudes das flutuações de pressão pela
reflexão das ondas de pressão que nela chegam;
• Melhorar as características de regulação de turbina hidráulica;
• Atuar como elemento armazenador do excesso de água durante a
redução de carga de uma turbina hidráulica e durante a partida de
uma bomba, num sistema de recalque.

Dependendo de detalhes de concepção, as chaminés de equilíbrio


podem ser classificadas como: chaminé simples, chaminé com orifício,
chaminé diferencial, chaminé “one way”, chaminé fechada (reservatório hidro-
pneumático) e chaminé com expansão.

Na Fig. 1 estão esquematizados os tipos de chaminé


4

(a) Chaminé simples (b) Chaminé com orifício

(c) Chaminé diferencial (d) Chaminé “one way”

(e) Chaminé fechada (f) Chaminé com expansão

Fig. 1 – Tipos de chaminé de equilíbrio


5

2. MODELO CONCEITUAL

O modelo matemático do funcionamento de chaminé de equilíbrio será


desenvolvido para uma chaminé simples, como esquematizado na Fig. 1 (a).

Na Fig. 2 está o esquema de uma instalação típica de chaminé de


equilíbrio, com as principais informações e notações:

a a z

b b
AC

L
x

Fig. 2 – Esquema de instalação de chaminé de equilíbrio

• Colocação do Problema

Com o modelo conceitual busca-se a lei matemática que governa as


oscilações que ocorrem na chaminé.

• Princípios e Leis Complementares

Os princípios envolvidos com este fenômeno são:

(a) Conservação de massa.


(b) Primeira lei da Termodinâmica.
6

Como leis complementares serão arroladas:

(a) Lei universal de perda de carga distribuída;


(b) Lei de perda de carga localizada.

• Grandezas Intervenientes

A (m²) := área da seção transversal do tubo;


AC (m²) := área da seção transversal da chaminé;
D (m) := diâmetro interno do tubo;
f (--) := fator de atrito da fórmula universal de perda de carga
distribuída;
g (m/s²) := aceleração gravitacional;
Ki (--) := coeficiente de perda singular associado à singularidade
“i”;
L (m) := comprimento do tubo;
p (Pa) := pressão;
Q (m³/s) := vazão;
t (s) := tempo;
V (m/s) := velocidade média no tubo;
x (m) := distância ao longo do tubo;
z (m) := cota do nível de água na chaminé, com origem no NA do
reservatório;
ρ (kg/m³) := massa específica da água.

• Hipóteses Simplificadoras

(a) O fluido é incompressível (ρ = cte).


(b) O escoamento na chaminé produz perda distribuída de pouca monta.
(c) O transitório é produzido por uma manobra de fechamento total e
instantâneo de uma válvula.
(d) As perdas podem ser estimadas como no escoamento permanente.
(e) O reservatório é de grandes dimensões.
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(f) Nas superfícies livres reina patm.


(g) O tubo é rígido.

• Equacionamento

Aplicando-se a Primeira Lei da Termodinâmica, que neste caso


corresponde à equação de Bernoulli em condição transitória, entre as seções
a-a (reservatório) e b-b (chaminé), tem-se:

 p V2   p V2 1 L  dV 
 z a + a + a  =  z b + b + b  + ∆H ab + ∫   dx ...(1)
 ρg 2 g   ρg 2 g  g 0  dt 

A Eq. (1) comportas as seguintes simplificações:

za = 0;
zb = z;
pa = pb = patm = 0;
Va = 0;
dz
Vb = ;
dt
 V
2
fL V2 Q2
∆H ab =  K e + + K0  =φ =φ ;
 D  2g 2g 2 gA 2

1 L  dV  L dQ
∫  
g 0  dt 
dx = ×
gA dt
;

que introduzidas na Eq. (1) a transforma em :

2
1  dz  φQ 2 L dQ
z+   + + × =0 ...(2)
2 g  dt  2 gA 2
gA dt

O princípio da Conservação de Massa garante que:

dz
Q = AC ...(3)
dt
de onde se tem
8

2
 dz 
Q =A  
2 2
C ...(4)
 dt 
dQ d 2z
= AC 2 ...(5)
dt dt
As Eqs. (4) e (5) são então usadas para substituir Q2 e dQ/dt na Eq. (2),
que rearranja, pode ser apresentada na forma:

d 2z 1  A φA   dz   gA 
2

+  + C    +   z = 0 ...(6)
dt 2
2  LAC LA   dt   LAC 

Na maioria dos projetos de chaminé de equilíbrio tem-se

A φA
<< C
LAC LA

o que transforma a Eq. (6) em

d 2 z 1  φAC  gA 
2
 dz 
+    +   z = 0 ...(7)
dt 2 2  LA  dt   LAC 

Há uma interessante aplicação da Eq. (7) ao caso particular de oscilação


lenta, quando então dz/dt << 1 e d2z/dt2 ≅ 0, e a integração da equação
simplificada é

 2πt 
z = z max sen  ...(8)
 T 
Esta equação representa uma oscilação sem atenuação com período “T”
expresso por

LAC
T = 2π ...(9)
gA
9

A Eq. (7) representa uma oscilação com atenuação de amplitude, o que


é garantido pela presença da segunda parcela. Para facilitar a manipulação
algébrica são definidos os parâmetros

φAC
M= ...(10)
LA
gA
N= ...(11)
LAC
que transformam a Eq. (7) em

d 2 z M dz dz
+ + Nz = 0 ...(12)
dt 2 2 dt dt
2
dz dz  dz 
onde foi introduzida a notação em substituição a   para que
dt dt  dt 
as perdas de carga tenham sempre o mesmo sinal da vazão.
dz
Na Eq. (12) pode-se introduzir v = , o que a transforma em
dt

1 d 2
2 dt
( )
v +
M
2
v v + Nz = 0

ou
d 2
dt
( )
v ± Mv 2 + 2 Nz = 0 ...(13)

A Eq. (13) pode ser integrada uma vez usando-se a técnica do fator
integrante, o que fornece

2N
v2 = 2
(1 m Mz ) + Ce m Mz ...(14)
M
A constante de integração “C” precisa ser determinada separadamente
para cada subida e descida da água na chaminé.
Para a primeira subida, imediatamente após o fechamento da válvula, a
constante “C” é determinada a partir das condições iniciais:
t=0
z = z0
10

dz  Q0 
v= = 
dt  AC 

que, em conjunto com a Eq. (13), fornecem

M 2
z0 = − v
2N
2N
v2 = − z0
M
estas condições, substituídas na Eq. (14), fornecem:

2 N Mz0
C=− e
M2
o que transforma a Eq. (14) em

2
 dz 
  = 2 (1 − Mz ) − 2 e 0
2N 2 N M ( z −z )
...(15)
 dt  M M
Neste ponto, se o primeiro máximo é “z1” e quando ele ocorre tem-se
(dz/dt)1 = 0, a Eq. (15) permite a obtenção da relação entre z0 e z1 como sendo:

(1 − M z )e 1
M z1
=e
− M z0
...(16)

A Eq. (14) também permite a determinação de “C” quando a condição


inicial é a ocorrência de um extremo mínimo, fornecendo a expressão:

(1 − M z )e max
M zmax
= (1 + M z min )e
− M z min
...(17)

Quando a determinação da constante de integração “C” é feita a partir


de um extremo máximo como condição inicial, a Eq. (14) permite a obtenção da
expressão

(1 − M z )e min
M z min
= (1 + M z max )e
− M z max
...(18)
11

As Eqs. (16), (17) e (18) viabilizam a determinação dos sucessivos


valores dos alcances dos níveis extremos da água na chaminé de equilíbrio, a
partir do conhecimento de “z0”, de “M” e do apoio de duas funções do tipo:
F1 (s ) = (1 − s )e s ...(19)

F2 (s ) = (1 + s )e − s ...(20)

φAC
M= ...(10)
LA
 fL 
φ =  Ke + + K0  ...(21)
 D 
F1 (s)

F2 (s)
11

F2

e-M|z |
0

F1
[Eq.(16)]
0
1 s
M|z1|
M|z2|
M|z3|
M|z4|

Fig. 3 Esquema da solução gráfica


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3. OBJETIVOS

O presente experimento deve alcançar os seguintes objetivos:


(a) Permitir uma adequada visualização do movimento oscilatório da
água em uma chaminé de equilíbrio simples.
(b) Permitir a confrontação entre o valor teórico e o experimental do
período do movimento oscilatório na chaminé.
(c) Validar o procedimento gráfico sugerido na Fig. 3, que permite a
determinação dos sucessivos valores extremos (máximos e
mínimos) do movimento oscilatório na chaminé, pela comparação
com os correspondentes valores determinados
experimentalmente.

4. APARATO EXPERIMENTAL

Na Fig. 4 está esquematizado o aparato experimental no qual um


reservatório, com calhas transbordantes para manutenção de nível de água
constante, alimenta um tubo de ferro galvanizado, com diâmetro interno D =
0,1016 m e comprimento L = 12,69 m, onde fica instalada uma chaminé
simples, transparente, com diâmetro interno DC = 0,1870 m. A manobra que
produz as oscilações na chaminé é o fechamento de uma válvula borboleta
instalada imediatamente a jusante da chaminé. A vazão inicial permanente
pode ser medida por um vertedor triangular de 90º.

Chaminé
NA cte
z

D C = 0,1870 m

D = 0,1016 m
Ke

L = 12,69 m
x
13

Fig. 4 Esquema do aparato experimental

5. PROCEDIMENTOS

(1) Estabelecimento de um regime permanente inicial com vazão Q0.


(2) Medição da posição do nível de água inicial na chaminé “y0”.
(3) Medição dos instantes de ocorrência e dos respectivos alcances
extremos (i = 1, 2, 3 e 4).
(4) Leitura do nível de água do reservatório alimentador “yR” (sem
oscilação e com vazão nula).

y0 =( )m

i 1 2 3 4

t (s)

y (m)

yR =( )m

6. ANÁLISE

Para a análise dos resultados há a necessidade das informações


complementares seguintes:

• zi = yi - yR
• Ke = 0,75
• K0 = 0,00
• f = 0,023

Use a Eq. (21) para determinar o valor de “φ”.


Use a Eq. (10) para determinar o valor de “M”.
Use as curvas universais fornecidas e, com procedimento análogo ao
indicado na Fig. 3, determinar os valores teóricos de z1, z2, z3 e z4.
14

φ =( )
M =( )

z0 (m) z1 (m) z2 (m) z3 (m) z4 (m)

experimental

teórico

z exp − z teo
z teo

Estime o período teórico, “Tteo”, pela Eq. (9), e compare com o período
experimental, estimado como:

Texp = (t 3 − t1 ) Tteo − Texp Tteo = ( )

7. CONCLUSÕES

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F1 (s)
1,2
F2 (s)
1,1
s = M|zi|
1

0,9

0,8
F2
0,7

0,6

0,5

0,4

0,3

0,2
F1
0,1

0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 s

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